Myanmar
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(Pyi-daung-zu Myan-ma Naing-ngan-daw) República da União de Myanmar |
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Hino nacional: Kaba Ma Kyei ("Até o fim do mundo") |
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Gentílico: Birmanês, birmã, birmane, birmano, birmaniano, birmanense, mianmarense | |
Capital | Naypyidaw 19° 45′N 96° 12′E |
Cidade mais populosa | Yangon |
Língua oficial | Birmanês |
Governo | Junta militar |
- Presidente do Conselho de Estado para a Paz e Desenvolvimento | Thein Sein |
- Vice-presidente do Conselho de Estado para a Paz e Desenvolvimento | Tin Aung Myint Oo |
- Vice-presidente do Conselho de Estado para a Paz e Desenvolvimento | Sai Mauk Kham |
Independência | do Reino Unido |
- Data | 4 de janeiro de 1948 |
- República | 4 de janeiro de 1948 |
Área | |
- Total | 676.578 km² (39.º) |
- Água (%) | 3,06 |
População | |
- Estimativa de 2009 | 55.400.000[1] hab. |
- Censo 1983 | 33.234.000 hab. |
- Densidade | 75 hab./km² (119.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2009 |
- Total | US$ : 71,772 bilhões USD[2] |
- Per capita | US$ : 1.197 USD[2] |
Indicadores sociais | |
- IDH (2010) | 0,451[3] (132.º) – baixo |
- Esper. de vida | 62,7[3] (2010) anos |
- Mort. infantil | 66,0/mil nasc. (158.º) |
- Alfabetização | 89,9% (97.º) |
Moeda | Quiat (mmK ) |
Fuso horário | MMT (UTC+6:30) |
Org. internacionais | ONU, OMC, ASEAN |
Cód. ISO | MMR |
Cód. Internet | .mm |
Cód. telef. | +95 |
Myanmar[nota 1] ou Birmânia, oficialmente República da União de Myanmar (em birmanês: ; pron. AFI: [pjìdà̀uɴzṵ θà̀ɴməda̯ mjəmà nàiɴŋàɴdɔ̀]), é um país do sul da Ásia continental limitado ao norte e nordeste pela China, a leste pelo Laos, a sudeste pela Tailândia, ao sul pelo Mar de Andamão e pelo Canal do Coco, a oeste pelo Golfo de Bengala e a noroeste por Bangladesh e pela Índia. Em 2006, a capital do país foi transferida de Rangum para Naypyidaw.
Myanmar tornou-se independente do Reino Unido4 de janeiro de 1948,
com o nome oficial de União da Birmânia, designação que voltou a adotar
após um período como "República Socialista da União da Birmânia" (4 de
janeiro de 1974 a 23 de setembro de 1988). Em 18 de junho de 1989, o regime militarNações Unidas e pela União Europeia, mas não pelos governos dos EUA e Reino Unido[4]. Conforme a Constituição de 2009, o nome do país mudou para “República da União de Myanmar”, medida implementada em 21 de outubro de 2010[5]. em birmanês anunciou que o nome oficial do país passaria a ser União de Myanmar. A nova designação foi reconhecida pelas
A diversa população
birmanesa teve papel fundamental para definir a política, história e
demografia do país nos tempos modernos. Seu sistema político é hoje
mantido sob controle estrito do Conselho de Estado para a Paz e o Desenvolvimento — o governo militar chefiado, desde 1992, pelo General Than Shwe. As forças armadas birmanesas controlam o governo desde que o General Ne Win desfechou um golpe de Estado em 1962U Nu. Integrante do Império Britânico até 1948, Myanmar continua a enfrentar tensões étnicas. A cultura do país baseia-se no budismoteravada, temperado por elementos locais. para derrubar o governo civil de
Índice[esconder] |
[editar] Etimologia
Os nomes "Myanmar" e "Birmânia" possuem a mesma origem etimológica[4]. O termo português "Birmânia" vem do nome local Bam-mā, por intermédio do francêsBirmanie, este uma adaptação das formas antigas inglesasBirman, Birma. Bam-mā, por sua vez, é uma das formas pelas quais a população local se refere ao país, juntamente com o nome vernáculo Maran-māMranmâ[6]. ou
O termo em língua birmanesa ´mijanmaːɐ (originalmente transliterado em português como Maran-mā ou Mranmâ) é a forma literária, escrita, para o país, enquanto que Bam-mā é a forma coloquial, oral. Ambas são empregadas pela população do país[4] e, no birmanês oral, a distinção entre as duas é menos clara do que sugere a transliteração.
Em 1989, a junta militar alterou oficialmente a versão em inglês do nome do país (de Burma para Myanmar) e de diversas cidades, como Rangum (de Rangoon para Yangon). O nome oficial em língua birmanesa (´mijanmaːɐ) não foi alterado.
A renomeação é politicamente controversa[7],
pois grupos birmaneses de oposição ao regime militar continuam a
empregar o termo "Birmânia", já que não reconhecem a legitimidade do
atual governo nem a sua autoridade para alterar o nome do país. Alguns
governos ocidentais, como os de EUA, Austrália, Canadá, Irlanda e Reino Unido, continuam a usar a forma inglesa Burma (correspondente ao português "Birmânia"). A União Europeia emprega a grafia "Mianmar" em português[8], enquanto que as Nações Unidas empregam a forma Myanmar[9].
Alguns órgãos da imprensa de língua inglesa empregam a forma BurmaBBC e o Financial Times, enquanto que outros usam a alternativa Myanmar, como MSNBC, a Economist e o Wall Street Journal. ("Birmânia"), como a
Em português, o jornal o Estado de São Paulo emprega a forma "Mianmar" (que substituiu, em 4 de outubro de 2007, a alternativa Mianmá)[10], prática hoje adotada pelos jornais Folha de São Paulo[11] e O Globo,[12] dentre outros. O Dicionário Aurélio[13] preconiza apenas a grafia "Mianmar", enquanto que o Vocabulário da Academia Brasileira de Letras[14] admite as alternativas "Mianmar" e "Mianmá". O Dicionário Houaiss reconhece diferentes grafias, mas registra a forma "Myanmar" com mais frequência[15]. O governo brasileiro[16] e "Myanmar",[17] embora mais recentemente pareça preferir a primeira grafia.[18] Ademais, algumas fontes em português usam a forma "Miamar".[19] oscila entre o emprego das formas "Mianmar"
Os gentílicos tradicionalmente associados ao país são "birmanês"[10][20][21] e birmã[22][23], embora o Dicionário Houaiss também registre a alternativa "mianmarense".
[editar] História
Crê-se que o primeiro grupo étnico a migrar para o vale do baixo Irauádi foi o dos mons que, dominantes no sul da região na altura de 900 a.C., estiveram entre os primeiros no Sudeste da Ásia a adotar o budismo teravada. No século I a.C., seguiram-se os pyus, de língua tibetano-birmanesa, que fundaram diversas cidades-Estado no Irauádi central. O reino pyu foi dizimado no século IX pelo reino de Nan chao (na atual Yunnan).
Os birmanes ou bramás (atualmente a etnia principal de Myanmar) começaram a migrar do reino de Nan chao (Yunnan) para o vale do Irauádi a partir do século VII e, em 849, fundaram um pequeno reino com centro em Pagan. No reinado de Anawrahta (944-1077), a influência de Pagan expandiu-se para o território aproximado ao de Myanmar atual. Após conquistar a capital mon em 1057,
os birmaneses adotaram o budismo teravada e desenvolveram a escrita
birmanesa, baseada na escrita mon. Os reis de Pagan construíram muitos
templos e pagodes no país, aproveitando-se da prosperidade trazida pelo comércio.
A ascendência de Pagan no vale do Irauádi chegou ao fim com a invasão mongol pelas forças de Cublai Cã, a partir de 1277; Pagan foi saqueada em 1287. Embora os mongóis não tenham permanecido no vale do Irauádi, o povo tai-shan,
que os acompanhava, instalou-se na região. Sucedeu ao reino de Pagan um
conjunto de pequenos Estados, em geral controlados por shansAva e de Pegu. Em 1527, shansAva. incorporados à cultura local, como os reinos de conquistaram a capital de
Com a ajuda de birmanes que haviam fugido de Ava, o pequeno reino birmane de Taungû derrotou o poderoso reino mon de Pegú, de modo a reunificar a Baixa Birmânia por volta de 1540. Posteriormente, veio a conquistar a Alta Birmânia (1555), Manipur (1556), Estados shans (1557), Chiang Mai (1557), o reino siamês de Ayutthaya (1564, 1569) e o reino laosiano de Lan Xang (1574), assim controlando a maior parte da porção ocidental do Sudeste da Ásia. Com a morte do Rei Bayinnaung em 1581, seu reino desmoronou. Os siameses de Ayutthaya expulsaram os birmaneses, enquanto que em 1599mercenários portugueses, saquearam Pegu (agora capital do reino de Taungu). O principal mercenário português, Filipe de Brito e Nicote, revoltou-se contra seus mestres arracaneses e passou a controlar o que era então o mais importante porto da Birmânia, Sirião (hoje Thanlyin). forças da etnia arracanesa, ajudadas por
Os birmaneses, chefiados pelo Rei Anaukpetlun (1605-1628), reorganizaram-se e derrotaram os portugueses em 1611. Anaukpetlun restabeleceu um reino de dimensões menores com base em Ava e que incluía a Alta e a Baixa Birmânias e os Estados shans
(mas sem os arracaneses ou Taninthayi). O posterior declínio daquele
reino assistiu a uma revolta bem-sucedida dos mons, a partir de 1740, com ajuda francesa e incentivo siamês; os mons conquistaram a Baixa Birmânia em 1747 e terminaram por extinguir a Casa de Taungu em 1752, com a queda de Ava.
O Rei Alaungpaya (1752–1760) instituiu a dinastia Konbaung em Shwebo, em 1752, fundou Rangum em 1755 e, na altura de sua morte, havia reunificado o país. Os conflitos com a China Qing e os siameses na segunda metade do século XVIII
não tiveram resultado decisivo, mas os birmaneses lograram conquistar
os arracaneses a oeste, ademais de anexar formalmente Manipur em 1813.
Os birmaneses sufocaram uma revolta em Manipur em 1819 e naquele ano conquistaram o reino de Assã, até então independente. Tais aquisições estenderam o território birmanês até a Índia Britânica. Os britânicos derrotaram os birmaneses na Primeira Guerra Anglo-Birmanesa (1824-1826), resultando na cessão, por parte de Myanmar, de Assã, Manipur, Arracão e Tenassarim. A Segunda Guerra Anglo-Birmanesa, em 1852, durou três meses, após o que os britânicos anexaram as restantes províncias litorâneas: Irauádi, Rangum e Pegu, renomeadas Baixa Birmânia. Após o reinado do popular Rei Mindon (1853–1878), fundador de Mandalay, os britânicos depuseram o fraco Rei Thibaw (1878–1885), na Terceira Guerra Anglo-Birmanesa
(na verdade, a simples tomada da capital Mandalay). A família real
birmanesa foi exilada para a Índia. As Alta e Baixa Birmânias foram
reunidas e administradas como uma única província da Índia Britânica.
[editar] Época colonial (1886-1948)
Os britânicos construíram escolas, prisões e estradas de ferro. O ressentimento birmanês com a ocupação colonial
manteve-se forte e ocasionalmente provocava distúrbios violentos. O
descontentamento era provocado particularmente pelo que era visto como
desrespeito à cultura e tradições birmanesas, como o uso de sapatos,
pelos britânicos, ao entrar em templos e santuários budistas. O budismo passou a ser empregado como foco de resistência pelos birmaneses e os monges budistas tornaram-se a vanguarda do movimento pela independência.
Em 1 de abril de 1937, Myanmar passou a ser um território administrado separadamente da Índia.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Myanmar transformou-se numa das principais frentes de batalha do Teatro do Sudeste Asiático. A administração britânica desmoronou face ao avanço japonês
e cerca de 300 000 refugiados cruzaram a selva para a Índia; apenas 30
000 chegaram com vida. A campanha militar japonesa expulsou os
britânicos de Myanmar, mas o Reino Unido contra-atacou com tropas do
exército indiano britânico e, na altura de 1945, havia retomado o país. Tropas autóctones lutaram nos dois lados da guerra.
[editar] República democrática (1948-1962)
Em 4 de janeiro de 1948, o país tornou-se uma república independente, fora da Commonwealth
Britânica, com o nome oficial União da Birmânia. Sao Shwe Thaik asumiu a
presidência e U Nu, o cargo de primeiro-ministro. Instituiu-se um parlamento bicameral. Em 1961, o birmanês U Thant foi eleito Secretário-Geral das Nações Unidas, o primeiro indivíduo não-ocidental a ocupar a chefia de uma organização internacional; ele permaneceria no cargo por dez anos.
[editar] Regime militar (1962-presente)
O regime democrático terminou em 1962, quando o General Ne Win comandou um golpe de Estado
militar. Ele governou por quase 26 anos e suas políticas foram
implementadas com o mote "o caminho birmanês para o socialismo". Em 1974, as forças armadas reprimiram com violência protestos contra o governo durante o funeral de U Thant.
Em 1988, a má gestão econômica e a repressão política provocaram manifestações pró-democracia
generalizadas. As forças de seguranças sufocaram as manifestações com a
morte de centenas de pessoas. O General Saw Maung chefiou um golpe de
Estado e criou o Conselho de Estado para a Restauração da Lei e da Ordem
(na prática, o governo do país). Em 1989, o Conselho declarou lei marcial para lidar com mais protestos e alterou o nome oficial do país em inglês para Union of Myanmar (adaptado em português como União de Myanmar - ver Etimologia e terminologia, acima).
Em maio de 1990, o governo promoveu eleições livres pela primeira vez em quase 30 anos. A Liga Nacional pela Democracia, partido de Aung San Suu Kyi,
ganhou 392 dos 489 assentos da Assembleia Popular, mas os resultados
foram anulados pelo Conselho, que se recusou a deixar o poder. Chefiado
por Than Shwe desde 1992, o regime militar logrou negociar acordos de cessar-fogo com a maioria dos grupos de guerrilha étnica. Em 1997, o Conselho passou a ser denominado Conselho de Estado para a Paz e Desenvolvimento.
Em 23 de junho de 1997, Myanmar aderiu à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Em 27 de março de 2006, a junta militar transferiu a capital de Rangum para um local próximo a Pyinmana, dando-lhe o nome de Naypyidaw, que significa "cidade dos reis".
Em novembro de 2006, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) anunciou que procuraria processar na Corte Internacional de Justiça os membros da junta militar de Myanmar por crimes contra a humanidade, devido à prática de trabalho forçado de seus cidadãos. Em agosto de 2007, surgiram novos protestos pela democracia no país, chefiados por monges budistas e reprimidos com força pelo governo. Em 3 de maio de 2008, um devastador ciclone tropical atingiu o litoral do país e, segundo algumas estimativas, deixou pelo menos 134 000 mortos e desaparecidos,[24] e talvez um milhão de desabrigados.[25]
[editar] Geografia
Com uma área total de 678 000 km², Myanmar é o maior país do sudeste da Ásia continental e o 39º maior do mundo. Seu território é um pouco maior do que a soma das áreas dos estados brasileiros de Minas Gerais e Santa Catarina, ou de Alemanha e Itália juntas (para fins de comparação, a superfície de Madagáscar é de 587.041 e a de Moçambique é de 801 590 km²).
A noroeste, limita com a divisão de Chittagong, do Bangladesh (fronteira de 193 km), e com os estados de Assã, Nagaland e Manipur, da Índia (1 463 km). A nordeste, faz fronteira com o Tibete e Yunnan, da China (2 185 km). A sudeste, é limítrofe com o Laos (235 km) e a Tailândia (1 800 km). Myanmar possui um litoral contínuo de 1 930 km, banhado pelo golfo de Bengala e pelo mar de Andamão. Suas fronteiras terrestres totalizam 5 876 km.
No norte, os montes Hengduan Shan formam a fronteira com a China. O Hkakabo Razi, localizado no estado de Kachin, é o ponto culminante de Myanmar, com 5 881 m. As três cordilheiras em território birmanês, a Rakhine Yoma, a Bago Yoma, e o planalto Shan, correm no sentido norte-sul a partir do Himalaia e dividem os três sistemas hidrográficos do país, os rios Irauádi, Thanlwin e Sittang. O primeiro é o rio mais longo de Myanmar, com quase 2 170 km de extensão, e em seu vale vive a maioria da população do país. Os vales entre as cordilheiras possuem planícies férteis.
Grande parte do território birmanês encontra-se entre o Trópico de Câncer e o Equador. O país localiza-se na região asiática das monções, o que faz com que suas regiões litorâneas recebam mais de 5 000 mm anuais de chuva. A precipitação na região do delta
do Irauádi é de cerca de 2 500 mm, maior que a da zona seca da Birmânia
central, com menos de 1 000 mm. As regiões setentrionais do país são as
mais frias, com temperaturas médias de 21 °C. As regiões litorânea e do delta apresentam temperaturas médias de 32 °C.
O lento crescimento econômico birmanês contribuiu para a preservação de seu meio ambiente e ecossistemas. Mais de 49% do território do país são cobertos por florestas, que incluem teca, seringueira, acácia, bambu, mangues, coqueiropalmeira de betel. No planalto ao norte, encontram-se carvalho, pinheiro e outras espécies de rododendros. As terras ao longo do litoral podem sustentar todas as variedades de frutas tropicais. Na zona seca, a vegetação é esparsa. e
[editar] Estatísticas
Recursos naturais:
Petróleo, madeira, estanho, antimónio, zinco, cobre, tungsténio, chumbo, carvão, mármore, pedra de vários tipos, pedras preciosas, gás natural e energia hidroelétrica.
Petróleo, madeira, estanho, antimónio, zinco, cobre, tungsténio, chumbo, carvão, mármore, pedra de vários tipos, pedras preciosas, gás natural e energia hidroelétrica.
Uso do solo:
solo arável: 15%
cultura permanente: 1%
pastagem permanente: 1%
florestas e bosques: 49%
outros: 34% (est. 1993).
solo arável: 15%
cultura permanente: 1%
pastagem permanente: 1%
florestas e bosques: 49%
outros: 34% (est. 1993).
Solo irrigado:
10680 km² (est. 1993).
10680 km² (est. 1993).
Acidentes naturais:
terremotos e ciclones; cheias e desabamento de terras muito comuns durante a época das chuvas (Junho / Setembro); secas periódicas.
terremotos e ciclones; cheias e desabamento de terras muito comuns durante a época das chuvas (Junho / Setembro); secas periódicas.
Ambiente - problemas actuais:
desflorestação; poluição industrial; saneamento muito deficiente ou inadequado; doenças tropicais.
desflorestação; poluição industrial; saneamento muito deficiente ou inadequado; doenças tropicais.
[editar] Demografia
A população de Myanmar é de cerca de 55 milhões de habitantes, uma estimativa grosseira, pois o último censo parcial do país data de 1983. A densidade populacional de Myanmar é baixa, de 75 habitantes por km².
Há milhões de trabalhadores birmaneses na Tailândia (a maioria, imigrantesrefugiados, que também estão presentes na Malásia. ilegais). As fronteiras indo-birmanesa, bangalo-birmanesa e tailando-birmanesa abrigam campos de
Quatro grandes famílias linguísticas estão presentes em Myanmar: a sino-tibetana, a austronésia, a tai-kadai e a indo-europeia. As línguas sino-tibetanas são as mais faladas e incluem o birmanês, o karen, o kachin, o chin e o chinês. A principal língua tai-kadai é o shan. Mon, palaung e wa são as principais línguas austroasiáticas. As duas maiores línguas indo-europeias são o páli, língua litúrgica do budismo teravada, e o inglês.
Myanmar apresenta grande diversidade étnica. Embora o governo reconheça 135 grupos étnicos
diferentes, uma avaliação exata a esse respeito é considerada difícil.
Há pelo menos 108 grupos etnolinguísticos distintos no país,
principalmente tibeto-birmaneses. Estima-se que os birmanes formem 68% da população, seguidos dos shans (10%), kayin (7%), rakhine (4%), chineses étnicos (3%) e mons (2%). Outrora uma comunidade grande e influente, os anglo-birmaneses começaram a deixar o país a partir de 1958, restando hoje poucos em Myanmar.
[editar] Política
Myanmar é governado por um regime militar estrito, com o nome "Conselho de Estado para a Paz e o Desenvolvimento". O atual chefe de Estado é o presidente do Conselho, General Than Shwe. A maioria dos postos do gabinete[26]. Os principais partidos do país são a Liga Nacional pela Democracia e a Liga das Nacionalidades Shans
pela Democracia, embora suas atividades sejam fortemente reguladas e
mesmo suprimidas pelo regime militar que, ademais, proibiu o
funcionamento de diversos partidos e organizações políticas. é ocupada por oficiais militares.
Várias organizações de direitos humanos, inclusive a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, relatam casos de abusos do governo militar contra os direitos humanos e afirmam que não há poder judiciário independente no país[27][28]. Há relatos de trabalhos forçados, tráfico de pessoas e trabalho infantil[29], e o governo é conhecido por usar a violência sexual como instrumento de controle.
As eleições parlamentares de 1990 foram as primeiras em 30 anos, na qual a Liga Nacional pela Democracia, chefiada por Aung San Suu Kyi,
recebeu mais de 60% dos votos e mais de 80% dos assentos na Assembléia.
Entretanto, o regime militar anulou o resultado do pleito. Aung San Suu
Kyi, que ganhou reconhecimento internacional como ativista pela democracia em seu país e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991, tem sido mantida em prisão domiciliar.
Os representantes eleitos em 1990 formaram o Governo Nacional de Coalizão da União de Myanmar, um governo-no-exílio que é considerado ilegal pelo regime militar[30].
Em 1993, o governo militar instituiu uma assembleia constituinte. Em 10 de maio de 2008, 92,4% dos 22 milhões de eleitores do país supostamente aprovaram em referendo uma constituição escrita pelos militares, com um comparecimento às urnas de alegadamente 99%, em meio aos efeitos do ciclone Nargis.
Foi a primeira votação desde as eleições nacionais de 1990. A nova
constituição concede aos militares 25% dos assentos no parlamento. Nyan
Win, porta-voz da Liga Nacional pela Democracia, dentre outros, criticou
o referendo, afirmando que "estava repleto de trapaças e fraudes por
todo o país; em alguns vilarejos, as autoridades e os funcionários da
seção eleitoral marcaram eles mesmos as cédulas e não permitiram aos
eleitores fazer nada".[31] A nova constituição impede Aung San Suu Kyi de ocupar cargos públicos. Outros cinco milhões de eleitores votariam em 24 de maio em Rangum e no delta do Irauádi, áreas mais atingidas pelo ciclone Nargis.[32]
A repressão política e os abusos contra os direitos humanos levaram o Conselho de Segurança das Nações Unidas a incluir Myanmar na sua agenda de trabalho[33]. A ASEAN[34], bem como os governos de diversos países, têm insistido para que o regime militar conduza o país à democracia.
[editar] Subdivisões
Myanmar se organiza em sete divisões e sete estados, baseados nos grupos étnicos dominantes.
[editar] Estados (pyi)
- Rakhine (anteriormente "Arracão")
- Chin
- Kachin
- Shan
- Kayah (anteriormente "Karenni")
- Kayin (anteriormente "Karen")
- Mon
[editar] Divisões (taing)
- Sagaing
- Tanintharyi (anteriormente "Tenasserim")
- Ayeyarwady (anteriormente "Irrawady")
- Yangon (anteriormente "Rangún")
- Bago (anteriormente "Pegú")
- Magway
- Mandalay
[editar] Economia
Myanmar é um dos países mais pobres do Sudeste da Ásia e sofre há décadas de estagnação econômica, má administração e isolamento. O seu PIB cresce 2,9% ao ano, taxa considerada baixa em comparação com outras economias da região.
Sob o controle britânico, Myanmar era um dos países mais ricos do Sudeste da Ásia e o maior exportador mundial de arroz. Produzia petróleo e possuía recursos naturais e humanos, com uma população altamente alfabetizada. Cerca de 75% da teca produzida no mundo originava-se daquele país.
Após o golpe de Estado de 1962, o governo procurou estatizar as indústrias, mas em 1989 passou a descentralizar a economia. Em anos recentes, a ChinaÍndia têm se aproximado de Myanmar, com vistas a obter benefícios econômicos. Muitos países, como os EUA, Canadá e a União Europeia, impuseram sanções comerciais e de investimento. O investimento estrangeiro é proveniente da China, Cingapura, Coreia do Sul, Índia e Tailândia. e a
Ademais da produção de drogas ilegais, como ópio,
a atividade econômica birmanesa inclui produtos agrícolas, têxteis,
produtos de madeira, material de construção, pedras preciosas, metais e
gás natural.
Os arrozais cobrem cerca de 60% da área cultivada; o arroz corresponde a 97% da produção de grãos (por peso).
[editar] Cultura
Embora haja uma pletora de culturas locais em Myanmar, a cultura da maioria é principalmente budista e birmane. A cultura birmane foi continuamente influenciada pela dos países vizinhos. As artes em geral e a literatura em particular foram fortemente influenciadas pela forma birmanesa do budismo teravada. Considerado o épico nacional de Myanmar, o Yama Zatdaw é uma adaptação do ramaiana e foi muito influenciado pelas versões tailandesa, monindiana do texto. O budismo é praticado juntamente com a adoração dos nats (espíritos). e
Num vilarejo birmanês tradicional, o mosteiro é o centro da vida
cultural e os monges são venerados e apoiados pelos leigos. Todos os
meninos de famílias budistas devem tornar-se noviços e monges, mesmo que
por pouco tempo.
O governo colonial britânico introduziu elementos ocidentais na cultura local. O sistema educacional tem como modelo o Reino Unido. As influências arquitetônicas coloniais são mais óbvias nas cidades maiores, como Rangum. Muitas minorias étnicas, como os karen, no sudeste, e os kachin e os chin, no norte e noroeste, são cristãos.
FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
Data | Nome em português | Nome local | Observações |
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