Evolução
Dentes encontrados no Quênia têm 12,5 milhões de anos e ajudam a explicar evolução dos primatas

Macacos do velho mundo: a família Cercopithecidae reúne
mais de 130 espécies de primatas, como os colobos, que habitam a África e
a Ásia
(Anup Shah/Thinkstock)
Dois dentes encontrados em um sítio paleontológico nos Montes Tugen, no
Quênia, podem ajudar os pesquisadores a reescrever a história evolutiva
dos primatas. Datando de aproximadamente 12,5 milhões de anos, eles são
os fósseis mais antigos já encontrados de macacos do velho mundo, uma
família que reúne mais de 130 espécies de primatas que habitam as zonas
tropicais da África e Ásia. O grupo — conhecido como família
Cercopithecidae — inclui algumas das espécies mais conhecidas de
macacos, como os babuínos e macacos rhesus, e é evolutivamente próximo
dos grandes primatas, entre eles os humanos. A descoberta é importante
porque existem poucas evidências fósseis antigas do processo que levou à
evolução dos macacos do velho mundo e dos primatas como um todo.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Early cercopithecid monkeys from the Tugen Hills, Kenya
Onde foi divulgada: revista PNAS
Quem fez: James B. Rossie, Christopher C. Gilbert, e Andrew Hill
Instituição: Universidade Stony Brook, EUA
Dados de amostragem: Dois dentes encontrados em um sítio paleontológico no Quênia
Resultado: Análises dos fósseis mostraram que se trata de dentes de macacos colobos, que pertencem à família Cercopithecidae — os macacos do velho mundo. Datando de aproximadamente 12,5 milhões de anos, são as evidências mais antigas já encontradas desse tipo de primata.
A análise dos pesquisadores foi publicada nesta segunda-feira na revista PNAS.
Segundo o estudo, os dentes pertenceram a dois macacos colobos, uma
subfamília que existe ainda hoje e reúne espécies de médio porte, como o
langur. O formato dos dentes sugere que a espécie descoberta dependia
menos da alimentação de folhas do que os seus descendentes atuais.
Até agora, o registro mais antigo da família Cercopithecidae datava de
9,5 milhões de anos atrás. Os pesquisadores sabiam que eles deveriam ser
mais velhos, mas a compreensão de sua origem e diversificação era
obscurecida pela raridade de fósseis antigos na África. O sítio nos
Montes Tugen é um dos poucos locais que conservam registros com idades
entre 10 e 15 milhões de anos.
Segundo os pesquisadores, a descoberta deve ajudar os trabalhos que se
baseiam em evidências fósseis para estimar as datas em que as diferentes
espécies e famílias de primatas se diferenciaram. Ao encontrar fósseis
três milhões de anos mais antigos, os cientistas mostram que sua
raridade se deve mais a fatores geológicos — que dificultam a manutenção
dos registros — do que a fenômenos biológicos, e isso deve ser levado
em conta durante o estudo de novas hipóteses evolutivas.
FONTE; Revista Veja/Ciência
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