segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

QUEM FOI... ADOLF HITLER ( História ) "Parte 2"

A obra de Hitler: Mein Kampf


Primeira edição do "Mein Kampf" em alemão, julho de 1925. Exposição do Museu Histórico Alemão em Berlim.
Hitler usou o seu julgamento como uma oportunidade de espalhar a sua mensagem por toda a Alemanha. Em Abril de 1924, Hitler foi condenado a 5 anos de prisão no estabelecimento prisional de Landsberg. Acabaria o Führer por ser anistiado passados pouco mais de 6 meses. Ali, ele ditou o primeiro volume do livro chamado "Mein Kampf" (Minha Luta), primeiramente a Emil Maurice, e posteriormente ao seu fiel ajudante Rudolf Hess. O livro é essencialmente biográfico, e recebe o nome de Eine Abrechnung. A escrita foi editada somente em 1925.
O livro expõe críticas de Hitler a propaganda de guerra alemã na Grande GuerraPrimeira Guerra Mundial, críticas ao Tratado de Versalhes e à ocupação francesa na Alemanha do pós-guerra. Prega a volta da militarização da Alemanha. Descreve a visão de Hitler sobre psicologia de massas, a maneira certa e o melhor momento de fazer um discurso político. Analisa o conteúdo que deve ter cada discurso de acordo com o seu público alvo. Expõe também a ascensão de Hitler no Partido Nazi que ele não fundou mas mudou seu rumo. Expõe também a visão de Hitler sobre o jogo político partidário totalmente avessa às coligações partidárias, afirmando Hitler que "O forte é mais forte sozinho", frase que é título de um capítulo do livro. Hitler também critica o colonialismo francês prevendo que intromissão francesa na África[11] depois chamada traria, no futuro, problemas para a França.
O segundo volume do Mein Kampf, Die Nationalsozialistische Bewegung, foi escrito em 1926, quando já fora da prisão estava Hitler. O segundo volume, diferentemente do primeiro, busca expressar as idéias Nacional-Socialistas, e não há contidos no livro quaisquer estudos biográficos profundos.
Ler o Mein Kampf é como ouvir Hitler falar longamente sobre a sua juventude, os primeiros dias do partido nazi, planos futuros para a Alemanha e idéia sobre política e raça. A compilação dos dois volumes recebeu primeiramente o nome de "Viereinhalb Jahre [des Kampfes] gegen Lüge, Dummheit und Feigheit" ("Quatro anos e meio [de luta] contra mentiras, estupidez e covardia"), mas foi alterado para simplesmente "Mein Kampf" antes mesmo de ser publicado.
Na sua escrita, Hitler anunciou sua aversão contra aquilo que ele via como os dois males gêmeos do mundo: Comunismo e Judaísmo, e declarou que o seu objetivo era erradicar ambos da face da terra. Ele anunciou que a Alemanha necessitava obter novo terreno, que chamou de "Lebensraum" (espaço vital), e que iria nutrir apropriadamente o "destino histórico" do povo alemão.
Uma vez que Hitler culpava o presente governo parlamentar por muitos dos males pelos quais ele se encolerizava, ele anunciou que iria destruir completamente esse tipo de governo. É em Mein Kampf que se pode descobrir a verdadeira natureza do caráter de Hitler. Ele divide os humanos com base em atributos físicos e psicológicos. Hitler afirma que os "arianos" estavam no topo da hierarquia, e confere o fundo da pirâmide aos judeus, polacos, russos, checos e ciganos. Segundo ele, aqueles povos beneficiam pela aprendizagem com os superiores arianos. Hitler também afirma que os judeus estão a conspirar para evitar que a raça ariana se imponha ao mundo como é seu direito, ao diluir a sua pureza racial e cultural e ao convencer os arianos a acreditar na igualdade em vez da superioridade e inferioridade. Ele descreve a luta pela dominação do mundo como uma batalha racial, cultural e política em curso entre arianos e judeus. A suposta luta pela dominação mundial entre estas duas etnias foi aceita pela população quando Hitler chegou ao poder.

Ascensão ao poder


Hitler em desfile da Sturmabteilung em 1932.
Após sua prisão devido ao comando do Putsch da Cervejaria, Hitler foi considerado relativamente inofensivo e anistiado, sendo libertado da prisão em Dezembro de 1924. Por este tempo, o partido nazista mal existia e Hitler necessitaria de um grande esforço para o reconstruir.
Nestes anos, ele fundou um grupo que mais tarde se tornaria um dos seus instrumentos fundamentais na persecução dos seus objetivos. Uma vez que o Sturmabteilung ("Tropas de choque" ou SA) de Röhm, não eram confiáveis e formavam uma base separada de poder dentro do partido, ele estabeleceu uma guarda para sua defesa pessoal, a Schutzstaffel ("Unidade de Proteção" ou SS). Esta tropa de elite em uniforme preto seria comandada por Heinrich Himmler, que se tornaria o principal executor dos seus planos relativamente à "Questão Judia" durante a Segunda Guerra Mundial.
Criou também numerosas organizações de filiação (Juventudes Hitleristas, associações de mulheres, etc.). O Partido nazi teve em 1929 uma progressão semelhante à do partido fascista de Benito Mussolini, beneficiando-se do mal-estar econômico, político e social decorrente da derrota de 1918 e, depois, da crise de 1929.
Um elemento vital do apelo de Hitler era o sentimento de orgulho nacional ofendido pelo Tratado de Versalhes imposto ao Império Alemão pelos aliados. O Império Alemão perdeu território para a França, Polónia, Bélgica e Dinamarca, e teve de admitir a responsabilidade única pela guerra, desistir das suas colónias e da sua marinha e pagar uma grande soma em reparações de guerra, um total de $6.600.000 (32 bilhões de marcos). Uma vez que a maioria dos alemães não acreditava que o Império Alemão tivesse começado a guerra e não acreditava que havia sido derrotado, eles ressentiam-se destes termos amargamente. Apesar das tentativas iniciais do partido de ganhar votos culpando o "judaísmo internacional" por todas estas humilhações não terem sido particularmente bem sucedidas com o eleitorado, a máquina do partido aprendeu rapidamente e em breve criou propaganda mais sutil - que combinava o Antissemitismo com um ardente ataque às falhas do "sistema Weimar" (a República de Weimar) e os partidos que o suportavam. Esta estratégia começou a dar resultados.
Historiadores afirmam que uma propaganda demagógica, que explorava habilmente essas frustrações e o sentimento anti-semita generalizado da sociedade alemã da época, apresentando os judeus como bode expiatório dos problemas sociais, permitiu aos nazistas implantarem-se na classe média e entre os operários, ao mesmo tempo em que o abandono do programa social inicial lhes trazia o apoio da classe dirigente e dos meios industriais.
O ponto de virada em benefício de Hitler veio com a Grande Depressão que atingiu a Alemanha em 1930. O regime democrático estabelecido na Alemanha em 1919, a chamada República de Weimar, nunca tinha sido genuinamente aceita pelos conservadores e tinha a oposição aberta dos fascistas.

Selo que mostra que mostra a autoridade de Hitler.
Os sociais democratas e os partidos tradicionais de centro e direita eram incapazes de lidar com o choque da depressão e estavam envolvidos no sistema de Weimar. As eleições de Setembro de 1930 foram uma vitória para o partido Nazi, que de repente se levantou da obscuridade para ganhar mais de 18% dos votos e 107 lugares no "Reichstag" (parlamento alemão), tornando-se o segundo maior partido. A sua subida foi ajudada pelo império de mídia controlado por Alfred Hugenberg, de direita.
Hitler ganhou sobretudo votos entre a classe média alemã, que tinha sido atingida pela inflação dos anos 1920 e o desemprego oriundo da grande depressão. Agricultores e veteranos de guerra foram outros grupos que apoiaram em especial os nazistas. As classes trabalhadoras urbanas, em geral, ignoraram os apelos de Hitler. As cidades de Berlim e da Bacia do Ruhr (norte da Alemanha protestante) eram-lhe particularmente hostis.
A eleição de 1930 foi um desastre para o governo de centro-direita de Heinrich Brüning, que estava agora impossibilitado de obter qualquer maioria no Reichstag, e teve de contar com a tolerância dos sociais democratas (esquerda) e o uso de poderes presidenciais de emergência para permanecer no poder. Com as medidas de austeridade de Brüning mostrando pouco sucesso face aos efeitos da depressão, o governo teve receio das eleições presidenciais de 1932 e procurou obter o apoio dos nazis para a extensão do termo presidencial de Paul von Hindenburg, mas Hitler recusou qualquer acordo, e acabou por competir com Hindenburg na eleição presidencial, obtendo o segundo lugar na primeira fase da eleição, e obtendo mais de 35% dos votos na segunda fase, em abril, apesar das tentativas do ministro do interior Wilhelm Gröner e do governo social-democrata prussiano para restringir as atividades públicas nazistas, incluindo notoriamente a proibição das SA.
Os embaraços da eleição puseram fim à tolerância de Hindenburg para com Brüning, e o velho marechal-de-campo demitiu o governo, nomeando um novo governo sob o comando do reacionário Franz von Papen, que imediatamente revogou a proibição das SA e convocou novas eleições do Reichstag.
Nas eleições de Julho de 1932, os nazistas tiveram o seu melhor resultado até então, obtendo 230 lugares no parlamento e tornando-se o maior partido alemão. Uma vez que nazistas e comunistas detinham a maioria do Reichstag, a formação de um governo estável de partidos do centro era impossível e no seguimento do voto de desconfiança no governo Papen, apoiado por 84% dos deputados, o parlamento recém-eleito foi dissolvido e foram convocadas novas eleições.
Papen e o Partido do Centro tentaram agora abrir negociações assegurando a participação no governo, mas Hitler fez grandes exigências, incluindo o posto de Chanceler e o acordo do presidente para poder usar poderes de emergência de acordo com o artigo 48 da Constituição de Weimar. Esta falha em formar um governo, juntamente com os esforços dos Nazis de ganhar o apoio da classe trabalhadora, alienaram parte do apoio de prévios votantes, de modo que nas eleições de Novembro de 1931, o partido nazista perdeu votos, apesar de se manter como o maior partido do Reichstag.
Uma vez que Papen falhara na sua tentativa de assegurar uma maioria através da negociação e trazer os nazistas para o governo, Hindenburg demitiu-o e nomeou para o seu lugar o General Kurt von Schleicher, desde há muito uma figura influente e que recentemente ocupara o cargo de Ministro da Defesa, que prometeu assegurar um governo maioritário com negociações quer com os sindicatos sociais democratas quer com os dissidentes da facção nazi liderada por Gregor Strasser.


Adolf Hitler (centro) e seu gabinete em 30 de janeiro de 1933.
Enquanto Schleicher procurava realizar a sua difícil missão, Papen e Alfred Hugenberg, que era também presidente do Partido Popular Nacional AlemãoWilhelm Frick. A 30 de Janeiro de 1933, Adolf Hitler prestou juramento oficial como Chanceler na Câmara do Reichstag, perante o aplauso de milhares de simpatizantes nazistas. (DNVP), o maior partido de direita da Alemanha antes da ascensão de Hitler, conspiravam agora para convencer Hindenburg a nomear Hitler Chanceler numa coligação com o DNVP, prometendo que eles o iriam controlar. Quando Schleicher foi forçado a admitir a falha dos seus esforços, e pediu a Hindenburg para dissolver novamente o Reichstag, Hindenburg demitiu-o e colocou o plano de Papen em execução, nomeando Hitler Chanceler, Papen como Vice-Chanceler e Hugenberg como Ministro das Finanças, num gabinete que ainda incluía três Nazis - Hitler, Göring e
Mas Hitler ainda não tinha cativado definitivamente a nação. Ele foi feito Chanceler numa designação legal pelo presidente Hindenburg, o que foi uma ironia da história, uma vez que os partidos do centro tinham apoiado o presidente Hindenburg por ele ser a única alternativa viável a Hitler, não prevendo que seria Hindenburg que iria trazer o fim da República.
Mas nem o próprio Hitler nem o seu partido obtiveram alguma vez uma maioria absoluta. Nas últimas eleições livres, os nazis obtiveram 33% dos votos, obtendo 196 lugares num total de 584. Mesmo nas eleições de Março de 1933, que tiveram lugar após o terror e violência terem varrido o Estado, os nazis obtiveram 44% dos votos. O partido obteve o controle de uma maioria de lugares no Reichstag através de uma coligação formal com o DNVP. No fim, os votos adicionais necessários para propugnar a lei de aprovação do governo - que deu a Hitler a autoridade ditatorial - foram assegurados pelos nazistas pela expulsão de deputados comunistas e da intimidação de ministros dos partidos do centro. Numa série de decretos que se seguiram pouco depois, outros partidos foram suprimidos e toda a oposição foi proibida. Em poucos meses, Hitler tinha adquirido o controle autoritário do país e enterrou definitivamente os últimos vestígios de democracia.

Regime Nazi

Em 2 de Agosto de 1934, Hindenburg morre. Hitler apodera-se do seu lugar, fundindo as funções de Presidente e de Chanceler, passando a se auto-intitular de Líder (Führer) da Alemanha e requerendo um juramento de lealdade a cada membro das forças armadas. Esta fusão dos cargos, aprovada pelo parlamento poucas horas depois da morte de Hindenburg, foi mais tarde confirmada pela maioria de 89,9% do eleitorado no plebiscito de 19 de Agosto de 1934.
Desde o início, o regime teve oposição interna, tanto civil quanto militar, individual ou coletiva. Hitler sofreu diversos atentados contra sua vida. Como exemplo, em 8 de Novembro de 1939, Georg Elser, numa ação solitária, tentou assassina-lo. Os grupos oposicionistas organizados existentes no país eram pequenos, sem forças e carentes de coordenação central. Este movimento de resistência antinazista interno ficou conhecido genericamente como resistência alemã.
Após ter assegurado o poder político sem ter ganho o apoio da maioria dos alemães, Hitler tratou de o conseguir, e na verdade, permaneceu fortemente popular até ao fim do seu regime. Com a sua oratória e com todos os meios de comunicação alemães sob o controle do seu chefe de propaganda, o Dr. Joseph Goebbels, ele conseguiu convencer a maioria dos alemães de que ele era o salvador da Depressão, dos Comunistas, do tratado de Versalhes, e dos judeus.
Para todos aqueles que não ficaram convencidos, as SA, a SS e GestapoCampo de Concentração de Dachau, perto de Munique, criado em 1933, o primeiro de todos e um modelo para os demais. Muitos milhares de pessoas emigraram, incluindo cerca da metade dos Judeus, que fugiram sobretudo para a Inglaterra, Israel (na época chamada de Palestina, sob domínio Inglês) e EUA. (Polícia secreta do Estado) tinham mãos livres, e milhares desapareceram em campos de concentração, como o

1 de Abril de 1933 - Os Nazis, recém-eleitos, organizam sob a batuta de Julius Streicher um boicote de um dia a todas as lojas e negócios pertencentes a Judeus na Alemanha, uma premonição do Holocausto. Neste cartaz afixado por um membro da milícia para-militar SA (os camisas pardas), lê-se a seguinte propaganda anti-semita: "Alemães, defendam-se! Não comprem dos judeus!"
Na noite de 29 para 30 de Junho de 1934, a chamada "Noite das facas longas", Hitler autorizou a ação contra Röhm, o líder das SA, que acabaria por ser assassinado. Himmler tinha conspirado contra Röhm, apresentando a Hitler "provas" manipuladas de que Röhm planejava o assassínio de Hitler.
Os judeus que até então não tinham emigrado iriam em breve se arrepender da sua hesitação. Com as Leis de Nuremberg de 1935, eles perderam a sua condição de cidadãos alemães e foram banidos de quaisquer lugares na função pública, de exercer profissões ou de tomar parte na atividade economica. Foram acrescidamente sujeitos a uma nova e violenta onda de propaganda difamatória. Poucos não-judeus alemães objetaram estas medidas. As Igrejas Cristãs, elas próprias impregnadas de séculos de anti-semitismo, permaneceram silenciosas. Estas restrições foram mais tarde apertadas mais estritamente, particularmente após a operação anti-semita de 1938 conhecida como Kristallnacht (Noite dos Cristais).
A partir de 1941, os Judeus foram obrigados a usar a estrela amarela em público, para serem facilmente reconhecidos e considerados "inferiores". Entre Novembro de 1938 e Setembro de 1939, mais de 180.000 judeus fugiram da Alemanha; os Nazis confiscaram toda a propriedade que ficara para trás.

Economia

Nesta altura, sob o controle ditatorial, Hitler deu início a grandes mudanças econômicas. Há uma certa controvérsia sobre os aspectos econômicos do governo de Hitler, pois nem todas as suas medidas foram saudáveis a médio e longo prazo. As políticas econômicas do governo de Brüning, cautelosas e fiscalistas, vinham sanando as finanças e organizando o Estado alemão nesse aspecto. Hitler, ao contrário, pôs em prática um largo programa de intervencionismo econômico, baseado no keynesianismo, embora se distanciasse deste em muitos pontos.
O desemprego na Alemanha de 1933 era de aproximadamente 6 milhões. Esse número diminuiu para 300.000 em 1939. Essa diminuição fabulosa, no entanto, ocorreu por diversos motivos, e não só devido à fabulosa política econômica do Reich. Alguns desses motivos são:
  • As mulheres que se casavam deixaram de ser contadas como desempregadas a partir de 1933;
  • Judeus, a partir de 1935, perderam a condição de cidadãos do Reich, não contando mais como desempregados;
  • Ao desempregado eram dadas duas opções: ou trabalhar para o governo sob baixíssimos salários ou permanecer segregado da esfera governamental, longe de todas as suas obrigações, mas também vantagens, como saúde, lazer, etc.;
  • As convocações para o exército começaram a se acelerar. Até 1939, 1,4 milhões de alemães haviam sido convocados. Para armar esse contingente, a produção industrial aumentou e a procura por mão-de-obra aumentou também;
  • Criação da Frente Alemã de Trabalho, dirigida por Robert Ley, que pôs em prática programas governamentais de trabalho que absorveram boa parte da mão-de-obra disponível, ora empregando-a no melhoramento da infra-estrutura do país, ora nas indústrias e na produção bélica.
Essas medidas ocorreram à custa de pesadíssimos investimentos por parte do Estado, comprometendo a longo prazo as finanças. O que se viu, em conseqüência disso, foi um déficit crescente. De 1928 até 1939, a arrecadação do Estado havia subido de 10 bilhões de Reichsmarks para 15 bilhões, no entanto os gastos, no mesmo período, subiram de 12 bilhões de Reichsmarks para 30 bilhões. Em 1939, o déficit acumulado era de 40 bilhões de Reichsmarks.
A inflação, nesse período, cresceu tanto que em 1936 foi decretado o congelamento de preços. O governo alemão foi incapaz de lidar com o controle de preços e sua interferência constante apenas engessou a economia e dificultou o aumento gradual e equilibrado da produção. A partir de 1936, o dirigismo econômico passou, gradualmente, a substituir a adaptação automática da produção pelo mercado, de maneira que a regulamentação econômica passou a ser maior.

Política


Hitler discursando em 1935
Em Março de 1935 Hitler repudiou abertamente o Tratado de Versalhes ao reintroduzir o serviço militar obrigatório na Alemanha. O seu objetivo seria construir uma enorme máquina militar, incluindo uma nova marinhaKriegsmarine) e força aérea (Luftwaffe). Esta última seria colocada sob o comando de Göring, um comandante veterano da Primeira Guerra Mundial. O alistamento em grandes números pareceu resolver o problema do desemprego mas também distorceu a economia. (
É por esta altura, em 1936 que, nas Olimpíadas de Berlim, o afro-americanoJesse Owens, venceu em várias modalidades, e muitos defendem que tal vitória contradisse na prática a propaganda à raça ariana preconizada por Hitler para estes jogos. Tal dito vê-se errôneo, visto que o arianismo de Adolf Hitler não defende a superioridade ariana quanto à composição física.
Em Março de 1936 ele volta a violar o Tratado de Versalhes ao reocupar a zona desmilitarizada na Renânia (zona do Rio Reno). Ingleses e franceses nada fazem, o que o encoraja. Em Julho de 1936, a Guerra Civil Espanhola começou, com a rebelião dos militares, liderados pelo General Francisco Franco, contra o governo democraticamente eleito da Frente Popular, rebelião esta que contou com o apoio do Vaticano. Hitler enviou tropas em apoio de Franco. A Espanha tornou-se também um campo de teste para as novas tecnologias e métodos militares desenvolvidos na Alemanha. Em Abril de 1937, os aviões alemães da Legião Condor bombardeiam e destroem pela primeira vez na história uma cidade a partir do ar. Foi a cidade de Guernica, na província espanhola do País Basco.
A 25 de Outubro de 1936, Hitler assinou uma aliança com o ditador italiano fascista Benito Mussolini, denominada eixo Roma-Berlim. Esta aliança seria mais tarde expandida para incluir também o Japão, Hungria, Roménia e Bulgária, bloco que tornou-se conhecido como Eixo. Em 25 de novembro, Joachim von Ribbentrop e o embaixador japonês Kintomo Mushakoji assinam o Pacto Anticomintern, com o objetivo de garantir proteção mútua em caso de um ataque da URSS.
China e Alemanha eram parceiros estratégicos desde antes da Primeira Guerra Mundial. Alguns fatores como o início da Segunda Guerra Sino-Japonesa e a aproximação entre Japão e Alemanha, abalaram esta parceria. Isto, somado ao fato de Hitler preferir aliar-se ao Japão, por considerá-lo mais capaz de defender-se do comunismo, provocou o fim da cooperação sino-germânica.

Acordo Hitler-Stalin, o Pacto Ribbentrop-Molotov dividiu a Europa entre os dois líderes totalitários, em 1939. Cerimônia de assinatura: Molotov está assinando, Ribbentrop está atrás (com os olhos fechados), com Stalin à sua esquerda.
A 5 de Novembro de 1937, na Chancelaria do Reich, Hitler presidiu a um encontro secreto onde discutiu os seus planos para adquirir o "espaço vital" ao povo alemão.
A 12 de Março de 1938, Hitler pressionou a sua Áustria nativa à unificação com a Alemanha (o chamado "Anschluss"). Suas tropas entraram na Áustria e Hitler fez um discurso triunfal em Viena na Heldenplatz (Praça dos Heróis) onde foi saudado efusivamente por uma multidão de austríacos simpatizantes, muitos deles fazendo a saudação romana adotada pelos nazistas.
O próximo passo seria a intensificação da crise com a zona dos Sudetos, de língua alemã, situada na Checoslováquia. Isto levou ao acordo de Munique de Setembro de 1938 onde França e Inglaterra de forma fraca deram vazão às exigências de Hitler, procurando evitar a guerra com este, mas entregando-lhe a Checoslováquia (Neville Chamberlain assinou o pacto, propondo ainda uma política de contenção a política de apaziguamento).
No seguimento do acordo de Munique, Hitler foi designado como Homem do Ano de 1938. Foi também alegado que a autora de origem judaica Gertrude Stein defendeu nesse ano a entrega do Prémio Nobel da Paz a Hitler.
A 10 de Março de 1939, Hitler ordenou a entrada do exército alemão em Praga. Nesta altura, os ingleses e franceses perceberam finalmente que deveriam resistir. Resistiram às próximas exigências de Hitler, que diziam agora respeito à Polónia. Hitler pretendia o regresso dos territórios cedidos à Polónia pelo Tratado de Versalhes.
As potências ocidentais não aceitaram as exigências de Hitler mas não conseguiram chegar a um acordo com a União Soviética para uma aliança contra a Alemanha e Hitler manobrou para uma posição de força.
A 22 de maio de 1939, é firmado o Pacto de Aço entre Itália e Alemanha. Em 23 de Agosto, Hitler concluiu uma aliança com Stalin (pacto Molotov-Ribbentrop). A 1 de Setembro de 1939, a Alemanha invade a Polónia, no que foi seguida pela União Soviética. A Inglaterra e a França reagem desta vez, declarando guerra à Alemanha. A Segunda Guerra Mundial estava começando.
Por fim, em 27 de Setembro de 1940, Reino da Itália, Império do Japão e Terceiro Reich firmam o Pacto Tripartite formalizando a aliança entre as potências do Eixo.

FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.

Nenhum comentário: