domingo, 31 de julho de 2011

"SUPERANTICORPO'' PODE RESULTAR EM VACINA UNIVERSAL CONTRA GRIPE ( Saúde )

28/07/2011 - 19h36

'Superanticorpo' pode resultar em vacina universal contra gripe


DA REUTERS
Cientistas encontraram um "superanticorpo", o FI6, capaz de combater todos os vírus da gripe tipo A em humanos e animais, e a descoberta pode abrir caminho para a produção de novos tratamentos antigripais.
Pesquisadores do Reino Unido e Suíça usaram um novo método para encontrar a "agulha no palheiro", e identificaram o anticorpo em um paciente humano capaz de neutralizar os dois principais grupos de vírus da gripe A.
É um passo preliminar, disseram eles, mas crucial para o eventual desenvolvimento de uma vacina universal contra a gripe.
Atualmente, os laboratórios precisam alterar todos os anos a composição das vacinas, de acordo com a cepa do vírus que estiver circulando -- um processo caro e demorado. Já a vacina universal poderia proteger as pessoas durante décadas, ou mesmo pela vida toda, contra todas as cepas de vírus da gripe.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisa Médica do Reino Unido e pela empresa privada suíça Humabs, e seu resultado foi publicado nesta quinta-feira na revista "Science".
Nesse artigo, os pesquisadores explicaram que os anticorpos atingem uma proteína do vírus chamada hemaglutinina. Devido à sua rápida evolução, existem hoje 16 subtipos diferentes da gripe A, divididos em dois grupos. Os humanos geralmente produzem anticorpos contra um subtipo específico.
Pesquisas anteriores já haviam localizado anticorpos que funcionam com vírus do grupo 1 e com a maioria dos vírus do grupo 2, mas não com ambos.
A equipe anglo-suíça usou um método que aplica a cristalografia de raios X para examinar enormes quantidades de amostras de células do plasma humano, aumentando assim suas chances de localizar o anticorpo "universal," mesmo sendo ele extremamente raro.
Ao identificarem o F16, eles o injetaram em ratos e furões, e descobriram que protegia também os animais contra os vírus do grupo 1 e 2. 

FONTE: Folha.com/Equilíbrio e Saúde 

NASA DESCOBRE ASTERÓIDE VIZINHO QUE COMPARTILHA ÓRBITA DA TERRA ( Astronomia )

28/07/2011 - 15h05

Nasa descobre asteroide vizinho que compartilha órbita da Terra


DE SÃO PAULO
A Nasa (agência espacial norte-americana) anunciou a descoberta do primeiro asteroide troiano que compartilha a órbita da Terra.
Até agora, os cientistas haviam previsto a possibilidade de haver asteroides troiano como vizinhos próximos da Terra, mas eles nunca foram realmente vistos --os mais famosos no nosso Sistema Solar ficam em Netuno, Marte e Júpiter.
O 2010 TK7, detectado pelo telescópio Neowise antes dele ser desligado em fevereiro deste ano, tem cerca de 300 metros de diâmetro e está a 80 milhões de quilômetros da Terra. Mas não há qualquer motivo para se preocupar com ele: nos próximos cem anos, o máximo que vai conseguir é chegar perto do planeta a uma distância de 24 milhões de quilômetros.
Um troiano é denominado assim quando compartilha a órbita com um corpo celeste maior, como um planeta ou uma lua, mas não colide com o mesmo.
O achado está detalhado na edição desta quinta-feira na revista "Nature". 

FONTE: Folha.com/Ciência

Nasa/France Presse
Ilustração mostra em azul a órbita da Terra, o asteroide 2010 TK7 é o ponto cinza e em verde, a sua órbita
Ilustração mostra em azul a órbita da Terra, o asteroide 2010 TK7 é o ponto cinza e em verde, a sua órbita   

SUPREMACIA NUMÉRICA DOS HUMANOS ACELEROU FIM DOS NEANDERTAIS ( Paleoantropologia )

29/07/2011 - 09h57

Supremacia numérica dos humanos acelerou fim de neandertais


DA ASSSOCIATED PRESS
O aumento populacional dos homens modernos pode ter sido um dos principais motivos que levou ao desaparecimento dos neandertais, afirma um novo estudo publicado nesta sexta-feira na revista "Science".
Segunda a estimativa dos dois autores da pesquisa, para cada neandertal havia até dez homens modernos.
Frank Franklin II/Associated Press
Crânio reconstruído de neanderthal (à frente) e de um homem moderno (atrás); estudo indica supremacia dos segundos
Crânio reconstruído de neanderthal (à frente) e de um homem moderno (atrás); estudo indica supremacia dos segundos
O resultado dessa proporção numérica é que os segundos levavam vantagem, por exemplo, na disputa de comida ou de abrigo cerca de 40 mil anos atrás. Colaborou ainda para isso o fato de os homens modernos terem sido um grupo social bem mais organizado.
Os pesquisadores Paul Mellars e Jennifer French, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), afirmam que os humanos eram também mais evoluídos.
Eles teriam melhores instrumentos para caçar e conheciam formas mais avançadas para estocar alimentos durante o inverno, entre outras habilidades.
As análises se deram em uma região ao sudeste da França, onde evidências de ferramentas e restos de animais sugerem que os homens modernos eram muito maiores em número do que os neandertais.
O trabalho da dupla, porém, recebeu críticas por parte de especialistas, que dizem que a abordagem já consta em pesquisas anteriores.
O professor Joao Zilhao, da Universidade de Barceloa (Espanha), argumentou que os métodos usados no estudo estavam ultrapassados. Ele acrescentou também que evidências genéticas e paleontológicas já mostraram que houve assimilação e não substituição dos neandertais. 

FONTE: Folha.com/Ciência

sábado, 30 de julho de 2011

ATIVISTAS TENTAM IMPEDIR DESMATE EM PARQUE NA REPÚBLICA TCHECA ( Meio Ambiente )

27/07/2011 - 19h23

Ativistas tentam impedir desmate em parque na República Tcheca


DA REUTERS
Polícia da República Tcheca contém ativistas ambientais que se acorrentaram árvores no Parque Nacional Sumava, em Modrava, nesta quarta-feira.
Manifestantes organizaram a ação para impedir que as autoridades cortem as árvores afetadas por besouros no parque nacional. 

FONTE: Folha.com/Ambiente

Petr Josek/Reuters
Polícia tcheca cerca ativista que se acorrentou a árvore no parque nacional
Polícia tcheca cerca ativista que se acorrentou a árvore no parque nacional

ARQUEÓLOGOS AFIRMAM TER DESCOBERTO TÚMULO DO APÓSTOLO FILIPE ( Arqueologia )

29/07/2011 - 15h40

Arqueólogos afirmam ter descoberto túmulo do apóstolo Filipe



DA FRANCE PRESSE
Uma equipe de arqueólogos dirigida pelo italiano Francesco d'Andria afirmou ter encontrado na cidade turca de Pamukkale, antiga Hierápolis (oeste), o túmulo de são Filipe, um dos doze apóstolos de Jesus. A informação é da agência de notícias Anatólia.
"Tentamos encontrar há anos o túmulo de Filipe. Finalmente o encontramos entre os escombros de uma igreja que escavamos há cerca de um mês", explicou o arqueólogo, acrescentando que a tumba ainda não foi aberta.
"Um dia será aberta, sem dúvida. Esta descoberta é de grande importância para a arqueologia e o mundo cristão", afirmou.
Originário da Galileia, atual Israel, Filipe foi um dos discípulos de Cristo. Teria viajado para evangelizar as regiões da Ásia Menor e foi crucificado pelos romanos em Hierápolis, na Frígia.
A atual Pamukkale é um local turístico conhecido por suas águas termais, suas rochas sedimentares e sua pedra calcárea branca, de onde vem o nome da cidade, que significa em turco "castelo de algodão". 

FONTE: Folha.com/Ciência

ECOTURISMO AFETA RECIFE DE CORAIS EM PORTO DE GALINHAS ( Meio ambiente )

30/07/2011 - 09h38

Ecoturismo afeta recifes de corais em Porto de Galinhas


RENATO CASTRONEVES
DE SÃO PAULO

O movimento intenso de turistas que buscam sol e paisagens paradisíacas na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca (litoral sul de Pernambuco), tem provocado danos ambientais à região.
Parte da fauna marinha dos recifes vem sendo destruída em razão do ecoturismo desenfreado, conforme estudo da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
Os trechos de recifes onde o acesso é livre (7% do total) apresentaram redução de 55% na quantidade de animais que vivem em meio às algas, segundo a bióloga Visnu Sarmento, 25, que estudou o tema durante o mestrado.
Ainda segundo a bióloga, a passagem de turistas sobre os recifes provocou diminuição de 11% entre as espécies de microcrustáceos -pequenos animais, parentes distantes de camarões e siris, que servem de alimento para os peixes dos recifes.

Joel Silva - 13.fev.11A/Folhapress
Jangadeiros e turistas pisam em coral em Porto de Galinahs (PE) danificando
Jangadeiros e turistas pisam em coral em Porto de Galinahs (PE) danificando
Cerca de 800 mil pessoas visitam a praia todos os anos para conhecer as águas cristalinas das piscinas naturais e as bancadas de recifes -cartões-postais do local.
Por R$ 15, é possível ir de jangada até os recifes, para caminhar sobre as formações calcárias e mergulhar em meio a peixes coloridos e cavalos-marinhos. Na maré baixa, o programa pode até ser feito a pé.
"A continuidade da exploração agressiva do turismo pode provocar a extinção de espécies nos recifes de Porto de Galinhas. A longo prazo, também pode levar a um desequilíbrio na cadeia alimentar da fauna local", afirma.
Os recifes danificados levam até 200 anos para se recuperarem totalmente.
Pesquisadores da UFPE pisotearam por três dias uma faixa de recife protegida. Após três meses sem nenhum contato humano, o local apresentou os mesmos índices de quantidade de animais e espécies anteriores.
Para a bióloga, o rodízio dos passeios em diferentes pontos dos recifes é uma medida simples para amenizar o impacto do turismo. 

FONTE: Folha.com/ambiente

PONTE NO TEXAS(EUA) REÚNE COMUNIDADE DE 1,5 MILHÃO DE MORCEGOS ( Meio ambiente/Mundo animal )

28/07/2011 - 12h15

Ponte no Texas reúne comunidade de 1,5 milhão de morcegos


 
DA REUTERS
Uma ponte no centro da cidade texana Austin é lar para nada menos do que 1,5 milhão de morcegos, que encontram problemas para se alimentar devido à seca que atinge a região.
Como a agricultura local fica comprometida, diminuem os insetos que servem de alimento para os morcegos.
Os animais saem em busca de comida à noite e, quando retornam para se abrigar na ponte Congress Street, a nuvem formada pelos morcegos é tão grande que os radares do tempo conseguem captá-la. 

FONTE: Folha.com/Ciência

Charlie L. Harper III/Reuters
Um dos 1,5 milhão de morcegos que vive debaixo da ponte no Texas; seca afeta alimentação dos animais
Um dos 1,5 milhão de morcegos que vive debaixo da ponte no Texas; seca afeta alimentação dos animais

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O QUE É A CRIOGENIA HUMANA ? ( "Imortalidade Humana")

O que é criogenia humana?

por Por Alexandre Versignassi
É a técnica de manter cadáveres congelados anos a fio para ressuscitá-los um dia. Hoje, isso já dá certo com embriões: óvulos fecundados podem ficar na "geladeira" com chances boas de sobreviver a um descongelamento - estima-se que perto de 60% deles conseguem vingar, dando origem a um bebê. Por isso, um bocado de gente acredita que isso ainda vai funcionar com seres humanos inteiros. Até agora, cerca de 100 pessoas já foram congeladas depois da morte e esperam por vida nova no futuro.
A idéia é fantástica: você morre e os médicos o colocam num tanque de nitrogênio líquido, guardado a -196 ºC, temperatura em que o cadáver não apodrece. Aí, daqui a uns 500 anos, os cientistas descobrem um jeito de combater a doença que causou sua morte e o degelam. Uma beleza, né? Mas o processo não é tão simples. "Os próprios métodos usados para congelar uma pessoa causam danos às células que só poderiam ser reparados por tecnologias que ainda não existem", afirma o físico americano Robert Ettinger, considerado o grande divulgador da criogenia. Por enquanto, o congelamento não funciona com pessoas porque o líquido que compõe as células vira gelo, aumentando de tamanho e fazendo-as trincar. Com os embriões congelados, esse efeito é evitado com a aplicação de substâncias químicas que driblam a formação de cristais de gelo, impedindo que as paredes celulares se danifiquem. "Mas com os seres humanos desenvolvidos o problema é que cada tipo de célula exige uma substância protetora diferente, e muitas delas ainda não foram inventadas", diz o ginecologista Ricardo Baruffi, da Maternidade Sinhá Junqueira, em Ribeirão Preto (SP), um especialista em congelamento de embriões. Quer tentar a sorte mesmo assim? Então é melhor se mudar para os Estados Unidos, porque as duas únicas empresas no mundo com estrutura para receber novos "pacientes" ficam lá. E, se você quiser levar um bichinho de estimação para não se sentir muito sozinho daqui a 500 anos, sem problemas. Dez gatos, sete cachorros e até um papagaio já entraram nessa fria com seus donos.
Mergulhe nessa
 
Na internet:
www.alcor.org
www.cryonics.org

A um passo da eternidade Congelar um corpo é fácil. O que os cientistas não sabem ainda é como ressuscitá-lo
 
1. Assim que uma pessoa morre, um funcionário da empresa de criogenia resfria o cadáver com gelo. Nessa fase, a temperatura do corpo fica pouco acima de 0 ºC. Não é muito frio, mas é o suficiente para evitar, por algum tempo, a proliferação das bactérias que iriam apodrecer o cadáver
2. Nessa fase, o corpo também recebe uma injeção de substâncias anticoagulantes, para manter os vasos sanguíneos desobstruídos. Depois, todo o sangue é bombeado para fora e no lugar entram substâncias químicas que protegerão as células na hora do congelamento, evitando a formação de parte dos cristais de gelo, que rompem a estrutura celular
3. No local em que o corpo vai ser congelado, o cadáver passa por um resfriamento gradual, em uma câmara de gelo seco. Para evitar danos às células, a intenção é que todos os tecidos se congelem no mesmo ritmo. Todo o processo ocorre de maneira lenta e pode durar dois dias, quando a temperatura do corpo chega a -79 ºC
4. Depois do resfriamento, o corpo é submergido lentamente em um tanque de nitrogênio líquido, até ser totalmente coberto. Quando essa fase termina, após uma semana, o cadáver está a -196 ºC, impedido de apodrecer. Ele fica no tanque por toda a eternidade — ou até que alguém invente uma tecnologia para ressuscitá-lo

FONTE: Revista Superinteressante

quinta-feira, 28 de julho de 2011

OS PRIMEIROS BRASILEIROS: DESDE QUANDO EXISTIU GENTE DESTE LADO DO MUNDO ? ( Paleontologia/Arqueologia )

Os primeiros brasileiros

Pesquisas arqueológicas em região do Piauí indicam que o homem pode ter estado no Brasil há 41.500 anos, muito antes do que se imaginava. Boxes: opinião da antropóloga Betty Meggers sobre o assunto, o método de datação pela radioatividade e o autêntico Homo sapiens.

Uma grande polêmica divide os cientistas: desde quando existe gente neste lado do mundo? Há sinais de que o homem pode ter estado no Brasil há muito mais tempo do que se imaginava: 41 500 anos.

Por Martha San Juan França com Roberto Garcia, de Washington

A estrada avança no meio da imensa planície árida da caatinga. Dos dois lados, uma vegetação densa e espinhosa, composta de arbustos e de árvores raquíticas, resiste ao calor de 40 graus. De vez em quando, avista-se um lagarto ou cobra à beira do caminho. Senão, uma dezena de cabras, parte de um rebanho sertanejo, que atravessa a estrada à procura de água. Quase não há gente. Nos poucos sítios que existem na região, as famílias sobrevivem graças ao roçado conquistado no solo seco e à pequena criação. No município piauiense de São Raimundo Nonato, 520 quilômetros ao sul de Teresina, o tempo parece que parou.
Foi justamente nesse lugar esquecido que a arqueóloga paulista de origem francesa Niède Guidon, professora visitante da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Escola de Altos Estudos Sociais de Paris, encontrou vestígios do que teria sido o primeiro homem brasileiro. Há muita controvérsia sobre a presença do homem no continente . Os mais antigos traços comprovados de sua passagem foram achados no início da década de 70 nos Estados Unidos. Datam de 19 mil anos. E a teoria mais aceita sobre a origem do homem americano afirma que ele veio da Ásia há 20 ou 30 mil ano. Enquanto, por isso mesmo, uma respeitável parcela de estudiosos se recusa a aceitar a existência de vestígios com mais de 20 mil anos na América do Sul. Niède sustenta, com base nas escavações que vem fazendo em São Raimundo Nonato, que os primitivos assentamentos humanos brasileiros datam de mais do que isso: pelo menos 41.500 anos.
Quem duvida que vá conhecer o nosso trabalho, desafia a arqueóloga, de 55 anos, amável mas decidida, cujos cabelos grisalhos talvez se expliquem pelos rigores da caatinga. Em dezoito anos de trabalho em São Raimundo Nonato, Niède criou a Fundação Museu do Homem Americano, com verbas de diversas instituições científicas do Brasil e do exterior, e levou ao sertão do Piauí paleontólogos, geólogos, botânicos; enfim, uma variedade de especialistas necessários em qualquer escavação arqueológica séria. Quem esteve ali, como Robson Bonnichsen, diretor do Centro de Estudo do Homem Primitivo, da Universidade de Maine, Estados Unidos, admite: As descobertas de São Raimundo Nonato podem mudar toda a teoria sobre a presença do homem na América.
O trabalho de Niède Guidon e de seus colegas - cujo número pode chegar a duas dezenas na estação seca de julho-agosto - consiste basicamente em descobrir e decifrar os tesouros arqueológicos escondidos numa cadeia montanhosa a alguns quilômetros de São Raimundo Nonato. São desfiladeiros e penhascos íngremes, conhecidos apenas dos caçadores da região. Quem passa pela estrada empoeirada que corta a planície do sul do Piauí pode imaginar que aquele paredão de pedra talvez tenha sido no passado um ponto de referência seguro para o bando de nômades que vagueavam há milênios naquela região. Ali existem cerca de trezentos abrigos, muitos dos quais com restos de pintura, utensílios de pedra, sepulturas e ossos de diversos animais, alguns até no nível do solo. Decifrar os enigmas contidos nesses abrigos é uma aventura digna dos filmes de Indiana Jones.
A própria Niède já passou por uma experiência que por pouco não lhe custou a vida. Há dois anos, ela desceu por meio de cordas numa gruta calcária sem nenhuma proteção. No meio do percurso foi atacada por um enxame de abelhas africanas que tinham sua colméia numa das saliências da rocha. Ao ser içada, estava coberta de picadas. Desde o episódio, uma engenhoca móvel com uma câmera de vídeo comandada a distância e insensível a picadas passou a abrir caminho para os arqueólogos. Mesmo assim, eles agora usam máscaras e roupas protetoras, apesar do calor. Entre os abrigos da região, o mais famoso é sem dúvida o Boqueirão da Pedra Furada. Trata-se de uma plataforma escavada pela erosão na parede de pedra, a cerca de 20 metros abaixo da superfície. Durante milênios, supõem os pesquisadores, os caçadores que passavam pela região devem ter escolhido sempre o mesmo ponto do esconderijo para fazer fogo.
De fato, restos de fogueiras - pedaços carbonizados das mais diversas formas e tamanhos - se sobrepõem em 8 metros de sucessivas camadas geológicas com datações que começam em 5 mil anos, vão a 17 mil, 32 mil e finalmente 41.500 anos - as mais antigas do continente, segundo essa contagem. O método usado na datação baseia-se nas medições do decaimento radioativo do elemento carbono-14 que toda matéria orgânica perde, num ritmo constante e conhecido, assim que começa a se decompor.
Por não ser matéria orgânica, não foi possível datar as lascas de pedras encontradas junto às fogueiras e que poderiam ter sido instrumentos feitos pelo homem em data incerta e não sabida. O problema todo é que não há certeza alguma sobre a origem de tais fogueiras. Tanto elas podem ter sido acesas pela mão humana como podem ter sido causadas por raios ou ainda por combustão espontânea. Se a equipe de Niède Guidon conseguir achar ali algum resto de osso humano igualmente antigo, a polêmica estará virtualmente encerrada. Isso não aconteceu em sete anos de pesquisa local. Mas a falta de tal prova não parece afetar a arqueóloga. "Se o homem pré-histórico brasileiro enterrava seus mortos, nós vamos acabar encontrando", confia.
Os antropólogos não sabem o que os brasileiros pré-históricos faziam com seus mortos antes de 11 mil anos atrás. Mas, em 1979, uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais encontrou sepulturas de 9 a 11 mil anos de idade em Santana do Riacho, ao norte de Belo Horizonte. Pertenciam ao povo de Lagoa Santa, um grupo de caçadores de animais de pequeno porte, cujos vestígios foram descobertos pela primeira vez no século passado pelo naturalista e paleontólogo dinamarquês Peter Lund (1801-1880). As mais antigas sepulturas humanas datam de 60 mil anos e foram encontradas em Shanidar, no Iraque.
O que mais chama a atenção na maioria dos abrigos são os painéis em tons de vermelho, preto, branco e cinza pintados pelos ancestrais brasileiros de 10 a 20 mil anos (lascas com tinta vermelha foram encontradas na camada arqueológica correspondente a 17 mil anos). Os homens e animais desenhados nas rochas estão muitas vezes reunidos, formando cenas variadas. Ao lado de veados, tatus, emas, lagartos e onças vêem-se imagens de dança, execuções, caça e relações sexuais. O material usado na fabricação das tintas ainda é um mistério. Suspeita-se que o vermelho tenha sido retirado do óxido de ferro encontrado numa pedra que na região recebe o nome de tauá.
Para resgatar essas imagens do passado, muitas vezes pintadas em lugares inacessíveis, os arqueólogos fotografam e copiam as cenas em plástico transparente com pincel atômico. "É impressionante", declara Niède. "As mais antigas provam que a arte na América remonta quase à mesma época da arte na Europa." Ela se refere às espetaculares pinturas e gravações em pedra deixadas pelos europeus há 17 mil anos em cavernas na França e Espanha, como as de Lascaux e Altamira, que representam cavalos, renas, bisões e ursos. Segundo Niède, enquanto seus primos europeus pintavam gigantescas imagens nas cavernas, o homem primitivo brasileiro exercitava sua arte em escala mais modesta, mas de maneira igualmente surpreendente, nas grutas do Piauí.
Quem teria sido esse brasileiro? "Provavelmente, membro de uma tribo de caçadores nômades que se espalhou por uma área bem grande do território", responde Niède. "Pinturas parecidas foram encontradas em várias regiões do Nordeste e na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso", explica. Os antepassados desse brasileiro vieram da Ásia a pé pelo estreito de Bering, que separa a Sibéria do Alasca, na ponta noroeste da América. Essa travessia só foi possível em época de glaciação, quando a Terra esfriou e boa parte dos continentes ficou coberta por um manto gelado. Os estudiosos da evolução do clima da Terra dizem que o homem teve três oportunidades para fazer a travessia durante a última glaciação: há 70 mil, 30 mil e 13 mil anos. Nessa ocasião formou-se uma ponte ligando a Ásia à América. Depois disso, a comunicação só foi possível por mar.
Seja como for, a origem do homem americano está nas estepes asiáticas. Isso é fácil de perceber pela semelhança racial das populações do continente; do estreito de Bering, no noroeste, à Terra do Fogo, no extremo sul, tudo o que se sabe dos primitivos habitantes do continente parece confirmar sua origem asiática. Eles descendem dos caçadores e coletores nômades que chegaram a América como parte do processo de migração que já estava ocorrendo no Velho Mundo e que começou na África, passando pela Europa, Ásia e Austrália. Os recém-chegados viviam em pequenos bandos, provavelmente compostos de famílias aparentadas. Sabiam lascar pedras e fazer pontas de projéteis.
Existem dezenas de possíveis testemunhos de sua passagem pelo continente. Os mais antigos são os polêmicos restos de fogueiras de São Raimundo Nonato no Piauí. Em Monte Verde, no Chile, foram encontrados sinais que sugerem presença humana há 33 mil anos. Em Old Crow, no Alasca, há vestígios datados em 27 mil anos. Em Tlapecoya, no México, acredita-se que o homem teria estado ali há 22 mil ou 24 mil anos. O único de todos esses sítios arqueológicos cuja autenticidade é aceita sem discussão pelos cientistas fica em Meadowcroft, no Estado americano da Pensilvânia, e tem 19 mil anos. Ali foram encontrados quatrocentos instrumentos de pedra lascada, ossos de várias espécies-animais, restos de fogueira e uma espécie de balaio feito de casca de árvore. Há datações mais antigas em Meadowcroft, mas ainda precisam ser comprovadas.
Antes do encontro de vestígios da antiga presença do homem no atual território brasileiro, supunha-se que o roteiro dos primitivos habitantes da América do Sul passava primeiro pelo oeste da cordilheira dos Andes, descia à Patagônia e depois subia até o Amazonas via sul, leste, centro e nordeste do continente. Mas a arqueologia no Brasil deu um salto nos últimos anos. Pesquisadores encontraram traços de ocupação humana com mais de 10 mil anos em Mato Grosso, 20 mil anos no Planalto Central e 8 mil anos na Serra dos Carajás. Isso sem falar no caso da arqueóloga Maria Beltrão, que datou seus achados na Bahia em 300 mil anos - um exagero de antiguidade rejeitado até pelos entusiasmados defensores da teoria de que havia gente por aqui há mais tempo do que a antropologia convencional aceita.
Agora se acredita que, ao atravessar a faixa que separa a América do Norte da América do Sul, os homens primitivos seguiram três rumos diferentes.
Com base no exame do pólen fossilizado de espécies vegetais, os estudiosos da Pré-história descrevem um Brasil irreconhecível aos olhos atuais: eles calculam que o clima na região amazônica era mais seco e a vegetação igual à dos cerrados que hoje existem no Centro-Oeste. O Nordeste também devia ser diferente, com um clima bem melhor: por toda a região foram encontrados ossos de animais de grande porte que não poderiam sobreviver na caatinga - preguiças-gigantes de 3 metros de altura, capivaras, emas, tigres dente-de-sabre e bichos vagamente aparentados aos atuais camelos e lhamas. Atraídos por essa fauna é que os caçadores nômades teriam se abrigado em lugares como as tocas do Piauí.
Essa situação perdurou até o fim das glaciações que ocorreram no hemisfério norte há cerca de 10 mil anos. A partir de então, o clima foi mudando em todo o continente. As florestas substituíram os campos e as regiões antes úmidas se converteram em semidesertos. Na mesma época, os desenhos dos abrigos do Piauí começaram a mudar. Os pesquisadores supõem que um povo de técnica artística bem mais pobre substituiu os pioneiros habitantes da região. Não se sabe que fim levaram os primeiros piauienses. Podem ter sido dizimados por outros bandos humanos. Podem ter partido em busca de ares melhores. De todo modo, 5 mil anos antes da chegada dos portugueses, outros homens também deixaram suas marcas nos abrigos. Os últimos a chegar foram provavelmente os índios denominados pimenteiras, totalmente dizimados pelos colonizadores.
Como, a rigor, as pesquisas arqueológicas estão apenas começando, novas descobertas podem mudar essa história, da mesma forma que as descobertas de Niède Guidon no Piauí puseram em xeque as teses clássicas sobre a origem do homem no continente. Para os arqueólogos brasileiros, tudo isso significa um incentivo às escavações. O prêmio: encontrar restos de ossos humanos com datações de 30 a 40 mil anos acima de qualquer suspeita.

Para saber mais:
O dia em que o homem nasceu
(SUPER número 2, ano 4)
O menino de Turkana
(SUPER número 10, ano 7)
Prazo de validade 7 000 anos
(SUPER número 1, ano 11)

Boxes da reportagem

De onde vem o carvão do Piauí.

Há dez anos, desde que começou a divulgar as datações mais antigas de seus achados no Piauí, a arqueóloga Niède Guidon está em conflito com uma ala de estudiosos da Pré-história do continente. Liderados pela antropóloga americana Betty Meggers, de 66 anos, esses pesquisadores dizem não haver provas da existência do homem na América há mais de 20 mil anos. Coordenadora de pesquisas internacionais do respeitado Instituto Smithsonian de Washington, Betty Meggers ajudou a formar toda uma geração de arqueólogos brasileiros. Ela esteve pela primeira vez no país em 1948 e sua tese de doutoramento trata da cerâmica dos povos primitivos da ilha de Marajó.
Betty contesta com veemência as afirmações de Niède. "Não se pode datar o carvão (dos restos de fogueiras) e atribuir sua idade a uma população pré-histórica, pois esses vestígios talvez tenham resultado de um incêndio espontâneo", disse a SUPERINTERESSANTE em Washington. "Além disso, se o material estiver contaminado, não importa a qualidade do laboratório que faça a datação, o resultado será sempre enganoso. Segundo seu colega do Smithsonian, Dennis Joe Stanford, "Meggers não pretende ser radical, mas apenas chamar a atenção para os problemas que podem interferir no esforço honesto de determinar a idade de um acampamento do homem primitivo".



Baús de ossos.

Se os primeiros homens chegaram à América há dezenas de milhares de anos, onde estão as ossadas que ajudariam a comprovar sua aventura? Na arqueologia americana o que não falta são ossos humanos. Só o Instituto Smithsonian de Washington possui 30 mil crânios primitivos. No Piauí foram encontrados dois esqueletos de 8 e 10 mil anos. Na zona arqueológica de Lagoa Santa, Minas Gerais, foram encontrados quinhentos esqueletos, muitos deles no século passado pelo paleontólogo dinamarquês Peter Lund. Como era comum na época, Lund descartou os ossos e ficou com os crânios, hoje espalhados por museus brasileiros e europeus. O problema é que esses vestígios do homem pré-histórico não foram datados como manda o figurino. .
O método de datação pela radioatividade do carbono-14 consiste em determinar o número de anos decorridos desde a decomposição da amostra até o período atual. A amostra é queimada num forno sob uma corrente de oxigênio que transforma o carbono em gás carbônico, purificado e estocado durante cerca de um mês, para que os gases radioativos recolhidos sejam eliminados e contados. Poucos laboratórios estão habilitados a esse tipo de contagem; entre eles o do Instituto Gif-sur-Yvette, na França, e Beta Analytic, em Miami, nos Estados Unidos, onde foram feitas as análises do Piauí. Se houver qualquer contaminação por impurezas ou poluições recentes, a datação pode ser alterada.
O método do carbono-14 nasceu em 1946, mas passou a ser amplamente utilizado só na década de 60, muito tempo depois que os ossos dos primitivos americanos passaram de mão em mão. Assim, embora haja muitos candidatos ao posto de Primeiro Americano, nenhum apresenta currículos convincentes. Existe o Homem de Marmes, descoberto perto de Washington (na verdade, restos de pelo menos cinco indivíduos); o Homem de Midland, no Texas (na verdade uma mulher); a Criança Taber (um bebê encontrado perto de Alberta, no Canadá); o Homem de Tepexpan, achado no México.
Uma coleção de esqueletos encontrados na Califórnia dá uma idéia da confusão que cerca o assunto. Um desses esqueletos, o Homem de Yuha, foi datado com quatro idades diferentes, entre 10 mil e 23.600 anos. Outros dois foram datados em 1975 com 48 mil e 70 mil anos de idade. Uma década mais tarde, esses esqueletos rejuvenesceram: passaram a ter 11 mil e 8.300 anos.


Um autêntico sapiens sapiens.

Se o homem viveu efetivamente há 40 mil anos no que hoje é o Piauí, era membro da família do Homo sapiens sapiens, que existiu há 92 mil anos, segundo descobertas mais recentes em Ratzeh, Israel. Ele corresponde ao que os cientistas chamam de homem anatomicamente moderno. Esse homem vivia em bandos nômades de caçadores-coletores, entre os quais já se esboçava uma certa divisão de trabalho. Aos homens estava reservada a caça dos grandes mamíferos: veados, renas, mamutes e bisões. Suspeita-se que eles chegaram a domesticar cavalos. Em rios ou no litoral, costumavam pescar com arpão. Às mulheres cabia a colheita de frutas e a coleta de mariscos, além da criação das crianças.
O homem primitivo podia viver em cavernas, mas estava mais acostumado a construir tendas de pele, fáceis de transportar, quando ele se deslocava a fim de acompanhar a migração da caça. Vestia-se também de peles e sabia usar o fogo para aquecer-se e cozinhar. Enterrava os mortos com os joelhos dobrados, às vezes coberto com seus colares e adornos feitos de conchas e dentes de animais. Fabricava numerosos instrumentos de lâmina de pedra e pontas de ossos, arpões, além de ferramentas destinadas a raspar e esquartejar animais, abrir buracos nas peles, fazer incisões em ossos.
Até hoje não se sabe o que impulsionou esse homem a desenhar enormes animais nas cavernas européias - a mais antigas datam de 30 mil anos. Mas não foi somente nas cavernas, cujo maior exemplo está em Lascaux, na França, que ele deixou sua arte. Durante todo o período paleolítico superior, compreendido desde o aparecimento do Homo sapiens sapiens até o início da agricultura, há 10 mil anos, o homem primitivo deixou sua marca em adornos, esculturas de pedra, barro e ossos de chifres de antílopes. As imagens humanas eram poucas e rudimentares. As mais conhecidas são as chamadas Vênus, estatuetas com nádegas e seios exagerados, que supostamente representam a fertilidade ou a deusa-mãe.

FONTE: Revista Superinteressante.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

ONDA DE CALOR NO HEMISFÉRIO NORTE ACELERA DEGELO DO ÁRTICO ( Meio Ambiente )

25/07/2011 - 11h27

Onda de calor no hemisfério Norte acelera degelo no Ártico


CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

A onda de calor que atingiu o hemisfério Norte neste mês acelerou o degelo sazonal do Ártico. Cientistas americanos alertam que a região pode ter em 2011 a menor extensão de gelo marinho já registrada.
Segundo o NSIDC (Centro Nacional de Dados de Gelo e Neve dos EUA), o gelo marinho no oceano Ártico está "a caminho de ficar abaixo do nível de 2007", quando bateu seu recorde.
Naquele ano, a Passagem Noroeste, que liga o Atlântico ao Pacífico pelo norte do Canadá, foi aberta pelo degelo pela primeira vez em séculos.
A passagem ainda não se abriu neste ano. Mas no último domingo a área coberta pelo gelo marinho era de 7,56 milhões de quilômetros quadrados, quase 3 milhões de quilômetros quadrados inferior à média 1979-2000.
"A extensão está menor nesta época do ano em 2011 do que em 2007", disse à Folha Josefino Comiso, da Nasa.
Segundo ele, um sinal positivo é que há mais gelo marinho espesso (menos propenso a derreter) neste ano. "No entanto, relata-se que as temperaturas no Ártico estão relativamente altas, e de fato poderemos ter um novo recorde de redução do gelo permanente neste ano."
Em julho, o Ártico tem perdido a cada dia uma área maior que a do Estado de Pernambuco em sua cobertura de mar congelado.
Isso se deve às temperaturas anormais: o polo Norte está de 6ºC a 8ºC mais quente que o normal neste mês. No litoral da Sibéria, elas estão de 3ºC a 5ºC maiores que o normal.
PULSO
O gelo marinho no Ártico tem um "pulso anual": ele atinge sua extensão máxima na primavera, em abril, e sua mínima em setembro, no outono. O aquecimento do planeta tem causado mais degelo no verão e menos recongelamento no inverno.
O gelo e a neve refletem 90% da radiação solar de volta para o espaço. O mar exposto pelo derretimento do gelo marinho, por outro lado, aumenta a absorção de radiação, elevando ainda mais a temperatura, porque é mais escuro. É por isso que o aquecimento global é mais grave no Ártico do que no resto do mundo.
Neste ano, a extensão máxima do gelo marinho foi a segunda menor já registrada. Em abril, a Folha sobrevoou regiões da Groenlândia que deveriam estar congeladas, mas que estavam completamente abertas.
O recorde de 2007 só não foi batido então por causa de uma onda de frio no começo da primavera, que deu esperança aos cientistas de que 2011 não fosse ser tão ruim.
Mas o degelo começou mais cedo na primavera --dependendo da região, até dois meses mais cedo, segundo o NSIDC--, formando poças d'água que aumentam ainda mais o derretimento. 

FONTE: Folha.com/Ambiente

GRUTA FAMOSA POR ARTE PRE-HISTÓRICA RESISTE AO TEMPO E A TURISTAS ( Gruta de Lascaux e suas belíssimas PINTURAS RUPESTRES )

25/07/2011 - 18h38

Gruta famosa por arte pré-histórica resiste ao tempo e a turistas


 
DA EFE
Totalmente fechada ao público desde 1963, depois de ocorrerem contaminações, a gruta francesa de Lascaux, na França, obra-prima da arte pré-histórica, resiste ao tempo.

Há um portão fechado com a placa de Monumentos Históricos e uma câmara de vigilância no meio dos carvalhos que crescem na colina de Montignac.
Difícil de suspeitar que, a apenas alguns metros sob a terra, atrás de um pesado portão de bronze envelhecido, existem vacas vermelhas, bisões negros, cavalos ocres e cabritos monteses pré-históricos de 18 mil anos.

Bertrand Rieger/France Presse
Cavalos selvagens e bois domésticos pintados na caverna de Lascaux, ao sul da França; veja galeria de fotos
Cavalos selvagens e bois domésticos pintados na caverna de Lascaux, ao sul da França; 
Apesar da presença de cabos elétricos e de mastros metálicos suportando toda uma bateria de aparelhos de vigilância ligados à superfície, a emoção de ver os desenhos é a mesma da época de sua descoberta.
Até para Jean Clottes, especialista de arte parietal que conhece bem a gruta. Ele se lembra, ainda, das lágrimas de emoção que derramou por ocasião de sua primeira visita, em 1960.
Antes mesmo de sua descoberta fortuita, em 1940, Lascaux havia sofrido "alterações consideráveis", destaca Muriel Mauriac, conservador da gruta.
TURISTAS
Além de fenômenos lentos e naturais, a invasão súbita do turismo de massa, alguns anos mais tarde, foi muito violenta --erros pelos quais Lascaux ainda paga o preço.
"A gruta foi completamente perturbada. Durante a adaptação, em 1947, foram retirados 600 metros cúbicos de sedimentos", lembra Clottes.
A modificação era para se instalar uma entrada e concretar o solo, além de instalar uma iluminação para facilitar o acesso ao público. "Isso causou mudança total na atmosfera da gruta, sem nenhum estudo prévio", lamenta.
O outro choque: antes de seu fechamento, em 1963, até 2.000 turistas percorreram por dia suas estreitas passagens, sem qualquer precaução.
"O maior problema de Lascaux é que foi rompido um equilíbrio. Uma gruta é um organismo vivo, em estado de equilíbrio instável, como o corpo humano", comenta Jean Clottes.
ALGAS E MANCHAS
Seguiu-se uma invasão de algas verdes em 1960 e, depois apareceram manchas brancas provocadas pela proliferação de um fungo, no final 1999.
Mais recentemente, outras manchas, agora negras, foram observadas, mas parecem em regressão, segundo cientistas.
O visitante que deseja penetrar no santuário deve cumprir os rituais parecidos aos exigidos numa sala de cirurgia: é preciso cobrir os sapatos, usar luvas e roupões esterilizados de plástico.
Após um primeiro crivo, chega-se ao "pulmão artificial" da gruta, de onde os técnicos trabalham para manter uma temperatura constante, a fim de captar a umidade sem influir nos deslocamentos de ar.
"O princípio de base, é causar menos perturbações. É como um grande doente, tenta-se não agredi-lo", sorri Clottes.
Apesar de sua idade avançada, os afrescos são comoventes, apesar da presença dos fungos indesejáveis, hoje limitados a alguns traços acizentados.
A presença humana na gruta não deve ultrapassar o equivalente a 800 horas por ano. Nestas condições, será possível, um dia, reabrir a gruta ao público? "Não", responde categórico, acrescentando, depois, num suspiro: "Não num futuro previsível." 

Veja algumas imagens das belas e enigmáticas PINTURAS RUPESTRES de LASCAUX

                                                                             
                                                                                  
                                                                                  

                                                                                                                     


FONTE: Folha.com/Ciência                                                                                 

terça-feira, 26 de julho de 2011

SER AVÔ É FENÔMENO "RECENTE" DOS ÚLTIMOS 30 MIL ANOS ( Longevidade )

25/07/2011 - 17h00

Ser avô é fenômeno 'recente' dos últimos 30 mil anos


DE SÃO PAULO
A taxa de sobrevivência dos indivíduos era bem baixa em tempos antigos, e poucos viveram o suficiente para se tornarem avôs. A longevidade, digamos assim, só surgiu nos últimos 30 mil anos da evolução humana.
Vale lembrar que, se as pessoas hoje prolongam suas vidas em decorrência da melhoria da qualidade de vida, ser avô no passado significava passar dos 30 anos.
E foi justamente esse perfil procurado pelos cientistas na análise de restos de 768 indivíduos de diferentes épocas --dos mais primitivos, como os australopithecines, aos neandertais e europeus modernos do Paleolítico Superior.
Publicado na revista "Scientific American" e de autoria da paleontóloga Rachel Caspari, da Universidade Central de Michigan (EUA), o estudo mostrou que apenas quatro entre dez neandertais adultos se tornaram avôs de fato. Ou seja, viveram o suficiente para verem seus filhos gerando descendentes.
Entre o grupo de europeus modernos, esse índice melhorou. Havia 20 avôs em potencial para cada dez adultos.
Os pesquisadores dizem que não sabem explicar por que os europeus modernos passaram a viver mais.
Eles afirmam, porém, que os mais velhos colaboraram significativamente com seu grupo de convívio.
Eles provavelmente transmitiram conhecimentos adquiridos pela experiência ou pela longevidade, ajudando os mais novos a identificar plantas venenosas ou a fabricar uma faca de pedra. 

FONTE: Folha.com/Ciência

FÍSICO DE HONG KONG PROVA QUE VIAJAR NO TEMPO É IMPOSSÍVEL ( Teorias Científicas )

25/07/2011 - 10h57

Físico de Hong Kong prova que viajar no tempo é impossível


DA FRANCE PRESSE
Sabe aquela cena de viajar no tempo e no espaço? Ela ainda ficará restrita às histórias de ficção científica. Na vida real, um físico de Hong Kong provou que nada pode viajar mais rápido do que a velocidade da luz --teoria formulada por Albert Einstein.
Documentos escritos por Einstein estarão na internet
Há 100 anos, Einstein apresentava teoria da relatividade
A possibilidade de se viajar no tempo surgiu cerca de dez anos atrás, quando cientistas descobriram a propagação superluminal (mais rápida que a luz) de pulsos óticos em alguns meios específicos.
Posteriormente ficou provado que o fato era na verdade um fenômeno visual, mas os pesquisadores ainda defenderam que um único fóton poderia superar a velocidade da luz.
O professor assistente de física Du Shengwang, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, decidiu encerrar a discussão acadêmica e provar que as conclusões de Einstein estavam corretas medindo a velocidade de um único fóton.
"O estudo mostrou que um único fóton também obedece ao limite de velocidade como as ondas eletromagnéticas", disse ele.
"Ao provar que os fótons não podem viajar mais rápido do que a velocidade da luz, nossos resultados encerram o debate sobre a verdadeira velocidade de informação transportada por um único fóton", escreveu.
O estudo foi publicado na revista científica "Physical Review Letters". 

FONTE: Folha.com/Ciência

Chris Pizzello/AP
Christopher Lloyd (esq.) e Michael J. Fox, que fizeram "De Volta para o Futuro", no filme, dupla viaja no tempo
Christopher Lloyd (esq.) e Michael J. Fox, que fizeram "De Volta para o Futuro", no filme, dupla viaja no tempo

FILHOTES DE URSO POLAR MORREM MAIS AO MIGRAR, DIZ ESTUDO ( Meio Ambiente )

18/07/2011 - 18h13

Filhotes de urso-polar morrem mais ao migrar, diz estudo


DA REUTERS
A mortalidade de filhotes de urso-polar que são obrigados a nadar longas distâncias com suas mães devido ao degelo do Ártico aparentemente é maior do que entre aqueles que não migram.
O estudo recente, produzido pela organização ambientalista World Wildlife Fund, é o primeiro a mostrar a migração como um fator de grande risco às espécies mais jovens.
Satélites foram usados para acompanhar 68 ursas-polares equipadas com colares GPS, entre 2004-2009, que tiveram de nadar longas distâncias.
Durante o tempo em que permaneceram com o GPS, 11 ursas que nadaram por muito tempo tiveram crias. Destas, cinco perderam os filhotes durante a travessia. Ou seja, uma mortalidade de 45%. No grupo de ursas que não migraram, o índice caiu para 18%.

Geoff York/Reuters
Foto de ursa polar com filhotes tirada na baía de Hudson, no Canadá, pela ONG ambientalista World Wildlife Fund
Foto de ursa polar com filhotes tirada na baía de Hudson, no Canadá, pela ONG ambientalista World Wildlife Fund
Os ursos-polares caçam, alimentam-se e procriam no gelo ou em terra, e não são criaturas aquáticas.
"Eles são como nós", diz o coautor do estudo, Geoff York. "Eles não podem fechar as passagens nasais em águas tempestuosas."]

Geoff York/Reuters
Entre famílias de ursos-polares que migraram, a taxa de mortalidade dos filhotes é de 45%, segundo estudo
Entre famílias de ursos-polares que migraram, a taxa de mortalidade dos filhotes é de 45%, segundo estudo
Além disso, os jovens não possuem gordura suficiente para se manterem por muito tempo em águas frias, alerta Steve Amstrup, um ex-cientista que trabalhou no instituto de pesquisas geológicas dos EUA, o U.S. Geological Survey.
A extensão de gelo no mar do Ártico, em junho, era o segundo mais baixo desde 1979, de acordo com o Centro Nacional de Neve e Gelo, que realizou a medição. 

FONTE: Folha.com/Ambiente

domingo, 24 de julho de 2011

ANTROPÓLOGOS MEXICANOS DESCOBREM EVIDÊNCIAS DE POVO CANIBAL ( Antropologia )

22/07/2011 - 10h04

Antropólogos mexicanos descobrem evidências de povo canibal


DA EFE
Um grupo de antropólogos mexicanos anunciou na quinta-feira (21) que, mediante estudos osteológicos, descobriu que os antigos grupos xiximes, que viveram em 1450 em uma série de casas construídas no interior de cavernas, consumiam carne humana durante um ritual associado à guerra e ao ciclo agrícola.
Após pesquisar durante quatro anos 40 ossos humanos encontrados na caverna do Maguey, nas montanhas da Sierra de Durango, ao norte do México, os pesquisadores concluíram que 80% dos restos "apresentaram sinais de corte e de terem sido fervidos", assinalou o INAH (Instituto Nacional de Antropologia e História) em comunicado.
A evidência "revela práticas de antropofagia como parte de um ritual que só os xiximes participavam, ou seja, era consumido unicamente entre eles", acrescentou o organismo.
O canibalismo dessa etnia tinha sido descrito em fontes etnohistóricas do século 17, principalmente em documentos gerados pelos missionários europeus. 

FONTE: Folha.com/Ciência