sábado, 23 de fevereiro de 2013

MISTÉRIOS AINDA RONDAM HISTÓRIA DOS MOAIS NA ILHA DE PÁSCOA ( Turismo Mundial )


PEDRO CARRILHO
ENVIADO ESPECIAL À ILHA DE PÁSCOA
Ficar diante dos gigantes monolíticos já faz a viagem até Rapa Nui valer a pena.

Conhecidos por suas cabeças desproporcionais, expressão enigmática e aura de mistério, os moais aludem a ancestrais deificados através dos quais os rapanuis supunham se comunicar espiritualmente com divindades. Distintos clãs de povoados da ilha de Páscoa eram unidos pelo culto às estátuas.
Talhadas em tufo, uma rocha vulcânica composta de cinzas consolidadas, principalmente entre os séculos 13 e 16, as estátuas têm de cinco a sete metros de altura.
Supõem-se que quando os primeiros europeus passaram pela ilha, no século 18, os moais já estavam no chão após uma guerra entre os ilhéus.
Foram catalogados entre 900 e 1.050 moais, dos quais cerca de 40 estão de pé depois de restaurados. As estátuas foram reerguidas em seus ahus, plataformas cerimoniais e funerárias que cercaram quase toda a orla da ilha, ao longo da segunda metade do século 20.

Pedro Carrilho/Folhapress
Grupo de moais nas encostas do vulcão Rano Raraku, na ilha de Páscoa; estátuas foram construídas principalmente entre os séculos 13 e 16
Moais na encosta do vulcão Rano Raraku, na ilha de Páscoa; estátuas foram erguidas entre séculos 13 e 16
Apesar de outros povos polinésios também terem esculpido figuras de pedra, não há nada parecido com os moais. Eles foram escavados por mestres artesãos diretamente dos paredões de rocha dentro e fora da cratera do vulcão Rano Raraku e de lá foram levados até os ahus, em locais perto da costa.
Entre centenas de estátuas inacabadas, o moai conhecido como "El Gigante", o maior deles, não foi finalizado (se erguido, teria 21 m).
Depois de escavados da pedra, os moais eram então transportados para a base do vulcão, onde eram esculpidos detalhes decorativos.
Há moais que se mantiveram de pé nas encostas ao longo da história por terem seus corpos parcialmente enterrados no solo. Outros foram abandonados ou se quebraram no caminho. Já os pukaos, "chapéus" que adornam as cabeças de certos moais, eram forjados a partir de outro material de origem piroclástica, a avermelhada e áspera escória vulcânica.
Todo o material usado na produção dos pukaos foi retirado de Puna Pau, uma pequena cratera no interior da ilha de Páscoa, único local com esse tipo de pedra, que também foi utilizada na elaboração de petróglifos.
TECNOLOGIA RAPANUI
O método usado para transportar os moais é controverso e um dos mistérios da ilha, pois cada estátua pesa em média 12 toneladas.
Lendas falam de sacerdotes utilizando a força espiritual do mana (poder divino) para locomovê-los um pouco a cada dia; já a tradição oral reza que os moais andavam.
A teoria mais aceita é que os ilhéus usavam movimentos oscilantes e giratórios para deslocar as estátuas de pedra, da mesma forma como transportamos geladeiras. Outra versão afirma que os moais eram transportados deitados em troncos lubrificados com óleo de palma.
A maior e mais impressionante plataforma restaurada, o Ahu Tongariki, fica no sudeste da ilha e tem 15 estátuas lado a lado, dentre as quais a mais pesada tem 86 toneladas. 

FONTE: Folha.com/Turismo

Pedro Carrilho/Folhapress
Fileira de moais do ahu Tongariki, localizado na costa sul da ilha de Páscoa; estátuas têm de cinco a sete metros de altura
Moais do ahu Tongariki, localizado na costa sul da ilha de Páscoa; estátuas têm até sete metros de altura  

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