Técnica do microburil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A técnica do microburil é um procedimento especial para trociscar lâminas líticas e, a partir dos fragmentos, elaborar utensílios, basicamente micrólitos[1] Desta técnica há constatação em todo o Velho Mundo, ao menos desde o Mesolítico (também desde as últimas fases do Paleolítico superior, pois no Magdaleniano final francês já apareceram triângulos e trapézios, embora sejam muito raros), mas não foi localizada, pelo momento na América. geométricos.
A técnica consiste em tomar uma lâmina (também pode ser feita com uma lasca) e colocar o seu extremo proximal contra um suporte com um canto vivo proeminente (a jeito de bigorna).
Depois, por meio quando pequenos golpes, ou balanceando a peça enquanto
se pressiona o seu gume contra a aresta do suporte, ir criando um
entalhe cada vez maior, até a lâmina lítica quebrar com um golpe decidido, mas delicado ("flexão")[2]
Se a técnica for bem feita, a fratura será oblíqua ao eixo da lâmina e
próxima à zona proximal da mesma, de modo que resultam duas peças
diferentes: a denominada propriamente "'microburil"'
proximal, que é a menor e que conserva o talão e o conchoide da peça
originária, e a denominada "'ápice triédrico", que é a maior parte da
lâmina. A flexão é também ligeiramente curvada e oblíqua às caras da
lâmina: o plano de fratura é empenado, de modo que pode ser visto na
cara superior do "ápice triédrico", bem como o seu negativo na cara
inferior do "microburil".
O microburil é um "resíduo característico" desta técnica, de
modo que não tem atribuída nenhuma funcionalidade (embora alguns não
descartam o seu reaproveitamento posterior, este não foi demonstrado de
modo fidedigno[3]), por outro lado o "ápice triédrico" é a base para a fabricação dos micrólitos. Tal e qual está serve para obter "lâminas de bordo abatido" .[4]
Mas, normalmente, a parte do ápice triédrico é outra vez submetida à
técnica até flexioná-la de novo e obter assim outras duas peças, a
saber, o "microburil distal" (outro resíduo característico) e a parte
central que possui um duplo ápice triédrico, com linhas de fratura
convergentes, ambas as opostas uma a outra.
Esta peça, de "duplo ápice triédrico" servirá, continuando o retoque
abrupto de ambas as flexões, para fabricar micrólitos geométricos
("triângulos", "trapézios" ou "segmentos"). Muitas vezes o retoque não é
total, e estes micrólitos conservam visível parte do plano de fratura, o
que permite reconstruir com maior segurança, os gestos do artesão que
os fabricou.
A mesma técnica do microburil serve para fabricar outros tipos de micrólitos não geométricos, como as pontas de Tardenois.
FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário