Geografia
O oeste maranhense está dentro da área de atuação do clima equatorial com médias pluviométricas e térmicas altas. Já na maior parte do Estado, se manifesta o clima tropical com chuvas distribuídas nos primeiros meses do ano, mas o estado não sofre com períodos de seca.
Do ponto de vista ecológico, o Maranhão apresenta uma grande
diversidade de espécies de plantas e animais. Na região oeste do estado
estão demarcados de 300 mil hectares de terra referentes à Reserva
Biológica do Gurupi, que é o que restou da floresta amazônica no
Maranhão.
- Amazônica: Predominante no oeste do Estado e encontra-se muito devastada em consequência das siderúrgicas de ferro gusa .
- Mata de Cocais: Mata característica do Maranhão onde predomina o babaçu e carnaúba. Cobre a parte central do Estado.
- Campos: Próxima ao Golfão Maranhense, tem como característica vegetação herbácia alagável pelos rios e lagos da Baixada Maranhense.
- Mangues: Predominam no litoral maranhense desde a foz do Gurupi até a foz do Periá.
- Cerrado: vegetação predominante no Maranhão. Formada por árvores de porte médio e vegetação rasteira.
O Maranhão possui o segundo maior litoral do Brasil com 640 km de
extensão, indo desde o Delta do rio Parnaíba até a foz do rio Gurupi. Ao
longo de sua extensão, podem ser encontradas diversas praias além de
regiões de mangues.
- Rios limítrofes: Tocantins, Gurupi, Parnaíba e Manuel Alves Grande.
- Rios que nascem e deságuam em território maranhense: Mearim, Pindaré,Turiaçu, Itapecuru, Munim e Grajaú.
[editar] Relevo
Com altitudes reduzidas e topografia regular, apresenta um relevo
modesto, com cerca de 90% da superfície abaixo dos 300 metros. Apresenta
duas regiões distintas: a planície litorânea e o planalto tabular.
A primeira delas, ao norte, compreendendo toda região litorânea, é
formada por planícies de baixas altitudes marcadas por extensas praias,
tabuleiros e baixadas alagadiças. Destaca-se em especial as grandes
extensões de dunas e as baías de São Marcos e São José. Nesta região encontra-se uma das três ilha-capitais do Brasil, a Ilha de São Luís (ou Upaon-Açu na língua tupinambá), onde estão localizados os municípios de São Luís (capital do estado), Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar.
Ao nordeste do estado maranhense encontra-se uma interessante formação
geológica de dunas e lagoas de água doce sobre uma área de 155 mil
hectares, os Lençóis Maranhenses, também conhecida como deserto brasileiro.
No centro-sul nota-se a predominância do relevo de planaltos e chapadas com formação de serras e abrangendo uma porção do Planalto Central brasileiro. Pode-se obter uma boa noção do relevo maranhense através de uma imagem de satélite onde se evidenciam as duas regiões mencionadas.
[editar] Economia
A economia maranhense foi uma das mais prósperas do país até a metade do século XIX. Mas após o fim da Guerra Civil Americana,
quando perdeu espaço na exportação de algodão, o estado entrou em
colapso, agravado pelo abandono gerado pelos governos imperial e
republicano; somente após o final da década de 1960 no século XX o
estado passou a receber incentivos e saiu do isolamento, com ligações
férreas e rodoviárias com outras regiões. A inauguração do Porto do Itaqui,
em São Luís, um dos mais profundos e movimentados do país, serviu para
escoar a produção industrial e de minério de ferro vinda de trem da Serra dos Carajás, atividade explorada pela Vale.
A estratégica proximidade com os mercados europeus e norte-americanos
fez do Porto uma atraente opção de exportação, mas padece de maior
navegação de cabotagem. A economia estadual atualmente se baseia na
indústria de transformação de alumínio, alimentícia, madeireira, extrativismo (babaçu), agricultura (soja, mandioca, arroz, milho), na pecuária e nos serviços.
São Luís concentra grande parte do PIB do estado; a capital passa por
um processo marcante de crescimento econômico, sediando mais de três
universidades (duas públicas e uma privada), além de uma dezena de
centros de ensino e faculdades particulares. A expansão imobiliária é
visível, mas o custo de vida ainda é bastante elevado e a exclusão
social acentuada. Há grande dependência de empregos públicos.
[editar] Setor primário
A agricultura e a pecuária são atividades importantes na economia do
Maranhão, além da pesca, que lhe dá a liderança na produção de pescado
artesanal do país. Afinal, o estado possui 640 km de litoral, o segundo
maior do Brasil, que fornece produtos bastante utilizados na culinária
regional, como o camarão, caranguejo e sururu.
O Maranhão aumentou a produção de grãos, em 2000, e teve
significativo crescimento industrial, de acordo com a Sudene. Apesar
disso, o estado está entre os mais pobres do país.
[editar] Setor terciário
O Maranhão, por ser localizado em um bioma de transição entre o sertãonordestino e a Amazônia, apresenta ao visitante uma mescla de ecossistemasBrasil, com a do Pantanal Mato-Grossense. Possui mais de 640 km de litoral, sendo, portanto, o estado com o 2º maior litoral brasileiro, superado apenas pela Bahia. O turismo praticado nele pode ser classificado em 2 tipos: turismo ecológico e turismo cultural/religioso. somente comparada, no
O Maranhão tem o privilégio de possuir, devido a exuberante mistura
de aspectos da geografia, a maior diversidade de ecossistemas de todo o
País. São 640 quilômetros de extensão de praias tropicais, floresta
Amazônica, cerrados, mangues, delta em mar aberto e o único deserto do
mundo com milhares de lagoas de águas cristalinas. Essa diversidade está
organizada em cinco pólos turísticos, cada um com seus atrativos
naturais, culturais e arquitetônicos, muitos ainda por serem
descobertos. São eles: O Pólo turistico de São Luís, o Parque Nacional
dos Lençóis Maranhenses, O Parque Nacional da Chapada das Mesas, O Delta
do Parnaíba e o Pólo da Floresta dos Guarás.
O Pólo turistico de São Luís, localizado na ilha Upaon-Açu, que
abrange os municípios que compõem a Ilha, a capital São Luís, São José
de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, e a cidade Monumento de Alcântara.
O Parque dos Lençóis, situado no litoral oriental do Maranhão,
envolve os municípios de Humberto de Campos, Primeira Cruz, Santo Amaro e
Barreirinhas. Seu maior atrativo é o Parque Nacional dos Lençóis
Maranhenses, belo e intrigante fenômeno da natureza, um paraíso
ecológico com 155 mil hectares de dunas, rios, lagoas e manguezais.
O Parque Nacional da Chapada das Mesas, um paraíso de 160.046
hectares de cerrado localizado no Sudoeste Maranhense. São inúmeras as
surpresas que uma viagem à Chapada das Mesas pode revelar ao viajante,
como banhos em Cachoeiras, trilhas ecológicas em cavernas e
desfiladeiros, rappel, visitas em sítios arqueológicos com inscrições
rupestres, mergulhos em rios de águas cristalinas e outras belas
paisagens. As principais cidades do pólo são Imperatriz, Carolina e
Riachão, circundadas por um mundo mágico e grandioso.
O Delta do Parnaíba é o terceiro maior delta oceânico do mundo. Raro
fenômeno da natureza que ocorre também no rio Nilo, na África, e Mekong,
no Vietnã. Sua configuração se assemelha a uma mão aberta, onde os
dedos representariam os principais afluentes do Parnaíba, que se
ramificam formando um grandioso santuário ecológico. Rios, flora, fauna,
dunas de areias alvas, banhos em lagoas e de mar são alguns atrativos
que o lugar oferece. Localizado a nordeste do Estado, na divisa com o
Piauí. Envolve a região sob influência do Delta do Rio Parnaíba, que tem
setenta por cento da sua área no Maranhão. Tutóia, Paulino Neves e
Araioses são os principais municípios. Deste último partem excursões
turísticas para o Delta.
O Pólo da Floresta dos Guarás fica na parte amazônica do Maranhão, no
litoral ocidental do Estado. Incluído como Pólo ecoturístico por
excelência, envolve os municípios de Cedral, Mirinzal, Cururupu,
Guimarães e Porto Rico do Maranhão, entre outros. Seu nome deve-se à
bela ave de plumagem vermelha, comum na região. O lugar, que conta com
incríveis atrativos naturais e culturais, destaca-se como um santuário
ecológico, formado por baías e estuários onde os rios deságuam em meio a
manguezais. Entre os maiores atrativos turísticos deste Pólo, está a
Ilha dos Lençóis, em Cururupu. Outros atrativos: Praias de Caçacueira,
São Lucas e Mangunça; Parcel de Manuel Luís, um banco de corais ao
alcance apenas de mergulhadores profissionais; estaleiros, onde os
mestres constroem embarcações típicas do Maranhão, inteiramente
artesanais; pássaros como guarás, garças, colhereiros e marrecos.
[editar] Demografia
Cidades mais populosas do Maranhão | ||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Posição | Cidade | Microrregião | População | Posição | Cidade | Microrregião | População | |||
1 | São Luís | São Luís | 997 098 | 11 | Balsas | Balsas | 83 617 | |||
2 | Imperatriz | Imperatriz | 236.691 | 12 | Barra do Corda | Alto Mearim | 81 329 | |||
3 | Timon | Caxias | 150 635 | 13 | Pinheiro | Baixada Maranhense | 77 182 | |||
4 | Caxias | Caxias | 148 072 | 14 | Santa Luzia | Pindaré | 71 455 | |||
5 | São José de Ribamar | São Luís | 139 473 | 15 | Chapadinha | Chapadinha | 70 537 | |||
6 | Codó | Codó | 121 937 | 16 | Buriticupu | Pindaré | 64 685 | |||
7 | Paço do Lumiar | São Luís | 103 958 | 17 | Coroatá | Codó | 63 081 | |||
8 | Açailândia | Imperatriz | 101 130 | 18 | Itapecuru-Mirim | Itapecuru Mirim | 56 810 | |||
9 | Bacabal | Médio Mearim | 98 489 | 19 | Grajaú | Alto Mearim e Grajaú | 56 633 | |||
10 | Santa Inês | Pindaré | 85 701 | 20 | Barreirinhas | Lençois Maranhenses | 50 354 | |||
Fonte: IBGE, estimativa populacional 2009[4] |
|
O Maranhão possui 217 municípios distribuídos em uma área de 331.983,293 km²,[5] sendo o oitavo maior estado do Brasil, um pouco menor que a Alemanha. Sua população estimada em 2007 é de 6.118.995 habitantes,[5] sendo o décimo estado mais populoso do país, com população superior à da Jordânia. Cerca de 70% dos maranhenses vivem em áreas urbanas.[6] O Maranhão possui 18,43 habitantes por km², sendo o décimo sexto na lista de estados brasileiros por densidade demográfica.
[editar] Indicadores sociais
O Maranhão é um dos estados mais pobres do Brasil, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) igual a 0,683, comparável ao do Brasil em 1980 e superior apenas ao de Alagoas na lista dos estados brasileiros por IDH. O estado possui a segunda pior expectativa de vida do Brasil, também superior apenas à de Alagoas.
Segundo o livro Honoráveis Bandidos, a família Sarney, através do seu envolvimento na política, fez com que o estado empobrecesse e as pessoas migrassem da região.
- Déficit habitacional
De acordo com um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas
em 2007, o Maranhão é o estado com o maior déficit habitacional
relativo do país. O Maranhão apresenta um índice de 38,1% (que equivale
ao número de imóveis existentes, dividido pelo de moradias necessárias
para suprir a demanda da população). Em termos absolutos, o déficit no
estado chega a 570.606 unidades, o quinto maior do país. O déficit
maranhense representa 7,14% do déficit absoluto total brasileiro,
estimado em 7.984.057. A média maranhense é quase três vezes maior do
que a nacional, de 14,6%. Para a FGV, as causas do déficit no estado
estariam relacionadas à má distribuição de renda, à inadimplência do
Estado e Municípios e à política aplicada no setor. O então secretário
adjunto da Secretaria de Estado das Cidades, Desenvolvimento Regional
Sustentável e Infra-Estrutura (Secid), Heraldo Marinelli, contestou
parte dessas causas. Para ele, o déficit "não têm correlação com a falta
de políticas ao setor e com a inadimplência de Estado e Municípios" e
também influenciaria o "processo histórico de concentração de renda" no
estado.[7]
Ano | Português | Redação |
---|---|---|
2006[8] Média |
31,35 (24º) 36,90 |
48,93 (22º) 52,08 |
2007[9] Média |
45,15 (21º) 51,52 |
54,84 (16º) 55,99 |
2008[10] Média |
35,62 (21º) 41,69 |
57,99 (17º) 59,35 |
- Educação
De acordo com dados divulgados pelo IBGE em 2009, o Maranhão possui o
maior número de crianças entre oito e nove anos de idade analfabetas.
Quase 40% das crianças do estado nessa faixa etária não sabem ler e
escrever, enquanto que a média nacional é de apenas 11,5%. Os dados do
IBGE, porém, não oferecem um diagnóstico completo da situação, pois se
baseiam somente na informação de pais sobre se seus filhos sabem ler e
escrever um bilhete simples.[11][12] Em 2006, os alunos Maranhão obtiveram a quarta pior nota na prova do ENEM de língua portuguesa.
Em 2007, obtiveram a sétima pior, que foi mantida na avaliação de 2008.
Na redação, os alunos se sairam um pouco melhor, apresentando a sexta
pior nota em 2006 e subindo seis posições em 2007.
- Mortalidade infantil
O Maranhão apresenta o segundo maior índice de mortalidade infantil do Brasil,
inferior apenas ao de Alagoas. De acordo com dados do IBGE, de cada mil
nascidos no Maranhão por ano, 39 não sobreviverão ao primeiro ano de
vida. Vários fatores contribuem para o alto índice de mortalidade
infantil no estado, dentre eles o fato de que metade da população tem
acesso à rede de esgoto e quase 40% não tem acesso a água tratada.[6]
[editar] Etnias
O Maranhão é um dos estados mais miscigenados do país, o que pode ser demonstrado pelo número de 68,8% de pardos auto-declarados ao IBGE, resultado da grande concentração de escravos indígenas e africanos nas lavouras de cana-de-açúcar, arroz e algodão; os grupos indígenas remanescentes e predominantes são dos grupos linguísticos Jê e Tupi. No tronco Macro-Jê destaca-se a família Jê, com povos falantes da língua TimbiraApanyekra e Ramkokamekra), Krikati, Gavião (Pukobyê), Kokuiregatejê, Timbira do Pindaré e Krejê. No Tronco Tupi a família tupi-guarani, com os povos falantes das línguas Tenetehára: Guajajara, TembéUrubu-Kaapor, além dos Awá-Guajá e e um pequeno grupo Guaranis, concentrados principalmente na pré-Amazônia, no Alto Mearim e na região de Barra do Corda e Grajaú. (Mehim), Kanela ( e
Raça | Porcentagem |
---|---|
Branca | 24,9% |
Negra | 5,5% |
Parda | 68,8%% |
Indígena | 0,7% |
Fonte: PNAD[13] |
Houve forte tráfico negreiro entre os séculos XVIII e XIX, que trouxe milhares de negros da Costa da Mina e da Guiné, mas precisamente do Benin, antigo Daomé, Ghana e Togo, mas também em levas não menos importantes de africanos do Congo, Cabinda e Angola. Muitas das tradições maranhenses tem a forte marca das culturas africanas: culinária (Arroz de Cuxá), religião (Tambor de Mina e Terecô), festas (Bumba-Meu-Boi e Tambor de Crioula) e músicas (Reggae). Atualmente, o Maranhão conta muitas comunidades quilombolas em toda região da Baixada, rio Itapecuru e Mearim.
A população branca, 24,9% é quase exclusivamente composta de descendentes de portugueses, dada a pequena migração de outros europeus para a região. Ainda no início do século XX a maior parte dos imigrantes portugueses era oriunda dos Açores e da região de Trás-os-Montes. Também no século XX vieram contingentes significativos de sírios e libaneses, refugiados do desmonte do Império Otomano e que hoje têm grande e tradicional presença no estado. A proximidade com a cultura portuguesa
e o isolamento do estado até a metade do século XX gerou aqui um
sotaque próprio e ainda bastante similar ao português falado em
Portugal, praticando os maranhenses uma conjugação verbal e pronominal
vizinha àquela lusitana.
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