26/02/2013
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05h01
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
O primeiro telescópio espacial especificamente dedicado à busca de asteroides foi lançado nesta segunda (25) com sucesso.
Do tamanho de uma mala grande e batizado de NEOSSat (Satélite de
Vigilância de Objetos Próximos à Terra, na sigla em inglês), o aparelho
foi desenvolvido pela Agência Espacial do Canadá e custou cerca de R$ 50
milhões.
O satélite circulará a Terra cada cem minutos e será posicionado a 800
km do planeta. Por sua localização, ele conseguirá vasculhar uma área
bem próxima ao Sol, até cerca de 45º. Essa região é de difícil
observação pelos telescópios terrestres, que atualmente fazem o grosso
do monitoramento.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Uma outra vantagem é que, diferentemente dos em solo, o espacial vai
operar o dia inteiro. Os de solo só funcionam durante a noite.
Além dos bólidos, o satélite canadense também vai prestar atenção ao
lixo espacial --como resto de satélites e foguetes. O objetivo é evitar
que eles colidam com algum satélite operacional.
O dispositivo tirará centenas de imagens por dia, que serão enviadas
para pesquisadores no Canadá. São eles que vão determinar se o asteroide
é novo ou já catalogado, além de sua trajetória e o potencial risco de
colisão.
Editoria de Arte/Folhapress |
Pequeno caçador satélite asteroide |
Os criadores do satélite deixam claro, no entanto, que o objetivo não é
apenas encontrar bólidos que possam ser perigosos. Eles querem entender
melhor do que são feitos e como se comportam asteroides que ficam
inteiramente, ou durante boa parte do tempo, na órbita da Terra.
Isso poderia contribuir para futuras pesquisas científicas ou para a mineração.
O dispositivo conseguirá identificar asteroides entre 50 milhões e 100 milhões de quilômetros de distância.
O telescópio foi elaborado para achar grandes objetos, com mais de
algumas centenas de diâmetro. Asteroides pequenos, como o de 17 metros
que explodiu sobre a Rússia há pouco mais de uma semana, não serão
detectados pelo aparelho.
ATENÇÃO AOS PEQUENOS
Na opinião de Scott Hubbard, professor da universidade Stanford e um dos
diretores da Fundação B612, ONG que reúne cientistas e astronautas e
alerta para o perigo da colisão de asteroides, o grande problema hoje
são os pequenos objetos.
"A Nasa está fazendo um bom trabalho de monitoramento e localização dos
grandes asteroides. O que falta mesmo é prestar atenção aos pequenos
corpos", disse Hubbard à Folha.
Sua fundação pretende construir e lançar um satélite bem maior que o
canadense, batizado de Sentinela, para identificar também esses objetos
menores.
Segundo o cientista, o ideal é localizar os asteroides com muito tempo
de antecedência, para que haja tempo para decidir o que fazer.
Umas das possibilidades deverá ser testada em 2022 por americanos e
europeus para desviar o asteroide Didymos. Trata-se de um sistema
binário com um objeto menor que orbita o maior. O objetivo dos
cientistas é lançar o menor sobre o maior, alterando o sistema e
desviando sua trajetória.
FONTE: Folha.com/Ciência
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