Formiga
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Formiga | ||||||||||||||||
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Rainha e obreiras
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Classificação científica | ||||||||||||||||
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As formigas, o grupo mais popular dentre os insetos, são interessantes porque formam níveis avançados de sociedade, ou seja, a eusocialidade. Todas as formigas, algumas vespas e abelhas, são considerados como insetos eusociais, fazendo parte da ordem Hymenoptera. As formigas estão incluídas em uma única família, Formicidae, com 12.585 espécies descritas até 2 de setembro de 2010,[1]
distribuídas por todas as regiões do planeta, exceto nas regiões
polares. As formigas são o gênero animal de maior sucesso na história
terrestre, constituindo de 15% a 20% de toda a biomassa animal terrestre.[2]
Acredita-se que o surgimento das formigas na Terra deu-se durante o período Cretáceo (há mais de 100 milhões de anos) e pensa-se que elas evoluíram a partir de vespas que tinham aparecido durante o período Jurássico.
Por vezes, confundem-se as térmitas (cupins) com as formigas, mas pertencem a grupos distintos.
As formigas distinguem-se dos outros insetos – mas algumas destas
características são comuns a alguns tipos de vespas - por apresentarem:
- Uma casta de obreiras sem asas;
- As fêmeas são prognatas (peças bucais no ácron);
- Presença de um ‘’saco infrabucal’’ entre o lábio e a hipofaringe;
- Antenas articuladas, com o artículo distal alongado (exceto nas subfamílias Armaniinae e Sphecomyrminae);
- Glândula metapleural nas fêmeas, abrindo na base das patas posteriores;
- O segundo, e em algumas espécies também o terceiro, segmento abdominal formando um “pecíolo” (pouco diferenciado nas Armaniinae);
- As asas anteriores não apresentam nervuras ramificadas;
- A rainha perde as asas depois da cópula, que é realizada em voos de milhares de indivíduos.
O estudo das formigas denomina-se mirmecologia
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[editar] Organização social das formigas
Embora nem todas as espécies de formigas construam formigueiros, muitas fazem autênticas obras de engenharia, normalmente subterrâneas,
com um complexo sistema de túneis e câmaras com funções especiais –
para o armazenamento de alimentos, para a rainha, o “berçário”, onde são
tratadas as larvas, etc.
As sociedades das formigas são organizadas por divisão de tarefas, muitas vezes chamados castas. As tarefas podem ser distribuídas pelo tamanho e/ou pela idade do indivíduo.
A função da reprodução
é realizada pela rainha e pelos machos. A reprodução é feita pelo voo
nupcial. A rainha vive dentro do formigueiro, é maior que as restantes
formigas, perde as asas depois de fecundada
e durante toda a sua vida põe ovos. Os machos aparecem apenas quando é
necessário fecundar uma nova rainha, o que acontece durante um voo em
que participam milhares de fêmeas e machos alados; depois da fecundação, os machos não são autorizados a entrar no formigueiro e geralmente morrem rapidamente.
As restantes funções – procura de alimentos,
construção e manutenção do formigueiro e sua defesa – são realizadas
por fêmeas (que não possuem asas, para maior mobilidade no formigueiro) estéreis, as obreiras. Em certas espécies,
as obreiras que realizam as diferentes funções estão também divididas
em castas. Normalmente, as que se ocupam da defesa – ou para o ataque,
uma vez que algumas espécies são predadoras de animais que podem ser maiores que elas – têm as peças bucais extremamente grandes e fortes.
Existem também outras 2 funções: a de operário e a de soldado. As
operárias tomam conta da cria (ovos, larvas e pupas), fazem a limpeza do
formigueiro e coletam o alimento. Já as formigas soldados guardam a
entrada do formigueiro sem descanso.
[editar] Desenvolvimento
As pequenas formigas desenvolvem-se por metamorfoses completas, passando por um estado larvar equivalente à lagarta dos outros insectos e pelo estado de pupa. A larva não tem pernas e é alimentada pelas obreiras por um processo chamado trofalaxia, no qual a obreira regurgita alimentos por ela ingeridos e digeridos. Os adultos
também distribuem alimento entre si por este processo. As larvas e
pupas precisam de temperatura constante para se desenvolverem e, por
isso, são transferidas para câmaras diferentes, de acordo com o seu
estágio de desenvolvimento.
A diferenciação
em castas é determinada pelo tipo de alimento que recebem nos
diferentes estados larvares e as mudanças morfológicas que caracterizam
cada casta aparecem abruptamente.
[editar] Comportamento das formigas
[editar] Comunicação
As formigas se comunicam geralmente por uma química chamada feromonas, esses sinais de mensagens são mais desenvolvidos na espécie das formigas que em outros grupos de himenópteros. Como as formigas passam a vida em contato com o solo, elas deixam uma trilha de feromônio
que pode ser seguida por outras formigas. Quando uma obreira encontra
comida ela deixa um rastro no caminho de volta para a colônia, e esse é
seguido por outras formigas que reforçam o rastro quando elas voltam à
colônia. Quando o alimento acaba, as trilhas não são remarcados pelas
formigas que voltam e o cheiro se dissipa. Esse comportamento ajuda as
formigas a se adaptarem à mudanças em seu meio. Quando um caminho
estabelecido para uma fonte de comida é bloqueado por um novo obstáculo,
as obreiras o deixam para explorar novas rotas. Se bem sucedida, a
formiga retorna e marca um novo rastro para a rota mais curta. Trilhas
bem sucedidas, são seguidas por mais formigas, e cada uma o reforça com
mais feromônio
(as formigas seguirão a rota mais fortemente marcada). A casa é sempre
localizada por pontos de referência deixados na área e pela posição do
sol; os olhos compostos das formigas têm células especializadas que
detectam luz polarizada,
usados para determinar direção. As formigas usam feromônio para outros
propósitos também. Uma formiga esmagada emitirá um alarme de feromônio, o
qual em alta concentração leva as formigas mais próximas a um furor de
ataque; e em baixa concentração, as atrai. Para confundir inimigos,
várias espécies de formigas também usam feromônios, que os fazem lutar
entre eles mesmos
Como outros insetos,
as formigas sentem o cheiro com longas e finas antenas. As antenas têm
como cotovelos ligados ao primeiro segmento alongado; e visto que vêm em
pares-como visão binocular ou equipamento de som estereofônico elas
obtêm informações sobre direção e intensidade. Quando duas formigas se
encontram, tocam as antenas e as feromonas que estiverem presentes
fornecem informação sobre o estado de alimentação de cada uma, o que pode levar à trofalaxia, ou seja, uma delas regurgita a comida para a outra. A rainha produz uma feromona especial que indica às obreiras quando devem começar a criar novas rainhas.
As formigas geralmente atacam e defendem-se ferroando, por vezes
injectando compostos químicos no animal atacado, em especial, o ácido fórmico.
[editar] Tipos de formigas
Há uma grande diversidade de formigas e dos seus comportamentos:
- As formigas-correição, da América do Sul e da África, não constroem formigueiros permanentes e alternam entre uma vida nômade e a organização de abrigos temporários formados pelos corpos das obreiras. As sociedades reproduzem-se, quer por vôos nupciais, quer por divisão do grupo, em que um grupo de obreiras se separa e cava um ninho para criar novas rainhas. Os membros de cada grupo distinguem-se pelo olfacto e normalmente atacam outros intrusos.
- Algumas formigas atacam outros formigueiros, roubam as pupas e criam-nas como obreiras. Algumas espécies, como a formiga da Amazónia (por exemplo, Polyergus rufescens), tornaram-se totalmente dependentes destas obreiras, ao ponto de, sem eles, serem incapazes de se alimentar.
- As “formigas-pote-de-mel” criam obreiras especiais, cuja única função é armazenar comida nos seus próprios corpos para o resto do grupo, ficando geralmente imóveis, com grandes abdómens cheios de comida. Em locais secos, mesmo desertos, em África, América do Norte e Austrália, estas formigas são consideradas um “petisco” delicioso.
- As “formigas-tecelãs" (Oecophylla) constroem ninhos em árvores cosendo folhas, que juntam formando pontes de obreiras e depois cosendo-as com seda que obtêm de larvas criadas para esse efeito.
- As “formigas-cortadoras” dos gêneros Atta e Acromyrmex pertencem à tribo Attini, e vivem exclusivamente nas Américas, do norte da Argentina até o sul dos Estados Unidos. Ao contrário do que se pensa, as formigas não se alimentam ingerindo as folhas que cortam (mas podem ingerir exsudatos açucarados destas folhas). Alimentam-se do fungo que elas cultivam dentro do formigueiro. Elas possuem várias castas, com funções específicas na manutenção da colônia (operárias, soldados, operárias do jardim) . Umas cortam e/ou carregam folhas, flores e ramos, outras cuidam da limpeza e da defesa da colônia, e outras ainda do cultivo do fungo e do cuidado com os filhotes, chamados larvas. As formigas da casta das "jardineiras", cortam as folhas e, ao fazê-lo, aproveitam para se alimentarem da seiva exudada. Estas folhas são carregadas para o interior do formigueiro, onde formigas de outra casta se encarregarão de triturá-las para o cultivo de um fungo de cor branca, base da sua alimentação. O fungo supre as necessidades alimentares de todas as formigas que vivem exclusivamente dentro do formigueiro, como as larvas, e da rainha. Esta, por sua vez, se encarrega de colocar os ovos durante toda a vida e, através de seus descendentes, perpetua a colônia. São conhecidas 14 espécies de formigas cortadeiras do gênero Atta e mais de 25 espécies do gênero Acromyrmex.
[editar] Relações das formigas com outros organismos
Algumas espécies de afídeos segregam um líquido doce que normalmente é desperdiçado, mas as formigas recolhem-no e, ao mesmo tempo, protegem os afídeos de predadores e chegam a transportá-los para locais com melhor comida.
Uma relação parecida existe com as lagartas mirmecófilas
(“amigas das formigas”) que são criadas por algumas formigas. Estas
levam-nas a “pastar” durante o dia e recolhem-nas ao formigueiro à
noite. As lagartas têm uma glândula que segrega igualmente um líquido doce que as formigas “mungem”, massageando o local onde está a saída da glândula.
Ao contrário, existem lagartas mirmecófagas (que comem formigas): estas lagartas segregam uma feromona
que faz as formigas pensarem que a lagarta é uma das suas larvas,
levam-nas para o formigueiro, onde as lagartas se alimentam das larvas
das formigas.
[editar] Humanos e formigas
As formigas são úteis porque podem ajudar a exterminar outros insetos daninhos e a aerificar o solo. Por outro lado, podem tornar-se uma praga
quando invadem as casas, jardins e campos de cultivo. As
“formigas-carpinteiras” destroem a madeira furando-a para fazer os seus
ninhos.
Algumas espécies, chamadas “formigas-assassinas”, têm a tendência de
atacar animais muito maiores que elas, quer para se alimentarem, quer
para se defenderem. É raro atacarem o homem, mas podem dar picadas muito
dolorosas e, se forem em grandes números, podem causar dano permanente
ou matar por alergia grave.
As formigas encontram-se em muitas fábulas e histórias infantis da cultura ocidental, representando o trabalho e esforço cooperativo, assim como agressividade e espírito de vingança. Em partes de África, as formigas são consideradas mensageiras dos deuses. Algumas religiões dos índios norte-americanos, como os Hopi, consideram as formigas como os primeiros habitantes do mundo. Outras usam picadas de formigas em cerimônias de iniciação, como teste de resistência.
A maioria das espécies de formigas domésticas são altamente repulsivas ao cravo, sendo este um bom agente para combater invasões.
[editar] Tempo de Vida
Desde a etapa em que são ovos, até se tornarem adultas, as formigas
demoram entre 6 a 10 semanas. Em geral as operárias podem viver alguns
meses, com algumas espécies podendo viver aproximadamente 3 anos. As
rainhas vivem mais do que as operárias, sendo que a maior longevidade
foi registrada na espécie Pogonomyrmex owyheei, que atingiu uma idade de 30 anos. As formigas aparentemente vivem mais quando são alimentadas com o mel de rainha.
FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
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