quarta-feira, 16 de junho de 2010

A ARQUEOLOGIA DA AMÉRICA...

Arqueologia da América

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Estatueta "Idolo de Iguape", descoberta em Iguape em 1906, pelo pesquisador Ricardo Krone, tem relação com povos andinos.[1]
A arqueologia da América é o estudo da pré-história da América do Norte, da América Central (ou Mesoamérica), da América do Sul e do Caribe, ou seja, a história Pré-Colombiana (antes da chegada de Cristóvão Colombo) dos povosnativos americanos.
Até recentemente, a interpretação mais largamente aceita baseada nos achados arqueológicos era de que os primeiros humanos nas Américas teriam vindo numa série de migrações da Sibéria para o Alasca através de uma língua de terra chamada Beríngia, que se formou com a queda do nível dos mares durante a última idade do gelo, entre 24 e 9 mil anos atrás.
No entanto, achados na América do Sul mudaram o pensamento dos arqueólogos. O fóssil de uma mulher com 11 mil anos foi encontrado pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire na década de 1970. O fóssil recebeu o nome de Luzia, apelido dado carinhosamente pelo biólogo Walter Alves Neves, do Instituto de Biociências da USP
Ao estudar a morfologia craniana de Luzia, Neves encontrou traços que lembram os atuais aborígines da Austrália e os negros da África. Ao lado do seu colega argentino Héctor Pucciarelli, do Museo de Ciencias Naturales de la Universidad de La Plata, Neves formulou a teoria de que o povoamento das Américas teria sido feito por duas correntes migratórias de caçadores e coletores, ambas vindas da Ásia, provavelmente pelo estreito de Bering, mas cada uma delas composta por grupos biológicos distintos. A primeira teria ocorrido 14 mil anos atrás e seus membros teriam aparência semelhante à de Luzia. O segundo grupo teria sido o dos povos mongolóides, há uns 11 mil anos, dos quais descendem atualmente todas as tribos indígenas das Américas.
Há várias interpretações para estes achados (e para a pré-história das Américas):
  • Uma é de que a migração através da “ponte de Bering” pode ter ocorrido durante a glaciação anterior, há cerca de 35 mil anos.
  • Outra teoria sustenta que os “siberianos” teriam sido precedidos por imigrantes da Oceânia, que teriam chegado, seja de barco, através do Oceano Pacífico, seja pela mesma rota terrestre da Beríngia, mas num período muito anterior. Os proponentes desta teoria afirmam que os restos humanos mais antigos que se conhecem, tanto na América do Sul, como na Baixa Califórnia, têm traços distintamente não-siberianos, parecendo-se mais com aborígenes australianos ou com negritos das Ilhas Andaman. Estes hipotéticos aborígenes americanos teriam sido substituídos pelos “siberianos” e podem ter sido os antepassados dos nativos da Tierra del Fuego (no extremo sul da Argentina e Chile), que estão quase extintos.
A maioria dos antropólogos e arqueólogos considera que a genética, linguísticacultura dos índios da América do Norte mostram uma origem predominantemente siberiana. Por esta razão, pensa-se que pode ter havido pelo menos três migrações separadas da Sibéria para a América: e
  • A primeira chegou a uma terra povoada por grandes mamíferos na idade Pleistocena Superior, incluindo mamutes, cavalos, preguiças gigantes e rinocerontes peludos. A cultura Clóvis seria uma manifestação dessa migração e a cultura Folsom, baseada na caça do bisonte americano, ter-se-ía desenvolvido a partir da primeira. Esta leva de imigrantes poderia ter chegado até à Tierra del Fuego.
  • A segunda migração trouxe os antepassados dos povos que falam as línguas Na-Dene, que se espalharam-se até ao dudoeste dos Estados Unidos e seriam os antepassados dos Apaches e dos Navajos.
  • A terceira vaga constituiu os antepassados dos esquimós e dos aleútas. Eles podem ter chegado de barco através do Estreito de Bering, depois da ponte terrestre ter desaparecido.
  • Em anos recentes foram realizados estudos de genética molecular que sugerem ter havido, pelo menos quatro distintas migrações da Ásia para a América. Estes estudos fornecem também a evidência surpreendente de migrações da Europa durante o mesmo período, possivelmente de povos que tinham um modo de vida semelhante ao dos Inuits e Yupiks durante a última glaciação.
Os achados mais recentes no Brasil, permitem afirmar que a entrada do Homo sapiens no continente americano pode ter-se iniciado entre 150.000 e 100.000 anos atrás. Um continente tão vasto deve ter sido ocupado a partir de diversos pontos de penetração, que incluem também a via marítima, uma vez que o nível do mar variou durante as diferentes épocas e, em certos momentos, chegou até a 150 metros abaixo do nível atual, o que significa que um maior número de ilhas existia, a plataforma continental era mais ampla, tornando essas viagens mais fáceis para os meios tecnológicos dessa altura do que se poderia supor.
Uma consequência destas sucessivas vagas de migrantes é que grandes populações com línguas e provavelmente características físicas semelhantes se espalharam por várias áreas geograficas das Américas do Norte, Central e Sul. Uma vez que os nativos americanos tradicionalmente mantêm-se leais às suas tribos, os etnólogos têm tentado agrupar a miríade de tribos actuais em agrupamentos que reflitam as suas origens geográficas comuns, similaridades linguísticas e modo de vida (ver Classificação dos nativos americanos).
Apesar de muitos grupos terem uma vida nómada ou semi-nómada na época da ocupação européia do Novo Mundo, em algumas regiões, especificalmente no vale do rio Mississippi, nos Estados Unidos, no México, na América Central e nos Andes da América do Sul eles formaram civilizações avançadas com arquitectura monumental e organizadas em cidades e estados, como foram os maias e os incas.
Existem outras teorias sobre a origem dos nativos americanos:

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FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.

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