2/03/2013
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16h52
DA BBC
A rocha espacial que atingiu a Terra há 65 milhões de anos e que é tida
como a causadora da extinção dos dinossauros foi provavelmente um
cometa, concluiu um estudo divulgado por cientistas americanos.
Segundo a pesquisa, a cratera Chicxulub, no México - que tem 180 km de
diâmetro - foi criada por um objeto menor do que se imaginava
anteriormente.
Muitos cientistas consideram que um asteroide grande e relativamente lento teria sido o responsável.
Os detalhes do estudo, feito por uma equipe do Darthmouth College,
universidade no Estado americano de New Hampshire (nordeste do país),
foram divulgados na 44ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária,
realizada no Estado do Texas, no sul dos Estados Unidos.
"O objetivo maior do nosso projeto é caracterizar melhor o que causou o
impacto que produziu a cratera na península de Yucatán (no México)",
disse Jason Moore, do Dartmouth College, à BBC News.
No entanto, outros pesquisadores ainda são cautelosos a respeito dos resultados da pesquisa.
BBC | ||
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Estudo conclui que fim dos dinossauros 'foi causado por cometa' |
QUÍMICA EXTRATERRESTRE
A colisão da rocha espacial com a Terra criou em todo o planeta uma
camada de sedimentos com o elemento químico irídio em concentrações
muito mais altas do que ocorre naturalmente.
No entanto, a equipe de pesquisadores sugere que os índices de irídio
citados atualmente estão incorretos. Usando uma comparação com outro
elemento extraterrestre depositado no impacto - o ósmio - eles
conseguiram deduzir que a colisão depositou menos resíduos do que se
acreditava.
Os valores recalculados de irídio sugerem que um corpo celeste menor
atingiu a Terra. Na segunda parte do trabalho, os pesquisadores tentaram
relacionar o novo valor com as propriedades físicas conhecidas da
cratera de Chicxulub.
Para que essa rocha espacial menor tenha produzido uma cratera de 180 km de largura, ela deve ter viajado relativamente rápido.
A equipe calculou que um cometa de longo período se ajustava à descrição muito melhor do que outros possíveis candidatos.
"Seria preciso um asteroide de cerca de 5 km de diâmetro para trazer
tanto irídio e ósmio. Mas um asteroide desse tamanho não produziria uma
cratera de 200 km de diâmetro", disse Moore.
"Como conseguimos algo que tenha energia suficiente para gerar uma
cratera daquele tamanho, mas tenha muito menos material rochoso? Isso
nos leva aos cometas."
Cometas de longo período são corpos celestes de poeira, rocha e gelo que
têm órbitas excêntricas ao redor do Sol. Eles podem levar centenas,
milhares e em alguns casos até milhões de anos para completar uma
órbita.
O evento que causou a extinção há 65 milhões de anos é associado, hoje
em dia, à cratera no México. O acontecimento teria matado cerca de 70%
das espécies na Terra em um curto período de tempo, especialmente os
dinossauros.
A enorme colisão teria gerado incêndios, terremotos e imensos tsunamis. O
gás e a poeira lançados na atmosfera teriam contribuído para a queda
das temperaturas globais por muitos anos.
PERDA DE MASSA
Gareth Collins, que pesquisa impactos que produzem crateras na
Universidade Imperial College London, na região de Londres, disse que a
pesquisa da equipe do Dartmouth College é "provocadora".
No entanto, ele disse à BBC que não acha "possível determinar
precisamente o tamanho do corpo que causou o impacto apenas com a
geoquímica".
"A geoquímica diz - com bastante precisão - somente a massa do material
meteorítico que está distribuída globalmente, não a massa total do
causador do impacto. Para estimar isso, é preciso saber que fração do
corpo celeste estava distribuída na hora do impacto e não foi ejetada
para o espaço, nem caiu perto da cratera."
"Os autores (da pesquisa) sugerem que 75% da massa do causador do
impacto estava distribuída globalmente, então chegaram a um corpo
relativamente pequeno, mas na verdade essa fração pode ser menor do que
20%."
A teoria deixaria a porta a aberta para a hipótese de que um asteroide
maior e mais lento, que teria perdido massa antes do impacto com o solo,
tenha sido o causador da extinção.
Os pesquisadores americanos aceitam a hipótese, mas citam estudos
recentes que sugerem que a perda de massa do corpo celeste no impacto de
Chicxulub esteve entre 11% e 25%.
Nos últimos anos, diversos corpos celestes surpreenderam os astrônomos,
servindo como lembrança de que nossa vizinhança cósmica continua
atribulada.
No dia 15 de fevereiro de 2013, o DA14, um asteroide com volume
equivalente ao de uma piscina olímpica, passou de raspão pela Terra a
uma distância de somente 27,7 mil km. Ele só havia sido descoberto no
ano anterior.
No mesmo dia, uma rocha espacial de 17 metros explodiu nas montanhas
Urais, da Rússia, com uma energia equivalente a cerca de 440
quilotoneladas de TNT. Cerca de mil pessoas ficaram feridas quando o
choque do impacto explodiu janelas e sacudiu edifícios.
Cerca de 95% dos objetos próximos da Terra com mais de 1 km de diâmetro
já foram descobertos. No entanto, somente 10% dos 13 a 20 mil asteroides
acima de 140 metros de diametro estão sendo monitorados.
FONTE: Folha.com/BBC BRASIL
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