Medicina indígena
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Medicina indígena corresponde ao comportamento orientado para obtenção e preservação da saúde através das práticas culturais dos Povos ameríndios. Segundo Estrella, (1985) [1] a medicina indígena apresenta os seguintes elementos estruturais:
a) aplicação de um conjunto de regras, modelos rituais, expressões ou
ações que emergem historicamente da vida prática e da ideologia de um
grupo social, e que conforma uma série de enunciados acerca da saúde e
da doença.
b) prática esta que propicia o desenvolvimento de um “saber médico”
onde se pode identificar: grupos de objetos ou enunciados, jogos de
conceitos, séries de escolhas teóricas. Elemento que não constituem uma
ciência, como uma estrutura idealmente definida e nem são tampouco
conhecimentos amontoados procedentes de experiências, tradições ou
descobrimentos unidos apenas pela identidade do sujeito que os gerou.
São elementos a partir dos quais é possível construir proposições
coerentes (ou não), desenvolver descrições mais ou menos exatas,
elaborar teorias.
c) os enunciados desse saber médico se constituem sobre elementos
empíricos, mágicos, míticos religiosos e racionais sendo especial a
influência da ideológica exercida pela religião católica.
d) os enunciados, conceitos e práticas deste saber médico estão em
boa parte, em oposição à ideologia dominante da formação social.
Índice[esconder] |
[editar] A natureza do conhecimento indígena
Generalizações sobre as práticas médicas ameríndias ou de qualquer
outra região do planeta, apesar de necessárias na perspectiva de estudos
teóricos, são perigosas porque, existe certa especificidade em cada
sistema de crenças mítico-religioso e/ou prática cultural destinada à
recuperação da saúde que podem ficar ocultas no exercício da comparação.
Por outro lado a comparação, como se fossem atalhos indicadores das
linhas de pesquisa, nos permite ampliar o conhecimento, organizando este
sob a forma de teorias de base empírica e científica. O que antes se
apresenta como um conhecimento aparentemente desordenado e não lógico,
embora cada vez mais reconhecido, especialmente quanto ao uso de
plantas, uso de técnicas de êxtase ou mesmo sobre esse conjunto de
práticas, ditas primitivas, que nos permitem curar doenças, conhecer e
controlar estados de consciência, controlar emoções ou modificar
sentimentos como prática de saúde mental.
Segundo o antropológo Lévi-Straus,
1976, o "pensamento selvagem" diferencia-se do conhecimento científico
por ser analógico, basear-se na intuição sensível em lugar da percepção e
da imaginação. Um aproximando-se da bricolagem e poesia (inspiração
artística) e o outro apropriando-se lógica de contradições. [2]
Considerando-se a equivalência dos sistemas etnomédicos, o trabalho é
compreender as especificidades que adquirem em função da adaptação à
áreas ecológicas, grupos linguísticos e níveis de tecnologia resultantes
do processo histórico de acúmulo de conhecimento. Assim procedendo as
diversas conquistas de cada povo ou etnia podem ser integrados a grupos
de práticas semelhantes, tornado-se mais compreensíveis as razões de sua
permanência ou extinção. Lyons e Petrucelli (1997) [3] associam o valor das técnicas ou medicamentos à sua permanência na(s) cultura(s).
[editar] Arte Médica dos índios brasileiros
No livro de 1844 de von Martius, Karl Fridrich Philipp Natureza, Doenças, Medicina e Remédios dos Índios Brasileiros [4]
esse autor, com toda a carga de preconceitos do século XIX observa que o
médico, chamado pajé na língua tupi, apesar de não ser doutor, nem
mesmo um mestre ou seja possuir os títulos de um professor ou médico
europeu, apesar de não fazer parte de grêmio ou corporação que lhes dê
direito de curar, possui mais poder e influência na tribo que os seus
congêneres europeus, segundo ele, graças à ignorância desta.
No seu entender, a medicina indígena é comparável à magia e
feitiçaria e ao xamanismo dos nômades asiáticos. Compara ainda, o pajé,
ao sacerdote, profeta e adivinho, o zelador das cousas sagradas,
conselheiro e legislador, sempre um indivíduo de ascendência e
influência na tribo, que se distinguem pelo espírito de observação,
astúcia e laboriosidade, observando que esse mister, às vezes, também
está nas mãos de mulheres velhas.
Em vários momentos de sua obra, faz referência a um culto ou saber
desaparecido de modo semelhante aos xamãs siberianos. Declara-se
pessimista quanto a possibilidade destes (a raça ameríndia) encontrarem
uma resolução de suas demandas de saúde por recursos próprios, ou face a
sua condição social, pelo alcance da ciência médica européia.
Reconhecendo, porém, seu vigor, constituição robusta e longevidade,
sobretudo antes de seu contato com a civilização.
Não reconhece nenhuma doença da época como exclusiva dos indígenas e
atribui origem nas Índias Ocidentais à: cholera morbo, febre amarela e
na Costa Oriental Africana à vena medinensis (dracontiase). Na Europa
atribui a origem da varíola e sífilis, doenças por serem exógenas não
possuíam tratamentos específicos na medicina indígena.
[editar] Uma proposição
Os interessados no tema se deparam diante do desafio de identificar
elementos comuns ou padrões nas diversas tradições dos povos americanos
(e dos povos que lhes deram origem). Enquanto sistemas etnomédicos
(xamanismo) ou medicinas tradicionais derivadas dos sistemas míticos
religiosos, estas por sua vez possuem muitas características não
comparáveis à prática médica ocidental, menos ainda à moderna medicina baseada em evidências.
Contudo, o exercício de identificação da coerência e unidade desse
saber, pode favorecer a tarefa de oferecer serviços de saúde as
populações indígenas remanescentes, o que no Brasil corresponde à FUNASA – Fundação Nacional de Saúde e nos EUA Estados Unidos da América do Norte ao Indian Health Service.
Sem pretender elucidar as questões da importância fundamental do
idioma ou de outros elementos culturais, especialmente níveis de
tecnologia ou civilização, tomou-se como referência o conjunto dos
principais troncos e famílias lingüísticas para, a partir destes grandes
grupos, reunir dados etnográficos dos sistemas míticos religiosos e
práticas xamãnicas dos povos indígenas.
Assim sendo identifica-se no Brasil como principais grupos lingüísticos, [5] [6] em torno dos quais estão reunidos os achados etnográficos relativos às práticas de saúde:
- O Tronco Tupi e a família Tupi-Guarani
- O Tronco Macro-Jê
- A família Karib
- As Famílias Aruák e Arawá
- As famílias Tukano, Maku e Yanomami
ou seja vislumbra-se a possibilidade de identificar-se mitos e referências específicas à práticas de saúde nas línguas indígenas
e áreas culturais em que estas se subdividiram, no mínimo como um
vocabulário para subsídio da organização das intervenções sanitárias e
diálogos com essas populações. Numa proposição mais ampla (povos
ameríndios) temos ainda os seguintes troncos e famílias lingüísticas na
América:
- Esquimó (aleuta)
- Na dene
- Algonguiano - ritwan
- Siouan inclui os Iowa
- Salishan
- Iroquês
- Otomangue (Zapoteca)
- Nahualt (Asteca)
- Chibcha
- Maia
- Quechua (Quechumaran) - Aimara
[editar] Diversidade de práticas terapêuticas
Apesar da diversidade lingüística das Américas o conjunto de práticas
terapêuticas é relativamente mais limitado e com características comuns
a muitas das culturas. Incluem-se na medicina tradicional dos povos da América do Sul: o uso do Tabaco (Nicotina tabacum),
aplicação de calor e defumação, massagens, fricções, extração da doença
por sucção/ vômito, escarificação no tórax e locais inflamados; rituais
com uso de plantas psicoativas como a Jurema (Mimosa nigra; M. hostilis), a Ayahuasca ou Hoasca (Banisteria caapi & Psichotria viridis), o Paricá (Piptadenia peregrina, P. macrocarpa). A utilização de produtos animais como as secreções do anuro Phyllomedusa bicolor, utilizado popularmente no norte do país como "vacina do sapo"
Na América do Norte e Central, encontraremos rituais com plantas psicoativas como a Datura (Datura stramonium) e cactos (Lophophora Williamsii - o Peiote); além de fungos ou cogumelos (Psilocibe e Stropharia) e técnicas semelhantes à sauna (câmaras de suar – suadouros).
O estudo da distribuição desses saberes e práticas por área
geográfica é limitado quanto a organização específica desse sistemas em
relação à práticas empíricas de diagnosticar doenças (ou seja, a
distribuição das técnicas não respeita a geografia) mas extremamente
útil para selecionar plantas e dietas a serem utilizadas como medicamentos. O saber específico de cada etnia - tarefa da Etnobotânica, por sua vez, possivelmente obedece a lógica da derivação de idiomas e distribuição demográfica em áreas culturais.
[editar] Escarificação e cirurgias
É pratica comum na América a escarificação no tórax e locais
inflamados com bico, dentes de animais ou fragmentos de cristais
equivalentes às antigas técnicas de sangria. Houve época que essa última técnica associou-se à medicina dos cirurgiões barbeiros e aplicadores da sanguessugas
(Hirudus medicinalis ou bicha como era conhecida no Brasil antigo) e as
terapias por aplicação de ventosas que atualmente são práticas em
extinção.
Uma variante da escarificação é a aplicação pelo pajé (Bisamus entre os Cariris) de irritantes químicos como a Urtiga e o Cansanção em locais específicos do corpo pelos índios Kiriris (Siqueira, 1978) [7], o leite de cansanção é também aplicado sobre a cárie (buraco do dente) (Bandeira, 1972) [8].
Ainda hoje, na medicina popular a urtiga é utilizada em aplicação local
e chá para dores reumáticas. Há refrências a utilização de pimenta
cumim externamente sobre o corpo de gestantes para aliviar a dor do
parto (Bandeira, o.c.) o que hoje se explica pela presença do elemento
ativo Capsaicina com propriedades analgésicas.
Alguns antropólogos chamam atenção para especificidade das medicinas das antigas civilizações Inca na América do Sul, Asteca e Maia na MesoaméricaCinchona) que contém quinina poderoso agente contra a malária, incluía práticas cirúrgicas como trepanações do crânio com finalidade neurocirúrgica não completamente esclarecida (descompressão de tumores, tratamento de concusão ou hemorragias - remoção de coágulos,?). [9], [10]
especialmente a primeira, relativamente mais conhecida, e importante
para a região amazônica. A medicina inca, famosa por apresentar
medicamentos com o a quina (
Segundo Jürgen Thorwald, (1990) [11]
o surpreendente nos achados do Peru é a alta percentagem dos
sobreviventes da trepanação, refere-se que entre quatrocentos crânios
examinados por Tello havia duzentos e cinqüenta casos de cura, e entre
os setenta e um casos examinados por MacCurdy foram encontrados apenas
doze sem sinais de regeneração ou sobrevivência.
[editar] Civilizações americanas
Os médicos historiadores Lyons e Petrucelli (o.c.) descrevem as
culturas pré-colombianas como sistemas de intrincadas misturas de
religião, magia e empirismo semelhantes ao das sociedades arcaicas: religião, porque alguns deuses provocavam doenças enquanto outros protegiam os seus devotos; magia,
porque muitas doenças que se consideravam causadas por encantamentos de
inimigos ou rivais, deviam ser curadas por meios mágicos; empirismo, porque se usavam plantas, minerais e técnicas cujo valor ainda hoje se mantém.
A medicina inca, além de intervenções cirúrgicas possuía ampla farmacopéiaKallawaya,
que se integrava ao império tem fama, sobretudo, de ter desenvolvido
(aprendendo com de outras etnias, coletando e climatizando) grande parte
das plantas utilizadas por todo o império, tal qual pesquisadores
especializados em etnofarmacologia que hoje realizam pesquisas de
bioprospecção. com plantas importadas das mais longínquas regiões da América. A etnia
Entre os tratamentos utilizados no sistema etnomédico da macro etnia neo-incaica, utilizando-se a expressão de Ribeiro [12], incluía também substancias enteógenas
misturados com pelo menos uma dezena de plantas curativas ou plantas
mestras (plantas professoras). Tanto o efeito combinado (sinérgico)
dessas misturas como a cura através de rituais com substancias
psicoativas ainda não foram compreendidos por nossa medicina científica -
cosmopolita e precisam ser melhor estudados.
Ainda hoje, em algumas regiões da América, encontram-se associação
das medicinas tradicionais da região com práticas européias específicas
como a hidroterapia e medicina natural desenvolvida no Chile por Manuel Lezaeta Acharán (1881-1959) – bastante conhecido no Brasil pela nova geração de médicos naturalistas.
Resta-nos, nesse caso a tarefa de pesquisar até que ponto a doutrina
térmica proposta por esse autor tem a ver com os conceitos do efeito do
frio e quente da nossa cultura popular (extensível à qualidade de alimentos e medicamentos) em especial entre os xamãs (machi) da cultura Mapuche do Chile - Argentina.
Os costumes indígenas de enterrar-se na beira dos rios, ou permanecer na água corrente para controle de febres
das grandes epidemias de varíola e sarampo referidos por Martius teriam
vindo de práticas já consolidadas empiricamente(?) tipo a utilização da
argila pelos médicos naturalistas (?). Segundo Martius as febres
cíclicas eram explicadas como associadas ao ciclo lunar. Por outro lado o
uso da calor também está associado a uma série de doenças por eles
diagnosticadas. Encontram-se gravuras dos primeiros viajantes mostrando a
utilização do fogo para aquecer os doentes em leitos de madeira
colocados próximos de fogueiras. Pode se perguntar se tais práticas
assim como a das câmaras de suar (saunas), que ainda são utilizadas na
América do Norte, influenciaram-se mutuamente (?) e se fundamentam em
padrões explicativos semelhantes (como propõe Estrella, 1985) em todos
os povos que utilizam tais recursos (?).
[editar] Contribuições da Amazônia
O uso terapêutico da Ayahuasca
O uso da Ayahuasca, hosaca, Yagé ; Nixi honi xuma, Capi, ou seja dos preparados da Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis com e sem outras plantas de efeito medicinal é sem dúvida uma das maiores contribuições da medicina inca e indígena da Amazônia.
Sua utilização é milenar e sua sobrevivência e expansão nas Américas no
mínimo atesta a importância da necessidade de pesquisas sobre seu
efeito terapêutico.
De acordo com Takiwasi Centre
um centro de tratamento do abuso de drogas que usa ayahuasca e outras
medicinas tradicionais como parte do programa terapêutico, as medicinas tradicionais oferecem respostas satisfatórias (comparáveis em termos de eficiência e eficácia) à problemática de saúde mental
que poderia se imaginar características das culturas que a utilizam
originalmente. Contudo a experiência médica tem demonstrado o oposto,
essa prática tem atingindo dimensões transculturais em áreas onde a
medicina ocidental é bastante deficiente como o das toxicomanias.
Propriedades semelhantes a dos agentes serotoninérgicos e alguns estudos realizados nos EUA apontam a utilização da hoasca para tratamento da depressão, inclusive de pacientes terminais (associando-se principalmente nesse último caso à orientação religiosa espiritual). Recentemente a Universidade Johns Hopkins tem selecionado voluntários para estudos científicos da pratica espiritual e meditação com utilização da Psilocibina uma substancia enteógena presente em cogumelos utilizados pela medicina nahualt. As pesquisas da etnopsiquiatria e terapia com alucinógenos hoje denominados enteógenos iniciada com as pesquisas com LSD, proibidas face utilização descontrolada dessas substancias na expansão da contraculturahippie, tem sido retomadas e utilizadas em pesquisas que incluem patologias como autismo e cefaléias além dos dois transtornos psiquiátricos acima referidos (depressão e drogadição).
Na Amazônia Ocidental estudos apontam de 40 a 72 grupos que fazem uso da ayahuasca (Ribeiro, 1986 [13]; Luna, apud Labate, 2002 [14]). Os referidos grupos tribais que tem o yagé ou ayahuasca como elemento estruturante de mitos e ritos concentram-se na região do Solimões (Alto Amazonas) e predominam grupos de idiomas das famílias:
- Quéchua (Quechumaran) a exemplo dos Ingano (Ingas); Kofan (Cofán); Kamsá (Camsás ou Quillacigas) Kallawaya Encostas andinas do Vale Sibundoy – (Colômbia) ou da macro-etnia neo-incaica;
- Tukano (Airo-pai; Barasana; Cubeo; Desana; Tukanos ; Makuna ; Siona)
e de línguas menores como Pano (Marubos, Caxinauás, Yaminawas) e Ashuar (Jivaro ou Shwaras e Secoya)
No Brasil a utilização da Hoasca nos grupos religiosos urbanos e
tradições da amazonas está em plena expansão. Encontra-se ainda o uso
isolado por curandeiros
- vegetalistas tal como ainda é utilizado na Amazônia peruana; a
integração dessa prática com religiões africanas e tradições locais
(MacRae; Nunes Pereira) até o processo de urbanização em grupos
religiosos formalmente identificados tal como: o Santo Daime criado por Raimundo Irineu Serra (Mestre Irineu) em 1930; Centro Espírita e Culto de Oração Casa de Jesus Fonte de Luz (Barquinha) em 1945 por Daniel Pereira de Matos (Mestre Daniel) e o Centro Espírita União do Vegetal criado em 1961 por José Gabriel da Costa respectivamente os dois primeiros em Rio Branco no Acre e o segundo em Porto Velho, Rondônia.
MacKena [15] e Ricciardi [16]
ressaltam as diferenças de contexto no efeito do chá, no uso individual
no uso terapêutico proposto por curandeiros - vegetalista e no uso
ritual de caráter religioso e de auto – ajuda que vem se desenvolvendo
nos grupos religiosos acima citados.
Outras contribuições
A vacina do sapo de origem em grupos Pano, Aruaque e Aruá ver verbete específico
insere-se na utilização numa ampla farmacopéia ainda não completamente
conhecida das populações indígenas. Entre as substancias utilizadas
encontram-se substancias psicoativas (utilizadas sem ritual religioso)
incluindo Coca (Erythroxylum coca) Ipadu ; MarapuamaPtychopetalum olacoides) sendo a mais conhecida o Guaraná (Paullinia cupana) e preparados com Castanha-do-pará (Bertholletia excelsa); calmantes como a Casca preciosa (Aniba canelilla); medicamentos de efeito antiinflamatórios e antibióticos como Paratudo (o Ginseng-brasileiro - Pffafia glomerata), Andiroba (Carapa guianensis), Unha-de-gato (Uncaria tomentosa); Carapanaúba (Aspidosperma nitidum); Pau d'arco (Tabebuia avellanedae) entre outras. (
O mais conhecido, mas também ainda não utilizado plenamente para desenvolvimento da região, são as frutas como Açaí (Euterpe oleracea), Cupuaçu (Theobroma grandiflorum), Bacuri (Platonia insignis), BacabaOenocarpus bacaba), Pupunha (Bactris gasipaes).
Observe-se porém que há uma série de produtos da floresta de valor
nutricional tipo batatas, carás e/ou condimentos, que poderiam ser
incluídos na alimentação das populações rurais (e urbanas caso
comercialmente explorados) e não são sequer conhecidos. (
Por outro lado, como ressalta Eliade, 2002 [17], entre as grandes contribuições do Xamanismo estão os mundos fabulosos, descobertos e descritos pelos antigos xamãs, tão necessários ao combate dos demônios e desordens na esfera do sagrado (leia-se linguagem ou inconsciente numa interpretação materialista). Utilizando símbolos eles são capazes de conduzir pessoas a transformar os sentimentos ruins em bons dirimir inimizades que ameaçam o bom convívio social. O xamã é alguém que pode ver esse mundo invisível e sobrenatural
e se dispõe a curar, ouvir, compreender e até mesmo a ensinar a ser
xamã, curandeiro, mestre ou pajé. Tarefa na qual nenhuma das plantas da
Amazônia aqui referidas é tão útil e amplamente utilizada como a ayahuasca
e o complexo mundo simbólico da floresta imaginada, povoada de
espíritos e divindades vivas nas sobrevivências das tribos e culturas da
América.
- FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário