Roteiro Arqueológico
Sítio arqueológico Xique Xique I
Esse
roteiro vai levar você ao encontro do passado. É o mapa que indica os
caminhos de um verdadeiro tesouro arqueológico. A caatinga do Seridó
esconde os sinais de civilizações antigas. As mensagens dos índios estão
por toda parte. São intrigantes pinturas rupestres e fascinantes
gravações itaquatiaras. Para encontrá-las, você precisa seguir a trilha.
Venha conhecer a História, tente desvendar os mistérios.
Além do Xique Xique I você pode ainda conhecer vários outros "sítios", tais como:
Xique Xique II, Xique Xique IV, Furna do Messias, Casa Santa, Talhado do Gavião, Furna dos Cabôclos, Pedra do Alexandre, etc ( Todos eles detentores de belas e enigmáticas "pinturas rupestres" ).
E também, outros sítios detentores de belas Itaquatiaras, tais como:
Fundões, Cachoeira do Braz, Cachoeira das "pinturas", Canoas I, II e III, etc
FONTE: Dean Carvalho.
O município de Santana do Matos, a 190 quilômetros de Natal
(RN), abriga um ainda desconhecido patrimônio histórico. Nos últimos
três anos, foram descobertos 70 novos sítios arqueológicos encravados
nas serras da região. A maioria deles, especialmente os localizados em
áreas de difícil acesso, está quase intacta. Outros, no entanto, já
sofrem com a depredação. Acredita-se que algumas pinturas podem ter até
10 mil anos.
FONTE: Tribuna do Norte.
A catalogação dos recém-identificados sítios começou em 2002, e a
descoberta deve ser publicada na íntegra nos próximos meses. O trabalho é
desenvolvido pelo professor da Universidade Estadual do Rio Grande do
Norte (UERN), Waldeci dos Santos Jr., concluinte do mestrado em
Arqueologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Os achados
em Santana são o tema de sua dissertação final.
O trabalho de catalogação consiste em identificar o sítio, fotografar,
filmar, fazer medições e preencher uma ficha bibliográfica contendo
todas as informações sobre o local - desde relevo, vegetação,
hidrografia, até localização espacial usando GPS. Essas informações são
enviadas para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN).
Antes da pesquisa, apenas dois sítios no município de Santana do Matos
haviam sido catalogados. De lá para cá a quantidade de áreas onde foram
encontrados vestígios de civilizações antigas subiu para 72. "Se
tivéssemos apoio financeiro para bancar as pesquisas esse número poderia
até triplicar", acredita Santos Jr.
Nos sítios de Santana do Matos são encontradas pinturas e gravuras - mas
não se pode precisar exatamente há quanto tempo estão ali. A tinta
utilizada para pintar os símbolos tem cor avermelhada e foi retirada a
hematita (óxido de ferro) - um mineral comum na região - e por não se
tratar de uma coloração vegetal é impossível que ela seja datada com
precisão. Os símbolos, a princípio, não são compreensíveis.
Além das pinturas, também já foram encontrados instrumentos utilizados
por antepassados, principalmente machadinhas, cerâmicas e almofarizes
(espécie de pilão para moer milho). Existem boatos de que no alto da
Serra do Caboclo haveria um cemitério indígena, mas a informação ainda
precisa ser detalhada e o local ser alvo de escavações.
A pesquisa é feita com recursos próprios do professor e do agricultor
Gilson Luís da Silva, morador da região e que é uma espécie de braço
direito e consultor local do professor Waldeci dos Santos.
Boa parte das ocorrências se localiza em áreas privadas - mas os
proprietários não fazem objeção à pesquisa. Os locais mais conhecidos
pelos pesquisadores chegam a aglomerar grupos de 12 a 14 sítios, como é o
caso das regiões conhecidas como Saquinho, Pixoré, Rodeador, São
Vicente e Malhada Funda.
Em alguns desses pontos, no entanto, a qualidade das pinturas não é
muito boa. "Isso se deve à degradação que elas vêm sendo vítima ao longo
do tempo e que é acelerada pela ação humana", afirma Waldeci dos
Santos. Pixações, raspagem e até pinturas são freqüentemente observadas,
principalmente nas áreas de acesso mais fácil.
"É importantíssimo um trabalho de conscientização da população local para que se preserve essa riqueza do patrimônio histórico"
Prefeitura vai implantar ponto turístico
Diante das descobertas dos sítios arqueológicos nas serras de Santana do Matos, a Prefeitura do município está iniciando um projeto para transformar a área em ponto turístico. O primeiro passo já está sendo dado que é a criação da Secretaria Municipal de Turismo.
Diante das descobertas dos sítios arqueológicos nas serras de Santana do Matos, a Prefeitura do município está iniciando um projeto para transformar a área em ponto turístico. O primeiro passo já está sendo dado que é a criação da Secretaria Municipal de Turismo.
O prefeito de Santana do Matos, Francisco de Assis da Silva, afirmou que
tomou conhecimento da descoberta dos sítios no mês passado e a partir
daí, ciente da importância que eles poderiam vir a ter para a cidade,
convocou técnicos da prefeitura para fazer um levantamento sobre a
viabilidade da implantação de um parque turístico sustentável.
"O estudo ainda está em fase inicial e paralelo à sua elaboração estamos
enviando à Câmara dos Vereadores o pedido de mudança na estrutura da
administração criando a Secretaria de Turismo para ficar à frente do
assunto", afirma o prefeito.
Francisco de Assis da Silva não soube precisar quanto tempo deve levar
até a conclusão do levantamento e elaboração do projeto final. Para que a
idéia de transformar os sítios de Santana em ponto turístico possa sair
do papel será preciso apoio governamental e parcerias.
Agricultor sai em busca dos sítios
Até o início de 2002, Gilson Luís da Silva era um professor desempregado que vivia da criação de galinhas e da agricultura de subsistência. Voltando do centro de Santana do Matos para o sítio onde mora, na zona rural do município, ele encontrou um grupo de pesquisadores chefiados pelo professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), Waldeci dos Santos Jr., pedindo informações sobre locais onde existiam vestígios de civilizações antigas.
Até o início de 2002, Gilson Luís da Silva era um professor desempregado que vivia da criação de galinhas e da agricultura de subsistência. Voltando do centro de Santana do Matos para o sítio onde mora, na zona rural do município, ele encontrou um grupo de pesquisadores chefiados pelo professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), Waldeci dos Santos Jr., pedindo informações sobre locais onde existiam vestígios de civilizações antigas.
Juntou-se ao grupo, se apaixonou pela arqueologia e de lá para cá nunca mais abandonou a atividade.
Gilson Luís se transformou no braço direito do professor da UERN.
Enquanto Waldeci dos Santos Jr. está dando aulas ou elaborando a
dissertação do mestrado, o agricultor percorre os mais longínquos
redutos, nas diversas serras da região, em busca de pinturas, gravuras e
vestígios de antigos instrumentos utilizados por antepassados. Mesmo
sem ter formação especializada, ele conta que foi orientado e sabe
reconhecer os sítios de interesse histórico.
"Ando por aqui desde criança. Quando ele me perguntou se eu sabia onde
eram encontradas essas ocorrências foi fácil descobrir", diz. Graças a
esse conhecimento da região, a quantidade de sítios arqueológicos
catalogados no município de Santana do Matos saltou de dois para 72.
Gilson Luís trabalha sozinho. Mas de vez em quando também conta com a
ajuda do pai, o agricultor Antônio Luís da Silva, 56 anos.
Financeiramente, no entanto, não recebe apoio de ninguém.
"Trabalho por amor. Coloco gasolina na minha moto, passo o dia todo
caminhando no sol e vou em busca dos sítios", afirma. Ele precisa se
dividir entre os biscates que faz para sobreviver e a atividade
não-remunerada e reclama da falta de apoio do poder público.
"Trata-se de um patrimônio do Município e que pode vir a gerar renda para a população", diz.
Gilson conta que já trabalhou como professor primário, mecânico de moto,
montador de bicicleta, pedreiro e agricultor, mas foi na arqueologia
que encontrou sua verdadeira vocação.
Vestígios são registrados em vários pontos do RN
Os sítios arqueológicos do município de Santana do Matos não são os primeiros a serem encontrados no Estado. Pesquisas coordenadas pelo Laboratório de Arqueologia, do Departamento de História, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) demonstram que existe uma grande variedade de vestígios de civilizações antigas em território potiguar - desde a era pré-histórica até a colonial. Três áreas, em especial, são de grande interesse.
Os sítios arqueológicos do município de Santana do Matos não são os primeiros a serem encontrados no Estado. Pesquisas coordenadas pelo Laboratório de Arqueologia, do Departamento de História, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) demonstram que existe uma grande variedade de vestígios de civilizações antigas em território potiguar - desde a era pré-histórica até a colonial. Três áreas, em especial, são de grande interesse.
Um dos pontos mais conhecidos é o Lajedo Soledade, no município de
Apodi, a 330 quilômetros de Natal. Os vestígios lá encontrados são de
grupos de caçadores e coletores que viveram no local há mais de 5 mil
anos. No Lajedo já foram catalogadas até agora 26 áreas de gravuras e 30
de pinturas que, ainda não se sabe ao certo, como estão num estado de
conservação raramente encontrado.
Sítios arqueológicos ainda mais antigos, alguns com até 9 mil anos,
foram identificados na região do Seridó - especialmente nos municípios
de Parelhas e Carnaúba dos Dantas. Estes, apesar de não se encontrarem
em ótimo estado de conservação, estão começando a ser utilizados como
pontos turísticos - a exemplo do que acontece com o Lajedo Soledade já
há alguns anos.
Nos últimos dez anos foram encontrados vestígios de acampamentos
indígenas ao longo do litoral - desde a divisa com a Paraíba até Touros -
provavelmente do período da colonização (séculos XV e XVI).
O professor da disciplina de Arqueologia do Departamento de História da
UFRN e coordenador do laboratório de Arqueologia, Roberto Airon Silva,
afirmou que a preservação desses sítios é de fundamental importância
para se conhecer os antepassados, além de colher informações sobre o
modo de vida deles.
"É importante desenvolver uma consciência nas comunidades de que aquilo
faz parte do patrimônio histórico e que por essa razão não deve ser
depredado", afirma.
Acredita-se que em todo o território potiguar haja um enorme número de
sítios ainda não identificados. Roberto Airon orienta as populações que
tenham conhecimento de áreas onde são encontradas pinturas e gravuras a
entrar em contato com os núcleos de Arqueologia - da UFRN ou da UERN -
para que uma comissão de especialistas possa ir até o local fazer uma
inspeção arqueológica a fim de cadastrar e mapear aquele sítio.
"A partir daí poderão ser iniciados estudos mais detalhados", afirma.
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