quarta-feira, 9 de junho de 2010

RAÇA... RAÇAS HUMANAS...

Raça

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raça é um conceito usado vulgarmente para categorizar diferentes populações de uma espécie biológica por suas características fenotípicas(ou físicas); é comum falar-se das raças de cães ou de outros animais.[1]
antropologia, entre os séculos XVII e XX, usou igualmente várias classificações de grupos humanos no que é conhecido como "raças humanas" mas, desde que se utilizaram os métodos genéticos para estudar populações humanas, essas classificações e o próprio conceito de "raças humanas" deixaram de ser utilizados.[2] Um conceito alternativo é a "etnia".
Abaixo discutem-se os conceitos biológicos de raça, várias definições históricas destes conceitos e um resumo da história e utilização das classificações de raças humanas.

Índice

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[editar]Raça em biologia


Para os 
botânicos – de acordo com o "Código Internacional de Nomenclatura Botânica" - as variantes duma espécie são explicitamente denominadas "subespécies" (subsp.), variedades (var.) e formas (f.) que na verdade são matrizes das espécies. Por exemplo, para o pinheironegro europeu, Pinus nigra, é aceite uma subespécie - Pinus nigra subsp. nigra na região oriental da sua área de distribuição, desde a Áustriae nordeste da Itália até à Crimeia e Turquia, com as seguintes variedades:Os zoólogos geralmente consideram a raça um sinónimo das subespécies, caracterizada pela comprovada existência de linhagens distintas dentro das espécies, portanto, para a delimitação de subespécies ou raças a diferenciação genética é uma condição essencial, ainda que não suficiente. Na espécie Homo sapiens - a espécie humana - a variabilidade genética representa 3 a 5% da variabilidade total, nos sub-grupos continentais, o que caracteriza, definitivamente, a ausência de diferenciação genética. Portanto, inexistem raças humanas do ponto de vista biopolítico matematicamente convencionado pela maioria. No "Código Internacional de Nomenclatura Zoológica" (4ª edição, 2000) não existe nenhuma norma para considerar categorias sistemáticas abaixo da subespécie.
  • Pinus nigra subsp. nigra var. nigra – pinheiro negro austríaco;
  • Pinus nigra subsp. nigra var. caramanica - pinheiro negro turco; e
  • Pinus nigra subsp. nigra var. pallasiana - pinheiro negro da Crimeia.
Para alguns biólogos, a raça é um grupo distinto constituindo toda ou parte duma espécie. Uma espécie monotípica não tem raças, ou melhor a "raça" é toda a espécie. As espécies monotípicas podem apresentar-se de várias maneiras:
  • Todos os membros da espécie são semelhantes e então a espécie não pode ser dividida em subcategorias com significado biológico.
  • Os membros da espécie mostram considerável variação, mas esta ocorre aleatoriamente e também não tem significado biológico uma vez que a transmissão genética destas variações não é constante; é o que acontece com muitas plantas e é por isso que os horticulturistasinteressados em preservar uma determinada característica evitam a propagação por sementes e usam métodos vegetativos.
  • A variação dentro de uma espécie é evidente e segue um padrão, mas não há divisões claras entre os diferentes grupos, mas apenas um gradiente de tamanhos, formas ou cores. Este tipo de variação clinal significa que existe um fluxo de genes substancial entre os grupos aparentemente separados que formam a(s) população(s) e é normal nas espécies monotípicas – e é o caso da espécie humana.
  • Uma espécie politípica tem raças distintas, que são grupos separados que normalmente não se cruzam geneticamente (embora possa haver zonas relativamente estreitas de "hibridização"), mas que poderiam cruzar-se e produzir descendentes com características mistas (ou iguais a cada um dos progenitores) se as condições ambientais o permitissem – normalmente isto passa-se entre populações geograficamente isoladas da mesma espécie, que podem ser consideradas subespécies ou variedades.
É importante notar que os grupos que normalmente não se cruzam, apesar de viverem na mesma área geográfica, não são raças, mas sim espécies diferentes. Os verdadeiros híbridos de espécies diferentes, como por exemplo, da égua com o jumento, dão sempre descendentesestéreis, como o são, os machos e as mulas.
O advento da síntese moderna e as técnicas moleculares para estudar o fluxo de genes levam alguns biólogos a rejeitar a noção de "raça" e até de "subespécies".


Ver artigo principal: Raças humanas
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Raças humanas

O conceito de raças humanas foi usado pelos regimes coloniais e pelo apartheid (na África do Sul), para perpetuar a submissão dos colonizados; actualmente, só nos Estados Unidos se usa uma classificação da sua população em raças, alegadamente para proteger os direitos das minorias.[3]
A definição de raças humanas é principalmente uma classificação de ordem social, onde a cor da pele e origem social ganham, graças a uma cultura racista, sentidos, valores e significados distintos. As diferenças mais comuns referem-se à cor de pele, tipo de cabelo, conformação facial e cranial, ancestralidade e, em algumas culturas, genética. O conceito de raça humana não se confunde com o de sub-espécie e com o de variedade, aplicados a outros seres vivos que não o homem(embora humanos e animais estejam exatamente sobre o mesmo tipo de seleção genética, apesar das pomposas fachadas pseudo-civilizatórias). Por seu caráter controverso (seu impacto na identidade social epolítica), o conceito de raça é questionado por alguns estudiosos como constructo social; entre os biológos, é um conceito com certo descrédito por não se conformar a normas taxonômicas aceites.
Algumas vezes utiliza-se o termo raça para identificar um grupo cultural ou étnico-lingüístico, sem quaisquer relações com um padrão biológico. Nesse caso pode-se preferir o uso de termos como populaçãoetnia, ou mesmo cultura.
A primeira classificação dos homens em raças foi a "Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent" ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684. No século XIX, vários naturalistas publicaram estudos sobre as "raças humanas", como Georges CuvierJames Cowles PritchardLouis AgassizCharles Pickering e Johann Friedrich Blumenbach. Nessa época, as "raças humanas" distinguiam-se pela cor da pele, tipo facial (principalmente a forma dos lábiosolhosnariz), perfil craniano e textura e cor do cabelo, mas considerava-se também que essas diferenças reflectiam diferenças no conceito de morale na inteligência, pois uma caixa cranial maior e/ou mais alta representava um cérebro maior, mais alto e por consequencia maior quantidade de células cerebrais).
A necessidade de descrever os "outros" advém do contacto social entre indivíduos e entre grupos diferentes. No entanto, a classificação de grupos traz sempre consequências negativas, principalmente pelo facto dos termos empregues poderem ser considerados pejorativos pelos grupos visados (ver, por exemplo ameríndio e hotentote). Tradicionalmente, os seres humanos foram divididos em três ou cinco grandes grupos de linhagem (dependendo de interpretação), mas a denominação de cada um – pelo motivo indicado – tem variado ao longo do tempo:
Mongolóide (raça amarela): povos do leste e sudeste asiático, Oceania (malaios e polinésios) e continente americano (esquimós eameríndios).
Caucasóide (raça branca): povos de todo o continente europeu, norte da África e parte do continente asiático (Oriente Médio e norte do Subcontinente Indiano).
Negróide (raça negra): povos da África Subsaariana.
Os outros dois grupos de linhagem humana poderiam ser:
Australóide: sul da Índia (drávidas), negritos das Ilhas Andaman (Oceano Índico), negritos das Filipinas, aborígenes de Papua-Nova Guiné, aborígenes da Austrália e povos melanésios da Oceania.
Capóide: tribos Khoisan (extremo sul do continente africano).
Apesar de poderem ser considerados como dois grupos distintos de linhagem humana, australóides e capóides também podem ser considerados como negróides, de acordo com essa mesma classificação tradicional.
Como qualquer classificação, esta é imperfeita e, por isso, ao longo do tempo, foram sendo usados outros termos, principalmente para grupos cujas características não se ajustavam aos grupos "definidos", como é o caso dos pardos para indicar os indígenas do sub-continente indiano, entre outros. De notar que, a par desta classificação baseada em características físicas, houve sempre outras, mais relacionadas com acultura, principalmente a religião dos "outros", como os mouros ou "infiéis", como os europeus denominavam os muçulmanos, ou os judeus.
No início do século XXFranz Boas pôs em causa a noção de raça e foi seguido por outros antropólogos, como Ashley MontaguRichard Lewontin e Stephen Jay Gould. Contudo, alguns poucos cientistas como J. Philippe RushtonArthur JensenVincent Sarich e Frank Miele(autores de "Race: The Reality of Human Differences") proclamam que não só essa tese é falsa, mas que foi politicamente motivada e não tem bases científicas.
Existem também estudos que procuram mostrar que a percepção social da cor como definidora de uma divisão humana em "raças" não é mais do que uma construção sócio-cultural. Assim, durante a montagem do sistema escravista moderno, no qual milhões de africanos foram transferidos compulsoriamente para as Américas para o trabalho escravo, fortaleceu-se o conceito de uma "raça negra", superpondo-se a toda uma grande quantidade diferenças étnicas que existiam na África, e que ainda existem hoje. Os africanos nas sociedades que precederam o moderno sistema escravista, não se viam como "negros", tal como sustenta José D'Assunção Barros em seu livro A Construção Social da Cor (2009). Na África, os africanos enxergavam-se a partir de identidades étnicas diferenciadas, e não de uma única "raça negra", um conceito que para eles não existia. Os interesses do tráfico levavam os comerciantes a motivar a diferença étnica na ponta africana do tráfico negreiro, pois os comerciantes de escravos conseguiam escravos das guerras intertribais, nas quais as tribos vencedoras vendiam os indivíduos pertencentes às tribos vencidas. Mas, ao mesmo tempo, na ponta final do processo de escravização, quando o escravo deveria ser vendido nas Américas e incorporado ao trabalho no sistema colonial, já interessava aos comerciantes e senhores de engenhos - ou ao sistema escravista, de modo geral - criar uma categoria única para os "negros" africanos, inclusive misturando africanos procedentes das várias etnias de modo a que não se concentrassem eem um mesmo local indivíduos pertencentes a uma mesma etnia de origem na´´Africa, pois os vínculos de identidade poderiam favorecer as revoltas. Percebe-se, portanto, que a construção da idéia de "negro", à altura da montagem do sistema escravista, foi um processo complexo, que recobriu, embora sem eliminá-las totalmente, as etnias africanas de origem.
Análises genéticas recentes permitem que a evolução e migrações humanas seja representado duma forma cladística. Estes estudos indicam que, como pensam os que defendem a teoria da origem única, a África foi o berço da humanidade, outros defendem a teoria da origemmultiregional[4] . Verificou-se que os aborígenes australianos foram originados num grupo que se isolou dos restantes há muito tempo e que todos os outros grupos, incluindo "europeus", "asiáticos" e "nativos americanos" perfazem um único grupo monofilético resultante das migrações para fora do continente africano e que poderia dividir-se no equivalente aos oeste- e leste "euro-asiáticos", reconhecendo sempre haver muitos grupos intermédios.

FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.

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