18/12/2012
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10h32
Navio mais ecológico do mundo é construído na Finlândia
DA EFE
Atualizado às 16h32.
Mais de mil operários trabalham contra o relógio nos estaleiros STX de
Turku, na Finlândia, para terminar a construção do Viking Grace, o
primeiro transatlântico do mundo movido a gás natural liquidificado.
A atividade a bordo do navio, que está sendo fabricado pela companhia
Viking Line, é frenética. O aparente caos faz o visitante pensar que a
embarcação não estará pronta a tempo, apesar do otimismo da companhia,
que já vendeu boa parte das passagens para a viagem inaugural, no dia 13
de janeiro.
O novo navio fará a rota que une Turku a Estocolmo, capital da Suécia,
fazendo uma curta escala nas ilhas Aland, o que permitirá que a empresa
aumente seu faturamento vendendo produtos livres de impostos (tax free),
graças ao regime fiscal especial do arquipélago autônomo.
Com 128m de comprimento, 32m de largura e 57 mil toneladas, o Viking
Grace tem capacidade para 2.800 passageiros e 200 automóveis.
Suas dimensões são relativamente modestas se comparadas com os 361
metros de comprimento e as 225 mil toneladas dos dois maiores
transatlânticos do mundo, o Oasis of the Seas e o Allure of the Seas,
construídos no mesmo estaleiro finlandês para a empresa Royal Caribbean.
No entanto, a nova embarcação, cujo custo chega a 240 milhões de euros,
superará os dois colossos do mar em eficiência energética e em relação
ao meio ambiente, ao reduzir as emissões de gases poluentes graças ao
uso de gá natural como combustível.
"Com seus motores impulsionados por gá natural, o modelo hidrodinâmico
de seu casco e a nova tecnologia de isolamento de ruídos, o Viking Grace
será o navio de passageiros mais ecológico e silencioso do mundo
construído até o momento", afirmou à Agência Efe Kari Granberg, diretor
da empresa finlandesa.
Creative Commons | ||
Navio da companhia Viking Line navega nas águas de Turku, na Finlândia |
A regulação marítima internacional que entrará em vigor nos próximos
anos exige grandes cortes de emissões de gases poluentes que obrigarão
as companhias de navegação a utilizarem combustíveis alternativos ou
instalarem purificadores de gases.
A União Europeia (UE) foi além e aprovou recentemente uma diretiva para
os navios que operam em regiões especialmente sensíveis, como o Mar
Báltico, reduzindo a quantidade de enxofre de seus combustíveis de 1%
(atual) para 0,1% antes do final de 2015.
"A nova normativa marítima internacional é muito estrita e vai
representar fortes investimentos para as companhias marítimas, mas vale a
pena porque se trata da saúde das pessoas. As emissões de gases
poluentes no setor naval provocam mais de 40 mil mortes por ano só na
Europa", assinala Granberg.
Segundo Granberg, o gás natural é o combustível marítimo do futuro, já
que praticamente elimina as emissões de óxido de enxofre e permite
reduzir 88% as emissões de óxido de nitrogênio e 15% as emissões de
dióxido de carbono (CO2) a partir do combustível derivado do petróleo
pesado.
"Nosso objetivo era chegar a zero emissão no Viking Grace, mas como
tecnicamente não é possível, apostamos pelo gás natural, um combustível
muito ecológico e que possui grandes reservas no mundo todo", afirma.
O novo cruzeiro dispõe de dois grandes tanques na popa que permitem
armazenar até 160 toneladas de gás, suficientes para cobrir a viagem
diária de ida e volta entre Turku e Estocolmo durante três dias sem
reabastecer.
Além disso, em caso de necessidade, os motores podem ser alimentados
também com combustível derivado do petróleo pesado ou diesel de uso
marinho, por isso que poderia continuar navegando caso surjam problemas
com a provisão de gás.
Por enquanto, o gás natural não representa nenhuma economia porque seu
preço é similar ao do combustível derivado do petróleo pesado, mas
Granberg acredita que no futuro não será apenas uma alternativa mais
ecológica, mas também mais econômica.
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