sábado, 17 de agosto de 2013

EXPLODIR O SOL COM UMA BOMBA NUCLEAR ? DUPLA DE PESQUISADORES TEM A RECEITA! ( Artigo Científico )


13/08/2013 - 17:21

Pesquisas


Estudo mostra que o envio de uma bomba nuclear suficientemente forte para o interior do Sol pode dar início a uma reação em cadeia capaz de varrer o Sistema Solar. Pesquisadores da área, no entanto, são céticos quanto à ideia

Guilherme Rosa
Detalhe de explosão solar registrada pela Nasa na quarta-feira
Segundo a pesquisa, os seres humanos seriam capazes de induzir uma explosão no interior do Sol, que poderia levar à destruição da Terra. Para os pesquisadores da área, a ideia é mais próxima da ficção científica do que da astrofísica(NASA / AFP)
Que tal explodir o Sol? Uma dupla de pesquisadores pensou nisso, e se atreveu a publicar um estudo detalhando a técnica, que consumiria todo o Sistema Solar — incluindo a Terra e a vida em sua superfície — em uma imensa bola de fogo. Para isso, a dupla formada por Alexander Bolonkin e Joseph Friedlander imaginou o lançamento de uma bomba nuclear capaz de percorrer toda a distância que separa a Terra do Sol, resistir ao calor e à radiação local e chegar ao coração do astro. Ali, uma explosão atômica daria início a uma reação em cadeia, levando a estrela a gastar todo o seu combustível em instantes e explodir em uma espécie de supernova artificial. A ideia parece fruto da mais pura ficção científica e, segundo outros cientistas, é simplesmente disso que se trata: pura especulação.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Explosion of Sun

Onde foi divulgada: periódico Computational Water, Energy, and Environmental Engineering

Quem fez: Alexander Bolonkin, Joseph Friedlander

Resultado: Os pesquisadores imaginaram um método capaz de induzir uma reação nuclear em cadeia no interior do Sol. Se o calor produzido fosse suficiente, poderia levar à explosão do astro.
Os dois pesquisadores que escreveram o artigo não são conhecidos por estudar ofuncionamento do Sol, das estrelas ou das bombas nucleares. Ao contrário, Alexander Bolonkin possui um doutorado em engenharia aeronáutica, com especialização em ciências da computação e matemática, enquanto Joseph Friedlander é um empresário com conhecimentos de computação. A pesquisa foi publicada na revista Computational Water, Energy, and Environmental Engineering, um periódico chinês que é conhecido por não seguir os mais rigorosos processos de revisão. Às vezes encontra-se algo interessante por ali, mas na maioria das vezes o joio supera o trigo.
Ainda assim, a pesquisa chamou atenção quando foi publicada, principalmente por causa da ideia que é esboçada: os seres humanos seriam capazes de provocar uma explosão definitiva e arrasadora no Sol. "A humanidade tem temores, alguns mais e outros menos justificados, sobre a queda de asteroides, o aquecimento global e extinções. Todos esses cenários, no entanto, podem deixar alguns sobreviventes — mas ninguém pensa que a aniquilação completa do Sistema Solar não deixaria uma única pessoa viva", escrevem os pesquisadores, conscientes do impacto de sua ideia.
Desequilíbrio estelar — Sabe-se que 75% da massa do Sol é composta por átomos de hidrogênio. Sob a imensa gravidade e o calor no centro do astro, essas partículas se fundem, criando átomos de hélio e liberando uma enorme quantidade de energia (a reação é semelhante à que acontece no lançamento das bombas de hidrogênio, milhares de vezes mais poderosas que a bomba lançada sobre Hiroshima). É esse processo que fornece todo calor e luz liberados pelo Sol e que permite que haja vida na Terra.
Acontece que, segundo o estudo, a taxa de fusão dos átomos de hidrogênio é maior conforme aumenta a densidade e a temperatura da estrela. Assim, a queima do combustível estelar segue uma espécie de equilíbrio: quando o núcleo do Sol se aquece demais, ele também se expande, diminuindo a taxa de fusão do hidrogênio. A menor taxa de fusão provoca uma diminuição da temperatura e um aumento da densidade, levando, novamente, uma aceleração nas fusões. A ideia dos pesquisadores é que esse equilíbrio estelar pode ser perturbado.
Eles propõem que a explosão de uma bomba nuclear no interior do Sol poderia criar uma região de temperatura e densidade muito altas, capaz de dar início a uma cadeia de reações nucleares autossustentáveis, que se espalhariam pelo inteiror e superfície solar. O aquecimento resultante poderia fazer a temperatura da estrela atingir mais de um bilhão de graus Celsius, o que levaria à sua explosão completa.


Os pesquisadores da área, no entanto, não levaram a ameaça imaginada pelos pesquisadores muito a sério. Segundo José-Dias do Nascimento, professor de astrofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pesquisador visitante na Universidade Harvard — ele, sim, especialista na física solar —, os números que os pesquisadores apresentam para dar suporte à sua ideia parecem um tanto exagerados. A ideia de uma reação em cadeia capaz de explodir o Sol ainda precisa ser confirmada, e a energia necessária para dar início a um processo desses é muito maior do que a que os seres humanos são capazes de produzir. "A pesquisa me parece pseudociência", diz José-Dias.
Ditadores malucos — A justificativa dada pela dupla para a pesquisa foi a de alertar quanto ao perigo de alguma mente diabólica ou de um ditador com os recursos necessários poder colocar em prática a implausível ideia. Em 2007, o diretor Danny Boyle (vencedor do Oscar pelo filmeQuem quer ser um milionário?), retratou algo semelhante no filme Sunshine, mas com o objetivo contrário. Em um futuro no qual o problema é uma glaciação global causada pela baixa atividade solar, a única esperança da humanidade é lançar uma gigantesca bomba nuclear no sol, para "reativá-lo". O filme foi mal nas bilheterias.

Opinião do especialista

José-Dias do Nascimento
Professor de astrofísica do departamento de física teórica e experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pesquisador visitante na Universidade Harvard, nos Estados Unidos


“O estudo foi publicado em uma revista que não é de astrofísica e nem de física nuclear. Nenhum dos pesquisadores envolvidos é dessas áreas e nem pertencem a instituições que estudam esses assuntos. Além disso, os números apresentados no estudo são exagerados. Teoricamente, nós sabemos que é possível explodir o Sol, mas a quantidade de energia necessária é muito maior do que a que podemos produzir aqui na Terra. A pesquisa me parece pseudociência.”
 
FONTE: Revista Veja/Ciência e Tecnologia

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

ATIVIDADE CEREBRAL PODE AJUDAR A EXPLICAR EXPERIÊNCIAS DE "QUASE MORTE" ( Artigo Científico )


14/08/2013 - 16:32

Neurociência


Neurologistas americanos descobriram que o cérebro é capaz de permanecer ativo até 30 segundos depois da morte clínica. Isso pode explicar as visões relatadas pelos sobreviventes de paradas cardíacas e acidentes

visão
A visões relatadas pelos pacientes que estiveram a beira da morte variam imensamente. Uma das mais citadas é a sensação de estar fora de seu corpo, percorrendo um longo túnel, em direção a um foco de luz. Isso é intepretado por muitos religiososo como um sinal da existência da alma e de seu percurso em direção ao além (Thinkstock)
As experiências de quase morte são conhecidas há muito tempo pelos cientistas. Eles sabem que muitos pacientes que estão à beira da morte (por causa de um afogamento ou uma parada cardíaca, por exemplo) e conseguem sobreviver descrevem visões incrivelmente poderosas e realistas. Os relatos coletados são inúmeros: algumas pessoas enxergam o brilho de uma tênue luz no final de um longo caminho, outras narram o encontro com parentes mortos ou seres sobrenaturais como anjos e demônios, entre outros.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Surge of neurophysiological coherence and connectivity in the dying brain

Onde foi divulgada: periódico PNAS

Quem fez: Jimo Borjigin, entre outros

Instituição: Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, entre outras

Dados de amostragem: Nove ratos anestesiados, nos quais os pesquisadores induziram paradas cardíacas usando injeções de cloreto de potássio

Resultado: Por meio de eletroencefalogramas, os pesquisadores descobriram que o cérebro dos ratos continuava funcionando por 30 segundos depois de parar de receber sangue
Essas visões costumam ser usadas pelos religiosos como uma prova da existência da alma e da vida após a morte. Já os cientistas, até agora, não tinham muito a dizer. Uma série de estudos havia mostrado que as experiências de quase morte acontecem quando o coração dos pacientes para de bombear sangue para o cérebro — o que é conhecido como morte clínica —, e os médicos conseguem trazê-los de volta a vida (pelo menos 20% dos sobreviventes de paradas cardíacas relatam ter tido esse tipo de visão). O que parecia difícil de explicar era o fato de o cérebro, já sem sangue e a caminho da morte definitiva, ser capaz de produzir visões tão claras e significativas.
Uma nova pesquisa publicada na segunda-feira na revista PNAS sugere, pela primeira vez, uma resposta científica para essa questão. Em testes realizados com ratos (experiências do gênero obviamente são impossíveis de serem conduzidas com humanos por razões éticas), os pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descobriram que o cérebro pode continuar ativo por até 30 segundos após a morte clínica. "Este estudo, realizado em animais, é o primeiro a lidar com o que acontece ao estado neurofisiológico do cérebro que está morrendo", diz a neurologista Jimo Borjigin, professora da Universidade de Michigan e uma das autoras do estudo.
Ratos mortos — Os cientistas usaram eletroencefalogramas para medir a atividade cerebral de nove ratos anestesiados. Após sofrerem paradas cardíacas induzidas pelos pesquisadores, os animais apresentaram durante 30 segundos um aumento generalizado na atividade cerebral, que apresentou características semelhantes ao de um cérebro acordado e altamente excitado. Depois desse período, os animais morreram definitivamente, e mais nada foi registrado em seu cérebro. "A previsão de que iríamos encontrar alguns sinais de atividade consciente no cérebro durante a parada cardíaca foi confirmada com os nossos dados", diz Borjigin.
Os pesquisadores realizaram a mesma experiência com ratos que foram submetidos à morte por asfixia e o resultado foi o mesmo: um pico de atividade cerebral registrado logo depois que o sangue parou de chegar ao cérebro do animal. "O estudo nos mostra que a redução de oxigênio — ou de oxigênio e glicose — durante a parada cardíaca pode, na verdade, estimular a atividade cerebral característica da consciência", diz Borjigin.
Cérebro e espírito — Segundo os pesquisadores, a experiência deve ajudar a explicar a origem das visões realistas e marcantes relatadas pelos pacientes que estiveram à beira da morte. "Ela fornece a primeira estrutura científica para estudar as experiências de quase morte relatadas por muitos sobreviventes de parada cardíaca", diz Borjigin. No entanto, eles reconhecem que muitos outros estudos precisam ser feitos para que seja possível explicar toda a complexidade do fenômeno nos seres humanos.
""Não duvido que algumas pessoas vão alegar que o resultado seja uma evidência da existência de vida após a morte. Se alguém acredita nisso, então devíamos concluir que a vida após a morte inclui muitos ratos de laboratório."

Anders Sandberg, pesquisador da Universidade de Oxford

Anders Sandberg, pesquisador da Universidade de Oxford que não esteve envolvido com a pesquisa, afirma que os resultados apresentados são importantes, mas demandam cuidado ao serem interpretados. Ele alerta, principalmente, que a experiência não deve ser vista como uma prova da existência da alma ou do além. Ao contrário, ela mostra que a experiência de quase morte tem origem biológica, no cérebro humano. "Não duvido que algumas pessoas vão alegar que o resultado seja uma evidência da existência de vida após a morte. Se alguém acredita nisso, então devíamos concluir que a vida após a morte inclui muitos ratos de laboratório", afirmou.
Se a pesquisa não pode ser encarada como uma prova da vida após a morte, no entanto, também será difícil usá-la para descartar por completo o lado espiritual da experiência. Em uma entrevista concedida ao site de VEJA em 2011, o neurocientista Kevin Nelson, da Universidade do Kentucky, havia previsto que a ciência algum dia iria conseguir descobrir o mecanismo por trás do fenômeno da quase morte. Ele afirmava que, mesmo assim, não seria possível provar a inexistência da alma — isso ficaria a cargo da crença de cada pessoa. “A ciência pode dizer como o cérebro funciona, mas não pode dizer por que ele funciona desse jeito. Mesmo se nós soubéssemos o que faz cada molécula cerebral durante uma experiência de quase morte, ou qualquer outra experiência, o mistério da espiritualidade continuaria existindo. E sempre haverá um espaço para a fé de cada um."

FONTE: Revista Veja/Ciência e Tecnologia

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

14/08/2013 - 01h03

DA BBC BRASIL

Alfredo Moser poderia ser considerado um Thomas Edison dos dias de hoje, já que sua invenção também está iluminando o mundo.
Em 2002, o mecânico da cidade mineira de Uberaba, que fica a 475 km da capital Belo Horizonte, teve o seu próprio momento de 'eureka' quando encontrou a solução para iluminar a própria casa num dia de corte de energia.
Para isso, ele utilizou nada mais do que garrafas plásticas pet com água e uma pequena quantidade de cloro.
Nos últimos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas utilizando a 'luz engarrafada'.
Mas afinal, como a invenção funciona? A reposta é simples: pela refração da luz do sol numa garrafa de dois litros cheia d'água.
"Adicione duas tampas de cloro à água da garrafa para evitar que ela se torne verde (por causa da proliferação de algas). Quanto mais limpa a garrafa, melhor", explica Moser.
Moser protege o nariz e a boca com um pedaço de pano antes de fazer o buraco na telha com uma furadeira. De cima para baixo, ele então encaixa a garrafa cheia d'água.
"Você deve prender as garrafas com cola de resina para evitar vazamentos. Mesmo se chover, o telhado nunca vaza, nem uma gota", diz o inventor.
Outro detalhe é que a lâmpada funciona melhor se a tampa for encapada com fita preta.
"Um engenheiro veio e mediu a luz. Isso depende de quão forte é o sol, mas é entre 40 e 60 watts", afirma Moser.
BBC
O mecânico brasileiro Alfredo Moser e suas invenções com garrafas plásticas pet
O mecânico brasileiro Alfredo Moser e suas invenções com garrafas plásticas pet
APAGÕES
A inspiração para a "lâmpada de Moser" veio durante um período de frequentes apagões de energia que o país enfrentou em 2002. "O único lugar que tinha energia eram as fábricas, não as casas das pessoas", relembra.
Moser e seus amigos começaram a imaginar como fariam um sinal de alarme, no caso de uma emergência, caso não tivessem fósforos.
O chefe do inventor sugeriu na época utilizar uma garrafa de plástico cheia de água como lente para refletir a luz do sol em um monte de mato seco e assim provocar fogo.
A ideia ficou na mente de Moser que então começou a experimentar encher garrafas para fazer pequenos círculos de luz refletida.
Não demorou muito para que ele tivesse a ideia da lâmpada.
"Eu nunca fiz desenho algum da ideia".
"Essa é uma luz divina. Deus deu o sol para todos e luz para todos. Qualquer pessoa que usar essa luz economiza dinheiro. Você não leva choque e essa luz não lhe custa nem um centavo", ressalta Moser.
PELO MUNDO
O inventor já instalou as garrafas de luz na casa de vizinhos e até no supermercado do bairro.
Ainda que ele ganhe apenas alguns reais instalando as lâmpadas, é possível ver pela casa simples e pelo carro modelo 1974 que a invenção não o deixou rico. Apesar disso, Moser aparenta ter orgulho da própria ideia.
"Uma pessoa que eu conheço instalou as lâmpadas em casa e dentro de um mês economizou dinheiro suficiente para comprar itens essenciais para o filho que tinha acabado de nascer. Você pode imaginar?", comemora Moser.
Carmelinda, a esposa de Moser por 35 anos, diz que o marido sempre foi muito bom para fazer coisas em casa, até mesmo para construir camas e mesas de madeira de qualidade.
Mas parece que ela não é a única que admira o marido inventor.
Illac Angelo Diaz, diretor executivo da fundação de caridade MyShelter, nas Filipinas, parece ser outro fã.
A instituição MyShelter se especializou em construção alternativa, criando casas sustentáveis feitas de material reciclado, como bambu, pneus e papel.
Para levar à frente um dos projetos do MyShelter, com casas feitas totalmente com material reciclado, Diaz disse ter recebido "quantidades enormes de garrafas".
"Nós enchemos as garrafas com barro para criamos as paredes. Depois enchemos garrafas com água para fazermos as janelas", conta.
"Quando estávamos pensando em mais coisas para o projeto, alguém disse: 'Olha, alguém fez isso no Brasil. Alfredo Moser está colocando garrafas nos telhados'", relembra Diaz.
Seguindo o método de Moser, a entidade MyShelter começou a fazer lâmpadas em junho de 2011. A entidade agora treina pessoas para fazer e instalar as garrafas e assim ganharem uma pequena renda.
Nas Filipinas, onde um quarto da população vive abaixo da linha da pobreza (de acordo com a ONU, com menos de US$ 1 por dia) e a eletricidade é muito cara, a ideia deu tão certo, que as lâmpadas de Moser foram instaladas em 140 mil casas.
As luzes 'engarrafadas' também chegaram a outros 15 países, dentre eles Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Fiji.
Diaz disse que atualmente pode-se encontrar as lâmadas de Moser e comunidades vivendo em ilhas remotas. "Eles afirmam que eles viram isso (a lâmpada) na casa do vizinho e gostaram da idéia".
Pessoas em áreas pobres também são capazes de produzir alimentos em pequenas hortas hidropônicas, utilizando a luz das garrafas para favorecer o crescimento das plantas.
Diaz estima que pelo menos um milhão de pessoas irão se beneficiar da ideia até o começo do próximo ano.
"Alfredo Moser mudou a vida de um enorme número de pessoas, acredito que para sempre", enfatiza o representante do MyShelter.
"Ganhando ou não o prêmio Nobel, nós queremos que ele saiba que um grande número de pessoas admiram o que ele está fazendo".
Mas será que Moser imagina que sua invenção ganharia tamanho impacto?
"Eu nunca imaginei isso, não", diz Moser emocionado.
"Me dá um calafrio no estômago só de pensar nisso".

FONTE: Folha.com/Ciência

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

EMPRESÁRIO BILIONÁRIO APRESENTA PROJETO DE TRANSPORTE ULTRA-RÁPIDO ( Tecnologia )

14/08/2013 - 03h05

DA ASSOCIATED PRESS

Imagine entrar em uma cápsula e passar por um tubo a mais de 1.126 km/hora para chegar aonde precisa.
Esse é o conceito do projeto do meio de transporte batizado de Hyperloop e revelado pelo empresário bilionário Elon Musk. As cápsulas poderiam cruzar uma distância de 643 km em 30 minutos --metade do tempo que um avião leva.
Tesla Motors/Associated Press
Projeto da cápsula Hyperloop, que viajaria a mais de 1.126 km/h
Projeto da cápsula Hyperloop, que viajaria a mais de 1.126 km/h
As unidades seriam transportadas em um tubo de quase vácuo e flutuariam em uma espécie de colchão de ar, puxadas por força magnética.
Segundo Musk, daqui a sete ou dez anos seria possível fazer a primeira viagem dentro da Califórnia (EUA). O custo total deve ficar ao redor de US$ 6 bilhões.
O projeto, é claro, foi recebido com ceticismo. Dan Richard, do sistema de trem de alta velocidade da Califórnia, disse que Musk está simplificando demais esse desafio.

FONTE: Folha.com/Ciência

CIENTISTAS ESCOLHEM 12 ASTERÓIDES CANDIDATOS A SEREM REBOCADOS PARA PERTO DA TERRA ( Espaço/Astronomia )

14/08/2013 - 03h22


RAFAEL GARCIA

DE SÃO PAULO


No último ano, planos de exploração de asteroides voltaram à moda, com duas empresas anunciando interesse em minerar esses objetos e a Nasa estudando rebocar um deles até a Lua. Ninguém havia apontado ainda quais asteroides explorar, mas um trio de cientistas mostra agora quais são os melhores candidatos.
"Quando comecei meu doutorado, há um ano e meio, nada disso tinha sido anunciado ainda e todo mundo dizia que eu era louco", disse à Folha Daniel Yárnoz, engenheiro espacial que acaba de publicar um estudo apontando 12 asteroides fáceis de manipular.
Editoria de Arte/Folhapress
Junto com dois colegas no Laboratório de Conceitos Espaciais Avançados, de Glasgow (Escócia), Yárnoz vasculhou uma base de dados da Nasa que já registrou mais de 10 mil asteroides com órbitas perto da Terra.
A agência espacial americana vem catalogando esses asteroides mais para monitorar o risco de eles colidirem com nosso planeta e causarem algum estrago. O cientista espanhol, porém, procurava corpos celestes com outras características.
A ideia era achar asteroides com órbitas mais ou menos emparelhadas com a Terra e que fossem leves o bastante para poderem ser trazidos até perto do planeta. Não foi uma tarefa fácil, porque não havia uma maneira automatizada de fazer essa busca.
Yárnoz, então, desenvolveu um método de triagem que encontrou os 12 bólidos espaciais mencionados em sua pesquisa. São todos asteroides entre 2 e 60 metros de diâmetro. Para trazê-los à vizinhança da Terra, seria necessário um impulso de menos de 500 metros por segundo em suas trajetórias, um número considerado razoável pelos cientistas.
"Tecnologias existentes podem ser adaptadas para trazer à vizinhança da Terra objetos pequenos, de 2 a 30 metros de diâmetro, para exploração científica e uso de recursos", escrevem os cientistas em estudo na revista "Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy".
Uma missão dessas, segundo Yárnoz, custaria algo na casa dos bilhões de dólares e levaria de 3,5 a 7 anos só na trajetória de volta (o estudo não calculou ainda a ida). Um foguete francês Ariane 5 seria capaz de levar a espaçonave de 6 toneladas necessária para o serviço.
A melhor oportunidade para uma missão como essas, dizem os cientistas, será em fevereiro de 2021, quando um asteroide com cerca de 5 metros passará numa órbita extremamente similar à da Terra. É possível que esse, ou algum dos outros 11 objetos apontados por Yárnoz, seja escolhido para a missão da Nasa que propõe colocar um asteroide na órbita da Lua.
Um asteroide interessante para mineração, porém, teria de ser bem maior, pois o custo de enviar uma espaçonave para rebocá-lo não pode comprometer o lucro.
A ideia de trazer um objeto desses para perto da Terra, porém, é sedutora por motivos científicos, pois em geral eles são corpos cosmicamente antigos e podem revelar coisas interessantes sobre as origens do Sistema Solar. Além disso, astronautas nunca puseram os pés num asteroide, e a água e os outros recursos que eles contêm podem vir a ser aproveitados no futuro em viagens espaciais longas.

FONTE: Folha.com/Ciência

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

CHUVA DE METEOROS PODERÁ SER VISTA A OLHO NU NO BRASIL ( Astronomia )

A chuva de meteoros conhecida como Liríadas, vista da Terra todo ano no fim de abril, deve chegar ao seu ápice na madrugada desta segunda-feira (22), de acordo com o Observatório Nacional.
Nasa
Meteoro da chuva das Liríadas é fotografado por tripulante da Estação Espacial Internacional em 22 de abril de 2012
Meteoro da chuva das Liríadas é fotografado por tripulante da Estação Espacial Internacional em 22 de abril de 2012
As estrelas cadentes serão facilmente observadas a olho nu no Brasil, em especial nas regiões Norte e Nordeste, se não houver nuvens, ainda de acordo com o observatório.
Elas são conhecidas como Liríadas porque parecem irradiar da constelação de Lira.
Todo ano, nesta época, a Terra passa por fragmentos do cometa Thatcher. Esses fragmentos entram na atmosfera a velocidades de cerca de 170 mil km/h e se desintegram. O atrito com a atmosfera causa uma queima, vista como um rastroluminoso no céu.
Na maior parte dos anos, são vistos até 15 ou 20 meteoros por hora, mas já houve chuvas mais intensas, de até cem meteoros por hora.
As estrelas cadentes vão continuar visíveis até o dia 25.

FONTE: Folha.com/Ciência

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

VOLUNTÁRIOS DE "VIAGEM SEM VOLTA" PARA "COLONIZAR" MARTE SEM REÚNEM NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA ( "Viajantes Espaciais" )

05/08/2013 - 03h03

DA FRANCE PRESSE

Os primeiros voluntários para realizar uma viagem sem volta a Marte se reuniram no sábado em Washington para assistir a uma apresentação da missão privada que visa a colonizar o planeta daqui a alguns anos.
Quarenta pessoas vindas de várias partes dos EUA e do Canadá participaram, na Universidade George Washington, a apresentação do cientista holandês Bas Lansdorp, presidente e cofundador da empresa Mars-One.
Fabienne Faur/AFP
Bas Lansdorp, CEO e cofundador da Mars-one, fala no encontro na Universidade George Washington University, enquanto Robert Zubrin, presidente e fundador da Mars Society é visto via Skype
Bas Lansdorp, CEO e cofundador da Mars-one, fala no encontro na Universidade George Washington University, enquanto Robert Zubrin, presidente e fundador da Mars Society é visto via Skype
Essa iniciativa privada sem fins lucrativos foi lançada em abril passado e pretende enviaruma equipe de desbravadores a Marte em 2022.
"Estabelecer uma colônia permanente em Marte implica ir sem voltar. Isso parece impressionante, mas não se pode esquecer que na história de nosso planeta, as pessoas que partiram em viagens de exploração deixaram para trás suas famílias", explicou Lansdorp.
A Mars-One disse que os quatro primeiros voluntários chegarão a Marte depois de uma viagem de sete meses, em 2023. A colônia deve ser abastecida a cada dois anos.
A primeira missão terá um custo de 6 bilhões de dólares, que a empresa ainda não conseguiu arrecadar. Doações estão sendo feitas para o projeto, mas Lansdorp não indicou o montante atual.
"A primeira missão terá como objetivo trabalhar no sistema de suporte de vida", afirmou ainda o responsável, admitindo que o meio ambiente em Marte é muito hostil, carece de oxigênio e tem temperatura média de -63ºC.
Cerca de 78 mil voluntários se candidataram para a aventura, que dará origem a novos processos de seleção.

FONTE: Folha.com/Ciência

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

TELESCÓPIO DO HAVAÍ FOTOGRAFA JOVEM PLANETA COR-DE-ROSA ( Astronomia )

07/08/2013 - 18h33

DE SÃO PAULO

Uma equipe internacional de astrônomos detectou, por meio dados do Telescópio Subaru, no Havaí, um planeta gigante em órbita da estrela GJ 504.
Com massa várias vezes maior que a de Júpiter, o planeta GJ 504b é o de menor massa já detectado em volta de uma estrela como o Sol usando técnicas de imageamento direto.
Nasa/AFP
Ilustração da Nasa mostra o novo exoplaneta GJ 504b, que está a 57 anos-luz da Terra e tem 160 milhões de anos
Ilustração da Nasa mostra o novo exoplaneta GJ 504b, que está a 57 anos-luz da Terra e tem 160 milhões de anos
"Se pudéssemos viajar até esse planeta gigante, veríamos um mundo ainda brilhando com o calor de sua formação, com uma cor similar ao magenta", afirmou Michael McElwain, do Centro Goddard em Greenbelt, da Nasa, em um comunicado da agência espacial. "Nossa câmera de infravermelho próximo revela que a cor dele é mais azul do que a de outros planetas detectados com imageamento, o que pode indicar que sua atmosfera tem menos nuvens."
O planeta está a uma distância de sua estrela equivalente a nove vezes a distância entre Júpiter e o Sol.
Sua localização, bem distante de sua estrela, vai fazer os cientistas repensarem os modelos tradicionais de formação de planetas.
DETECÇÃO
Há várias formas de encontrar planetas fora do Sistema Solar. A observação direta, método usado na descoberta do GJ 504b, dá informações sobre luminosidade, temperatura, atmosfera e órbita, mas traz grandes desafios. "Como os planetas têm brilho fraco e estão perto de suas estrelas, é como tentar tirar uma foto de um vagalume perto de um holofote", afirma Masayuki Kuzuhara, do Instituto de Tecnologia de Tóquio e líder do estudo.
O novo planeta tem quatro vezes a massa de Júpiter e uma temperatura de 237 º C. A estrela que ele orbita é um pouco mais quente que o Sol e fica na constelação de Virgem.
O sistema onde o planeta está é jovem, com cerca de 160 milhões de anos (o Sistema Solar tem 4,6 bilhões de anos). A pouca idade faz com que o planeta não tenha perdido ainda o calor de sua formação, tornando-o mais visível para os telescópios.
Um artigo detalhando a descoberta foi aceito para publicação no "Astrophysical Journal".

FONTE: Folha.com/Ciência

OSSADAS HUMANAS ENCONTRADAS EM UMA CAVERNA NO MÉXICO, PODEM ESTAR RELACIONADAS AOS PRIMEIROS HABITANTES DAS AMÉRICAS ( Arqueologia )

07/08/2013 - 03h08

ARQUEOLOGIA


DE SÃO PAULO
Cerca de 30 ossadas humanas encontradas em uma caverna no México podem estar relacionadas aos primeiros habitantes das Américas, segundo estudo genético conduzido por cientistas do Inah (Instituto Nacional de Antropologia e História) do país.
Os ossos foram encontrados em 2011 em uma caverna chamada La Sepultura, próximo da fronteira do México e dos Estados Unidos.
Pesquisadores de várias instituições mexicanas e da Universidade de Córdoba, da Espanha, afirmaram em comunicado que as ossadas têm 4.000 anos, mas na região há vestígios de uma das linhagens genéticas mais antigas da América, associadas a indivíduos de 10 mil anos a.C.
A hipótese ainda precisa ser confirmada por testes de datação por radiocarbono e de morfologia craniana.

FONTE: Folha.com/Ciência

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

NOVOS ESTUDOS BRITÂNICOS DISCUTEM ORIGEM DA MONOGAMIA ( Evolução )

Evolução


Enquanto um grupo de cientistas alega ter encontrado evidências de que a monogamia surgiu como mecanismo para proteger os filhotes, uma segunda equipe acredita que ela foi criada para defender a fêmea

Primatas
Primatas teriam passado a se dividir em pares para garantir segurança de filhotes contra infanticídios (Thinkstock)
A monogamia é uma opção rara entre os mamíferos. Isso porque, períodos de gestação e lactação acabam deixando mais vantajoso para os machos procurar outra parceira com quem se acasalar — e continuar espalhando seu material genético. O surgimento da monogamia entre os primatas é alvo de constante debate e hipóteses controversas entre cientistas. Esta semana, duas pesquisas publicadas em periódicos científicos de renome trazem novamente o debate à tona. Enquanto um estudo no PNAS defende a monogamia como um mecanismo para defesa da prole, evitando o infantícidio por machos concorrentes, um estudo publicado na revista Science alega que a monogamia teria surgido como uma estratégia dos machos para proteger as fêmeas.
Realizado por uma equipe de pesquisadores de universidades britânicas, o estudo publicado pelo PNAS alega que alguns machos estariam dispostos a matar as crias de uma fêmea com quem desejam se acasalar. Com os filhotes de um macho concorrente fora do seu caminho, eles teriam uma fêma disponível ao acasalamento — e à preservação de seu material genético. Para proteger a prole desse infanticídio, os primatas começaram, então, a se dividir em pares. Assim, o casal teria mais força e união para defender sua ninhada. Na visão deles, nascia a monogamia.
Para chegar a essa conclusão foram analisados dados estatísticos de 230 espécies de primatas. Além da tese relacionada ao infanticídio, outras duas hipóteses também foram consideradas: a de que a monogamia surgiu para evitar que fêmeas se acasalassem com machos rivais, e a de que a contribuição paterna no cuidado dos filhotes melhoraria o sucesso reprodutivo do par, ou seja, conduzisse ao aprimoramento da prole. Segundo os pesquisadores, porém, a principal razão que levou à monogamia foi mesmo o infanticídio — a importância do cuidado paternal surgiria apenas depois disso. 
De acordo com Eleonore Setz, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), já era sabido que os machos tinham um papel importante na criação da prole: eles ajudavam, por exemplo, no transporte dos filhotes, já que a mãe talvez não conseguisse cumprir as funções de amamentar e transportar sua cria. "Suspeitava-se, no entanto, de que essa necessidade do cuidado paternal teria dado origem à monogamia", diz. Segundo ela, a ideia sugerida pelo estudo da PNAS traz à discussão uma nova visão sobre o início da monogamia. 
As fêmeas — A tese defendida pela equipe da Universidade de Cambridge, também no Reino Unido, e publicada na revista Science, no entanto, vai por outro caminho. De acordo com o trabalho, a monogamia teria surgido entre os mamíferos como uma estratégia usada pelos machos para proteger as fêmeas, e evitar que elas se acasalassem com machos rivais. No cenário estudado pela equipe, as fêmeas viviam isoladas uma das outras, para evitar a competição entre elas. 
Os pesquisadores de Cambridge analisaram dados de mais de 2.500 espécies de mamíferos. Descobriram que se reproduzir com várias fêmeas e estar perto de todas elas a fim de defendê-las era uma tarefa árdua e desgastante para os machos. Para conseguir isso, eles precisavam percorrer as grandes distâncias que separavam as fêmeas uma das outras.
Segundo o estudo, para conseguir defender a fêmea com eficácia, os mamíferos teriam passado, então, a se dividir em pares. Assim, cada macho se tornou responsável pela proteção de apenas uma fêmea, que viria a se tornar sua companheira. 

FONTE: Revista Veja/Ciência