PEDRO CARRILHO
ENVIADO ESPECIAL À ILHA DE PÁSCOA
ENVIADO ESPECIAL À ILHA DE PÁSCOA
Ficar diante dos gigantes monolíticos já faz a viagem até Rapa Nui valer a pena.
Conhecidos por suas cabeças desproporcionais, expressão enigmática e
aura de mistério, os moais aludem a ancestrais deificados através dos
quais os rapanuis supunham se comunicar espiritualmente com divindades.
Distintos clãs de povoados da ilha de Páscoa eram unidos pelo culto às
estátuas.
Talhadas em tufo, uma rocha vulcânica composta de cinzas consolidadas,
principalmente entre os séculos 13 e 16, as estátuas têm de cinco a sete
metros de altura.
Supõem-se que quando os primeiros europeus passaram pela ilha, no século
18, os moais já estavam no chão após uma guerra entre os ilhéus.
Foram catalogados entre 900 e 1.050 moais, dos quais cerca de 40 estão
de pé depois de restaurados. As estátuas foram reerguidas em seus ahus,
plataformas cerimoniais e funerárias que cercaram quase toda a orla da
ilha, ao longo da segunda metade do século 20.
Pedro Carrilho/Folhapress | ||
Moais na encosta do vulcão Rano Raraku, na ilha de Páscoa; estátuas foram erguidas entre séculos 13 e 16 |
Apesar de outros povos polinésios também terem esculpido figuras de
pedra, não há nada parecido com os moais. Eles foram escavados por
mestres artesãos diretamente dos paredões de rocha dentro e fora da
cratera do vulcão Rano Raraku e de lá foram levados até os ahus, em
locais perto da costa.
Entre centenas de estátuas inacabadas, o moai conhecido como "El
Gigante", o maior deles, não foi finalizado (se erguido, teria 21 m).
Depois de escavados da pedra, os moais eram então transportados para a
base do vulcão, onde eram esculpidos detalhes decorativos.
Há moais que se mantiveram de pé nas encostas ao longo da história por
terem seus corpos parcialmente enterrados no solo. Outros foram
abandonados ou se quebraram no caminho. Já os pukaos, "chapéus" que
adornam as cabeças de certos moais, eram forjados a partir de outro
material de origem piroclástica, a avermelhada e áspera escória
vulcânica.
Todo o material usado na produção dos pukaos foi retirado de Puna Pau,
uma pequena cratera no interior da ilha de Páscoa, único local com esse
tipo de pedra, que também foi utilizada na elaboração de petróglifos.
TECNOLOGIA RAPANUI
O método usado para transportar os moais é controverso e um dos mistérios da ilha, pois cada estátua pesa em média 12 toneladas.
O método usado para transportar os moais é controverso e um dos mistérios da ilha, pois cada estátua pesa em média 12 toneladas.
Lendas falam de sacerdotes utilizando a força espiritual do mana (poder
divino) para locomovê-los um pouco a cada dia; já a tradição oral reza
que os moais andavam.
A teoria mais aceita é que os ilhéus usavam movimentos oscilantes e
giratórios para deslocar as estátuas de pedra, da mesma forma como
transportamos geladeiras. Outra versão afirma que os moais eram
transportados deitados em troncos lubrificados com óleo de palma.
A maior e mais impressionante plataforma restaurada, o Ahu Tongariki,
fica no sudeste da ilha e tem 15 estátuas lado a lado, dentre as quais a
mais pesada tem 86 toneladas.
FONTE: Folha.com/Turismo
Pedro Carrilho/Folhapress | ||
Moais do ahu Tongariki, localizado na costa sul da ilha de Páscoa; estátuas têm até sete metros de altura |
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