10/04/2013
-
04h06
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Coreia do Norte ameaçou nesta quarta-feira transformar o Japão em um
"campo de batalha", com possíveis ataques a suas principais cidades,
entre elas Tóquio, Osaka e Kioto, caso os japoneses produzam movimentos
que provoquem o início de um conflito armado.
Em um editorial publicado hoje pelo jornal "Rodong Sinmundo",
pertencente ao partido único norte-coreano, o regime também ameaça
causar a "destruição" do Japão se esse país agir politicamente contra a
Coreia do Norte, em um momento de elevada tensão na península pelas
contínuas ameaças bélicas norte-coreanas.
"O Japão está perto do nosso território e, portanto, não poderá fugir
dos nossos ataques", detalha o editorial, que cita cinco cidades
japonesas, nas quais se encontra um terço dos 127 milhões de japoneses,
como possíveis alvos militares.
O editorial norte-coreano denuncia que o Japão posicionou vários
contingentes militares na costa em frente ao país comunista, e promete
que "se houver um ato de guerra, todo o território do arquipélago
japonês se transformará em um campo de batalha".
Pyongyang também reitera sua ameaça contra as bases militares dos EUA em
território japonês: "o Exército da Coreia do Norte é absolutamente
capaz de fazer saltar pelos ares as bases militares não só no Japão como
em outras áreas da região Ásia-Pacífico".
"O atual regime japonês está optando pelo risco militar, intensificando
sua política hostil à Coreia do Norte, em linha com a política dura dos
EUA de reprimir com a força das armas", assinala o editorial.
A Coreia do Norte, cujo isolamento é cada vez mais pronunciado, conta
com Rússia e China como praticamente seus únicos aliados, sobretudo no
aspecto econômico, embora se desconheça a capacidade das duas potências
para frear as intenções do regime de Kim Jong-un.
Fontes militares acreditam que a Coreia do Norte pode realizar a
qualquer momento um teste de mísseis de alcance intermediário, o que
elevou o estado de alerta do comando conjunto das forças sul-coreanas e
americanas e fez o Japão desdobrar no centro de Tóquio sistemas
antimísseis terra-ar.
Esses sistemas instalados na capital serviriam para derrubar projéteis
no caso de um hipotético ataque escapar dos destróieres que o Japão tem
localizados no Mar do Japão.
Segundo imagens tomadas nos últimos dias, acredita-se que Pyongyang
transferiu para plataformas de lançamento móveis em sua costa oriental
mísseis com um alcance estimado entre 3 mil e 4 mil quilômetros.
MEDIAÇÃO
Também nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores
sul-coreano, Yun Byung-se, informou que pediu a mediação de Rússia e
China para convencer a Coreia do Norte a pôr fim a suas provocações
militares, em um momento de elevada tensão na península.
"Através de uma estreita colaboração com a Rússia e a China, o Governo
sul-coreano continua realizando esforços para persuadir a Coreia do
Norte a mudar sua atitude", detalhou Yun durante um comitê parlamentar,
em declarações divulgadas pela agência Yonhap.
Além disso, Yun disse que a comunidade internacional está unida "de
maneira coerente e decidida frente às ameaças e provocações, aos testes
nucleares e ao lançamento de mísseis" de Pyongyang.
FRONTEIRAS
Mais cedo, a China anunciou a proibição da passagem de turistas pelo
posto de fronteira de Dandong, que dá acesso à Coreia do Norte
"As agências de viagens não estão mais autorizadas a operar por aqui. O
governo norte-coreano está exigindo a saída dos estrangeiros", informou
um funcionário local, acrescentando que o trânsito comercial permanece.
"Pelo que sei, os empresários ainda podem entrar e sair livremente da
Coreia do Norte", disse o funcionário, que pediu para não ser
identificado.
Um responsável por uma agência de viagens em Dandong disse à agência AFP que a decisão partiu da Coreia do Norte.
Na terça-feira, às "9 da noite, recebemos um comunicado do bureau de
turismo (chinês) nos informando que devido a situação tensa em Pyongyang
as agências de viagem de Dandong não estavam mais autorizadas a levar
grupos à Coreia do Norte".
"Estou absolutamente seguro de que foi uma decisão da Coreia do Norte",
disse o responsável, acrescentando que funcionários do bureau de turismo
confirmaram isto.
FONTE: Folha.com/Mundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário