Peste negra
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Peste negra é a designação por que ficou conhecida, durante a Baixa Idade Média, a pandemia de peste bubónica (português europeu) ou bubônica (português brasileiro) que assolou a Europa durante o século XIV e dizimou entre 25 e 75 milhões de pessoas[1][2], sendo que alguns pesquisadores acreditam que o número mais próximo da realidade é de 75 milhões [3], um terço da população da época.
A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis[4], transmitida ao ser humano através das pulgas (Xenopsylla cheopis) dos ratos-pretos (Rattus rattus) ou outros roedores. Os surtos de peste bubônica têm origem em determinados focos geográficos onde a bactéria permanece de forma endêmica, como no sopé dos Himalaias e na região dos Grandes Lagos Africanos. As restantes populações de roedores infectados hoje existentes terão sido apenas contaminadas em períodos históricos.
As populações de alguns roedores das pradarias vivem em altíssimos números em enormes conjuntos de galerias subterrâneas que comunicam umas com as outras. O número de indivíduos nestas comunidades permite à peste estabelecer-se porque, com o constante nascimento de crias, há sempre suficiente número de novos hóspedes de forma contínua para a sua manutenção endémica. Naturalmente que as populações de ratos e de humanos nas (pequenas) cidades medievais nunca tiveram a massa crítica contínua de indivíduos susceptíveis para se manterem. Nessas comunidades de homens, a peste infecta todos os indivíduos susceptíveis até só restarem os mortos e os imunes. Só após uma nova geração não imune surgir e se tornar a maioria, pode a peste regressar. Nas comunidades humanas, portanto, a peste ataca em epidemias.
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[editar] História
[editar] A Peste na Antiguidade
Há várias referências a epidemias mortíferas na Bíblia. No período medieval, em que a peste era a principal doença epidémica mortífera, estas alusões foram interpretadas como referentes a ela, uma ideia que tem sido aceite por muitos historiadores até ao presente. No entanto, não existe nenhum dado clínico que permita identificar as doenças epidémicas da Bíblia, como aquela que Deus teria mandado contra os filisteus como castigo após terem roubado a Arca da aliança.
Do ponto de vista médico, é improvável que a doença bíblica tenha sido peste. Não há referências claras a bubos, nem a nenhum sintoma característico, e na altura havia muitas doenças capazes de matar muitas pessoas em pouco tempo. Se tivesse sido peste, teria de vir de algum reservatório animal, e nesse caso teria continuado a aparecer com alguma frequência na região. No entanto, os antigos Hipócrates e Galeno não a mencionam nos seus textos e a violência extrema com que dizimou as populações durante a era de JustinianoIdade Média fazem supor que não haveria imunidades entre as populações da Europa e Médio Oriente nessa altura. e a
A epidemia descrita por Tucídides que atingiu Atenas no século de PériclesGuerra do Peloponeso contra Esparta, matando um terço da população, também foi considerada como peste. É muito mais provável, no entanto, que tenha sido outra doença como sarampo ou varíola, na altura doenças mortíferas devido à baixa imunidade, e, de qualquer forma, a população da Grécia então era insuficiente para lhe permitir estabelecer-se, pelo que desapareceu sem rastro. (século V a.C.), durante a
Só no século I é que Rufus de Éfeso, um médico grego, nos dá uma descrição mais clara de peste na Líbia, Egipto e Síria. Ele descreve os bubos duros, febre alta, dor e delírio encontrados pelos seus colegas Dioscorides e Posidoniusséculo III a.C. que a teria descrito, o que leva alguns historiadores a supor que já seria endémica no Mediterrâneo desde há muito. No entanto, será mais provável que estas epidemias do século I sejam devidas a raros viajantes infectados. De facto foi por volta dos primeiros anos da Era de Cristo que as primeiras ligações regulares por barco do Egipto Romano para a Índia foram efectuadas. A peste é transmissível de pessoa para pessoa, mas esse modo de transmissão mata rapidamente (em 2-3 dias) e é ineficaz, logo as epidemias deste tipo são de curta duração e extensão. Como não existiriam populações de roedores infectados nessa altura perto do Mediterrâneo, a transmissão epidémica da peste por toda a Europa e Médio Oriente seria impossível. Abdalatif destacou-se no estudos sobre a peste e deixou para o presente um importante relato sobre a peste que nos anos de 1200 a 1201Cairo, Egipto. nessas regiões. A descrição da doença por Rufus deixa claro que a doença era extremamente incomum na região nessa altura, apesar da sua referência por um médico do assolou o
[editar] A Peste de Justiniano
A praga de Justiniano ocorreu no Império Romano do Oriente, mais conhecido como Império Bizantino, em 541 e 542. Os historiadores da época dão-nos a primeira descrição inconfundível da peste.
Esta pandemia provavelmente originou-se na Etiópia a partir do reservatório dos Grandes Lagos, ou pelos navios romanos que faziam comércio com a Índia, e entrou no território de Bizâncio no Egipto. Nessa altura o Egipto pagava a anona, o imposto de grão de trigo, para abastecer os mercados de Constantinopla, como fizera anteriormente a Roma. Teria sido por esses navios que a peste chegou à capital. Nesta cidade de quase um milhão de habitantes, a peste matou no seu pico cerca de 10 000 pessoas por dia, segundo o historiador da época Procópio de Cesareia, acabando por matar ao todo 40% da população da cidade. A nobreza foi também dizimada, levando o ImperadorJustiniano a promulgar leis novas de sucessão para lidar com a situação da perda aguda dos seus militares e burocratas.
Nessa altura, o Império Bizantino lutava contra a ocupação bárbara das terras do antigo Império Romano do Ocidente, tendo já, graças aos seus generais Belisário e ao escravo imperial e eunuco Narses, recuperado o norte de África, incluindo Cartago dos vândalos, e a Itália e o sul da Península IbéricaAlgarve) dos ostrogodos e visigodos. A perda de fundos e de homens na capital devido à peste foi determinante na cessação das hostilidades no período de maior sucesso, levando finalmente à derrota da campanha pela pressão contínua das tribos bárbaras não conquistadas que aí habitavam. (incluindo o
Ao todo teria morrido 25% da população das costas do Mediterrâneo Oriental, cerca de 9 milhões de pessoas.
FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
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