07/02/2013
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10h50
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, recusou nesta quinta-feira
um diálogo direto com Estados Unidos sobre o programa nuclear da
República Islâmica. A proposta foi feita no início da semana pelo
vice-presidente americano, Joe Biden.
A intenção de Biden era tentar negociar com Teerã o fim ou a suspensão
do enriquecimento de urânio, a fim de evitar a criação de uma bomba
atômica. Os iranianos negam que tenham intenções militares com seu
programa nuclear, mas impedem o acesso às instalações atômicas, o que
aumenta a dúvida.
Em discurso a membros da Força Aérea, Ali Khamenei afirmou que as
negociações não resolverão o problema e chamou de ingênuos os que
acreditam na ideia de negociações entre os dois países. "Se algumas
pessoas quiserem a volta do domínio americano, o país se levantará
contra elas".
Ele disse que o país não tentará negociar sob o que chama de pressão e
intimidação dos americanos. "A política americana no Oriente Médio foi
destruída e eles agora precisam jogar com cartas novas que estão
arrastando as negociações. Eles querem negociar enquanto apontam uma
arma contra o Irã".
A proposta de Biden foi feita no sábado, durante reunião em Munique, na
Alemanha. "Esta oferta continua de pé, mas precisa ser real e tangível",
disse. Caso fosse aplicada, seria a primeira vez que os dois países
teriam alguma relação diplomática desde abril de 1980, meses após o
ataque à embaixada americana em Teerã.
POLÍTICA INTERNA
No mesmo discurso, Khamenei ordenou que os principais líderes políticos
do país parem de brigar, em referência ao presidente Mahmoud Ahmadinejad
e o líder do Legislativo, Ari Larijani.
Os dois adversários políticos disputam a influência para poder eleger o
próximo chefe do Executivo nas eleições de junho. "Os servidores devem
considerar o interesse nacional e colocar suas rixas em segundo plano".
No domingo, os deputados sob comando de Ali Larijani aprovaram o
impeachment do ministro do Trabalho por ter dado um alto cargo ao
ex-promotor Saeed Mortazavi, aliado de Ahmadinejad. Para defender o
Executivo, o chefe do Executivo mostrou um vídeo em que um irmão de
Larijani pede propina a Mortazavi.
No dia seguinte, o ex-procurador-geral foi encarcerado, gerando temores
de retaliação incontralada por parte de Ahmadinejad, que já ameaçou
revelar segredos que comprometeriam boa parte da cúpula do regime.
Em fim de mandato e impedido por lei de se candidatar novamente,
Ahmadinejad não esconde sua intenção de emplacar um aliado na disputa
presidencial, na qual a candidatura de Ali Larijani é dada como certa.
Nesse contexto conturbado, há relatos, não confirmados, de que o líder
supremo, aiatolá Ali Khamenei, interferiu pessoalmente para apaziguar os
ânimos e ordenar a libertação de Mortazavi.
FONTE: Folha.com/Mundo
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