Império Romano
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Senatus Populusque Romanus "O Senado e o Povo Romano" ou Imperium Romanum[1] Império Romano | ||||
Império | ||||
| ||||
Vexillum do Império Romano | ||||
Lema nacional Senatus Populusque Romanus (Senado e Povo de Roma) | ||||
Máxima extensão do Império Romano em 117 d.C. | ||||
Continente | Europa, Bacia Mediterrânea da África e da Ásia | |||
Capital | Roma (44 a.C. - 286 d.C.) Constantinopla (A partir de 330) | |||
Língua oficial | Latim, grego | |||
Religião | Politeísmo romano e depois cristianismo | |||
Governo | Autocracia | |||
Imperador | ||||
• 27 a.C. – 14 d.C. | Augusto | |||
• 379 – 395 | Teodósio I | |||
• 475 — 476 1449 - 1453 | Rômulo AugustoConstantino XI / | |||
Legislatura | Senado Romano | |||
Período histórico | Antiguidade clássica | |||
• 31 a.C. | Batalha de Áccio | |||
• 27 a.C. | Otávio é proclamado Augusto. | |||
• 285 | Diocleciano divide o Império entre Ocidente e Oriente | |||
• 330 | Constantino IConstantinopla declara como a nova capital do Império. | |||
• 395 | Morte de Teodósio, o Grande, selando a divisão permanente entre Leste e Oeste. | |||
• 476 d.C. / 1453 d.C. | Rômulo Augusto é deposto/ Queda de Constantinopla | |||
Área | ||||
• 25 a.C.[2][3] | 2 750 000 km2 | |||
• 50[2] | 4 200 000 km2 | |||
• 117[2] | 5 000 000 km2 | |||
• 390 [2] | 4 400 000 km2 | |||
População | ||||
• 25 a.C.[2][3] est. | 56 800 000 | |||
Dens. pop. | 20,7/km² | |||
• 117[2] est. | 88 000 000 | |||
Dens. pop. | 17,6/km² | |||
Moeda | Denário, sestércio, soldo | |||
Atualmente é parte de | ||||
*Estado não-reconhecido |
O Império Romano é a fase da história da Roma Antiga caracterizada por uma forma autocrática de governo. O Império Romano sucedeu a República Romana que durou quase 500 anos (509 a.C. – 27 a.C.) e tinha sido enfraquecida pelo conflito entre Caio Mário e Sulla e pela guerra civilJúlio César contra Pompeu.[4] de
Muitas datas são comumente propostas para marcar a transição da República ao Império, incluindo a data da indicação de Júlio César como ditador perpétuo (44 a.C.), a vitória de seu herdeiro OtavianoBatalha de Áccio (2 de setembro de 31 a.C.), ou a data em que o senado romano outorgou a Otaviano o título honorífico Augusto (16 de janeiro de 27 a.C.).[5] na
Também a data do fim do Império Romano é atribuída por alguns ao ano 395, com a morte de Teodósio I, após a qual o império foi dividido em pars occidentalis e pars orientalis. A parte ocidental, o Império Romano do Ocidente terminou, por convenção, em 476, ano em que Odoacro depôs o último imperador Rômulo Augusto, ou mais precisamente até a morte do seu predecessor, Júlio Nepos, que se considerava ainda imperador (a assim era considerado por seu par oriental). Já o Império Romano do Orientequeda de Constantinoplaotomanos em 1453. perdurou até a pelos turcos
Assim, Império Romano tornou-se a designação utilizada por convenção para referir ao Estado romano nos séculos que se seguiram à reorganização política efectuada pelo primeiro imperador, César Augusto. Embora Roma possuísse colóniasprovíncias antes desta data, o estado pré-Augusto é conhecido como República Romana. e
[editar] Definição e conceito do Império Romano
As duas datas indicadas como início (27 a.C.) e fim (395) convencionais de um Império Romano unitário, como frequentemente sucede em definições de períodos históricos, são puramente arbitrários. Em particular por três razões: seja porque não houve jamais um fim verdadeiro e formal da Res publicaPrincipado e o Dominato; seja porque mesmo depois da divisão do império em duas partes as instituições continuaram a sobreviver, uma até a deposição do último césar do Ocidente, Rômulo Augusto, em 476 (ou mais precisamente até à morte do seu predecessor, Júlio Nepos, que se considerava ainda imperador), a outra perpetuando-se por mais um milênio na entidade mais tarde chamada, por convenção Império Bizantino. O ano de 476 foi considerado, por convenção, como data de passagem entre a Antiguidade e a Idade Média. romana, cujas instituições jamais foram abolidas, mas simplesmente transferido o poder efetivo ao imperador; seja porque nos 422 anos desse intervalo se sucederam duas fases de organização e legitimização do poder imperial profundamente diferentes, o
Os historiadores fazem a distinção entre o principado, período de Augusto à crise do terceiro século, e o domínio ou dominato que se estende de Diocleciano até a queda do Império Romano do Ocidente. Durante o principado (do latim princeps, "primeiro"), a natureza autocrática do regime era velada por designações e conceitos da esfera republicana, manifestando os imperadores relutância em se assumir como poder imperial. No dominato (de dominus, "senhor"), pelo contrário, estes últimos exibiam claramente os sinais do seu poder, usando coroas, púrpuras e outros ornamentos simbólicos do seu status.
Ainda que não tenha sido o mais vasto império que existiu, título que pertence ao Império Mongol, o Império Romano é considerado o maior em termos de gestão e qualidade do território, de organização sócio-política e de importância da marca deixada na história da humanidade. Em todos os territórios do império, os romanos construíram estradas, cidades, pontes, aquedutos, fortificações, exportando assim o seu modelo de civilização e, com o tempo, assimilando as populações e civilizações sujeitadas, em um processo tão profundo que por séculos após o fim do império estes povos continuaram a definir-se romanos. A civilização nascida sobre as margens do Tibre, crescida e difundida na época republicana e desenvolvida plenamente na época imperial, está na base da atual civilização ocidental.
Além do Império Romano do Oriente, único Estado sucessor a pleno título do Império Romano, outras entidades estatais reivindicaram esse título, no Ocidente (o Reino Franco e o Sacro Império Romano-Germânico e no Oriente o Império Búlgaro primeiro e depois o Império Russo dos czares, que continuaram a usar os títulos adotados do Império Romano e ainda hoje, muito das instituições políticas, sociais e jurídicas se inspiram em Roma.
[editar] Roma, as províncias e Constantinopla
A vida política, econômica e social durante os primeiros séculos do império gravitava em torno de da Urbe (termo latino para "cidade", como se referiam a Roma. Roma era a sede da autoridade imperial e da administração, principal lugar de trocas comerciais entre Ocidente e Oriente, além de ser de longe a a cidade mais populosa do mundo antigo com mais de um milhão de habitantes. Por isso milhares de pessoas afluíam diariamente à cidade por mar e terra, enriquecendo-a de artistas e escritores de todas as regiões do império.
Existia uma clara diferença entre viver em Roma ou nas províncias: os habitantes da capital gozavam de privilégios, enquanto o peso fiscal era reservado pesadamente às províncias. Também entre a cidade e o campo, a qualidade de vida era melhor e mais agitada para os citadinos, que usufruíam de serviços públicos como termas romanas, aquedutos, teatros e circos.
Com a crise do terceiro século, recursos foram deslocados da região do Mediterrâneo para as regiões de fronteiras onde os imperadores precisavam passar mais tempo. Assim, no século III, cidades como Augusta TreverorumTrier), no vale do rio Mosela, e Sirmium, Naissus (atual Niš) e Serdica na região Danúbio serviram como capitais temporárias do império. [6] (atual
Na época do imperador Diocleciano, Roma perdeu o seu papel de guia em favor de outras sedes como Mediolanum (atual Milão), Augusta Treverorum (atual Trier) e Nicomedia (atual İzmit). No século V, como desejado antes por Constantino I, Constantinopla (atual Istambul) se impôs devido devido ao relacionamento de força entre um Oriente ainda próspero e um Ocidente às voltas com hordas bárbaras e sempre prostrado pela crise econômica, política e demográfica.
Depois da crise que paralisou o império nos decênios centrais do século III, as fronteiras se tornaram mais seguras a partir do reinado de Diocleciano284-305), o qual introduziu profundas na administração e no exército. O império pôde assim viver um período de relativa estabilidade ao menos até a batalha de Adrianópolis {378)[7] e, no Ocidente, até os primeiros anos do século V, quando iniciaram as perigosas incursões por parte dos visigodos de Alarico (401-402) que continuaram até culmiram no célebre saque de Roma em 410[7], referido pelo contemporâneo Santo Agostinho de Hipona, como um acontecimento notável da época e, por alguns, como o fim do mundo. Os últimos dias do Império Romano do Ocidente (o do Oriente sobreviveu por mais um milênio) foram em um clima de morte e miséria pela população de muitas regiões do império, assoladas por guerra, carestia e epidemias. A consequência final foi a queda da própria estrutura imperial. (
[editar] Governo
[editar] Imperador
Os poderes do imperador (seu imperium) existiam, ao menos em teoria, em virtude de seus "poderes tribunícios" (potestas tribunicia) e seus "poderes proconsulares" (imperium proconsulare). Em teoria, os "poderes tribunícios" (que eram similares àqueles do tribuno do povo na república tornavam a pessoa e ofício do imperador sacro-santos, e davam-lhe autoridade sobre o governo civil romano, inclusive o poder de presidir e controlar o senado.
Os poderes proconsulares (similar àqueles dos governadores militares, ou procônsules, na república) davam-lhe autoridade sobre o exército romano. Ele também tinha poderes que, na república, eram reservados ao senado romano e às assembléias romanas, inclusive o direito de declarar guerra, ratificar tratados e negociar com líderes estrangeiros.
O imperador também tinha autoridade para conduzir um conjunto de deveres que tinham sido conduzidos pelos censores, incluindo o poder de controlar os membros do senado. Adicionalmente, o imperador controlava a religião, uma vez que, como imperador, ele era sempre pontifex maximus e membro de cada uma das quatro amiores congregações. Enquanto estas funções eram claramente distinguíveis no início do império, com o tempo foram perdidas e o poder do imperador tornou-se menos constitucional e mais monárquico.
Realmente, o maior apoio do poder do imperador era o exército. Pago pelo tesouro imperial, os legionários prestavam anualmente juramento de lealdade ao imperador, chamado sacramentum.
A morte de um imperador iniciava um período de incerteza e crise. Em teoria, o senado devia escolher o novo imperador, mas a maioria dos imperadores escolhia seu próprio sucessor, usualmente um membro de sua família. O novo imperador tinha que buscar um conhecimento de seu novo status e autoridade, de forma a estabilizar o cenário político. Nenhum imperador podia ter esperança de sobreviver, muito menos de reinar, sem a aliança e lealdade da guarda pretoriana e das legiões. Para assegurar sua lealdade, vários imperadores lhes pagavam o donativum, uma recompensa monetária.
[editar] Senado
Embora as assembleias romanas da época da república continuassem a existir depois da fundação do império, seus poderes foram todos transferidos ao senado, e assim os decretos senatoriais (senatus consulta) adquiriram total força de lei.
Em teoria, o imperador e o senado eram dois ramos iguais do governo, mas a autoridade real do senado era pequena e mais um meio de o imperador disfarçar seus poderes autocráticos sob um manto de republicanismo. Ainda que prestigiado e respeitado, o senado era uma instituição glorificada que tinha sido subtraída da maioria de seus poderes e ficava à mercê do imperador.
Muitos imperadores mostraram um certo grau de respeito com esta antiga instituição, enquanto outros foram notórios por ridicularizá-la. Durante as seções do senado, o imperador sentava entre os dois cônsules e usualmente atuava presidindo as seções. Senadores mais prestigiados falavam antes dos demais, embora o imperador pudesse falar a qualquer tempo. Por volta do século III, o senado tinha sido reduzido a um órgão municipal glorificado.
[editar] Ordem senatorial e ordem equestre
Nenhum imperador poderia governar sem a a Ordem Senatorial e sem a Ordem Equestre. A maioria dos postos importantes do governo era reservada para os membros dessas duas ordens aristocráticas. Era entre elas que governadores provinciais, comandantes de legiões e oficiais similares eram escolhidos.als were chosen.
Estas duas classe eram hereditárias e majoritariamente fechadas a novos mebros. Indivíduos de muito sucesso podiam entrar, mas esta era uma ocorrência rara. As carreiras dos jovens aristocratas eram influenciadas pelas suas conexões familiares e pelo favor dos patronos. Tão importante quanto habilidade, conhecimento ou competências, o patronato era considerado vital para um carreira de sucesso e os postos mais altos requeriam o favor e a confiança do imperador.
[editar] Ordem senatorial
Era esperado que os filhos de senadores seguissem o Cursus honorum, um meio de ascenção, e as posições mais prestigiadas eram restritas somente a senadores. Também se esperava que um senador fosse rico; um dos requisitos básicos era a posse de 12000 áureos [8](ceca de 100 kg de ouro), uma quantia que seria aumentada nos séculos seguintes.
[editar] Ordem equestre
Abaixo da ordem senatorial estava a ordem equestre. Os requisitos e postos reservados a esta classe, embora não tão prestigiados, ainda eram muito importantes. Alguns postos vitais, como o governo do Egito, eram proibidos aos membros da ordem senatorial e permitidos somente a membros do ordem equestre.
[editar] Províncias
Nos velhos tempos da república, o governo das províncias era tradicionalmente um prêmio aos membros da classe senatorial [8]. As reformas de Augusto mudaram essa política.
[editar] Províncias imperiais
Augusto criou as províncias imperiais.[8] A maioria, mas não todas, as províncias imperiais eram conquistas relativamente recentes localizadas nas fronteiras. Desta forma, a maioria esmagadora das legiões, que estavam estacionadas na fronteiras, estavam sob controle imperial direto. Muito importante era a província imperial do Egito (atual Egito), o "celeiro" do império, cujo suprimento de grãos era vital para alimentar o povo em Roma. Era considerado domínio pessoal do imperador e senadores eram proibidos até mesmo de visitar a província. O governador do Egito e os comandantes de qualquer legião lá estacionada não eram membros do senado, mas eram escolhidos pelo imperador entre os membros da ordem equestre.
[editar] Províncias senatorias
A política tradicional continuou largamente utilizadas nas províncias senatoriais. Devido à sua localização, longe das fronteiras, e ao fato de que estavam há mais tempo sob soberania e controle romanos, estas províncias estavam há muito pacificadas e estáveis. Uma única legião estava baseada em uma província senatorial: Legio III Augusta, estacionada na província senatorial da África (atual norte da Argélia).
O status de uma província podia mudar de senatorial a imperial e vice-versa. Aconteceu várias vezes durante o reinado de Augusto. Outra tendência era a criação de novas provícias, ou pela divisão das existentes ou pela expansão do império. [8]
[editar] Roma antes do Império
[editar] As origens da cidade de Roma
Descobertas arqueológicas indicam que a área de Roma já era habitada em 1400 a.C..
Os antigos povos que habitavam a região do Lácio, nas proximidades de Roma, desenvolveram uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia: a cidade era governada por um rei, originalmente de origem latina, porém os últimos reis do período monárquico foram de origem etrusca.
Os romanos deste período eram politeístas, venerando deuses semelhantes aos dos gregos (embora com nomes diferentes). Os gregos também influenciavam, juntamente com os etruscos, as primeiras formas de arte realizadas pelos romanos deste período.
[editar] A origem lendária
Conforme a versão lendária da fundação de Roma, relatada em diversas obras literárias romanas, tais como a Ab Urbe condita libri[9] (literalmente, "desde a fundação da Cidade"), de Tito Lívio, e a Eneida, do poeta Virgílio, Eneias, príncipe troiano filho de Vénus, fugindo de sua cidade, destruída pelos gregos, chegou ao Lácio e se casou com uma filha de um rei latino.
Seus descendentes, Rómulo e Remo, filhos de Reia Sílvia, rainha da cidade de Alba Longa, com o deus Marte, foram jogados por Amúlio, rei da cidade, no rio Tibre. Mas foram salvos por uma loba que os amamentou, tendo sido, em seguida, encontrados por camponeses. Conta ainda a lenda que, quando adultos, os dois irmãos voltaram a Alba Longa, depuseram Amúlio e em seguida fundaram Roma, em 753 a.C.. A data tradicional da fundação (21 de abril de 753 a.C.[10]) foi convencionada bem mais tarde por Públio Terêncio Varrão, atribuindo uma duração de 35 anos a cada uma das sete gerações correspondentes aos sete mitológicos reis. Segundo a lenda, Rômulo matou o irmão e se transformou no primeiro rei de Roma.
[editar] Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)
A Realeza ou Monarquia romana é a expressão utilizada para definir o estadofundação à queda da monarquia em 509 a.C., quando o último rei, Tarquínio, o Soberbo (último dos reis Tarquínios), foi expulso, instaurando-se a República Romana.[6] A documentação desse período é precária, e até mesmo o nome dos reis são desconhecidos, citando-se apenas os reis lendários, apresentados nas obras de Virgílio ("Eneida") e Tito Lívio romano desde a sua ("História de Roma").
[editar] República Romana (509 a.C a 27 a.C.)
República Romana (do latim res publica, "coisa pública") é a expressão utilizada por convenção para definir o Estado romano e suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a.C. (quando o último rei foi deposto) ao estabelecimento do Império Romano em 27 a.C..
[editar] O surgimento do Império
O império surgiu como consequência do esforço de expansão crescente de Roma durante os séculos III e II a.C.. Segundo alguns historiadores, a população sob o domínio de Roma aumentou de 4 milhões em 250 a.C. para 60 milhões em 30 a.C., o que ilustra como Roma teve o seu poder ampliado nesse período, de 1,5% da população mundial, para 25%.
Nos últimos anos do século II a.C., Caio Mário transformou o exército romanoCimbros e Teutões, Guerras Mitridáticas, entre outras, a culminar nas guerras civis do tempo de César e Augusto) favoreceu o surgimento de uma série de líderes militares (Lúcio Cornélio Sulla, Pompeu, Júlio César), que, apercebendo-se da força à sua disposição, começam a utilizá-la como meio de obter ou reforçar o seu poder político. num exército profissional, no qual a lealdade dos soldados de uma legião era declarada ao general que a liderava e não à sua pátria. Este facto, combinado com as numerosas guerras que Roma travou nos finais da República (invasão dos
As instituições republicanas encontravam-se em crise desde o princípio do século I a.C., quando Sulla quebrou todas as regras constitucionais ao tomar a cidade de Roma com o seu exército, em 82 a.C., para se tornar ditador vitalício em seguida. Sulla resignou e devolveu o poder ao senado romano, mas no entanto, o precedente estava lançado.
Esta série de acontecimentos culminou no Primeiro Triunvirato, um acordo secreto entre César, Pompeu e Crasso. Tendo este sido desfeito após a derrota de Crasso em Carrhae (atual Harã) (53 a.C.), restavam dois líderes influentes, César e Pompeu; estando Pompeu no lado do senado, este declarou César "inimigo de Roma", ao que César respondeu, atravessando o Rubicão e iniciando a Guerra Civil. Tendo vencido Pompeu em Farsália (agosto 48 a.C.) e as restantes forças opositoras em Munda (45 a.C.), tornou-se efectivamente a primeira pessoa a governar unipessoalmente Roma, desde o tempo da Monarquia. O seu assassinato pouco tempo depois (março 44 a.C.), às mãos dos conspiradores liderados por Marco Júnio Bruto e Caio Cássio Longino, terminou esta primeira experiência de governo unipessoal do estado romano.
Por esta altura, já a República tinha sido decisivamente abalada, e após a derrota final dos conspiradores, o surgimento do Segundo Triunvirato, entre Octávio, Marco António e Lépido, e a sua destruição na guerra civil seguinte, culminando na decisiva Batalha de Áccio (31 a.C.), deixou Octaviano como a única pessoa com poder para governar individualmente Roma, tornando-se efectivamente no primeiro imperador romano, fundando uma dinastia (Júlio-Claudiana) que só a morte de Nero (68 d.C.) viria a terminar.
Uma vez que o primeiro imperador, César Augusto, sempre recusou admitir-se como tal, é difícil determinar o momento em que o Império Romano começou. Por conveniência, coloca-se o fim da República em 27 a.C., data em que César Augusto adquire este cognome e em que começa, oficialmente, a governar sem parceiros. Outra corrente de historiadores coloca o princípio do Império em 14 d.C., ano da morte de Augusto e da sua sucessão por Tibério.
Nos meios académicos, discutiu-se bastante a razão pela qual a sociedade romana, habituada a cerca de cinco séculos de república, aceitou a passagem a um regime monárquico sucessório. A resposta centra-se no estado endêmico de guerra civil que se vivia nos anos prévios a Augusto e no longo reinado de quarenta e cinco anos que se seguiu, notável pela paz interna. Com a esperança de vida média em cerca de quarenta e cinco anos, à data da morte de Augusto, o cidadão romano médio não conhecia outra forma de governação e estava já preparado para aceitar um sucessor.
[editar] O reinado de Augusto
O reinado de Augusto é considerado por todos os historiadores como um período de prosperidade e expansão.[8] A nova estrutura política criada por Augusto designa-se por "principado", sendo o chefe do império designado por princeps civium (o primeiro dos cidadãos) e ao mesmo tempo princeps senatusprinceps está na origem da palavra "príncipe", que não era o título do chefe do Estado. O título era César e foi este que Augusto e seus sucessores adoptaram. (o primeiro do Senado). O termo
Augusto era também comandante-chefe do exército e decidia a guerra ou a paz e auto-nomeou-se "tribuno por toda a vida". Augusto, que não era especialmente dotado para a estratégia, mas tinha bons generais como AgripaEgipto, que já estava sob domínio romano havia 40 anos, toda a península Ibérica, a Panónia, a Judeia, a Germânia Inferior e Superior e colocou as fronteiras do Império nos rios Danúbio e Reno, onde permaneceram por 400 anos. na sua confiança, anexou oficialmente o
O império que Augusto recebeu era vasto e heterogêneo, com várias línguas e vários povos. O grego era a língua mais falada nos territórios orientais, e o latim progredia pouco nestes territórios, mas nos territórios ocidentais era a língua mais falada. Augusto passou a tratar todos os habitantes do império como iguais e visitou várias zonas para verificar quais os problemas de cada província, assim estas floresceram e atingiram o máximo do seu desenvolvimento.
[editar] Fontes sobre a era de Augusto
A era de Augusto é mais pobremente documentada que o período republicano que o precedeu. Enquanto Lívio escreveu sua magistral história durante o reinado de Augusto, e sua obra cobriu toda a história romana até 9 a.C., somente sumários sobreviveram de sua cobertura da República tardia e do período de Augusto. Importantes fontes primárias deste período incluem:
- Res Gestae Divi Augusti, a autobiografia (quase que um testamento político) de Augusto;
- Historiae Romanae de Veleio Patérculo, um trabalho desorganizado que permanece como os melhores anais do período de Augusto.
- Controversiae e Suasoriae de Sêneca, o Velho.
Embora registros primários deste período sejam poucos, trabalhos de poesia, legislação e engenharia deste período suprem importantes visões da vida romana. Arqueologia (incluindo a arqueologia marítima), pesquisas aéreas, inscrições em edifícios e moedas, têm também fornecido evidências valiosas sobre a economia e condições sociais e militares.
Fontes secundárias da era de Augusto incluem Tácito, Dião Cássio, Plutarco, Suetônio com sua "Vidas dos Doze Césares". Flávio Josefo, com suas "Antiguidades Judaicas" é uma fonte importante para a Judéia, que se tornou província romana durante o reinado de Augusto.
[editar] Julio-Claudianos
Os sucessores de Augusto são conhecidos como a Dinastia Julio-ClaudianaJulii, e os patrícios Claudii. Nos primeiros anos do reinado de Tibério, não houve grandes mudanças políticas ou organizativas em relação aos princípios estabelecidos por Augusto. No entanto, com o passar do tempo, a instabilidade surgiu dentro da própria família imperial. Tibério tornou-se paranóico com possíveis conspirações e tentativas de golpe de estado, chegando, em 26 d.C., a retirar-se para a ilha de Capri de onde governou por procuração até ao fim da vida. Em consequência, mandou matar ou executar grande parte da sua família e senadores de destaque, provocando uma sensação de desconforto generalizada. O seu sucessor Calígula cresceu neste ambiente e mostrou-se um imperador igualmente instável. As perseguições tornaram-se norma e durante estes reinados muitas das tradicionais famílias romanas, e portanto, patrícias, chegaram ao fim devido a assassinatos e execuções que se prolongaram pelos reinados de Cláudio e Nero. Em 68 d.C., a classe política tinha chegado ao limite de resistência a tanta insegurança política. Depois de alguns erros estratégicos graves e de ter arruinado as finanças do estado em aventuras como a construção do seu palácio dourado, Nero é declarado um inimigo do estado e declarado fora da lei. Fugindo de Roma acompanhado apenas pelo seu secretário, o imperador suicidar-se antes de ser apanhado pela guarda pretoriana que ia em seu encalço. Com a sua morte, desaparecia a dinastia Julio-Claudiana e Roma acabaria por encontrar alguma estabilidade política, mas não imediatamente, como se verá mais em baixo. (que inclui ele próprio), devido aos casamentos idealizados por ele entre a sua família, os
Do ponto de vista organizativo, como já se disse, pouco mudou em relação ao estabelecido por Augusto. Apenas Cláudio introduziu algumas reformas e procurou a prosperidade do império, talvez porque à data da sua ascensão ao trono era já um homem maduro. Cláudio foi ainda o responsável pela iniciativa da invasão romana das ilhas britânicas em 43, que se saldou pela adição de mais uma província ao império. Em 64 d.C., durante o reinado de Nero, Romaviolento incêndio (do qual o próprio imperador é muitas vezes erroneamente considerado culpado) e começaram as perseguições aos cristãos. Os Julio-Claudianos foram eficazes em espalhar o culto imperial. Alguns deles, como Cláudio, foram deificados durante a sua vida e elevaram à dignidade divina muitos dos seus familiares (alguns subsequentemente assassinados). foi consumida por um
[editar] Flavianos
Depois do suicídio de Nero, Sérvio Sulpício Galba, um velho senadorSulpicii, uma velha família aristocrática, torna-se imperador por nomeação senatorial. O seu reinado não começou bem. Durante a viagem da Hispânia para Roma, Galba não hesitou em espalhar o caos e a destruição pelas cidades que não lhe prestaram honras imperiais de imediato. Em Roma, substituiu grande parte das chefias militares e depressa se revelou tão paranóico como os seus antecessores. A sua recusa em conceder os prémios monetários às legiões e guarda pretoriana que o apoiaram serviu de impulsionador à organização de um golpe de estado e, em Janeiro de 69 d.C., Galba foi assassinado pelos pretorianos no Fórum, juntamente com o seu sucessor designado. Em Roma, saudou-se Marco Sálvio Otão como novo imperador, mas no Reno as legiões aclamaram Aulo Vitélio que de imediato iniciou a marcha para Roma. Em Abril, Vitélio derrota Otão e torna-se o único imperador, embora pouco tempo depois o exército estacionado na JudeiaVespasiano como imperador. Durante a segunda metade do ano, todas as províncias foram-se declarando por Vespasiano e Vitélio perdeu terreno. Finalmente, a 20 de dezembro, as tropas de Vespasiano entraram em Roma e assassinaram Vitélio. Vespasiano tornou-se então o único imperador e deu início à dinastia Flaviana. pertencente aos aclamasse o seu comandante
Vespasiano mostrou ser um imperador responsável e razoável em comparação aos excessos perpetrados pelos Julio-Claudianos. Apesar de ser um autocrata que pouca ou nenhuma importância política dava ao senado, Vespasiano procurou reorganizar o exército, as finanças do estado e a sociedade romana. Aumentou os impostos, mas erigiu grandes obras, como o Coliseu de RomaAnfiteatro Flaviano. Como antigo governador e general, Vespasiano sabia qual o melhor para as províncias e como manter o exército satisfeito, tudo condições indispensáveis para a estabilidade de um reinado. O seu filho, Tito Flávio, sucedeu-lhe em 79 d.C.. Prometia ser um imperador à altura do seu pai, mas o seu breve reinado foi marcado por catástrofes. A 24 de agosto do mesmo ano, o vulcão Vesúvio destruiu as cidades de Pompeia e Herculano e, em 80 d.C., Roma foi de novo consumida por um incêndio. Em 81 d.C., Tito é sucedido pelo irmão Domiciano, que haveria de se mostrar pouco à altura das capacidades dos seus familiares. Assim, tal como na dinastia Julio-Claudiana, o que começou por ser um período de prosperidade, depressa caiu em instabilidade política. Domiciano revelou-se tão paranóico como Calígula ou Nero e as atrocidades do seu reinado valeram-lhe o epíteto de pior imperador de todos os tempos. conhecido na altura como
Quando em 96 d.C. Domiciano é assassinado, Roma encontra-se bastante céptica quanto à validade do modelo dinástico e a sucessão imperial evoluiu para o conceito do mais apto. Esta mudança deu origem ao período dos cinco bons imperadores.
[editar] Antoninos: Cinco bons imperadores
Depois do assassinato de Domiciano, o senado nomeou Nerva como imperador romano. Apesar de ser já de meia idade e de não ter descendentes, Nerva era um homem considerado capaz, quer do ponto de vista militar quer do ponto de vista administrativo, mas sobretudo racional e confiável. A falta de filhos revelou ser uma vantagem, pois a sua sucessão foi determinada pelo valor do candidato e não por critérios familiares — embora já Trajano tenha sido formalmente adoptado por Nerva. Trajano, Adriano e Antonino Pio seguiram a mesma política de nomear o sucessor mais apto, o que resultou num período de estabilidade conhecido como os cinco bons imperadores. Durante o reinado destes cinco homens, Roma prosperou e atingiu o seu pico civilizacional, ao ponto de alguns analistas defenderem que o nível civilizacional alcançado durante este período só foi novamente alcançado na Inglaterra do século XVIII. Trajano foi o responsável pela extensão máxima do Império em 117 d.C., ao estender a fronteira oriental até incluir a Mesopotâmia na alçada de Roma. O seu sucessor, Adriano, soube manter a enorme área do império e reconhecer que não valia a pena estendê-lo mais. Deu as conquistas por terminadas e construiu a muralha de Adriano no Norte de Inglaterra como símbolo do fim do Império. Este período de manutenção, por oposição à conquista, ficou conhecido como a Pax Romana.
O ciclo de prosperidade terminou quando Marco Aurélio designou, para sucessor, não o homem mais apto, mas o seu filho Cómodo, que se sabia pouco à altura do seu pai e seus antecessores. Como na dinastia Julio-Claudiana (Nero) e Flaviana (Domiciano), um período de prosperidade foi seguido por uma governação errática por um homem paranóico, neste caso Cómodo, que incentivaria a revolta dos seus súbditos. Cómodo foi assassinado em 192 d.C., mas o Império caiu numa grave crise dinástica e social.
[editar] A crise do século terceiro (193 - 285)
O fim do século II foi marcado por mais uma guerra civil de sucessão. Septímio Severo acabou por assegurar a coroa imperial e levar o Império para um breve período de estabilidade. Os seus sucessores, no entanto, não tiveram a mesma sorte. Entre a morte de Severo em 211 e o início da tetrarquia em 285, o Império teve 28 imperadores, dos quais apenas 2 faleceram por causas naturais (de peste). Contemporaneamente, estão registados 38 usurpadores romanos, dos quais muitos se tornaram imperadores de pleno direito. Para além da crise política endémica, o século III foi marcado pelo início das invasões dos povos bárbaros que habitavam as zonas fronteiriças do Império.
[editar] Fim da Era Dourada (193 - 197)
O reinado de Cómodo foi marcado por vários excessos, tendo sido terminado pelo seu assassinato a 31 de Dezembro de 192; foi sucedido pelo seu prefeito do pretório, Pertinax, um homem de origem humilde e que, ao fim de escassos três meses como imperador, acabou por sua vez por morrer às mãos dos pretorianos. Seguiu-se uma situação caricata, em que a Guarda Pretoriana pôs o Império em leilão, tendo este sido ganho por Dídio Juliano, ao oferecer um donativum maior (193).
A situação não durou muito, pelo que nas províncias vários generais se declararam eles próprios imperadores (Clódio Albino na Gália, Pescénio NigerSíria e Septímio Severo na Panónia), tendo sido Severo quem ganhou após alguns anos de guerra civil (197). na
[editar] Os Severos (193 - 235)
Tendo-se tornado imperador, Septímio Severo tornou o Império efectivamente numa monarquia militar, em mais um passo na direcção do Dominato; teve dois filhos, Caracala e Geta que, após a sua morte (211), digladiaram-se entre si, tendo Caracala assassinado Geta (Dezembro de 211).
Caracala tornou-se desconfiado, tendo favorecido os soldados; foi morto por um membro da sua guarda, presumivelmente a mando do seu prefeito do pretório, Macrino, o qual se declarou imperador (217). Uma irmã da mulher de Septímio Severo, Júlia Mesa, conseguiu subornar uma legião e fazer com que declarassem o seu neto Heliogábalo, na verdade primo de Caracala, como seu filho e verdadeiro sucessor, tendo a revolta sido bem sucedida e Macrino morto (218).
O reinado de Heliogábalo foi marcado por excessos que levaram a que a sua avó mudasse o seu apoio para um primo, Alexandre Severo e que Heliogábalo e sua mãe fossem mortos (março de 222).
Sob Alexandre Severo o império prosperou mas começaram os primeiros problemas: invasão dos persas sassânidas (233), invasões de povos germânicos e o imperador, que preferia negociar a paz em troca de tributo do que travar a guerra, foi morto na Mogúncia (março(?) de 235), junto com a sua mãe, por tropas revoltadas ao verem tanto ouro ser dado aos bárbaros.
[editar] Anarquia militar: os imperadores-soldados (235 - 285)
Durante os cinquenta anos seguintes, o Império sofreu usurpações, derrotas e fragmentação; imperadores seriam assassinados, mortos em batalha ou pelos seus rivais, num desespero para encontrar uma solução e por fim, surgiria o Dominato, a monarquia absoluta, a qual removeria os poucos traços republicanos que Roma ainda conservava, por forma a dar ao império um último fôlego.
Após a morte de Alexandre Severo, o império caía uma vez mais nas mãos dos generais. Maximino, o Trácio é proclamado imperador pelas tropas e durante três anos prossegue com a guerra, devastando os povos germânicos; como este esforço militar exigia muito dinheiro, começaram a aumentar os abusos por parte dos funcionários imperiais em relação aos impostos. Em África esses abusos foram notórios e provocaram uma revolta (238). Proclamaram imperador o senador Gordiano, o qual associou o seu filho, Gordiano II, tendo o senado de Roma reconhecido a nomeação; Gordiano II foi morto numa batalha, e Gordiano I suicidou-se ao saber da notícia. Maximino Trácio, ao tentar dirigir-se a Roma para suprimir a revolta, deparou-se com resistência inesperada por parte da cidade de Aquileia, e os seus soldados, furiosos, mataram-no. O neto de Gordiano, Gordiano III, foi proclamado imperador e aceite por todos.
Entretanto a situação do império complicava-se. No Oriente, começa uma guerra contra os sassânidas; Gordiano III enfrenta-a, mas morre em batalha ou é morto durante a retirada (244). O seu prefeito do pretório, Filipe, proclama-se imperador.
[editar] Usurpadores e derrotas (244 - 253)
Filipe celebra o milénio de Roma (247) com pompa e fausto. Mas a situação volta a piorar. Generais nas províncias revoltam-se e proclamam-se imperadores. Ao tentar lidar com um deles, Décio, o comandante que Filipe despachara para lidar com a revolta, é por sua vez proclamado imperador; defronta Filipe em batalha e este é morto pelas tropas (249).
O novo imperador adoptou uma política dura e conservadora como forma de lidar com os problemas do Império; assim, perseguiu os cristãos e travou guerra contra os godos, na qual acabaria por ser derrotado e morto (251). Outros usurpadores ocuparam brevemente o trono durante este tempo. Em 253, Valeriano I ascenderia por sua vez ao trono e, com ele, o Império iria descer ao seu ponto mais baixo.
[editar] Valeriano e Galiano: Fragmentação e Derrota, Soluções para o Futuro (253 - 268)
Valeriano I associa ao trono o seu filho Galiano, atribuindo-lhe a parte ocidental do império e reservando para ele a parte oriental. Durante este tempo, o império estava a ser invadido por vários povos, nomeadamente godosalamanos, e ao mesmo tempo surgiam usurpadores. Em 260, Marco Cassiano Latínio Póstumo declara-se imperador na Gália, dando origem assim ao Império das Gálias, ao qual Galiano, demasiado fraco, não pode opôr-se com eficácia. No Oriente, os persas avançaram, com alguma resistência de Valeriano no início, mas com o exército romano dizimado pela peste, tenta negociar a paz com rei sassânida Shapur I, apenas para se ver aprisionado, humilhado e mais tarde morto (260). e
O seu filho Galiano tenta manter a notícia da captura e morte do seu pai um segredo, mas apenas o consegue durante um ano; por esta altura, desencadeia-se uma sequência de usurpações, em parte como resposta local às situações de necessidade perante as invasões, em parte como tentativa de dar solução aos problemas. Galiano, demasiado ocupado a derrotar usurpadores e invasores diversos, deixa que, no Ocidente, o Império das Gálias se desenvolva, e no Oriente, que o reino de Palmira se apodere de território romano, mas que Roma já não está em condições de defender.
Aos poucos, a situação vai melhorando: Galiano consegue ir derrotando ou ver assassinados sucessivamente os seus rivais, reforma o exército e consegue uma grande vitória contra os bárbaros (268) antes de ser assassinado; no Oriente, o reino de Palmira, inicialmente sob o comando de Odenato, e mais tarde, da sua viúva, Zenóbia, consegue deter os persas, mas apoderando-se cada vez mais de território romano. Caberá aos sucessores de Galiano recuperarem e reunificarem o Império pela primeira vez em quinze anos.
[editar] Recuperação e estabilização (268 - 285)
A recuperação do Império veio por fases: Cláudio II, o sucessor de Galiano, começa por infligir uma grande derrota aos godos (270) mas, atingido pela peste, morre antes de poder restaurar o Império. Aureliano, o seu sucessor, será mais bem sucedido. Em quatro anos, reincorpora ao Império as Gálias e derrota Zenóbia, recuperando assim o Oriente. Sinal dos tempos, dota Roma da sua primeira muralha desde as invasões gaulesas que haviam ocorrido há mais de 650 anos. Administrador duro e competente, estaria prestes a iniciar uma guerra contra os persas, quando é assassinado (275); com ele, pela primeira vez, os imperadores romanos são adorados como deuses em vida.
Após alguns anos, em que o Império mergulha uma vez mais na anarquia e na invasão, surge um novo e eficaz imperador, Probo (276-282), que consegue estabilizar a situação. Após o seu assassínio e os breves reinados de Caro e dos seus filhos, eis que surge o homem que irá enfim pôr ordem no império, Diocleciano (285).
[editar] Tetrarquia
A Tetrarquia foi um sistema de governo criado pelo imperador romano Diocleciano, como forma de resolver sérios problemas militares e econômicos do império romano.
Diocleciano dividiu o seu poder sobre o império entre os sectores orientais (pars Orientis) e ocidentais (pars Occidentis). Manteve o controle pessoal do sector leste e o seu colega Maximiano controlou o ocidente. Diocleciano não dividiu propriamente o poder com seu companheiro de armas Maximiliano, pois, na realidade, Diocleciano estava colocado em posição superior à de Maximiliano. A partir daí, o Império passou a ter dois Augustos, cada qual com exército, administração e capital próprios, embora Diocleciano continuasse a ser o chefe do Estado, representando a unidade do mundo romano.
[editar] O império cristão
O Império Romano passou a tolerar o cristianismo a partir de 313 d.C., com o Édito de Milão,[12] assinado durante o império de Constantino I (do Ocidente) e Licínio (do Oriente), no mesmo dia em que ocorreu o casamento de LicínioConstantia, irmã do imperador da porção oriental do Império. Com este édito, o Cristianismo deixou de ser proibido e passou a ser uma das religiões com oficiais do Império.
O Cristianismo tornou-se a única religião oficial do Império sob Teodósio I379-395 d.C.) e todos os outros cultos foram proibidos.[13] Inicialmente, o imperador detinha o controle da Igreja. A decisão não foi aceita uniformemente por todo o Império; o paganismo ainda tinha um número muito significativo de adeptos. Uma das medidas de Teodósio I para que sua decisão fosse ratificada foi tratar com rigidez aqueles que se opuseram a ela. O massacre de Tessalônica devido a uma rebelião pagã deixa clara esta posição do imperador. Um dos conflitos entre a nova religião do Império e a tradição pagã consistiu na condenação da homossexualidade, uma prática comum na Grécia antes e durante o domínio romano. (
[editar] A divisão do Império
[editar] Constantinopla
O centro administrativo do império tendia a voltar-se mais para o Oriente, por múltiplas razões. Primeiro pela necessidade de defesa das fronteiras orientais; depois porque o oriente havia se tornado a parte econômica mais vital do domínio romano; por fim Roma era uma cidade rica de vestígios pagãos, o que agora era inconveniente num império cristão: seus edifícios, sua nobreza senatorial, apegada à religião tradicional. Assim Constantino decretou a construção de uma nova capital, nas margens do Bósforo, onde havia a antiga fortaleza grega de Bizâncio, num ponto de grande importância estratégica, nas proximidades de dois importantes setores da limes: a região do baixo DanúbioImpério Sassânida. A nova cidade, que recebeu o nome de Constantinopla, isto é, "cidade de Constantino", foi concebida como uma "nova Roma" e rapidamente tornou-se o centro político e econômico do Império. Sua criação teve repercussões também no plano eclesiástico: enquanto em Roma a Igreja Católica adquiriu mais autoridade, em Constantinopla o poder civil controlou a Igreja. O bispo de Roma pôde assim consolidar a influência que já possuía, enquanto em Constantinopla o bispo baseava seu poder no fato de ser bispo da capital e no fato de ser um homem de confiança do Imperador.[11] e a fronteira do
[editar] Teodósio e o fim do império único
Teodósio foi o último imperador a reinar sobre todo o império.[14] Após sua morte em 395, seus dois filhos Arcádio e Honório herdaram as duas metades: Arcádio tornou-se governante no Oriente, com a capital em Constantinopla, e Honório tornou governante no Ocidente, com a capital em Mediolanum (atual Milão), e mais tarde em Ravenna. O estado romano continuaria com dois diferentes imperadores no poder até o século V, embora os imperadores orientais se consideravam governantes do todo. O latim era usado nos documentos oficiais tanto, se não mais, que o grego. As duas metades eram nominalmente, cultural e historicamente, se não politicamente, o mesmo estado.
[editar] O fim do Império Ocidental
O Império Romano do Ocidente sofreu invasão dos povos bárbaros (qualquer povo cuja língua não fosse o latim) e, já enfraquecido internamente, caiu em 476 com a deposição do imperador Rômulo Augústulo. Outros reisImperador romano". O Império Oriental, com capital em Constantinopla, continuou a existir por quase mil anos, até 1453. estabeleceram-se em Roma, embora não mais usassem o título de
FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário