quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

15 EVENTOS QUE AMEAÇAM A HUMANIDADE ( Artigo científico ) "PARTE XIII"

Nanotecnologia

 
Causa: Tecnológica
Tipo: Global e terminal
Já aconteceu antes? Não

A nanotecnologia pode trazer grandes avanços para a humanidade. Pesquisadores da área prometem o desenvolvimento de robôs minúsculos, do tamanho de moléculas, capazes de se locomoverem livremente e atuarem em uma série de atividades. Nos anos 1980 e 1990, o engenheiro americano Eric Drexler previu as maravilhas que esses nanorobôs poderiam trazer para a qualidade de vida humana, da medicina à engenharia. Eles poderiam curar o câncer, limpar o meio ambiente, criar computadores avançadíssimos de tamanho reduzido e construir praticamente qualquer artefato pensado pelo homem. No entanto, em meio às promessas, Drexler levantou a possibilidade de a nanotecnologia fugir ao controle humano, começar a construir cópias cada vez mais numerosas dos nanorobôs e consumir o planeta inteiro em meio a uma enorme gosma cinzenta (grey goo, em inglês). Nesse processo, a raça humana seria inevitavelmente devorada.

Para acontecer, esse cenário precisa que os nanorobôs sejam replicadores, capazes de construir novas cópias tridimensionais de si mesmos. Desenvolver esse tipo de tecnologia seria mais fácil do que criar qualquer tipo de mecanismo de defesa para sua ação. Por isso, um acidente seria tão perigoso. Para impedir que um evento desses aconteça, foram sugeridas algumas salvaguardas, como impedir a construção de robôs replicadores ou fazer com que eles dependam de algum material raro para se reproduzir. 

No entanto, um acidente não é o único perigo trazido por essa tecnologia. Ela poderia ser desenvolvida já com a intenção de ser usada como arma – e essas salvaguardas não seriam seguidas. Terroristas com essa tecnologia em mãos poderiam causar a extinção de toda a vida na Terra. Também foi levantada a possibilidade de o desenvolvimento de armas nanotecnológicas levarem a uma nova corrida armamentista. 

Nos anos 2000, Drexler revelou ter se arrependido de tornar pública uma visão tão catastrófica, mas seu alerta serviu para que grupos como a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos e a Academia Real de Engenharia do Reino Unido se reunissem para discutir os riscos da nanotecnologia. A maioria dos cientistas concordou que o cenário da gosma cinzenta é altamente improvável — nanorobôs capazes disso não seriam energeticamente viáveis. Mesmo assim, eles clamaram por uma regulação internacional estrita para o desenvolvimento da nanotecnologia. 

Em 2002, cientistas de todo o mundo se reuniram para formar o Centro para a Nanotecnologia Responsável, que se dedica a estudar os efeitos dessa tecnologia e traçar planos para um desenvolvimento responsável desses nanorobôs. Entre outras medidas, eles propuseram que eles possuam sistemas de segurança para impedir que sejam invadidos, que precisem de uma autorização para cada produto que forem construir e que não possam funcionar de modo completamente autônomo. A intenção é que nanotecnologia seja capar de ajudar a humanidade, e não acabar com ela.
 
FONTE: Revista Veja/Ciência

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