08/04/2013
PALEONTOLOGIA
Bruno Debattista, de dez anos de idade, levou rocha com marcas de caranguejos-ferradura para atividade do Museu de História Natural de Oxford

O menino encontrou o fóssil durante suas férias. Ao fundo
da imagem, aparece uma réplica do animal que provavelmente deixou as
marcas, há mais de 300 milhões de anos
(Museu de História Natural da Universidade de Oxford)
Um garoto de dez anos da cidade de Oxford, na Inglaterra, descobriu um
fóssil extremamente raro: o registro de pegadas deixadas há cerca de 320
milhões de anos. Bruno Debattista levou uma rocha para uma atividade
extraclasse no Museu de História Natural da Universidade de Oxford, e os
pesquisadores do museu ficaram maravilhados ao descobrir que, na pedra
de xisto, estavam impressas as pegadas de dois caranguejos-ferradura
cerca de 100 milhões de anos antes de os dinossauros surgirem.
Saiba mais
CARANGUEJO-FERRADURAApesar do nome, o caranguejo-ferradura mais é mais aparentado com os aracnídeos — como a aranha — do que com os caranguejos. A espécie surgiu nos oceanos de águas rasas da Era Paleozoica, centenas de milhões de anos antes do surgimento dos dinossauros. Apesar de ser extremamente antiga, a espécie ainda habita os mares ao redor do planeta. Como mudou pouco durante os últimos 400 milhões de anos, é vista pelos pesquisadores como uma espécie de fóssil vivo.
O menino descobriu a rocha durante suas férias escolares na Cornualha,
um condado ao sul do país. De volta às aulas, levou o material para a
atividade realizada no museu, que incentiva os alunos a coletarem e
discutirem amostras de rochas, fósseis e insetos. Após analisarem o
material, os pesquisadores descobriram que as marcas eram pegadas
deixadas por dois caranguejos-ferraduras em algum momento do Período
Carbonífero, que se estendeu de 327 a 308 milhões de anos atrás.
"As marcas dessa época são incrivelmente raras e extremamente difíceis
de encontrar. Por isso ficamos espantados quando Bruno as trouxe para a
nossa atividade. Ainda mais impressionante foi o fato de Bruno ter
pressentido que as marcas seriam alguma espécie de pegada", disse Chris
Jarvis, organizador da atividade.

Bruno Debattista e sua família decidiram doar o fóssil para o Museu de História Natural
O exercício realizado pelo museu tem por objetivo desenvolver o
interesse dos jovens pelo mundo natural. "Infelizmente, a empolgação e a
motivação que muitas crianças sentem instintivamente para estudar a
natureza são perdidas durante sua adolescência, e a ciência passa a ser
voltada para os exames. Espero que estejamos ajudando a criar um grupo
de crianças que manterão o interesse pela ciência por muitos anos",
disse Chris Jarvis.
FONTE; Revista Veja/Ciência
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