No
sudeste do Piauí, esse gigantesco museu a céu aberto possui numerosos
sítios arqueológicos, outrora habitados por homens e animais
pré-históricos, que deixaram sua presença registrada na forma de
fósseis, artefatos e inscrições rupestres (pinturas nas rochas).
Durante
a pré-história, a Serra da Capivara foi densamente habitada por povos
caçadores e coletores primitivos, denominados "pimenteiras". Sabe-se
que desde meados do século 17 até o início do 19, os nativos passaram
por um trabalho de catequização jesuítica. Ao mesmo tempo, com o
processo de conquista do território, foram dizimados até a extinção.
As terras foram então transformadas em fazendas de gado e pequenas
lavouras. A pecuária extensiva dominou a área até meados do século 19,
quando a maniçoba - planta típica da caatinga de onde se extraía
látex para a produção de borracha - tornou-se um produto rentável,
porém extraído à exaustão. As pesquisas arqueológicas na região
iniciaram-se em 1970 e a primeira expedição científica para a área foi
realizada em 1973, em colaboração com o governo francês. Hoje, são
mais de 500 sítios arqueológicos catalogados, onde foram encontrados
esqueletos humanos, artefatos de pedra polida e cerâmica, inscrições
rupestres, restos de fogueiras e fósseis de animais pré-históricos
hoje extintos, como tigres- dente-de-sabre, lhamas, tatus e preguiças
gigantes.
O
Parque, criado em 1979, foi incluído na lista de Patrimônio Cultural
da Humanidade pela Unesco em 1991. Três anos mais tarde, foi assinado
um convênio entre o Ibama e a Fumdham para gestão conjunta do Parque.
Na
Serra da Capivara existem evidências da presença humana que remontam
a 50 mil anos. Ainda não se sabe exatamente como o homem teria chegado
ao continente americano, nem como teria ocorrido seu povoamento.
Sabe-se, no entanto, que entre 50 mil e 12 mil anos atrás, grupos
humanos habitavam a Serra da Capivara - que, na época, tinha clima
úmido. Inovavam tecnicamente, escolhendo entre os recursos existentes:
faziam instrumentos cortantes, raspadores e perfuradores com pedra ou
madeira. Os abrigos sob rocha que possuíam caldeirões eram utilizados
como pontos de caça, enquanto espaços mais abertos viravam moradia.
Entre
12 mil e 5 mil anos, o clima semi-árido foi-se instalando na região e
um novo período cultural se desenvolveu. Os instrumentos de pedra
passaram a ser confeccionados com diferentes técnicas e a cerâmica
apareceu como artefato. As pinturas foram realizadas durante milênios,
ilustrando a vida cotidiana, os cerimoniais e os animais - muitos
deles hoje inexistentes na região.Há 3.550 anos apareceram povos
agricultores e ceramistas na área, que sepultavam os mortos em covas
na terra ou em urnas funerárias. Permaneceram aí até a chegada dos
colonizadores, quando foram dizimados.
FONTE: Ache tudo e região/O PORTAL DO BRASIL
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