Neve
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A neve (do latim nix, nivis) é um fenômeno meteorológico que consiste na queda leve, moderada ou forte de cristais de gelo. É possível usar os termos nevasca (mais comum no Brasil) ou nevão (mais comum em Portugal), para uma tempestade de neve, ou nevisco, para uma precipitação de neve rarefeita, dependendo de sua intensidade. A queda de neve costuma ser denominada como nevada.
Cada cristal de gelo é uma precipitação de uma forma cristalina de águacongelada. Acontece com frequência nas regiões de clima frio e temperado do planeta Terra.
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[editar] Disposição física
A forma e disposição do cristal de gelo depende das condições de temperatura e pressão de sua formação. Se o cristal viaja através da nuvem, como em uma nuvem de tempestades, Cumulus nimbus, diferentes condições de formação e de agregação (colisão e fusão, coalescência) são encontradas, resultando em cristas complexos, deformados e amorfos. Cristais de neve são obtidos sob condições especiais de uma sequência de estados para formação sucessiva contendo etapa de formação dendrítica.
A disposição física cristalina de cada cristal de gelo em forma de floco (denominado floco de neve) é bem peculiar, como mostra as figuras abaixo.
Neve ampliada em microscópio eletrônico. | |||
Flocos de neve vistos ao microscópio eletrônico. |
[editar] Tipos de neve
A meteorologia reporta inúmeros tipos de neve e de precipitação de gelo, além da clássica forma de cristais de gelo em flocos, de formato hexagonal, parecidos com pequenas estrelas, sendo que nem toda a neve vem na forma dos tradicionais flocos. Assim, há diferenças entre neve granular, chuva congelada e granizo (ou saraiva). Os conceitos abaixo são da Sociedade Norte-Americana de Meteorologia (American Meteorological Society):
- Flocos de neve: consistem na forma mais conhecida e tradicional de precipitação de neve. É o cristal de gelo em forma de floco, de formato hexagonal e com o aspecto de uma pequena estrela.
- Grãos de neve (também conhecidos como neve granular ou snow grains): precipitação na forma de partículas muito pequenas e opacas de gelo, ou equivalente à forma sólida de chuvisco. Lembram as pelotas de gelo na aparência externa, mas são mais achatadas e alongadas. Geralmente apresentam um diâmetro inferior a 1 milímetro. Não racham nem pipocam ao atingir uma superfície dura. É indiscutível que a neve granular cai em pequena quantidade e se origina de nuvens estratificadas ou até de um nevoeiro.[1]
- Grãos de gelo (também pelotas de gelo ou granizo miúdo): tipo de precipitação consistente de pelotas de gelo de 5 milímetros ou menos de diâmetro. Podem se apresentar na forma esférica, irregular ou até, raramente, no formato cônico. Os grãos de gelo geralmente pipocam ao atingir uma superfície dura e provocam barulho no impacto. Agora internacionalmente reconhecidas, as bolas de gelo incluem basicamente duas formas de precipitação, conhecidas nos Estados Unidos como ice pellets ou sleet.[2]
- Graupel: Partículas de neve mais pesadas, geralmente chamadas de pelotas de gelo. É muito difícil distinguir do granizo miúdo, exceto pela convenção de que o granizo miúdo deve ter um diâmetro maior que 5 milímetros.[1]
- Granizo (ou saraiva): é uma precipitação composta por pedras sólidas de gelo, que podem medir de 5mm ao tamanho de uma laranja. Muitos meteorologistas não o consideram como uma forma de neve, principalmente por sua precipitação poder ocorrer com temperaturas elevadas.
- Chuva congelada (freezing rain): Chuva na forma líquida que congela após o impacto com a superfície. É necessário que as gotículas da chuva estejam super resfriadas e que a temperatura do solo se situe abaixo de zero para que se produza o congelamento.[1]
- Aguaneve: consiste na neve parcialmente fundida, que cai ao solo com traços de cristalização. Normalmente é transparente, não branca como a neve em sentido estrito, podendo conter uma certa quantidade de neve em seu interior.
[editar] Densidade
10 m (30 kg/ m3) Neve fresca = 1,5 m (200 kg/ m3) Neve velha = 0,33 m (900 kg/ m3) Gelo. (de.wikipedia)
Densidade | Nome | Espessura de uma camada de 100 kg |
---|---|---|
30…50 kg·m−3 | Neve fresca | num m² ca. 2–3 m de altura |
50…100 kg·m−3 | Neve fresca, assentada | num m² ca. 1–2 m de altura |
100…200 kg·m−3 | Neve fresca, bem assentada | num m² ca. 0,5–1 m de altura |
200…400 kg·m−3 | Neve velha, seca | num m² ca. 25–50 cm de altura |
300…500 kg·m−3 | Neve velha, molhada | num m² ca. 20–35 cm de altura |
150…300 kg·m−3 | Neve "solta" | num m² ca. 30–70 cm de altura |
500…800 kg·m−3 | Neve/ Gelo de Firn de muitos anos | num m² ca. 12–20 cm de altura |
800…900 kg·m−3 | Gelo | num m² ca. 11–12 cm de altura |
- Notas
- Na Neve "solta" as camadas de cima "nadam" soltas, como uma tábua ("Schwimmschnee"), perigo de avalanches ("Schneebrett"). A Neve é recristalizada, tem a forma de cálice.
- A Neve de Firn tem no mínimo por volta de 550 kg/ m3 no wikipedia em inglês, no wikipedia em alemão entre 400 e 800 kg/ m3.
[editar] Efeitos negativos
A neve é um problema de maior importância em vias públicas em geral, especialmente em temperaturas entre 2 °C e -5 °C, quando a neve que cai é húmida, ou derrete com relativa facilidade, sendo um agravante de acidentes, visto que facilita a derrapagem de veículos transitando nas vias públicas. Em temperaturas mais baixas, a neve é seca, e não facilita a derrapagem, mas acumula-se com facilidade, e pode atrapalhar facilmente o trânsito de veículos em vias públicas, caso acumule-se. Por isto, regiões que recebem regularmente precipitação de neve possuem empresas com veículos adaptados para remover a neve de vias públicas primárias, como avenidas e rodovias movimentadas, bem como em aeroportos movimentados.
Por causa das mesmas razões mencionadas acima, a neve também é um causador de acidentes entre pedestres em geral, especialmente em temperaturas entre 2 °C e -5 °C, fazendo com que pessoas escorreguem ou dificultando sua locomoção. Muitos países que recebem neve regularmente possuem legislação que obrigam os proprietários de um dado estabelecimento (residências, comércio, etc) a removerem parte da neve que acumula-se à frente de suas calçadas, para permitir o trânsito seguro de pedestres. Caso um pedestre acidente-se por causa de neve não removida localizada na calçada à frente de um dado estabelecimento, o proprietário deste dado estabelecimento pode ser judicialmente processado por isto. Muitas escolas americanas e canadenses proíbem que crianças brinquem com neve, dentro de suas propriedades, em horário escolar ou desacompanhados de um adulto, primariamente por causa da falta de inspectores a garantir a devida segurança das crianças.
Outro problema causado pela acumulação de neve num dado local é que ela acumula resíduos com facilidade. Neve, quando precisa ser removida, é removida através da adição de sais que derretem a neve, de máquinas que aquecem um dado local, derretendo a neve, ou removendo-a manualmente, através de pás e veículos adaptados.
[editar] No Brasil
A neve no Brasil ocorre de forma ocasional, mas todos os anos, principalmente nos meses de junho, julho e agosto (período do inverno austral) e nas partes mais altas dos planaltos serranos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na gélida onda de frio anormal de 1975, todo o sul se cobriu de neve, inclusive na capital paranaense Curitiba. Também já foi registrada em pontos isolados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Os estados que registraram precipitação de neve em pelo menos uma ocasião foram:
Os estados em que a precipitação de neve é mais comum:
[editar] Em Portugal
Em Portugal, a neve ocorre anualmente durante o inverno boreal nos distritos da Guarda, Bragança, Vila Real, Viseu e Castelo Branco, no norte e centro do país, sendo este fenómeno bem mais raro na costa litorânea, pela elevada influência oceânica, e no extremo sul, na região de Algarve, onde a neve é quase inexistente, devido às temperaturas médias serem mais elevadas.
A 29 de janeiro de 2006, partes significativas do país receberam precipitações de neve. A localidade mais ao sul que registou neve, nesta ocasião, foi a Serra de Monchique, na região do Algarve. Nevou também em Lisboa, algo que não ocorria desde 2 de fevereiro de 1954. Exatamente um ano depois, em 28 de janeiro de 2007, nevou novamente na capital portuguesa, mas a neve outra vez foi de fraca intensidade, derretendo logo após chegar ao solo.
Covilhã, Seia, Guarda, Bragança e Montalegre estão entre as cidades mais frias de Portugal, registrando, com frequência, temperaturas negativas. O local mais frio de Portugal (e de todos os países lusófonos) é a Serra da Estrela, o ponto mais alto de Portugal Continental, onde temperaturas entre -15 °C e -20 °C, na localidade da Torre, não são muito raras. A Serra do Gerês, situada no município de Montalegre, extremo norte do país (próximo à fronteira espanhola com a Galiza), também é outro entre os poucos locais de Portugal onde podem ser registradas temperaturas inferiores a -10 °C e a ocorrência de precipitações de neve mais abundantes.
No arquipélago de Açores, a queda de neve também se faz presente na Ponta do Pico, a montanha mais alta em território português, com 2.351 m de altitude, localizada na Ilha do Pico. No mês de Janeiro, a neve pode ser vista a partir da altitude de 1.200 metros. Ocasionalmente pode ocorrer queda de neve em outras ilhas, como aconteceu a 30 de Janeiro de 2009.[3]
Quanto ao arquipélago da Madeira, as nevadas podem ocorrer nas partes mais elevadas da Ilha da Madeira, mais precisamente no Pico Ruivo, no Pico das Torres e no Pico do Arieiro, durante os meses mais frios.
FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
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