Xavante |
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População total |
9,600 |
Regiões com população significativa |
Mato Grosso |
Línguas |
Religiões |
Os xavantes são um grupo indígena que habita o leste do estado brasileiro do Mato Grosso, mais precisamente nas reservas indígenas de Areões, Marechal Rondon,Parabubure, Pimentel Barbosa, São Marcos, Áreas Indígenas Areões I, Areões II,Maraiwatsede, Sangradouro/Volta Grande, Terras Indígenas Chão Preto, Ubawawe, bem como o Noroeste de Goiás, nas Colônias Indígenas Carretão I e Carretão II.
Atualmente, sua população é composta de 10 mil pessoas[1] e está crescendo. Sua língua é o aqüem do tronco lingüístico macro-jê e tinham como atividade predominante, até a segunda metade do século XX, a caça, a pesca e a coleta de frutos e palmeiras.
Se auto denominam A'wê Uptabi, que quer dizer "gente verdadeira".[2] Pintam-se comjenipapo, carvão e urucum, tiram as sobrancelhas e os cílios, usam cordinhas nos pulsos e pernas e a gravata cerimonial de algodão. O corte de cabelo e os adornos e pinturas são marcadores de diferença dos Xavantes em relação aos outros, transmitida através dos cantos pelos ancestrais e partilhados com todo o povo da aldeia.
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História
Houve tentativas de integração com a sociedade nacional em meados do século XIX, mas optaram por distanciar-se migrando, entre 1830 e 1860, em direção ao atual estado do Mato Grosso, onde viveram sem serem intensivamente assediados até a década de 30 do século passado.
Na década de 90, os Xavantes tiveram várias experiências novas com os "estrangeiros", como um intercâmbio realizado com a Alemanha, a implementação de um projeto de educação bilíngüe e uma parceria musical com a banda de rock Sepultura, em seu álbum "Roots".
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Distribuição
A região onde vivem hoje tem grande rede hidrográfica formada pelas bacias dos afluentes dos rios Kuluene e Xingu e das Mortes e Araguaia. É dessa região de floresta tropical, mato e savana, com árvores baixas e altas, que os índios retiram o alimento e os materiais para seus artesanatos, armas, instrumentos musicais e as ocas, dispostas em forma circular. Ali também buscam caças, frutos, palmeiras e pescados.
Devido à atual ocupação da região pelas culturas da soja e do gado, bem como outras monoculturas agrícolas, o uso de pesticidas e a diminuição das matas, seu modo de vida ligado à caça e à coleta tem mudado bastante. Muitas vezes a "caça" e a "coleta" são deslocadas da mata para as cidades vizinhas, aonde vão adquirir alimento e coisas dos "estrangeiros".
Eles tem o poder fudamental de pesca,pois os peixes são pra lá de grandes
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Tradições e rituais
Sua tradição tem uma maneira própria de ser transmitida e transformada, através de relatos, rituais e ensinamentos. A escrita é uma necessidade para qual o povo Xavante se adaptou, com o intuito de reivindicar seu espaço na sociedade nacional e internacional.
Os Xavantes têm uma organização supostamente dualista e essa percepção da vida como um todo divide tudo permanentemente em metadesopostas e complementares, mas há outras formas de divisão coletiva e organização das relações como em trios ou quartetos. Esta é a chave da cultura dos xavantes.
Entre suas práticas esportivas estão a "corrida de tora de buriti", denominada de uiwede, uma corrida de revezamento em que duas equipes de gerações diferentes correm cerca de 8 km, passando um tora de palmeira de buriti de cerca de 80 kg de um ombro para o outro até chegarem ao pátio da aldeia.
Desde pequenos os meninos formam grupos de idade semelhante. Quando chega o tempo certo, os mais velhos decidem a entrada no Hö(casa tradicional, especialmente construída numa das extremidades do semicírculo da aldeia, para a reclusão dos wapté durante o período de iniciação para a fase adulta), onde os meninos vão viver reclusos, por cinco anos, até o momento de casar com uma moça escolhida para ele. Antes dos meninos entrarem para o Hö, acontece a cerimônia do Oi'o, em que os meninos demonstram sua coragem, seus medos, sua fraquezas através da luta entre eles.
O ritual de furo de orelha acontece na passagem da adolescência para a vida adulta. Todo menino Xavante, de 10 a 18 anos, passa por um período de reclusão de cinco anos na casa dos solteiros, onde o jovem permanece sem contato com a tribo. Nesse período o jovem fica todo o tempo em uma casa, chamada Hö, onde tem contato apenas com os padrinhos. Ele só deixa a casa para rituais e para atividades fora da aldeia, como caça e pesca.
Após os cinco anos acontece na aldeia uma festa, chamada Danhono, onde a orelha dos jovens é furada com um osso de onça parda. Após o ritual os jovens passam a ser considerados adultos e voltam ao convívio social com a tribo.
Para os Xavantes não existe contradição entre absorver elementos "estrangeiros" (como roupas, relógio, comida) e manter viva sua tradição. Alguns enxergam nisso uma forma de resistência à violência ideológica sofrida por todas comunidades "menores" ou menos "importantes" nasociedade globalizada e hierarquizada, para quem as tradições antigas são consideradas como ultrapassadas, como histórias sem sentido e sem valor na vida mercantil que rotula tudo que é diferente do "ideal" como ruim e atrasado.
Fonte: Wikkipédia, a Enciclopédia Livre.
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