quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

GRANDES ROEDORES DA FAUNA MUNDIAL ( O Castor ) "Parte 1"

Castor

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Castor-americano (Castor canadensis)
Castor-americano (Castor canadensis)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Subordem: Castorimorpha
Família: Castoridae
Género: Castor
Linnaeus, 1758


Distribuição geográfica
Distribuição de C. canadensis.
Distribuição de C. canadensis.
European beaver map.PNG
Castor californicus map.PNG


Espécies
C. fiber
C. canadensis
Wikispecies
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Castor é um gênero de roedores semi-aquáticos, da família Castoridae, nativo da América do Norte e da Europa, sendo o único gênero ainda existente dessa família, com duas espécies remanescentes: o C. fiber (castor-europeu) e o C. canadensis (castor-americano). Existiu também o castor-de-kellogg (C. californicus), que está extinto desde o Pleistoceno. Todas eles habitam exclusivamente o Hemisfério Norte, excepto alguns castores americanos, que chegaram à região sul-americana da Terra do Fogo, introduzidos artificialmente. Também introduziram-se indivíduos desta espécie em certas regiões da Europa. Com estas exceções, o Castor canadensis habita unicamente a América do Norte, e o Castor fiber em regiões da Europa e da Ásia. O extinto Castor californicusEstados Unidos. As espécies vivas são muito similares entre si, mas investigações genéticasespécies, sendo a principal distinção entre elas o diferente número de cromossomas. estendia-se pelo que hoje em dia é o oeste dos demonstraram que as populações europeias e norte-americanas são duas
Estes animais são conhecidos por sua habilidade natural para construir diques em rios e riachoslares — chamados tocas — criando assim represas que bloqueiam a corrente de água. Para a edificação destas estruturas utilizam principalmente troncos de árvores, que derrubam com seus poderosos dentes incisivos. Apesar da grande quantidade de árvores que devastam, os castores não costumam prejudicar o ecossistema em que vivem: pelo contrário, mantêm-no saudável, pois seus diques proveem uma grande quantidade de benefícios; entre outras coisas, estas barreiras propiciam a criação de zonas úmidas, ajudam a controlar inundaçõesNavarra e La Rioja. que são os seus e eliminam contaminantes da corrente. Porém, em ecossistemas estranhos para eles, estas modificações ao ambiente podem ser prejudiciais, como aconteceu, por exemplo, com os castores introduzidos na Terra do Fogo e nas comunidades espanholas de
Desde centenas de anos os castores fazem parte da cultura popular e, em alguns casos, tiveram uma grande influência no desenvolvimento das sociedades humanas. Um exemplo disto é sua importância na colonização europeia da América, pois a busca por suas peles foi um dos fatores que impulsionaram a exploração e o posterior desenvolvimento econômico da América do Norte. Isto foi devido ao valor comercial de suas peles e de outros produtos obtidos deles, como o castóreo. Também é um elemento muito representativo na cultura do Canadá, a tal grau que é o animal-símbolo nacional daquele país. Portanto, a influência dos castores não se limita ao setor econômico e comercial, também abarca campos variados como a literatura, a religião e o desporto.

Índice

[esconder]

[editar] Morfologia


Desenho de crânio do Castor fiber.

A cauda negra e achatada do castor permite identificá-los facilmente.
Os castores são aparentados com os esquilos (família Sciuridae), como têm certas características estruturais semelhantes às do crânio e maxilar inferior deste outro roedor. Eles também estão estreitamente relacionados com um pequeno roedor sul-americano chamado ratão-do-banhado. É o segundo maior roedor do mundo, depois da capivara, e o maior do hemisfério norte[1][2]. Estes animais continuam a crescer ao longo das suas vidas. O peso médio dos adultos é de 16 kg, e embora os espécimes com mais de 25 kg não sejam comuns, foram encontrados exemplares atingindo 40 kg[3]. As fêmeas, que são o sexo dominante, chegam a ser tão grandes ou até maiores do que os machos da mesma idade, o que é incomum entre os mamíferos. Geralmente medem aproximadamente 30 cm de altura por 75 cm comprimento - sem contar a cauda, que possui cerca de 25 cm de comprimento por 15 cm de largura[2][3][4], todos estes valores, no entanto, variam segundo diferentes fatores, incluindo a espécie e idade do indivíduo.
A cauda é de formato oval e achatado, e é composta de pequenas escamashexagonais e pretas[2]. As mesmas não se encontram sobrepostas ou interligadas[2]. Seu corpo é coberto por uma pelagem grossa que tem um enorme valor comercial; esta pelagem se divide em dois tipos: um cinzento e lustroso, e um outro mais áspero e maior, e com um tom castanho. Além de ser impermeável, serve como proteção[1].
Contam com quatro incisivos muito fortes e afiados[5], de cor alaranjadaesmalte que os endurece[2][5] - e que servem para roer a madeira[6]. Uma vez que estes dentes nunca param de crescer, é de vital importância usá-los constantemente, ou de outra maneira os incisivos da parte superior atravessariam a mandíbula inferior[5]. devido ao com a qual alimentam-se e constroem as suas estruturas. Um castor adulto pode cortar uma árvore de 30 cm de espessura em cerca de 15 minutos com os seus poderosos dentes
Os castores têm as patas traseiras palmeadas, enquanto a parte frontal, coberta com um pêlo mais preto, são semelhantes às das mãos, cada uma com cinco dedos bem desenvolvidos[1][2]. Os dedos da extremidade traseira, em contrapartida, estão unidos por uma membrana[2][7]. Os castores não têm boa visão, mas podem enxergar sob a água graças a uma membrana nictitante - uma terceira pálpebra, lateral e transparente, que cobre os seus pequenos olhos. Além disso têm bons sentidos da audição, olfato e tato. Enquanto estão submersos fecham suas narinas e ouvidos para evitar a entrada de água. Graças ao seu sistema respiratório um castor pode ficar debaixo de água por até quinze minutos, sem ter que sair para respirar[1].
Os castores são lisencefálicos, isto é, têm o cérebro liso. No entanto, têm um córtex mais espesso, que o torna especial entre os roedores. É este grosso córtex que faz o castor ser mais inteligente que os outros animais desta ordem[1].

[editar] Classificação

O gênero Castor é um dos mais de trinta gêneros classificados dentro da família Castoridae. Dado que há mais de 2200 espécies de roedores, as espécies deste gênero representam aproximadamente do 0,13% do total de espécies que formam a ordem Rodentia. Os castores encontram-se classificados dentro do reino dos animais pelo fato de ser organismos eucariotas, pluricelulares e heterótrofos, com desenvolvimento embrionário e capacidade de locomoção; na filo dos cordados, já que contam com uma notocorda, que é a principal sustenção de seu corpo, e neste caso trata-se da coluna vertebral; dentro da classe dos mamíferos, pois são seres vertebrados, amniotas, de sangue quente, com glándulas mamárias e pêlo; na ordem dos roedores, a mais numerosa dos mamíferos, já que contam com dois incisivosCastoridae, a qual inclui aos castores modernos e seus parentes primitivos, todos eles caracterizados por serem semi-aquáticos, ter patas traseiras palmeadas e grandes caudas aplanadas e escamosas. em suas mandíbulas superior e inferior, mesmos que se encontram em constante crescimento; e dentro da família

[editar] Espécies

O gênero Castor inclui a três espécies: Castor fiber, Castor canadensis e Castor californicus.

[editar] Castor fiber


Castor europeu.

Castor americano.
O castor-europeu (Castor fiber) habita nas regiões frias da Eurásia, principalmente na Rússia. É um pouco menor que seu parente americano[8]. Desde a Antiguidade foram caçados, comprometendo sua sobrevivência. Em alguns países onde antes viviam, como a Espanha e o Reino Unido, foram erradicados devido a esta caçada desmedida, e mesmo que na era moderna a espécie se encontra ligeiramente ameaçada[9], vai aumentando os esforços realizados para restabelecer suas populações em todo o continente, pelo que a população desta espécie vai aumentando[9]. Calcula-se que seu número esteja em cerca de 600.000 indivíduos[10]. Para colaborar neste projeto de repovoação, alguns organismos, como a União Europeia (UE), e acordos internacionais, como o Convênio sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagem Ameaçadas (CITES), administrado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), se encarregam de proteger a este roedor[11].

[editar] Castor canadensis

O castor-americano (Castor canadensis), também chamado simplesmente "castor" na América do Norte, é o maior roedor do Hemisfério Norte e conta com 25 subespécies. Habita nas regiões predominantemente frias e arborizadas do Canadá, Estados Unidos e, em menor medida, México. Não obstante, também se introduziu a espécie em outras regiões, se destacando a Terra do Fogo e a Península Escandinava. Na Finlândia conviveram diretamente com castores europeus, e inclusive chegaram-se a cruzar alguns exemplares de ambas espécies[1].
Este animal com frequência é caçado por sua pele. A princípios do século XIX, a caça acabou com eles numa boa parte de sua área de distribuição original. Os povos nativos e primeiros colonos também comiam sua carne. Grande parte da exploração inicial da América do Norte foi impulsionada precisamente pela busca da pele do castor americano.
Esta espécie é mais abundante que a europeia e sua população se estima entre os 10 e 15 milhões de exemplares, ainda que originalmente pôde ter tido dez vezes essa quantidade de castores na América do Norte, antes dos dias do comércio de peles. Apesar deste declive, não se considera à espécie em perigo de extinção[12].

[editar] Castor californicus

O castor-de-kellogg (Castor californicus, também chamado Castor accessor) viveu entre o Mioceno e o Pleistoceno no oeste da América do Norte[13]. Era muito similar ao castor americano, pois também era semi-aquático, ainda que de maior tamanho. Encontraram-se fósseis desta espécie nos Estados Unidos da América, principalmente no estado da Califórnia, e no México.

[editar] Diferenças entre espécies


O nariz do castor americano é diferente ao do castor europeu.
Apesar de que o castor europeu e o americano são muito parecidos entre si —tanto que alguns os consideraram variedades de uma mesma espécie[4]—, as duas espécies se diferencian em alguns aspectos. Algumas destas características são morfológicas, enquanto outras estão relacionadas com seu comportamento. A principal diferença morfológica entre elas se econtra em seus ossos nasais[4]. Outra característica que marca a diferença é o diferente número de cromossomas da cada espécie[14]. Este fato impede que membros de diferentes espécies de castores possam se cruzar entre si[14]. Na seguinte tabela comparam-se as diferenças mais significativas entre as espécies:
Característica Castor fiber Castor canadensis
Tamanho do crânio Menor Maior
Buraco nasal no crânio Triangular Quadrado
Dimensões da cauda Mais estreita Mais ampla
Tamanho corporal Ligeiramente menores Ligeiramente maiores
Tamanho média da prole 2-3 filhotes 3-4 filhotes
Construção de diques Menos desenvolvida Mais sofisticada
Posição da toca Perto das margens Longe das margens
Marcas de cheiro Menores Maiores
Competitividade Menos competitivo Mais competitivo
Cromossomas 2n = 48 2n = 40
Fonte: Biology @ Davidson[15]

[editar] Comportamento


Ilustração de Herman Moll onde se descreve detalhadamente o processo dos castores para construir seus diques.

Os castores passam a maior parte do tempo na água.
Os castores são essencialmente aquáticos em suas atividades, e nunca viajam por terra a não ser que seja necessário. São animais sociaveis, chegando a formar grupos ou colônias de até doze indivíduos, compostas por um casal e seus filhotes[16]. As famílias pequenas podem viver numa toca sozinha, mas as maiores podem precisar de refúgios adicionais[16]. Quanto maior o isolamento do lugar onde vivem e a abundância de alimentos, maior será a população de castores[4].
Vivem em correntes onde, a fim de conseguir água com suficiente profundidade, constroem diques com lodo e com os troncos e ramos das árvores que derrubam com seus poderosos incisivos. Geralmente escolhem correntes cuja profundidade tenha mais de um metro para iniciar seus trabalhos. No estanque criado constroem suas tocas. Durante a construção, o lodo ou barro é colocado com as patas dianteiras e não, como se costuma crer, com a cauda, a qual é empregada unicamente como timão quando nadam e para se manter em pé quando se apoiam em suas patas traseiras[4]. Para a construção dos diques, que quase sempre os fazem pela noite, os castores transportam o lodo e as pedras com suas extremidades dianteiras e a madeira entre seus dentes. Ao nadar, impulsionam-se com suas extremidades posteriores, que sempre permanecem submergidas, deixando fora da água unicamente sua cabeça, para poder respirar e ver o entorno[17]. Apesar de serem bem mais hábeis nadando que se deslocando por terra, não costumam atingir grandes velocidades; geralmente não superam os 10 km/h[17].
Durante a primavera e o verão encarregam-se de reunir as reservas de madeira que lhes servirão para se alimentar durante sua repouso invernal. Continuam coletando alimentos até o final do outono. Durante este lapso também se encarregam de consertar os danos que possam ter a toca ou os diques, ainda que pelo geral não começam a fazer isto até iniciar as geadas. É também durante esta época quando se reproduzem; juntam-se nos meses da primavera, ou um pouco antes, e os filhotes nascem durante o verão. Ademais, ao final da cada outono cobrem suas cabanas com lodo fresco, o qual se congela quando diminui a temperatura no inverno e torna-se muito duro, de tal forma que os predadores não podem perturbar seu repouso. Com a chegada do inverno, refugiam-se em sua toca e sobrevivem da reserva que se encarregaram de reunir durante todo o ano. Quando o gelo se rompe na primavera, deixam suas tocas e começam o ciclo de novo.

[editar] Defesa territorial

Já que o território no que habitam é muito importante para os castores, em especial pelo tempo todo que investem construindo nele, costumam o defender ante as ameaças externas. Se um desconhecido entra no território de uma colônia de castores, o mais certo é que terminem lutando contra ele, em ocasiões até a morte. A forma em que detectam a presença de estranhos é através do olfato; se percebem um cheiro que não lhes é familiar, buscar a fonte do mesmo se torna prioridade, inclusive mais importante que reunir alimentos, e não descansam até a ter achado[18]. Também sabe-se que os castores podem reconhecer os cheiros específicos de outras famílias com as que estão emparentados, em cujo caso os toleram dentro de seu território e não lhes fazem dano; o mesmo sucede com outras espécies que não os prejudicam e cujos cheiros, com o passar do tempo, se voltam familiares para eles[18].
Para advertir aos possíveis invasores, principalmente a outros castores, marcam seu território com uns sinais de cheiro —feitas com uma mistura de lodo e castoreum— para assim delimitar suas terras e tratar de prevenir confrontos[18]. Colocam as marcas de cheiro nos limites de seu território, e quanto mais delas coloquem, menos provável será que este seja invadido, já que mais marcas equivalem a uma colônia maior[18]. A quantidade de marcas que colocam depende em parte da época e da densidade de população do lugar. Durante os meses de cria, que são janeiro e fevereiro, e durante a época em que os castores jovens abandonam ses grupos e se dispersam, que é em agosto, a marcação do território se incrementa[18]. Da mesma forma, numa zona onde há várias colônias de castores, é comum que o número de marcas seja elevado[18]. A marcação do território, bem como a defesa do mesmo e o reparo de diques e tocas é realizada por machos e fêmeas igualmente[19].

FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.

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