sexta-feira, 30 de novembro de 2012

VULCÕES MAIS ATIVOS DO MUNDO ( Imagens e Curiosidades Sobre Alguns dos Vulcões Mais Ativos do Mundo )



O vulcão equatoriano Tungurahua é visto expelindo cinzas. Sua atividade aumentou no domingo, com explosões e intensos 'rugidos'
O vulcão equatoriano Tungurahua é visto expelindo cinzas. Sua atividade aumentou no domingo, com explosões e intensos 'rugidos' - Carlos Campana/Reuters
                                                                  
Vulcão Tungurahua expele lava e cinzas perto de Banos, no sul do Equador. As autoridades equatorianas encorajaram os moradores de localidades vizinhas a deixarem suas casas devido ao incremento da atividade vulcânica
Vulcão Tungurahua expele lava e cinzas perto de Banos, no sul do Equador. As autoridades equatorianas encorajaram os moradores de localidades vizinhas a deixarem suas casas devido ao incremento da atividade vulcânica - Carlos Campana/Reuters

Vulcão Tungurahua expele lava e cinzas perto de Banos, no sul do Equador
Vulcão Tungurahua expele lava e cinzas perto de Banos, no sul do Equador - Gary Granja/Reuters


Soufrière Hills, localizado na ilha caribenha de Montserrat
Soufrière Hills, localizado na ilha caribenha de Montserrat - Kevin West/Liaison


Vulcão Popocatépetl em intensa atividade, lança cinzas e material incandescente no México
Vulcão Popocatépetl em intensa atividade, lança cinzas e material incandescente no México - Yuri Cortez/AFP


Monte Merapi localizado na ilha de Java na Indonésia
Monte Merapi localizado na ilha de Java na Indonésia - Jewel Samad/AFP



Tavurvur ou Tuvurvur localiza-se na Nova Bretanha, em Papua Nova Guiné
Tavurvur ou Tuvurvur localiza-se na Nova Bretanha, em Papua Nova Guiné - Bruce Alexander/AFP



Vulcão Kilauea no Havaí, Estados Unidos
Vulcão Kilauea no Havaí, Estados Unidos - USGS

 O vulcão Reventador, localizado a nordeste da capital Quito, registra intensa atividade, provocando sempre sinais de alerta para a população
O vulcão Reventador, localizado a nordeste da capital Quito, registra intensa atividade, provocando sempre sinais de alerta para a população - AFP

O Mount Redoubt localizado no estado do Alasca, Estados Unidos, registrou sua última erupção em 2009, e segue constantemente monitorado
  O Mount Redoubt localizado no estado do Alasca, Estados Unidos, registrou sua última erupção em 2009, e segue constantemente monitorado   - Game McGimsey/AVO/USGS



A erupção do vulcão Eyjafjallajokul, Islândia, em 2010 provocou interrupção do tráfego aéreo na Europa devido a quantidade de fumaça expelida
A erupção do vulcão Eyjafjallajokul, Islândia, em 2010 provocou interrupção do tráfego aéreo na Europa devido a quantidade de fumaça expelida - Jon Gustafson/AP


O vulcão Sakurajima está localizado em uma área densamente povoada do Japão. Os mais de 680.000 habitantes da cidade de Kagoshima são regularmente obrigados a deixar suas residências para exercícios de segurança
O vulcão Sakurajima está localizado em uma área densamente povoada do Japão. Os mais de 680.000 habitantes da cidade de Kagoshima são regularmente obrigados a deixar suas residências para exercícios de segurança - Kimon Berlin


Erupção do vulcão Etna, na região da Sicília, Itália
Erupção do vulcão Etna, na região da Sicília, Itália - Marcello Paternostro/Agência O Globo/AFP



Vista aérea do cone do vulcão Kilauea no Havaí, Estados Unidos
Vista aérea do cone do vulcão Kilauea no Havaí, Estados Unidos - USGS/HVO


Vista de satélite do vulcão Klyuchevskaya na Russia
Vista de satélite do vulcão Klyuchevskaya na Russia - NASA



 A erupção do vulcão Grimsvotn na região de Vatnajökull envia milhares de toneladas de cinzas vulcânicas no céu na Islândia.
A erupção do vulcão Grimsvotn na região de Vatnajökull envia milhares de toneladas de cinzas vulcânicas no céu na Islândia. - Nordic Photos/Getty Images



O vulcão Nyamulagira, localizado no Parque Nacional de Virunga na República Democrática do Congo, entra em erupção, em média a cada dois anos.
O vulcão Nyamulagira, localizado no Parque Nacional de Virunga na República Democrática do Congo, entra em erupção, em média a cada dois anos. - LuAnne Cadd/AFP


Piton de la Fournaise é também conhecido localmente como "Le Volcan" (O Vulcão, em francês), é uma grande atração turística na ilha da Reunião território francês no Oceano Índico, e um dos vulcões mais ativos da Terra
Piton de la Fournaise é também conhecido localmente como "Le Volcan" (O Vulcão, em francês), é uma grande atração turística na ilha da Reunião território francês no Oceano Índico, e um dos vulcões mais ativos da Terra - Sylvain Grandadam/Getty Images

O Gaua, localizado em uma das ilhas do arquipélago de Vanuatu no Oceano Pacífico, está em constante atividade obrigando seus moradores a deixarem suas casas a cada ameaça de erupção
O Gaua, localizado em uma das ilhas do arquipélago de Vanuatu no Oceano Pacífico, está em constante atividade obrigando seus moradores a deixarem suas casas a cada ameaça de erupção - Sylvain Todman/DGMWR



O Yasur, na Ilha Tana que pertence ao arquipélago de Vanuatu, mantém uma taxa constante de erupções, mas as estas são de magnitude pequena. É um dos muitos vulcões do “Anel de Fogo do Pacífico”
O Yasur, na Ilha Tana que pertence ao arquipélago de Vanuatu, mantém uma taxa constante de erupções, mas as estas são de magnitude pequena. É um dos muitos vulcões do “Anel de Fogo do Pacífico” - Tom Till/Getty Images

O monte Arenal, na Costa Rica também é conhecido como "Pan de Azúcar" ou "Canaste". É considerado um vulcão jovem com aproximadamente 7000 anos
O monte Arenal, na Costa Rica também é conhecido como "Pan de Azúcar" ou "Canaste". É considerado um vulcão jovem com aproximadamente 7000 anos - Richard Ustinich/Getty Images


O monte Arenal, na Costa Rica também é conhecido como "Pan de Azúcar" ou "Canaste". É considerado um vulcão jovem com aproximadamente 7000 anos
O monte Arenal, na Costa Rica também é conhecido como "Pan de Azúcar" ou "Canaste". É considerado um vulcão jovem com aproximadamente 7000 anos - Getty Images


Ativo desde 1999, o vulcão Tungurahua, situado na parcela equatoriana da Cordilheira dos Andes, voltou a emitir cinzas e lava
Ativo desde 1999, o vulcão Tungurahua, situado na parcela equatoriana da Cordilheira dos Andes, voltou a emitir cinzas e lava - Carlos Campana / Reuters

Nesta galeria de fotos, algumas das imagens dos mais belos e ativos vulcões do planeta terra.


 FONTE: Revista Veja


INDONÉSIA TEM PAPEL FEITO DE "COCÔ" DE ELEFANTE ( Alternativas Ambientais )

26/11/2012 - 08h14

Indonésia tem papel feito de fezes de elefante

DA BBC BRASIL
Um parque indonésio em Bogor, na região de Java Ocidental, começou a produção de papel reciclado a partir das fibras presentes no estrume dos elefantes que moram no local.
O parque Taman Safari Park, em Bogor, tem 40 elefantes. Os animais produzem cerca de quatro toneladas de fezes diariamente.
Segundo as autoridades do parque, os elefantes têm uma dieta baseada em fibras e consomem muita grama e outro tipo de vegetação.
Como o sistema digestivo do elefante não consegue desintegrar totalmente a vegetação, o estrume tem muito material que pode ser usado como polpa na fabricação de papel.
Parte do estrume de elefante é usado como fertilizante e o resto como material para a produção de papel.
Para a produção de papel, as fezes são lavadas em tanques para a remoção do odor. A fibra retirada do estrume é aquecida para eliminar as bactérias e, depois da remoção das fibras que não podem ser usadas, o material é levado para secagem.
Estas fibras são então desinfetadas e batidas. A polpa resultante é prensada e transformada em folhas.


GALERIA DE FOTOS:
Andreas Nugroho/BBC Indonésia
 
O parque indonésio Safari Park, em Bogor, tem 40 elefantes. Estes elefantes produzem cerca de quatro toneladas de fezes diariamente. As autoridades do parque afirmam que estes elefantes têm uma dieta baseada em fibras e consomem muita grama e vegetação
FONTE: Folha.com/Ambiente

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

TAMANHO DE ESTRUTURA DE DNA PODE PREVER EXPECTATIVA DE VIDA DE ANIMAIS SELVAGENS ( Artigo Científico )


Genética

Tamanho de estrutura no DNA pode prever expectativa de vida de animais selvagens

Pesquisa mostra que o tamanho do telômero presente no cromossomo de pássaros ajuda a prever quanto tempo o animal ainda pode viver

pássaro
'Acrocephalus sechellensis': pesquisa com o pássaro das Ilhas Seicheles mostra que parte do DNA pode determinar tempo de vida (University of East Anglia)
Uma pesquisa que será publicada nesta quinta-feira (22) na revista Molecular Biology mostra que a análise de estruturas presentes no DNA de um animal pode ajudar a prever sua expectativa de vida. Os pesquisadores da Universidade da Anglia Oriental, na Inglaterra, estudaram o tamanho do telômero presente nos cromossomos de 204 pássaros selvagens da espécie Acrocephalus sechellensis, que habitavam uma ilha isolada ao leste da África.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original:
Telomere length and dynamics predict mortality in a wild longitudinal study

Onde foi divulgada:
revista Molecular Ecology

Quem fez:
David S Richardson, Emma Barrett, Terry Burke, Jan Komdeur e Martijn Hammers

Instituição:
Universidade da Anglia Oriental, na Inglaterra

Dados de amostragem:
204 pássaros da espécie Acrocephalus sechellensis

Resultado:
Os pesquisadores mediram o tamanho dos telômeros nos cromossomos dos animais e os acompanharam até a morte. Analisando os dados, descobriram que telômeros mais curtos, e a velocidade dessa redução,  poderiam ajudar a prever a expectativa de vida de um indivíduo.
Os telômeros são estruturas encontradas no final de todos os cromossomos, que impedem a degeneração dos genes localizados nas pontas do DNA. Eles funcionam de modo parecido com as proteções de plástico nos cadarços. Pesquisas anteriores já haviam ligado o tamanho dessa estrutura à idade do indivíduo. "Ao longo do tempo e da divisão celular, esses telômeros começam a se quebrar e a se tornar menores. Quando eles atingem um tamanho pequeno demais, fazem com que as células onde estão alojados parem de funcionar", diz o pesquisador David Richardson, da Universidade de Anglia Oriental, um dos autores do estudo.
A pesquisa durou vinte anos e é a primeira a medir os telômeros nas células de uma população de animais selvagens ao longo de toda a vida dos indivíduos. Como resultado, os pesquisadores descobriram que cada animal apresenta uma taxa diferente de redução da estrutura. Além disso, os telômeros menores, independentemente da idade em que foram medidos, estão associados a aumento no risco de morte.
Segundo os pesquisadores, o tamanho do telômero pode ser usado como um melhor indicador da expectativa de vida do que a atual idade de um indivíduo. "Esse é um mecanismo que evoluiu para prevenir que as células se replicassem além do controle. No entanto, ele também tem um efeito adverso, e o crescimento das células em nosso organismo acaba levando à degeneração, ao envelhecimento, a problemas de saúde e até à morte", diz Richardson.

Saiba mais

TELÔMEROS
São as 'tampas' das extremidades do cromossomo, uma forma de proteção similar à presente nas pontas de um cadarço de tênis. Sempre que um cromossomo é replicado para a divisão celular, os telômeros encurtam. Esse encurtamento tem sido visto por diversos cientistas como um marcador biológico do envelhecimento, o relógio que marca a duração da vida de uma pessoa e sua condição de saúde.

Pássaros —  Os Acrocephalus sechellensis  são pequenos pássaros que vivem na Ilha Cousin, uma porção de terra pequena e isolada que faz parte da República de Seicheles, formada por um conjunto de ilhas no leste da África. Durante as últimas duas décadas, os pesquisadores retiraram amostras de sangue dos 205 animais duas vezes ao ano, e mediram o tamanho dos telômeros de cada um. "Nossa intenção era entender o que acontece ao com a estrutura ao longo de toda a vida. Por isso esses animais foram um excelente objeto de estudo. Eles ficam isolados em uma ilha tropical distante, sem nenhum predador, de modo que podemos seguir os indivíduos até a velhice”, afirma o pesquisador.
Como a população dos animais era razoavelmente estável — nenhum deles conseguia escapar da ilha — os pesquisadores conseguiram medir o tempo de vida de cada um deles e compará-los à última medida de seus telômeros. "Descobrimos que os telômeros pequenos, ou que estavam se encurtando rapidamente, ajudavam a prever quais pássaros poderiam morrer dentro de um ano. Também vimos que indivíduos que possuíam estruturas maiores tinham maior expectativa de vida", diz Richardson. 
A pesquisa também conseguiu descobrir que, apesar de o tamanho dos telômeros diminuir com idade, ele tem uma taxa de redução diferente em cada indivíduo. "Seu tamanho pode ser usado como medida da quantidade do dano que um animal acumulou. Ele pode ser um indicador melhor da expectativa de vida do que a idade cronológica, pois é capaz de registrar o quanto de seu tempo de vida o indivíduo já gastou", diz o pesquisador.
Leia também:
Terapia genética aumenta em até 24% expectativa de vida de animais
Depressão pode acelerar processo de envelhecimento
Pessoas ansiosas envelhecem mais rápido
Telômeros podem realmente prever sua longevidade?
Em humanos – Essa diferença no tamanho dos telômeros entre indivíduos da mesma idade acontece porque essas estruturas são atacadas pela oxidação, e o número dessas reações químicas varia conforme a história de vida de cada um. "Nos humanos, atos como fumar, se alimentar de comidas que não são saudáveis ou colocar o corpo sob extremo estresse físico e mental têm o efeito de diminuir os telômeros", diz Richardson.
O acúmulo dessas células desgastadas dentro de um mesmo tecido pode resultar na falha de um órgão e, consequentemente, na morte. No entanto, os pesquisadores ainda não sabem dizer se a longevidade depende diretamente dos telômeros ou se os telômeros mais curtos são apenas sinais de outros fatores que determinam a mortalidade.

FONTE: Revista Veja

INPE ESTIMA MENOR DESMATAMENTO ANUAL NA AMAZÔNIA DESDE 1988 ( Meio Ambiente )

27/11/2012 - 12h34

Inpe estima menor desmatamento anual na Amazônia desde 1988

DE SÃO PAULO
A taxa de desmatamento ilegal na Amazônia manteve a tendência de queda e registrou mais um recorde negativo, chegando ao menor índice desde que a série histórica foi iniciada pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em 1988.
Entre agosto de 2011 e julho de 2012, foram derrubados 4.656 km² de floresta. Uma redução de 27% em relação ao período anterior, que teve 6.418 km² degradados.

Esses dados são estimativas do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), que computam o chamado corte raso, quando toda a cobertura florestal é removida. Os números consolidados saem em meados do ano que vem, mas a diferença não deve ser grande.
Ao anunciar os dados, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comemorou os bons resultados.
"Ouso dizer que esta é a única boa notícia ambiental que o planeta teve neste ano do ponto de vista de mudanças do clima", afirmou ela.
Em números absolutos, o Pará mais uma vez foi o Estado que mais desmatou, com 1.699 km² de floresta destruída. Isso é mais do que o dobro do desmatamento no segundo colocado, o Mato Grosso, com 777 km².
Ambos os Estados, contudo, reduziram a quantidade de mata perdida em relação ao período anterior, em 44% e 31%, respectivamente.
Desta vez, apenas Acre, Amazonas e Tocantins não mostraram redução na perda de cobertura florestal.
De acordo com a ministra, ainda não foram identificadas todas as razões para o desmatamento nesses Estados, mas já há algumas questões definidas.
No Amazonas, o incremento na degradação estaria ligado à BR-317, perto do município de Apuí.
REPERCCUSSÃO
De acordo com Heron Martins, pesquisador do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), ONG que realiza medições independentes do desmatamento na Amazônia Legal, a queda já era esperada.
Ele diz que a queda recorde não pode ser atribuída a apenas um fator, e que houve iniciativas tanto estaduais quanto federais que deram bons resultados.
"A criação da lista do Ministério do Meio Ambiente com os municípios que mais desmatam teve um impacto muito positivo, porque gerou uma série de restrições para os municípios desmatadores", afirma.
Outras entidades ambientais, como o Greenpeace, também comemoraram a queda, mas pediram cautela.
REAQUECIMENTO
Números de um outro sistema de monitoramento, o Sad (Sistema de Alerta do Desmatamento), do Imazon, indicam uma tendência de reaquecimento do desmate na região amazônica.
Os dados são de agosto a outubro de 2012 --mais recentes do que os anunciados agora pelo governo-- e mostram alta de 125% nas derrubadas em comparação ao mesmo período de 2011.
O Deter, outro sistema do Inpe, também indica uma tendência de alta.
"Mas ainda estamos no início do calendário de monitoramento, e existe a possibilidade de segurar isso", afirma Heron Martins.
A ministra Izabella Teixeira anunciou, junto com os dados do desmatamento, um incremento na fiscalização. Com o uso de uma nova aparelhagem eletrônica, os fiscais poderão demarcar as áreas em que houve derrubadas ilegais e, imediatamente, emitir o auto de infração.
O investimento total no projeto, que já está em fase de testes, foi de R$ 15 milhões.
(GIULIANA MIRANDA

FONTE: Folha.com/Ambiente

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

SEGREDO MARCIANO... ( Artigo Científico )

Segredo marciano

O jipe-robô Curiosity em Marte (Foto: Nasa/JPL)
A NOTÍCIA DE CIÊNCIA que vai ganhar destaque em capas de revistas e jornais no início de dezembro virá de Marte. Nenhum jornalista sabe ainda exatamente o que é, mas a Nasa já começou a atiçar a imprensa, dizendo que uma descoberta a ser anunciada no congresso da União Geofísica Americana será de alto impacto. Algum palpite?
É claro que, quando se fala em Marte, a notícia que todos esperam ouvir é a constatação de que o planeta abriga vida. Talvez não seja a hora ainda, porém. Aquilo que a maioria dos cientistas espera ver é o anúncio de que moléculas orgânicas (baseadas em estrutura de carbono) existem em solo marciano. Isso não significa que o planeta esteja radiante de vida microbiana, mas, dependendo do composto orgânico encontrado, pode ser um sinal de que o planeta já teve as condições químicas para abrigar vida.
É algo incrível o suficiente para abalar a imprensa mundial? Bom, em entrevista à rádio americana NPR, John Grotzinger, cientista chefe da missão que conduz o jipe-robô Curiosity em Marte, prometeu que o anúncio a ser feito na semana que vem deverá “entrar nos livros de história”. Resta saber se os historiadores vão se entusiasmar também.
A descoberta só não foi revelada ainda porque os pesquisadores ainda estão conferindo os dados mais vezes para se certificarem de que não estão errados. E a Nasa tem bons motivos para não se precipitar.
Em 1996, David McKay, cientista do Centro Espacial Johnson da Nasa, relataram num estudo ter encontrado estruturas semelhantes a fósseis de micróbios numa rocha marciana encontrada na Antártida, o meteorito Allan Hills 84001. O pedaço de pedra, que veio parar na Terra após uma colisão de um asteroide com Marte, foi tema até mesmo de um anúncio público do presidente Bill Clinton, que chegou a nomear uma comissão para replanejar o programa espacial americano em vista da descoberta.
Alguns meses depois, porém, as evidências dos “fósseis” marcianos já estavam sendo contestadas por diversos estudos. Os autores ainda defendem a descoberta, mas a controvérsia sobre se a alegação foi exagerada ainda persiste. Em um dos estudos mais recentes sobre o meteorito, Andrew Steele, da Instituição Carnegie de Washington, mostra como as microestruturas achadas no meteorito podem surgir perfeitamente em processos minerais que não envolvem seres vivos. Se Allan Hills 84001 entrou para os livros de história em 1996, provavelmente a esta altura já saiu de muitos deles.
Por fim, Antes de Grotzinger revelar o que o Curiosity coletou agora, só resta especular. Seriam bases nitrogenadas (componentes do DNA), aminoácidos (componentes de proteínas) ou cadeias longas de átomos de carbono? Ninguém sabe ainda. Em uma das amostras analisadas pelo jipe-robô, cientistas já haviam visto sinais de metano, a mais simples molécula orgânica, mas voltaram atrás antes de anunciar a descoberta. Se o achado de agora for mesmo algum composto orgânico, qual a probabilidade de que tenha ligação com alguma forma de vida?
Qualquer que seja a resposta, me arrisco a dizer que desta vez os historiadores (e o presidente dos Estados Unidos) serão mais cautelosos na interpretação. Tentativas da Nasa de escrever a história por antecipação não deram certo, ainda.

FONTE: Folha.com/Ciência

O CRESCIMENTO DA ATUAL POPULAÇÃO INDÍGENA DO BRASIL ( Informativo )

Os Índios
 
 
  

Os índios são os guardiões das florestas e os únicos que entendem a linguagem dos animais.



 

Eles estão a Salvo
Há menos de quarenta anos achava-se que os índios brasileiros iam acabar. Hoje a população indígena cresce mais que a média nacional.
Marcelo Ventura

INFÂNCIA PROTEGIDA
Crianças da aldeia Nazaré, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas: reservas cresceram 85%
No Brasil de hoje, todo dia é dia de índio. A população indígena, que chegou a apenas 100 000 pessoas algumas décadas atrás, voltou a crescer numa média de 3,5% ao ano, índice superior ao crescimento populacional do restante do país. Os números derrubaram algumas previsões de nomes conceituados, como o antropólogo Darcy Ribeiro, que nos anos 60 alertava para o declínio da curva demográfica desses povos. O último censo, feito há dois anos, aponta que existem 358 000 indivíduos de 215 etnias em 588 áreas indígenas identificadas, que representam quase 12% do território nacional. Dois terços desse total estão devidamente delimitados e regularizados. O grande crescimento das áreas indígenas no Brasil ocorreu a partir de 1988, quando, pela nova Constituição, o governo ficou obrigado a demarcar as áreas desses povos. Elas somavam 212 na época e chegaram a 391 em 2002, num aumento de quase 85% em menos de quinze anos. Outra evolução foi a parceria com organizações não-governamentais e com os próprios índios que se organizaram em associações para administrar as reservas.
Ricardo Stuckert



 
André Penner
A. Ribeiro
VIZINHANÇA INCÔMODA 
Uma das principais queixas dos ianomâmis são os abusos dos colonos que se instalam nos limites das reservas em Roraima
O Instituto Socioambiental (ISA) é uma das mais atuantes ONGs na questão indígena. Em parceria com os índios, forma professores, orienta e assessora líderes indígenas e desenvolve projetos no manejo de regiões com dezenas de etnias, como o Alto Rio Negro, na Amazônia, e o Parque do Xingu. Também oferece advogados para auxiliar nas questões legais que envolvem demarcação de terras. Na área de saúde, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) tem um programa em parceria com o Ministério da Saúde de formação de agentes entre os nativos. No ano passado, a instituição diplomou a primeira turma de auxiliares de enfermagem composta apenas de índios do Parque do Xingu. É uma forma de transferir para as próprias tribos parte da responsabilidade pelas condições sanitárias em que vivem. 
 
Números

12%
do território nacional pertence a tribos indígenas

358 000
índios de 215 etnias vivem em 588 reservas
Nem todos os índios vivem bem. Enquanto a maioria dos povos da região amazônica tem o privilégio de habitar grandes áreas demarcadas, os guaranis de Mato Grosso do Sul estão confinados em espaços muito reduzidos. O problema se tornou um escândalo há alguns anos, quando índios guaranis caiovás começaram a cometer suicídio. Em vários pontos do país, o contato entre índios e civilização provoca embates em torno de invasão de territórios indígenas e mesmo abusos na exploração comercial de reservas florestais, como a venda de mogno pelos índios. Outra questão que vai render muita discussão é a sobreposição de terras indígenas e áreas de proteção ambiental. Regiões antes protegidas passaram a abrigar reservas dos índios. "Lugar que deve ser conservado não pode ter gente morando", destaca a coordenadora-geral de biodiversidade do ISA, Nurit Bensusan. "Vai ser preciso muito diálogo para resolver essa questão."
Ameaças a ser vencidas
Nem todos os índios brasileiros conseguem ter uma qualidade de vida parecida com a dos que vivem nas reservas mais recentes da Amazônia. As estatísticas feitas por ONGs e órgãos do governo mostram que doze etnias ainda correm risco de sumir. Muitas enfrentam dificuldades, como reservas com áreas exíguas ou fragmentadas, a exemplo dos guaranis

Opine pela inteligência  ( "PLANTE UMA ÁRVORE NATIVA")

FONTE: Portal Ache Tudo e Região

terça-feira, 27 de novembro de 2012

RESERVAS INDÍGENAS DO BRASIL ( Parque Nacional do Xingu )

Parque do Xingu


Guatós será o fim?


O Parque Indígena do Xingu é considerada a maior e uma das mais famosas reservas do gênero no mundo. Criado em 1961, durante o governo de Jânio Quadros, foi resultado de vários anos de trabalho e luta política, envolvendo os irmãos Villas Bôas, ao lado de personalidades como Marechal Rondon, Darcy Ribeiro, Noel Nutels, Café Filho e muitos outros.
Localizado ao norte do Mato Grosso, numa área com cerca de 30 mil quilômetros quadrados, seu território abriga mais de uma dezena de etnias, entre elas: Waurá, Kayabi, Ikpeng, Yudja, Trumai, Suiá, Matipu, Nahukwa, Kamaiurás, Yawalapitis, Mehinakos, Kalapalos, Aweti, Kuikuro.
Sobre a idéia original do Parque, Orlando Villas Bôas conta que a intenção era conservar os povos e a natureza da região. “O governo brasileiro, ao criar o Parque, procurou cumprir dois importantes objetivos: constituir uma reserva natural para a fauna, flora e, sobretudo, fazer chegar diretamente às tribos sua ação protetora”, explica o sertanista.
futebolxingu.jpgEm 40 anos de existência, o Xingu passou por diversas mudanças que coincidem com a história da questão indígena nas últimas décadas. No início, a filosofia aplicada pelos Villas Bôas visava proteger o índio do contato com a cultura dos grandes centros urbanos. Na época, por exemplo, não era permitido nem usar chinelos ou andar de bicicleta, para que nada mudasse no cotidiano tribal.

Cada vez mais popular no Xingu, o esporte é praticado por quase todas as aldeias, em campos improvisados no pátio central. Foto: Bruno Radicchi
Com a saída de Orlando e Cláudio Villas Bôas da direção do Parque, em 1973, este pensamento começou a mudar. O administrador seguinte, Olímpio Serra, começou a contratação dos primeiros funcionários indígenas da Funai, dando o primeiro passo para uma maior representação das comunidades.
Em 1982, o Xingu teve seu primeiro diretor índio, o cacique Megaron, da tribo Kaiapó. Desde então, outros começaram a se preparar e assumir diversos cargos dentro do Parque. Atualmente, eles detêm a maioria dos postos administrativos, protegendo suas próprias fronteiras e prestando assistência à comunidade.
Hoje, o caminho buscado pelas comunidades é a fundação de sociedades indígenas e Organizações Não Governamentais (ONG). O próprio Parque Indígena do Xingu conta com cinco dessas associações. Desse total, a mais abrangente é a Associação Terra Indígena Xingu (Atix), criada em 1994, que tem a pretensão de alcançar uma grande abrangência política dentro do Parque.
O indigenista Guilherme Carrano, que acompanhou a formação de diversas organizações indígenas, explica que uma das principais vantagens deste tipo de iniciativa é a autogestão da comunidade. “A criação de uma associação ou ONG possibilita que os índios busquem apoio para seus projetos sem intermediários”, afirma Carrano.
Uma das principais lideranças xinguanas, o cacique Aritana, da tribo Yawalapiti, acredita que o movimento indígena precisa lutar para garantir sua autonomia total, sem depender do não-índio. “O Orlando já fez coisa demais para nós, agora é nossa vez de cuidar daqui. Nós não queremos mais o branco mandando e defendendo a gente, queremos que os próprios índios se relacionem com o governo, mandem documentos, contratem médicos e professores”, afirma o cacique.
Invasão Branca
No pouco tempo que estivemos no Alto Xingu, foi possível perceber a dimensão, complexidade e o pouco interesse da mídia sobre a questão indígena. Seria necessário um trabalho maior e mais aprofundado para mostrar a situação atual da reserva, porém, nestes dez dias que passamos entre as aldeias e Posto Indígena Leonardo Villas Bôas conhecemos alguns dos problemas da comunidade xinguana.
Enfrentando cada uma destas questões há várias décadas, o índio está cada vez mais preparado para encará-las com seus próprios recursos. No livro “Parentesco, Ritual e Economia no Alto Xingu”, publicado no ano de 1975, o antropólogo George Zarur aborda este tema: “o ideal é que a Funai possa se limitar a uma assistência básica e garantir a terra e que os xinguanos tenham a consciência de uma realidade que lhes permita entender o valor de sua cultura nativa(...), é importante que seja transferido aos índios os instrumentos ideológicos para uma interação simétrica e com dignidade com a sociedade nacional”. Vinte e seis anos depois, o movimento indígena continua lutando contra o excesso de interferência de instituições externas como o Instituto Sócio-Ambiental, a Funasa e a própria Funai.
riokuluene.jpgDiferente de outras áreas índigenas do Brasil, que foram praticamente dizimadas, o Xingu foi privilegiado pelo bem sucedido trabalho político e de preservação realizado pelos irmãos Villas Bôas. Atualmente, esta responsabilidade recai sobre os ombros de lideranças esclarecidas, como o cacique Aritana. Sofrendo pressões das mais diversas formas, ele continua firme na defesa dos interesses xinguanos: “O Orlando já fez coisa demais para nós, agora é nossa vez de cuidar daqui. Nós não queremos mais o branco mandando e defendendo a gente, queremos que os próprios índios se relacionem com o governo, mandem documentos, contratem médicos e professores”, afirma o cacique.
Rio Kuluene, um dos ameaçados pela devastação das nascentes fora da área indígena do Xingu. Foto: Fernando Zarur

Preservação Cultural

Em primeiro lugar, é preciso lembrar a heterogeneidade entre as etnias, que varia muito com a liderança. Os Yawalapiti, liderados pelo cacique Aritana, são um exemplo de consciência ambiental e cultural. A aldeia, assim como todas as outras, tem diversas interferências do mundo externo, como televisão, barco a motor e rádio. No entanto, os Yawalapiti ainda obedecem a um cotidiano tipicamente indígena: não há horário para comer, o trabalho é coletivo e os rituais religiosos são muito respeitados.
Manter este estilo de vida, aparentemente simples, depois de mais de meio século de contato com o não-índio pode ser considerado uma façanha. Esta luta teve início na década de 1950, quando os irmãos Villas Bôas começaram a conversar e a preparar alguns índios para reagir ao inevitável processo de devastação cultural vindo dos grandes centros urbanos. Parú, pai de Aritana, conta que Orlando o ensinava a lidar com os brancos, explicando como muitas coisas aconteciam lá fora. “Ele (Orlando) falava pra mim: ‘Estou ensinando você, e você precisa passar isso para os seus filhos e netos’. Foi isso que fiz”, conta Parú.
Por outro lado, nem todas as tribos do Alto Xingu compartilham desta mentalidade. Diversos povos estão ameaçados a perder sua cultura original. Recentemente, algumas aldeias vêm sendo assediadas por empresários norte-americanos interessados em investir em turismo dentro do Parque. O projeto sofreu forte objeção das lideranças e foi vetado pela Funai. O turismo significaria a destruição da identidade étnica do Xingu, transformando-a em artificial. Mesmo assim, um pequeno hotel foi construído dentro da aldeia Kamaiurá.

Educação

É necessário um enorme cuidado com a educação dentro do Xingu. Os índios sentem a necessidade de educar e conscientizar o jovem, porém, este pode ser um dos caminhos mais rápidos para a aculturação. O ideal, na visão do cacique Aritana, seria contar com professores da própria aldeia, que conhecessem e respeitassem o cotidiano tradicional da tribo. Esta preparação já está sendo feita, mas por enquanto não existem profissionais indígenas formados.
Os professores não-índios que atuam no Posto Leonardo Villas Bôas sofrem com uma série de obstáculos, como salários atrasados e falta de preparo específico sobre a realidade xinguana. O material didático utilizado, por exemplo, foi produzido pelo município de Gaúcha do Norte-MT e utiliza ilustrações de índios garimpando ou entre padres.
Atualmente, quem mais tenta investir na educação xinguana é o Instituto Sócio-Ambiental (ISA), organização não governamental que atua na questão indígena em todo território nacional. Com plantas para construção de escolas e programas educacionais prontos, o instituto enfrenta a resistência das lideranças do Alto Xingu para lançar seus projetos.

Exploração Econômica

A exploração econômica de seus recursos naturais é outra questão de extrema importância para os índios do Alto Xingu. A interferência de instituições e empresas internacionais dentro do território indígena, é um problema constante.
O próprio trabalho do Instituto Sócio-Ambiental – com a intenção de ajudar e procurar alternativas de renda para a comunidade indígena – não é visto com bons olhos na região. “Eles vem para cá e começam a fazer os projetos, a gente não sabe de nada. Além do mais, ninguém pediu para eles virem para cá” afirma Kokoti, chefe do Posto Indígena Leonardo Villas Bôas.
O último projeto do instituto nesta área, está relacionado à produção de óleo de pequi, em parceria com a indústria de cosméticos Natura. Quando chegamos a aldeia Yawalapiti, os homens estavam sentados no centro da aldeia lendo uma edição da revista Exame. Na matéria, este projeto estava descrito como uma ótima oportunidade de negócio, sob o título: “O Tesouro Verde”. Aritana reclamou da mesma forma: nenhum índio do Alto Xingu havia sido consultado previamente sobre a iniciativa. Financiado por grandes organizações internacionais, o ISA tem uma forte presença entre a comunidade ao norte do Parque, mas é visto com muita desconfiança pelas lideranças do sul.
A biodiversidade, aliás, é um dos pontos mais vulneráveis do Parque. São muitas as histórias de pesquisadores estrangeiros que ganharam bilhões de dólares a custo do conhecimento indígena. Cada vez mais, as ervas e os segredos de raizeiros, como Parú, são alvo das multinacionais. O tradicional urucum, por exemplo, foi patenteado por entidades americanas. A banha de sucuri, usada há anos pelos índios como alívio para contusões, teve seu princípio ativo descoberto e hoje é utilizado em diversos medicamentos.
Da mesma forma que as plantas, o subsolo do Xingu está entre os mais visados no mundo. A região ainda é preservada da exploração de empresas do ramo, mas há quem veja isso como um grande problema para o futuro.
Um exemplo de como essas ameaças são reais é o mistério de um helicóptero que visitou a reserva por volta de março deste ano. Os índios Mehinako avistaram a aeronave pousando próximo às roças da aldeia. Ao aproximarem-se, os tripulantes levantaram vôo rapidamente e fugiram. Por mais de uma vez, o barulho das hélices foi ouvido dentro do Parque e a Funai foi comunicada, mas até agora os propósitos destas visitas são desconhecidos.

Devastação ambiental

Nos últimos anos, porém, a principal preocupação dos xinguanos é a devastação da cabeceira dos rios que formam a bacia do Xingu. Com o avanço do desmatamento das fazendas em torno da reserva, em poucos anos as águas que abastecem todas as aldeias do Parque podem estar contaminadas com agrotóxicos e metais pesados. Além disso, toda a alimentação indígena é baseada no peixe. Caso haja uma diminuição nos cardumes, haverá fome entre as tribos.
Visando solucionar este assunto, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) já começou um programa para construir poços artesianos como alternativa de água potável. No entanto, isto seria um paliativo para uma situação que será desesperadora para a maior parte das aldeias do Xingu.
É urgente a criação de um movimento de conscientização para a preservação das margens dos rios formadores do Xingu, não só pelos índios, mas também pela preservação de todo o ecossistema da região.


Opine pela inteligência  ( "PLANTE UMA ÁRVORE NATIVA")

FONTE: Portal Ache Tudo e Região

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ESQUELETOS CENTENÁRIOS SÃO ENCONTRADOS SOB ÁRVORE DERRUBADA PELA TEMPESTADE TROPICAL SANDY ( Descobertas Históricas Recentes )


ESTADOS UNIDOS - 01/11/2012 19h09 - Atualizado em 01/11/2012 22h09

Esqueletos centenários são encontrados sob árvore derrubada por Sandy

Especialistas acreditam que os ossos pertencem a pelo menos dois indivíduos que viveram no século 18. Local era antes um cemitério

REDAÇÃO ÉPOCA
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O crânio, à esquerda, e as costelas, à direita, encontradas em meio às raízes da árvore (Foto: Thomas MacMillan/New Haven Independent)
A tempestade Sandy derrubou, na segunda-feira (29), um carvalho de mais de 100 anos de vida na cidade de New Haven, em Connecticut, Estados Unidos. No dia seguinte, ao explorar os destroços, a moradora de rua Katie Carbo encontrou em meio às raízes da árvore um crânio humano. Segundo as autoridades locais, a região dava lugar a um cemitério há muitos anos. As informações são do site New Haven Independent.
Ao avistar os ossos, Katie imediatamente chamou a polícia, que confirmou a descoberta. O antropólogo Gary Aronsen, da Universidade de Yale, e o investigador da polícia Alfredo Camargo - conhecido como "o investigador da morte" - foram convocados para analisar o esqueleto, o que fazem até o momento. Ao removerem a terra e as raízes em volta dos ossos, eles encontraram, junto ao crânio, costelas e coluna vertebral.
O investigador da polícia, Alfredo Camargo (vestido de branco), examina o local (Foto: Melissa Bailey/New Haven Independent)
Em entrevista ao site da rede ABC, um oficial do Departamento de Polícia de New Haven, David Hartman, afirmou que o momento da descoberta foi particularmente impressionante. "Eu me vi de pé, entre os espectadores, dizendo: 'Uau, isso é incrível, um dia antes do Dia das Bruxas", disse ele.
Os ossos foram levados para análises mais profundas ao laboratório de Camargo. Com ajuda de outros especialistas, a dupla anunciou nesta quarta-feira (31) que os restos pertencem a pelo menos dois indivíduos. "Podem ser mais", afirmou Aronsen ao New Haven Independent. Por conta de um artefato de ferro descoberto junto ao esqueleto, eles acreditam que os corpos devem ter sido enterrados no século 18.
Eles pretendem ainda determinar o sexo e a idade dos indivíduos, assim como a causa da morte. Esta pesquisa, porém, será um desafio, já que o crescimento das raízes da árvore separou as partes do esqueleto. Foram encontrados, por exemplo, vários pequenos ossos faciais. "Juntá-los será um quebra-cabeça delicado", disse um dos arqueólogos envolvidos no caso a serviço do Estado.
A área ao redor da árvore, isolada pela polícia, também continua sendo estudada por especialistas. As autoridades locais ainda não decidiram o que vão fazer com os fósseis após as pesquisas.
Arqueólogos analisam a área, que foi isolada pela polícia (Foto: Thomas MacMillan/New Haven Independent)
EK

FONTE: Revista Época/Ciência e Tecnologia

SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DESPROTEGIDOS ( Arqueologia do Brasil )

Sítios desprotegidos

 

 
Sítios desprotegidos significam história ameaçada

Conforme o último levantamento feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1998, existem 12.517 sítios arqueológicos em todo o território nacional. Hoje, acredita-se que esse número já tenha saltado para 20 mil. Entretanto, no quadro desse órgão federal, vinculado ao Ministério da Cultura e responsável por identificar, conservar, explorar e restaurar todos os sítios arqueológicos brasileiros, há somente seis arqueólogos: quatro lotados no Rio de Janeiro, um em Brasília e outro em Santa Catarina


Mapa da localização dos sítios arqueológicos já
pesquisados no Brasil.
Fonte: Sítio Arqueológico Lagoa
A falta de estrutura e os impasses na operacionalização são, hoje, o maior obstáculo para a preservação dos sítios arqueológicos no país. Segundo o arqueólogo Rossano Lopes Bastos, consultor na área de arqueologia do Iphan, do ponto de vista normativo e legal sobre a proteção e preservação dos sítios arqueológicos, o Brasil é um dos mais avançados em nível mundial. "Obtivemos avanços extraordinários. Durante a década de 80, o maior depredador era o próprio Estado, fazendo rodovias e hidrelétricas sem qualquer levantamento arqueológico. Há 20 anos, parar um empreendimento por conta de descoberta arqueológica era até um risco de integridade física", comenta o arqueólogo.
Bastos já foi coordenador de arqueologia do Departamento de Proteção do Iphan. Ele mesmo afirma que esses avanços na legislação, como a Portaria 230, instituída em dezembro de 2002, estabelecendo a exigência de estudos criteriosos de impacto arqueológico nas três fases da licença ambiental (prévia, de instalação e de operacionalização), dificilmente poderão ser praticados com a atual número de profissionais do Iphan. "Mas, o Instituto está passando por significativas mudanças na gestão e a expectativa é de melhora", diz.
Sob o benefício da Lei 3.924 (26/07/1961), todos os sítios são considerados bens patrimoniais da União e, supostamente, contam com proteção especial. O tombamento, entretanto, reforça essa proteção e impede a destruição ou descaracterização dos sítios arqueológicos de grande interesse para a preservação da memória coletiva.
Entre os 20 mil sítios arqueológicos do país somente seis são tombados: Sambaqui do Pindaí, em São Luís, no Maranhão; Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no Piauí; Inscrições Pré-Históricas do Rio Ingá, no município de Ingá, na Paraíba; Sambaqui da Barra do Rio Itapitangui, em Cananéia, São Paulo; Lapa da Cerca Grande, em Matozinhos, Minas Gerais; e a Ilha do Campeche, em Florianópolis, Santa Catarina.
Conforme afirma Rossano Bastos, em cada região, os sítios possuem características peculiares que dão "relevância" e "significado" arqueológico importantes em nível nacional ou até mundial. Essa importância é definida pela descoberta de materiais de ocorrência única ou que colaboram com o avanço das ciências arqueológicas. Portanto, a destruição dos sítios arqueológicos, em qualquer região, significa uma perda para a própria história do povo brasileiro e das Américas.
Em geral, as descobertas na região Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste têm contribuído ao esclarecimento dos detalhes da história do povoamento do continente americano. Na região Sul, os sítios conservam conhecimentos dos recursos naturais marinhos brasileiros. Na Amazônia, manifestações simbólicas, como as inscrições rupestres e as cerâmicas policromadas, ganham destaque nas descobertas, que se concentram especialmente ao longo dos rios.
O arqueólogo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), André Prous, também destaca a falta de estrutura de fiscalização do Iphan como uma dificuldade para garantir a preservação dos sítios arqueológicos. "Em Minas Gerais, o Iphan não possui nenhum arqueólogo em seu quadro; existem somente arquitetos e historiadores. Quando há necessidade de vistoria na área arqueológica os pesquisadores da UFMG são chamados", comenta.
A região de Lapa Vermelha, no município de Lagoa Santa, a cerca de 40 quilômetros da capital de Minas Gerais, atualmente é considerada como um dos mais importantes sítios arqueológicos do continente americano. Lá foi encontrado o fóssil humano de cerca de onze mil anos conhecido como "Luzia", que aponta para novas teorias da evolução e ocupação do homem nas Américas. (link texto zarias)
Lapa Vermelha possui mais de uma centena de sítios arqueológicos registrados pelo Iphan e potencial constante de novas descobertas. Mas, conforme explica Prous, alguns sítios arqueológicos da região já foram destruídos pelo turismo descontrolado; outros dependem da conscientização dos proprietários.

Amazônia
Fato semelhante acontece na região amazônica, especialmente no arquipélago do Marajó, no estado do Pará. "Lá, há anos famílias proprietárias de fazendas com sítios arqueológicos sobrevivem da retirada e venda de peças. Em alguns casos a situação é gritante", afirma a arqueóloga do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Edithe Pereira. Para ela, os principais entraves para garantir a preservação dos sítios arqueológicos na Amazônia são a distância e a dificuldade de acesso para fiscalização.
Donos de fazenda têm coleções particulares ou fazem o contrabando das peças de cerâmica marajoara diretamente para clientes que chegam em aviões. Essas informações são empíricas. As atividades são absolutamente clandestinas. "Às vezes, ficamos sabendo de peças somente depois, por fotos", lamenta ela.
Além disso, os povos antigos da região do Marajó construíam tesos (elevações do terreno) para fugir das inundações, o que facilita a localização dos sítios por qualquer pessoa sem especialidade na área. "Muitas vezes, a destruição dos sítios arqueológicos acontece por puro desconhecimento da população em geral sobre a importância das peças e das informações elas contêm", comenta a arqueóloga.
No município de Monte Alegre, também no Pará, depois da divulgação, em nível mundial, da descoberta de inscrições rupestres de cerca de onze mil anos, o fluxo de turistas aumentou e a atividade vem acontecendo de forma totalmente descontrolada. "Muitas pinturas que estavam intactas há alguns anos, já estão riscadas, especialmente da Serra da Lua, que é o sítio mais importante da região", diz Pereira. O próprio governo do estado estaria estimulando o turismo em Monte Alegre sem manter uma política de preservação ou dar qualquer estrutura de suporte adequado para a atividade.
Os sítios arqueológicos de Monte Alegre estão dentro de um Parque Estadual, criado em novembro de 2001. Mas, até hoje, não foi publicado o edital para a elaboração do plano de manejo da área, ou seja, nenhuma medida de controle ou estudos detalhados foram realizados.

Pintura rupestre em Serra da Lua
O patrimônio arqueológico amazônico também é ameaçado pelos grandes empreendimentos privados. Em 1992, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) detonou a Gruta do Gavião, na província mineral de Serra dos Carajás, também no Pará. A gruta tinha datação comprovada em cerca de oito mil anos. Estudos posteriores constataram a existência de mais onze grutas pré-históricas na área da empresa. Numa dessas, a Gruta do Piquiá, foram descobertos ossos humanos e de animais, sementes e artefatos de cerâmica, com datação de nove mil anos. Foi na Gruta do Piquiá, também, que foi registrada a primeira ocorrência de artefatos feitos em ferro lascado no Brasil.
Segundo o pesquisador do Museu Goeldi, Marcos Magalhães, as descobertas arqueológicas na Gruta do Piquiá e nos demais sítios da Serra dos Carajás podem ser considerados até mais importantes que as feitas pela arqueóloga norte-americana Ana Roosevelt - as inscrições rupestres de Monte Alegre. A Gruta do Piquiá está exatamente na área prevista para próxima exploração da empresa.
Em Manaus, uma obra de reurbanização na praça D. Pedro II, no centro histórico da cidade, foi suspensa por tempo indeterminado com a descoberta de um conjunto de urnas funerárias. Segundo Carlos Augusto da Silva, arqueólogo do Museu Amazônico da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e responsável pelos trabalhos na praça, o sítio de Manaus fica no entorno da orla do rio Negro, onde existe terra preta arqueológica (TPA). A fertilidade desse solo é motivo de disputa entre agricultores e sua exploração indiscriminada vem causando a destruição de algumas peças arqueológicas.
Para o arqueólogo da Ufam, o fato das peças recentemente descobertas estarem intactas é uma novidade na arqueologia, já que Manaus possui mais de 300 anos de história e o material está bem no centro da cidade. Povos indígenas do Amazonas têm protestado contra a exumação das urnas, exigindo respeito com os espíritos de seus antepassados e que os objetos fiquem no local onde foram encontrados. Mas, os arqueólogos da região dizem que o material deve ser retirado e levado a um museu para ser devidamente acondicionado.
Segundo Silva, o ideal seria fazer um laboratório de visitação pública e de pesquisa, no local onde foram encontradas as peças. Mas, para isso, também seria necessário transportar as peças para um museu, mesmo que temporariamente.

Urna funerária encontrada em Manaus (AM)
Fotos: Iphan

Detalhe da urna funerária onde é possivel identificar
o cadáver de duas pessoas
 
Serra da Capivara
Os problemas enfrentados pela maioria dos sítios arqueológicos brasileiros não afetam os mais de 600 sítios que estão no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Localizado em uma área de 130 mil hectares o Parque Nacional da Serra da Capivara é um exemplo de conservação do patrimônio histórico e artístico nacional. Em 1991, foi consagrado patrimônio mundial pela Unesco.

A ONG Fundação Museu do Homem Americano (Fundahm) incentiva o desenvolvimento de pesquisas e conta com um laboratório de arqueologia e um centro interdisciplinar para abrigo da documentação fotográfica e filmográfica.
A superintendente regional do Iphan no Ceará e Piauí, Diva Figueiredo, afirma que a Serra da Capivara é uma das áreas mais protegidas do Brasil, pois está sob a guarda do Iphan, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundahm e do Ibama local, que tem poder de polícia. "Há muito tempo que não ocorrem problemas de depredação. Na década de 80, houve alguns, esporádicos", conta.

Pinturas rupestres da Serra da Capivara permitem identificar animais
que viveram na região além de antigos costumes dos habitantes da região
Fonte:Iphan
Apesar da Serra da Capivara ser considerada um modelo de preservação ambiental, Figueiredo destaca que novas dificuldades estão surgindo. "A ocupação desordenada do território para a prática da agricultura ameaça os sítios", alerta. Há ainda aqueles que criam animais de forma extensiva, extraem mel e, no período da estiagem, caçam no Parque para complementar a alimentação. Além disso, as queimadas realizadas no entorno contribuem para a perturbação de todo ecossistema.

Segundo a superintendente regional do Iphan, as exigências de estudos de impactos ambientais freqüentemente não contemplam as questões arqueológicas, apesar da legislação exigir isso. Assim, no Piauí, o Iphan, juntamente com o Ibama e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, desenvolve um trabalho preventivo contra atividades e empreendimentos de impacto arqueológico, exigindo uma prospecção prévia e um estudo de impacto sobre esses riscos. "Com o apoio do Ministério Público Estadual temos conseguido fazer um trabalho preventivo importante", conta. De acordo com Diva Figueiredo, a prospecção arqueológica em paralelo ao estudo ambiental evitaria a destruição de muitos sítios.

Chapada dos Guimarães
Na região da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, segundo o espeleólogo (profissional que estuda as cavernas) José Guilherme Aires Lima, chefe do Centro Nacional de Estudos, Proteção e Manejo de Cavernas do Ibama/MT, a grande maioria dos sítios arqueológicos não se beneficiam do Parque Nacional porque estão fora de seu território. "Na época da demarcação, já havia conhecimento da existência dos sítios, mas eles foram excluídos".
O espeleólogo afirma que, apesar de os sítios serem de difícil acesso, a falta de fiscalização incentiva a visitação dos turistas. Um dos mais conhecidos é a Lapa do Frei Canuto, um sítio de cerimonial que foi depredado com pixações.

Índio Walrás deve ajudar a desvendar
história registrada nas cavernas
Outro sítio que está fora do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães é a caverna Kamukuaká, às margens do rio Batuvi. Este é um sítio arqueológico vivo, que conta com os relatos dos descendentes indígenas para a interpretação dos materiais encontrados. Os índios Waurás estão confinados no Parque e, desde o ano passado, reivindicam o reconhecimento da área da caverna para o tombamento. Mas agora, segundo José Guilherme Lima, o sítio está sendo ameaçado pela autorização de cerca de 20 mil hectares de desmatamento para o plantio de algodão no entorno.
 
Fonte: http://www.comciencia.br

FONTE: Portal Ache Tudo e Região