Hadeano
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éon Hadeano |
Na escala de tempo geológico, o Hadeano é éon mais antigo que começou há cerca de 4,57 bilhões de anos, com o princípio do processo de formação dos planetas do Sistema Solar, e terminou, na Terra, há aproximadamente 3,85 bilhões de anos, quando surgiram as primeiras rochas, marcando o início do éon Arqueano.
O nome "Hadeano" vem do grego hades, que significa "inferno", e foi cunhado pelo geólogo Preston Cloud para o período sobre o qual se tem pouca ou nenhuma informação geológica. Não é reconhecido pela Comissão Internacional sobre Estratigrafia da União Internacional de Ciências Geológicas no seu Quadro Estratigráfico Internacional, por não haver rochas tão antigas, mas é um conceito amplamente aceito por outras fontes.
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[editar] Subdivisões
Uma vez que restam poucos vestígios geológicos deste período na Terra não existem subdivisões oficiais. Porém, várias das principais divisões da escala de tempo geológico lunar ocorreram no Hadeano, e são por vezes usadas de modo não-oficial para referir-se aos mesmos períodos de tempo na Terra.
[editar] Formação do Sistema Solar
A formação do Sistema Solar durante o Hadeano iniciou-se com a contração da Nebulosa Solar original, provavelmente devido às ondas de choque de uma supernova próxima. Seguiu-se o colapso gravitacional da Nebulosa Solar num disco rotativo com a maior parte da massa concentrada no centro, na forma de gás hidrogênio (H2), formando o proto-Sol. A compactação gravitacional continuou até que se iniciou a fusão nuclear de hidrogênio em hélio (He), com liberação contínua de luz e calor pelo Sol.
Partículas de poeira de composição diversa, vestígios de estrelas extintas, acumularam-se num disco de acreção proto-planetário ao redor da estrela nascente. Os mais antigos materiais sólidos do Sistema Solar são inclusões ricas em cálcio e alumínio (Calcium-Aluminum-rich Inclusions – CAIs), com idades de até 4,566 bilhões de anos, encontradas em meteoritos
condritos carbonáceos, as quais estabelecem uma data-limite inicial
para a formação planetária. Materiais rochosos e metálicos conseguiram
se solidificar nas temperaturas mais elevadas próximo do Sol, enquanto o
vento solar varria os materiais mais leves como água (H2O), amônia (NH3) e metano (CH4) para longe, onde as temperaturas mais baixas permitiram sua solidificação.
Grãos de poeira grudaram uns nos outros até que os planetesimais
ficassem grandes o bastante para começar a atrair material com seus
próprios campos gravitacionais. Seu crescimento desenfreado levou a
dezenas de proto-planetas que se chocavam violentamente uns com os outros. A Terra e a LuaBig Splash, quando um proto-planeta de tamanho aproximado ao de Marte
colidiu com outro com cerca de metade do tamanho da Terra atual. Esse
impacto deixou a Terra 2/3 completa e atirou grande quantidade de
material em sua órbita, o qual se condensou para formar um satélite natural. O proto-Vênus
parece ter sofrido também um grande impacto no princípio de sua
formação, que foi capaz de inverter o sentido de rotação do planeta. No
entanto, como nenhuma lua se formou nesse caso, a colisão deve ter se
dado de tal modo que o material ejetado para o espaço se precipitou de
volta sobre sua superfície; os dois proto-planetas se fundiram
completamente. formaram-se, segundo a hipótese do
A energia das colisões entre os grandes proto-planetas juntamente com o decaimento radioativo
de seus materiais formativos geraram uma grande quantidade de calor, de
tal modo que os planetas teriam sido inicialmente derretidos. O
material mais denso – ferro (Fe) e níquel (Ni) fundidos – afundou para se tornar os núcleos dos planetas, ao passo que material menos denso compôs os mantos. O material de menor densidade – basicamente silicatos – formou uma espécie de escória superficial, o magma, cuja solidificação ocorreu à medida que os planetas esfriaram, originando as crostas
planetárias. O ferro da proto-Terra já teria sido drenado para o núcleo
quando o grande impacto formador da Lua aconteceu, e o núcleo de ferro
do outro proto-planeta afundou e fundiu-se com o da proto-Terra. Desse
modo, o material que formou a Lua era originário de mantos rochosos,
carentes de ferro, o que explica sua densidade mais baixa que a da
Terra.
Os primeiros planetas a se formar na parte mais externa da Nebulosa
Solar agregaram ainda boa parte do material volátil presente nessa
região, originando os planetas gigantes gasosos – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Outros mundos formados nessa área acabaram capturados
gravitacionalmente por estes gigantes, tornando-se suas luas. Por terem
se formado em regiões mais distantes, esses últimos freqüentemente
possuem muito gelo de água e de amônia, tanto em suas crostas quanto em
seus mantos. É provável que o manto da lua Europa, de Júpiter, seja um oceano de água, e possível que mares de metano e etano líquidos banhem a gélida superfície da lua Titã de Saturno, coberta por densa atmosfera rica em hidrocarbonetos.
As superfícies de vários corpos planetários revelam que até cerca de
3,8 bilhões de anos os mundos recém-formados foram continuamente
bombardeados por detritos meteóricos. Por fim, plantésimos que não se
agregaram permaneceram no Cinturão de Asteróides, entre Marte e Júpiter, no Cinturão de Kuiper, além de Netuno, ou foram catapultados gravitavionalmente por Júpiter para a Nuvem de Oort,
nos confins do Sitema Solar. Os do primeiro grupo têm composição
rochosa ou metálica, enquanto os dos dois últimos têm bastante gelo em
sua composição, bem como vários compostos de carbono (C), nitrogênio (N) e enxofre
(S). Caso suas órbitas os levem às regiões internas do Sistema Solar,
seu gelo é volatilizado pela energia do Sol e carregado pelo vento
solar, formando uma cauda brilhante – são os cometas.
[editar] A Terra Hadeana
A Terra primordial era provavelmente muito quente devido à liberação
de energia mecânica durante o processo de acreção planetária, em
especial a fase final das grandes colisões, e ao decaimento radioativo
de elementos em seu interior. A fusão do interior do planeta permitiu
que o ferro mais denso afundasse para o centro, formando um núcleo
pesado; o material menos denso, rico em silicatos, ascendesse para a
superfície, formando um oceano de magma; e o material entre o núcleo e o
magma, com densidades variáveis, formasse o manto do planeta. O oceano
de magma, ao esfriar, formou uma camada de crosta basáltica semelhante
ao assoalho dos oceanos atuais, talvez em apenas uns poucos anos ou
décadas. Mas qualquer fina crosta que se formasse seria destroçada pelas
freqüentes colisões meteoríticas; somente quando o bombardeio
meteorítico pesado abrandou, a crosta planetária pôde se estabilizar.
A diferenciação dos materiais fundidos da Terra primeva teria também
permitido a liberação de componentes gasosos formados em seu interior. Vulcões modernos liberam gases quando o magma é trazido à superfície, os quais nos indicam a composição da atmosfera primordial da Terra: vapor d’água (H2O), gás carbônico (CO2), monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), cloreto de hidrogênio (HCl), nitrogênio (N2) e hidrogênio (H2) molecular. A atmosfera da Terra hadeana foi provavelmente rica em CO2,
talvez tanto quanto as atmosferas de Vênus e de Marte. O efeito estufa
resultante foi importante para manter a Terra moderadamente aquecida
após a consolidação de sua crosta; na época, o jovem Sol tinha cerca de
80% de sua luminosidade atual, o que causaria condições glaciais no
globo sob as pressões terrestres, não fosse pelo efeito-estufa da
atmosfera hadeana.
É provável que a Terra tenha adquirido parte de sua água e das
substâncias necessárias às reações precursoras da vida a partir de
colisões com cometas. O vapor d’água teria se condensado na atmosfera
terrestre e chovido de volta sobre a superfície, cobrindo a crosta
primitiva com lagos, mares e por fim oceanos. O ciclo das chuvas teve um
importante papel no resfriamento do planeta: ao evaporar, a água
absorvia calor do oceano de magma exposto à atmosfera ou coberto pela
tênue crosta; mais tarde, ao se condensar na alta atmosfera, a água
irradiava esse calor para o espaço.
Grãos de silicato de zircônio incrustados em rochas metamórficas do grupo Warrawoona na Austrália
ocidental foram datados em até 4,4 bilhões de anos, indicando que por
essa época uma crosta estava se consolidando. Também pela análise
química desses grãos, pesquisadores concluíram que o mineral apenas
poderia ter se formado na presença de água líquida, portanto num
ambiente de temperaturas superficiais abaixo de 100o C e acima de 0o
C, considerando que a pressão atmosférica de então não fosse muito
diferente da que é atualmente. A interação entre a rocha e a água deve
ter ocorrido entre os eventos cataclísmicos que fundiam grandes porções,
mas não mais a totalidade, da crosta terrestre. Esses impactos
continuaram intensos até o fim do Hadeano.
[editar] Vida Hadeana
Desse modo, a Terra foi o único mundo no Sistema Solar em que, nas
fases finais do processo de formação planetária, se criaram condições
propícias ao surgimento da vida, a saber, temperaturas e pressões adequadas para a presença perene de água líquida em sua superfície, mantida por um ciclo hidrológico
que inclui o gelo dos pólos e o vapor da atmosfera. A água pôde atuar
como solvente de substâncias químicas diversas, em especial compostos de
carbono, que puderam reagir mais facilmente, inaugurando rotas bioquímicas que culminaram no aparecimento dos primeiros seres vivos.
FONTE; Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
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