Inverno nuclear
Causa: Humana
Tipo: Global e terminal
Já aconteceu antes? Quase
Tipo: Global e terminal
Já aconteceu antes? Quase
Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram bombas
atômicas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, levando ao
fim da Segunda Guerra Mundial. O bombardeio matou entre 150.000 e
240.000 pessoas, seja por causa do impacto da explosão, de terríveis
queimaduras ou do envenenamento radioativo. No entanto, o ataque
representou mais do que um modo potencialmente cruel de encerrar uma
guerra. Estava aberta uma nova era onde o homem possuía em suas mãos uma
tecnologia que poderia exterminar toda a humanidade.
Os perigos só aumentaram durante as décadas seguintes, quando Estados
Unidos e União Soviética entraram em uma corrida para ver quem era capaz
de produzir o maior número de bombas nucleares, com o maior potencial
destrutivo. A guerra nuclear se tornou um perigo real. O próprio
presidente americano John F. Kennedy afirmou, durante a Crise dos
Mísseis em 1962, que as chances de uma guerra nuclear entre as duas
potências ficava entre um terço e metade.
Além do enorme poder de fogo dos arsenais, que poderiam matar grande
parte da humanidade, havia outro motivo para um potencial combate entre
os dois países ameaçar a existência humana: o inverno nuclear. Alguns
cientistas previam que, após a explosão de inúmeras bombas nucleares, a
poeira levantada poderia cobrir todo o céu e impedir a passagem da luz
solar. As pessoas que fossem capazes de sobreviver à guerra nuclear
teriam de viver num mundo frio e estéril, sem grandes esperanças de
recuperar a civilização.
À época, as duas potenciais adotaram uma estratégia chamada de
Destruição Mútua Assegurada, na qual os enormes arsenais atômicos
garantiam que qualquer ataque fosse respondido de imediato. Se um dos
países fosse bombardeado, o outro seria destruído logo em seguida.
A estratégia tresloucada funcionou, ninguém foi atacado e, em 1968, 189
países assinaram o Tratado de Não Proliferação Nuclear, com a intenção
de limitar a produção desse tipo de arsenal. As mudanças geopolíticas
desde então, no entanto, mudaram o panorama e as possibilidades de uma
guerra nuclear. Com o colapso da União Soviética, algumas de suas armas
podem ter sido vendidas no mercado negro, e ido parar nas mãos de
governos renegados e organizações terroristas – que não necessariamente
se preocupam com a questão da destruição mútua assegurada.
Hoje, acredita-se que nove países possuam armas atômicas em seu
arsenal. Estados Unidos e Rússia possuem, juntos, cerca de 18.000
bombas. China, França, Inglaterra, Paquistão, Índia e Coreia do Norte
também confirmam possuir esse tipo de armamento. O governo de Israel não
confirma nem nega as notícias de que tenha esse tipo de arma.
As campanhas pela diminuição dos arsenais também tiveram seus efeitos.
Na década de 1990, a África do Sul se tornou o primeiro país a
voluntariamente se livrar de todas as suas armas nucleares. E até hoje,
as únicas bombas nucleares disparadas em meio a um conflito foram as de
Hiroshima e Nagasaki.
FONTE: Revista Veja/Ciência
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