domingo, 24 de abril de 2011

O QUE SÃO OS... HIERÓGLIFOS ( Criptologia )

Hieróglifo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Solicit-Reference.svg
Este artigo ou secção cita fontes fiáveis e independentes, mas elas não cobrem todo o texto (desde abril de 2010).
Por favor, melhore este artigo providenciando mais fontes fiáveis e independentes, inserindo-as em notas de rodapé ou no corpo do texto, nos locais indicados.
Encontre fontes: Googlenotícias, livros, acadêmicoScirus


Hieróglifos em uma estela funerária.
Hieróglifo ou hieroglifo é cada um dos sinais da escrita de antigas civilizações, tais como os egípcios, os hititas, e os maias. Também se aplica, depreciativamente, a qualquer escrita de difícil interpretação, ou que seja enigmática.

Índice

[esconder]

[editar] Hieróglifos egípcios

Hieróglifo é um termo originário de duas palavras gregas: ἱερός (hierós) "sagrado", e γλύφειν (glýphein) "escrita". Apenas os sacerdotes, membros da realeza, altos cargos, e escribas conheciam a arte de ler e escrever esses sinais "sagrados".
A escrita hieroglífica constitui provavelmente o mais antigo sistema organizado de escrita no mundo, e era vocacionada principalmente para inscrições formais nas paredes de templos e túmulos. Com o tempo evoluiu para formas mais simplificadas, como o hierático, uma variante mais cursiva que se podia pintar em papiros ou placas de barro, e ainda mais tarde, com a influência grega crescente no Oriente Próximo, a escrita evoluiu para o demótico, fase em que os hieróglifos iniciais ficaram bastante estilizados, havendo mesmo a inclusão de alguns sinais gregos na escrita.

[editar] Uso ao longo dos tempos

Os hieróglifos foram usados durante um período de 3500 anos para escrever a antiga língua do povo egípcio.
Existem inscrições desde antes de 3000 a.C. até 24 de Agosto de 394, data aparente da última inscrição hieroglífica, numa parede no templo de Ilha de File.
Constituíam uma escrita monumental e religiosa, pois eram usados nas paredes dos templos, túmulos, etc. Existem poucas evidências de outras utilizações.
Durante os mais de três milénios em que foram usados, os egípcios inventaram cerca de 6900 sinais. Um texto escrito nas épocas dinásticas não continha mais do que 700 sinais, mas no final desta civilização já eram usados milhares de hieróglifos, o que complicava muito a leitura, sendo isso mais um dos fatores que tornavam impraticável o seu uso e levaram ao seu desaparecimento.

[editar] Quando e como desapareceram os hieróglifos

Com a invasão de vários povos estrangeiros ao longo da sua história, a língua e escrita locais foram se alterando, incorporando novos elementos. Fatores decisivos foram a introdução dos idiomas grego e latino, com a conquista pelos respectivos impérios. Também o cristianismo, ao negar a religião politeístaséculo V depois de Cristo. Tudo o que estava relacionado com os antigos deuses egípcios era considerado pagão, e portanto, proibido. local, contribuiu bastante para que o conhecimento desta escrita se perdesse, no
No caso dos maias, vastas bibliotecas foram queimadas pelos padres espanhóis em sua iracunda luta pela conversão do povo conquistado à religião católica, restando apenas registros hieroglíficos gravados em estelas, monumentos ou edifícios feitos de pedra, além de três pequenos livros e fragmentos de um quarto. Muitas inscrições foram destruídas e tornadas ilegíveis.Nessa epoca quem sabia ler e escrever no antigo egito era considerado muito imporatente e era chamado de escriba!Um pouco mais tarde, cerca de 3000 anos antes da nossa era, enquanto os Sumérios desenvolviam a escrita cuneiforme, os Egípcios desenvolveram uma forma de pictografia assente em pictogramas (várias imagens figurativas que representam coisas), fonogramas (símbolos que representam sons) e outros signos determinantes em escrita ideográfica, sem vogais. Meticulosamente gravados, os hieróglifos associavam, então, símbolos fonéticos às imagens de objetos reais.
Este sistema de escrita recebeu a designação de "hieroglífica" (do grego hieros que significa sagrado, e ghyhhein que significa gravar) porque foi criado para servir os rituais religiosos (usado em túmulos e templos), os monumentos estatais, as comemorações de acontecimentos militares e, em última instância, até serviu para registrar um agradecimento a um governante (por exemplo, a pedra de Roseta, na qual se podem observar hieróglifos – forma cursiva da escrita egípcia –, e letras gregas).
A escrita hieroglífica era utilizada nos documentos da vida pública e nas inscrições mais importantes. Para o dia-a-dia, os Egípcios desenvolveram, por volta de 2400, a escrita hierática, uma forma simplificada de hieróglifos. A escrita hierática (cursiva) era a utilizada pelos sacerdotes nos textos sagrados.

[editar] Pedra de Roseta


Pedra de Roseta.
A Pedra de Roseta é um texto do Antigo Egito escrito em hieróglifos, grego e demótico egípcio num grande bloco de granito, facilmente confundido com basalto. Esse texto foi descoberto em 1799 por homens sob o comando de Napoleão Bonaparte enquanto cruzavam a região de Roseta, Egito. Esse texto foi fundamental para a compreensão dos hieróglifos atualmente. Ele foi compreendido pela primeira vez por Jean François Champollion em 1822 e por Thomas Young em 1823, comparando a versão em hieróglifos com a em grego, sendo que ambos eram profundos conhecedores da língua grega. Ela refere-se à um decreto de Ptolemeu V Epifânio, do Egito ptolomaico. Hoje, a pedra encontra-se no Museu Britânico, Londres, sendo que foi cedida às autoridades militares britânicas em 1801, graças ao Tratado da Capitulação.

[editar] Decifração dos hieróglifos egípcios

A decifração do sistema de escrita dos hieróglifos egípcios é geralmente atribuída a Jean François Champollion, o chamado "Pai da Egiptologia". Nascido na França em 1790, desde muito jovem Champollion mostrou um grande interesse pelo estudo das línguas orientais, e aos 16 anos já conhecia hebreu, árabe, persa, chinês e várias outras línguas asiáticas.
Concluiu que o cóptico, a língua falada pelos cristãos egípcios ainda existentes, correspondia ao último estágio da antiga língua egípcia. Esta foi a sua grande vantagem sobre o médico inglês Thomas Young, que também investigou o significado dos hieróglifos, embora com menos sucesso.
Inicialmente, Champollion estava convencido, tal como Young, de que os hieróglifos eram puramente simbólicos, sem qualquer valor fonético. No entanto, após estudar várias inscrições hieroglícas contendo nomes reais, tais como o obelisco de Bankes e a Pedra de Roseta, Champollion descobriu que afinal muitos hieróglifos possuíam o efeito fonético comum aos ideogramas.
O estudo da antiga língua egípcia - vinculada nos hieróglifos egípcios - avançou bastante durante o século XX, com o trabalho de linguistas como SirAlan Gardiner e Hans Jakob Polotski, que permitiram uma melhor compreensão da gramática e do sistema verbal.

[editar] Princípios gerais da escrita hieroglífica egípcia

[editar] Direção de leitura

Alfabeto hieroglífico (unilíteros)
Sinal Transliterção Pron. Descrição
A
3 a Oclusiva-glotal-surda
Aleph
semítico Abutre egipcio
i
i Constritiva-palatal-sonora
yod
semítico. Junco florescente
i i
ou

y
y y Constritiva-palatal-sonora
Como no inglês Yes
Dupla de juncos
a
ˁ a Fricativa-faringal-sonora
ayin
semítico Braço
w
ou
W
w u Constritiva-bilabial-sonora
Como no inglês war
Filhote de codorna
b
b b Oclusiva-labial-sonora
"B", como em português
Parte inferior da pierna
p
p p Oclusiva-labial-surda
"P", como em português
Esteira
f
f f Fricativa-labiodental-surda
"F", como em português
Cobra com chifres
m
m m Oclusiva-sonora-labial-nasal
"M", como em português
Coruja
n
n n Oclusiva-sonora-dental-nasal
"N", como em português
Água
r
r r Líquida-vibrante-dental
"R", como em português
Boca
h
h h Aspirada-laringal-surda
H aspirado, como no inglês how
Planta de uma casa
H
h Aspirada-faringal-surda
Som surdo, da faringe. árabe
Corda retorcida
X
j Fricativa-palatal-surda
Som de ch como no gaélico escocês loch
Placenta (?)
x
j Fricativa-velar-surda
Som de ch como no alemão ich خárabe
Úbere
s
ou
z
s s Fricativa-sibilante-dental-sonora
"S", como em português
Roupa dobrada ou Fecho de porta
S
š sh Sibilante-pré-palatal-surda
Som de Sh
Piscina
q
q Uvular-oclusiva-surda
"Q" semítico
Colina
k
k k Oclusiva-velar-surda-aspirada
"k" como em "casa"
Cesto com asa
g
g g Oclusiva-palatal-fraca
"G", como em gato
Base para vaso
t
t t Oclusiva-dental-surda
"T", como em português
Pão
T
ch Oclusiva-dental-surda
Som de tch
Amarras
d
d d Oclusiva-dental-fraca
"D" menos sonoro que em português
Mão
D
dy Africada-pré-palatal-fraca
Som intermediário entre o G (de gelo) e o D
Cobra
A escrita hieroglífica podia ser escrita em linhas ou colunas, tanto da esquerda para a direita, quando da direita para a esquerda. Para identificar a direção de leitura de um determinado texto, deve-se analisar a direção para onde os sinais estão voltados. Os sinais hieroglíficos estão sempre voltados para o início do texto [1]. Desta forma, o texto
nTr nfr nb
Z1
tA
tA
nb
ir

x
t
<

ra mn xpr

> G38 ra
Z1
<

G26 ms
z
nfr xpr

>
deve ser lido da esquerda para a direita, pois os sinais (como o da machado sagrado, do olho, e dos pássaros) estão voltados para a esquerda [2].
Os sinais, ainda, eram agrupados de forma a construir um conjunto harmonioso, com a escrita dos hieróglifos dentro de quadrados imaginários. Em um texto, os sinais superiores são sempre lidos antes dos inferiores .
Desta forma, o texto
nTr nfr nb
Z1
tA
tA
nb
ir

x
t
Deve ser lido nesta ordem:
nTr nfr nb Z1 tA tA nb ir x t

[editar] Tipos de sinais

Os sinais hieroglíficos egípcios são divididos entre ideogramas e fonogramas.

[editar] Ideogramas

Quando um único sinal representa, sozinho, uma determinada idéia ou coisa, ele é considerado um ideograma. Por exemplo, o sinal
pr
que representa uma casa, pode significar a palavra “casa”.
Na maior parte das vezes, os ideogramas funcionam como determinativos. Ao final das palavras, um ideograma é colocado, para indicar a qual categoria uma palavra pertence [3].
Por exemplo, o sinal
O49
é um determinativo para a idéia de cidade. Assim, pode-se identificar que as palavras
Ab b Dw
Z1
O49
z
G39
w t
O49
são nomes de cidades, pois terminam com o hieróglifo
O49
Os cartuchos, dentro dos quais era escrito o nome de reis e rainhas, era também um ideograma, relacionado à idéia de eternidade [4].
sw
t
bit
t
ra
Z1
<

nbw
kA
kA
kA

> di anx ra
Z1
mi

[editar] Fonogramas

Em egípcio antigo, os fonogramas poderiam ser de três tipos[5]:
  • unilíteros, ou alfabéticos: quando cada sinal representa apenas um som. Estes são os sinais que formam o chamado “alfabeto” egípcio.
  • bilíteros, quando um sinal representa dois sons. Por exemplo,
wr
e
pr
são sinais que representam duas consoantes (na ordem, wr e pr).
  • trilíteros, quando um sinal representa três sons. Como, por exemplo,
anx
, ou
nTr
ou
nfr
.
(Na ordem, os sinais representam os sons an, nr e nfr) [6].

A escrita egípcia não representava vogais, apenas consoantes e semivogais. A partir do período ptolemaico, alguns sinais foram adaptados para representar vogais dos nomes dos governantes estrangeiros (como Cleópatra e Ptolomeu, que eram nomes gregos) [7].

FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.

Nenhum comentário: