20/08/2010
-
08h15
Golfinho faz sexo gay para manter amigo; veja ranking animal
Publicidade
RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Há casos de homossexualidade por quase todo o reino animal. Desde o
livro "Biological Exuberance", publicado em 1999 pelo zoólogo canadense
Bruce Bagemihl, o estudo desse tipo de comportamento ganhou projeção
dentro das universidades.
Os cientistas tentam achar explicações biológicas para isso. À primeira
vista, sexo gay pode parecer sem sentido em termos evolutivos. Afinal,
trata-se de gastar energia em um comportamento que não leva à reprodução
e que, por isso, deveria ter sido eliminado pela seleção natural --
gays não deixam descendentes, afinal.
Mais de 70% das mulheres nunca atingiram o orgasmo com seus parceiros
Morcegos fazem sexo oral para prolongar a relação
Crista de pterossauro evoluiu para atrair parceiro sexual, diz estudo
Morcegos fazem sexo oral para prolongar a relação
Crista de pterossauro evoluiu para atrair parceiro sexual, diz estudo
Se, por um lado, a homossexualidade exclusiva ainda se mantém misteriosa
por esse motivo, os cientistas reuniriam uma série de explicações para o
comportamento gay ocasional. Entre os animais, alguns utilizam o
recurso para fortalecer alianças, por exemplo. Há também casos em que
sexo entre machos reforça a dominação e situações em que sexo entre
fêmeas cria vínculos que ajudam a criar os filhotes (como entre as
albatrozes-de-laysan, do Pacífico Norte). Entre os animais, a
homossexualidade ocasional, portanto, traz vantagens evolutivas, dizem
os pesquisadores.
A Folha listou algumas das espécies notoriamente adeptas de
interações entre indivíduos do mesmo sexo. Veja o que os biólogos já
sabem sobre cada uma.
QUINTO LUGAR: PEIXES-MEXERICA (Etroplus maculatus)
Divulgação |
Peixes-mexerica em aquário |
Esse pequeno peixe laranja, original de algumas regiões da Ásia mas hoje
facilmente encontrado em lojas e aquários pelo mundo, é bissexual
porque não sabe diferenciar bem machos e fêmeas.
Não se trata, nesse caso, portanto, exatamente de uma adaptação
evolutiva, mas do um fruto de uma limitação de reconhecimento da
espécie.
Os dois sexos realmente são muito parecidos, e por isso aquaristas com
frequência têm dificuldade para saber qual o sexo dos indivíduos que
estão colocando juntos.
Entre os biólogos interessados no assunto, a espécie ficou famosa famosa
pela semelhança entre machos e fêmeas -- entre os peixe-mexerica,
portanto, ninguém é de ninguém.
QUARTO LUGAR: CISNES-NEGROS (Cygnus atratus)
Divulgação |
Cisnes-negros passeiam em lago |
O cisne-negro macho, além de bastante monogâmico, é gay com frequência.
Cerca de 25% deles escolhem outros machos para serem seus parceiros, e
os animais ficam anos e anos juntos.
Casais gays, claro, têm um problema reprodutivo sério. Por isso, membros
de casais de machos têm relações com fêmeas. Mas, assim que ela põe os
ovos, os dois machos colocam a coitada para correr e, cheios de amor,
cuidam juntos dos ovos. Em outros casos, os animais simplesmente roubam
os ninhos de casais heterossexuais e adotam os seus ovos.
Os cientistas suspeitam que, quando os dois cisnes gays somam as suas
forças, conseguem defender melhor seu território, mesmo em comparação
com casais héteros. Resultado disso é que, em média, "filhos" de casais
gays têm mais chances de sobreviver.
TERCEIRO LUGAR: GOLFINHOS (Tursiops truncatus)
Divulgação |
Golfinhos-nariz-de-garrafa brincam juntos |
O golfinho-comum, também conhecido como golfinho-nariz-de-garrafa, ficou
famoso por causa do Flipper, da série de televisão. Os telespectadores
não tinham ideia, porém, das coisas que o simpático golfinho fazia
quando as câmeras estavam desligadas.
Isso porque, em média, esses animais mantêm o mesmo número de relações
hétero e homossexuais -- a grande maioria dos indivíduos é bissexual, e
alguns passam por longos períodos de exclusividade homossexual. O tal
nariz de garrafa é utilizado para estimular a área genital dos colegas.
Duradouras alianças têm interações homossexuais como alicerce. A
amizade, portanto, é fortelecida com carícias entre diferentes machos,
por exemplo.
SEGUNDO LUGAR: BISÕES AMERICANOS (Bison bison)
Associated Press |
Bisões americanos na América do Norte |
Se os outros animais fazem sexo homossexual por amizade ou carinho, os
bisões americanos fazem por um motivo, digamos, mais macho: montam nos
seus pares para reforçar a hierarquia. Entre eles, concluíram os
cientistas, sexo anal está altamente relacionado à dominação. Os
bisões-alfa, portanto, não perdoam os colegas com menos status.
Um animal monta no outro com agressividade. Como eles podem chegar a
dois metros de altura e quase uma tonelada, há bastante brutalidade na
cena. Interações entre as fêmeas, porém, são mais raras.
Outro fator que estimula o comportamento homossexual na espécie, de
acordo com Bagemihl, é a falta de opção. Se o acesso às fêmeas é difícil
(e elas só estão disponíveis para o acasalamento uma vez por ano),
sobra para um outro macho desprevenido que estiver por perto. Com menor
frequência, há casos homossexuais registrados na literatura entre
bovinos domesticados, que são primos dos bisões.
PRIMEIRO LUGAR: BONOBOS (Pan paniscus)
Divulgação |
Bonobos na República Democrática do Congo |
O primeiro lugar vai para os bonobos porque esses animais levam a ideia
de amor livre a sério. Exceto pelas substâncias alucinógenas e pela
trilha sonora de The Who, eles fazem das terras onde vivem, na República
Democrática do Congo, uma espécie de Woodstock animal -- muito pouco
agressivos, os bonobos, não à toa, são conhecidos como "macacos
hippies".
Sexo é parte da vida dos bonobos como em nenhuma outra espécie de
primatas. Eles fazem sexo para resolver conflitos, para pedir desculpas,
como forma de congratulação e, claro, na maioria das vezes só por
prazer mesmo. Nas palavras do grande primatologista Frans de Waal, os
bonobos fazem tanto sexo que uma hora até cansa ficar observando seu
comportamento.
Tanto os machos quanto as fêmeas se envolvem em sexo homossexual, mas
elas se destacam. Passam boa parte do dia se estimulando, e sexo oral é
extremamente comum. Com um clitóris bem maior do que a das humanas,
atingem o orgasmo com extrema facilidade. E não perdem uma oportunidade:
"Uma fêmea pulou nos meus ombos, envolveu minha cabeça nos seus braços e
tentou puxá-la para o seu clitóris. Eu não deixei", diz Vanessa Woods,
cientista que trabalhou com a espécie.
FONTE: Folha.com/Ciência
Nenhum comentário:
Postar um comentário