domingo, 31 de outubro de 2010

GRANDES CONSTRUÇÕES DA ARQUITETURA MUNDIAL ( O Palácio de Versalhes/França-EUROPA ) "Sexta Parte"

L'Opéra




Vista do interior da Ópera em 1770.
Desde a época de Luís XIV, o Palácio de Versalhes queria—e necessitava—de um teatro permanente. Antes da construção de l’Opéra, foram construidos teatros temporários tanto nos jardins como no palácio — grands appartements, escalier des ambassadeurs, aile de Midi — onde a salle de spectacle de Luís XIV teve curta vida — la grande écurie, la cour de marbre, etc. De qualquer forma, em 1740, Luís XV ordenou que Ange-Jacques Gabriel constituísse um teatro permanente no extremo Norte da aile de Nord, no local que havia sido escolhido por Luís XIV.[151] O projecto requereu trinta anos para ficar completo baseado em restrições financeiras originadas pela Guerra dos Sete Anos e à recolocação de residentes do extremo Norte da aile de nobles. As obras de construção na Ópera começaram em 1765 e ficaram completas em 1770; à época representava o mais refinado exemplo em desenho de teatro — tendo 712 lugares, era o maior tratro da Europa naquele tempo — e actualmente permanece como um dos poucos teatros sobreviventes do século XVIII. A ópera Persée, de Lully, inaugurou o teatro de Opéra no dia 16 de Maio de 1770Luís XVI — com Maria Antonieta.[152] em celebração do casamento do delfim — o futuro
O desenho de Gabriel para a Opéra era único para a época, com um característico plano oval.[153] Como uma medida económica, o chão do nível da orquestra pode ser elevado até ao nível do palco, dobrando, deste modo, o espaço do chão. Foi planeado que a Opéra serviria não somente para teatro, mas também como salão de baile ou galeria de banquetes.[154] Construido inteiramente em madeira, a qual era pintada em falso mármore para representar pedra, a Opéra tinha excelente acústica e representa um dos mais refinados exemplares da decoração neoclássica. O tema da decoração está relacionado com Apolo e devindades Olímpicas. A decoração da Opéra foi realizada por Augustin Pajou, que executou os painéis em baixo-relevo que decoram a frente das galerias. O tecto apresenta óleos de Louis Jean-Jacques Durameau nos quais Apolo e as Musas são representados.[155]
Apesar da excelente acústica e do opulento cenário, a Opéra não foi usada frequentemente durante o reinado de Luís XVI, em grande medida devido aos custos. Por uma única actuação realizada na Opéra, eram necessárias não menos de 3.000 poderosas velas,[156] sendo que determinada vez foram utilizadas 10.000 velas.[157] Dado que as velas de sebo ardiam depressa e emitiam fuligem e odores desagradáveis, eram usadas velas de cera virgem. Durante o reinado de Luís XVI o preço duma vela de cera virgem representava aproximadamente aquilo que um camponês ganhava numa semana.
Quando a família Real deixou Versalhes, em Outubro de 1789, o palácio e a Opéra foram fechados. Enquanto que o palácio viu alguma actividade no tempo de Napoleão Bonaparte (redecoração de partes dos apartamentos da rainha para a Imperatriz Marie-Louise) e Luís XVIII, a Opéra não reabriu antes de 1837, quando Luís Filipe redecorou o teatro e apresentou a peça Le Misanthrope de Molière. Em 1872, durante a Comuna de Paris, a Opéra foi convertida por Edmond de Joly para uso pela Assembleia Nacional, a qual se serviu da Opéra até 1876; entre 1876 e 1879, o Senado reuniu aqui.[158] O período entre 1952 e 1957 testemunhou importantes obras de restauro da Opéra que foi recuperada para o seu estado em 1770. A Opéra reabriu oficialmente no dia 9 de Abril de 1957 na presença da Rainha Isabel II do Reino Unido, com a apresentação do segundo acto da ópera Les Indes Galantes de Rameau. Desde o seu restauro, a Opéra tem sido utilizada em funções de Estado, tal como palco de uma variedade de eventos musicais e operáticos.[159]
Foi nesta ópera que Maria Antonieta quebrou as tradições da Corte ao aplaudir os actores. De inicio foi olhada com estranheza, mas esta acção particular foi seguida por todos os espectadores em Versalhes.[carece de fontes?]

[editar] Parque e jardim




Plano do Palácio de Versalhes e dos jardins, desenhado em 1746, pelo abade Delagrive, geógrafo da Cidade de Paris.
Os campos de Versalhes contêm um dos maiores jardins formais alguma vez criados, com extensos parterres, fontes e canais,[13] desenhados por André Le Nôtre.[11] Le Nôtre modificou os jardins originais, ampliando-os e dando-lhes um sentido de abertura e escala. Também gostava de usar a luz do Sol no seu maravilhoso trabalho de arte. Criou um plano centrado em volta do eixo central do Grand Canal. Os jardins estão centrados na fachada Sul do palácio, o qual está colocado num terraço para dar uma grande vista dos jardins.[13] Ao fundo das escadas está localizada a Fonte de Letona. Esta fonte consta uma história tomada do poema de Ovídio, Metamorfoses e servia (ainda serve) como uma alegoria às Fronda. Próxima, fica a Avenida Real ou o Tapis Vert. Rodeando este conjunto, para os lados, ficam os jardins formais.[13] Por trás destes fica a Fonte de Apolo. Esta fonte simboliza o regime de Luís XIV, ou, o Rei-Sol. Por trás desta fonte repousa o Grand Canal. À distância, encontram-se os densos bosques dos campos de caça do Rei.
Providenciar água suficiente para abastecer as fontes de Versalhes foi um problema desde o início da construção. A água necessária para alimentar as fontes do palácio era providenciada pela Machine de Marly, actualmente localizada em Bougival. Esta máquina era induzida pela corrente do Sena, a qual movia catorze vastas pás giratórias, sendo um milagre da moderna Engenharia hidráulica, talvez a maior máquina integrada do século XVII. A máquina bombeava água para os reservatórios de Louveciennes (onde a Madame du Barry tinha um pavilhão na década de 1760, o Château de Louveciennes). A água fluia, então, ou para abastecer a cascata do Château de Marly ou, passando através de uma elaborada rede subterrânea de reservatórios e aquedutos, em direcção às fontes de Versalhes.[160] Apenas uma podia ser operada com caudal suficiente de cada vez, invariavelmente o local onde o rei estava. Os sistemas de tubulação de abastecimento do parque tinha um comprimento de mais de 160 quilômetros.[161]
Na noite de 25 para 26 de Dezembro de 1999, ventos de 210 km/h atingiram Versalhes por 2 horas. Das 200.000 árvores, mais de 10.000 foram danificadas ou arrancadas. Todos os passeios foram afetadas e alguns delas tornaram-se inacessíveis. 80% das árvores destruídas eram de espécies raras. Três séculos de história foram assim arrasados. 10.000 velhas árvores danificadas tiveram que ser cortadas depois.[162] Os jardins do palácio estão sendo replantados e restaurados segundo o seu estado na época de Luís XIV. Este programa de revitalização será concluído em 2010.[162]

[editar] Domínios de Maria Antonieta

Os domínios de Maria Antonieta ou, em francês, "domaine de Marie Antoinette"Petit Trianon, Jardins e pavilhão de festas exclusivos da Rainha Maria Antonieta. Embora dentro da área do Palácio de Versalhes, possui certa autonomia em relação ao restante conjunto. Foi construído para a Rainha e era ali que ela usufruía de privacidade.[37] Dentro do Palacete encontram-se quartos, sala de música, sala de banho, e até uma cozinha, que, segundo informações do próprio guia do Château de Versailles, servia apenas para aquecer refeições e onde nobres de menor estirpe trabalhavam para servir a Rainha, que não aceitava que plebeus trabalhassem próximo da sua área privativa. Nos fundos do palacete há um jardim, com lago artificial e um pavilhão de festas, chamado de pavilhão Francês, onde Maria Antonieta costumava receber os seus convidados em dias de bom tempo e onde ninguém, nem mesmo o seu marido, podia entrar sem a sua permissão. Entre os convidados apenas se encontrava uma elite seleccionada por Maria Antonieta.[163] consistem num Palacete, o

[editar] Construções adjacentes

Vários pequenos edifícios foram acrescentados ao parque de Versalhes, incluindo dois palácios independentes, conhecidos como o Grand Trianon e o Petit Trianon, tão famosos e conhecidos em todo o mundo como o próprio palácio de Versalles.[13]
As adições de edifícios ao parque de Versalhes começou com a Ménagerie, a qual foi construida entre 1663 e 1665 e modificada na década de 1690 para uso da esposa do neto do Rei, a Duquesa da Borgonha.
O Grand Trianon foi mandado construir em 1687 por Luís XIV, para servir de refúgio da família Real ao exagerado formalismo do Palácio de Versalhes. Este palácio veio substituir uma outra estrutura que existiu no mesmo local, conhecida como Trianon de Porcelaine e que por ser demasiado frágil acabou por não resistir às intempéries.[13]
As adições ao parque continuaram com a Petit Trianon, o qual foi mandado construir por Luís XV durante a década de 1760 para a sua amante Madame de Pompadour a qual morreu antes da sua conclusão.[13] Viria, então, a ser usado pela sua sucessora, a Madame du Barry. Quando o jovem Rei Luís XVI subiu ao trono deu-o à sua igualmente jovem esposa, Maria Antonieta, para seu uso exclusivo, que irá dotá-lo dum jardim inglês desenhado por Hubert Robert.[13][163][164]
Finalmente, foi construida uma outra estrutura conhecida como o Petit hameau, ou Le Hameau de la Reine ("a aldeia da rainha"), localizado nos jardins do Petit Trianon, o qual consistia na recriação de uma pequena quinta Normanda. O Petit hameau foi construído entre 1783 e 1786, segundo desenhos do arquitecto preferido de Maria Antonieta, Richard Mique.[164] Era constituido por casa de quinta, leitaria e moinho.[163] Há poucas dúvidas de que Maria Antonieta e Hans Axel von Fersen tiveram um caso amoroso; os diários de Fersen, em linguagem cifrada, falam de uma “Josefina”, que certamente era Maria Antonieta, e diz que estiveram separados, pois ele estava na América, lutando ao lado das tropas francesas pela independência dos Estados Unidos. A saudade de Fersen foi o maior impacto sobre o quotidiano da rainha. Nessa época, ela transformou parte do Petit Trianon numa réplica das vilas camponesas da França, com casinhas simples, vacas e ovelhas. Dizia-se que aqui, a Rainha e os seus serviçais se vestiam como pastores e criadas de leitaria. Foi recuperado na sua maior parte e reaberto ao público como parte integrante do "Domaine de la Reine".[163][165]


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