Ciência
Como a ciência busca por inteligência extraterrestre?
Mais ou menos do mesmo jeito que você tenta sintonizar uma estação
radiofônica. Os cientistas também procuram captar ondas de rádio, só que
vindas do espaço. E com antenas superpotentes: os chamados
radiotelescópios, capazes de captar bilhões de sinais ao mesmo tempo.
Aí, então - no meio da chiadeira produzida por corpos celestes,
satélites e outras transmissões terráqüeas -, eles tentam encontrar algo
que se pareça com uma mensagem enviada por ETs inteligentes. Isso é
basicamente o que faz o pessoal do instituto americano Seti (sigla para
Search for Extraterrestrial Intelligence, ao pé da letra, "busca por
inteligência extraterrestre"). O problema é que nossa tecnologia ainda é
muito atrasada para captar o que poderia ser uma transmissão de
informação entre, digamos, Alpha e Beta Centauro.
O que dá para fazer é buscar por sinais que os extraterrestres teriam
enviado de propósito, como se tentassem dizer "oi, estamos aqui!" em uma
língua universal. Mas que linguagem seria essa? Para os pesquisadores
do Seti, só poderia ser a da química. Assim, os alienígenas talvez
enviassem sinais indicando, por exemplo, a presença de água em seu
planeta. Como os elementos da água vibram em freqüências específicas
(1,42 e 1,72 gigahertz), supõe-se que ETs transmitiriam mensagens para
cá usando essa faixa. Outra estratégia é vasculhar as sintonias mais
finas possíveis. Como as estrelas e outros corpos não produzem sinais
abaixo de 300 hertz, essa faixa seria uma boa pista. "Também procuramos
sinais que piscam sem parar e poderiam indicar um emissor inteligente",
diz o astrônomo Seth Shostak, do Seti. O instituto ficou famoso com o
filme Contato (1997), em que o personagem de Jodie Foster chega a usar
fones de ouvido para buscar sinais de ETs - e encontra! Mas, no Seti
real, as coisas não são bem assim.
A varredura é feita exclusivamente por computadores. E você pode
emprestar o seu. É que, para separar o joio (as interferências mais
manjadas) do trigo (sinais, a princípio, de origem desconhecida) são
necessários inúmeros cálculos. Aí que você entra. No site
setiathome.ssl.berkeley.edu dá para baixar um programa que usa o tempo
ocioso do seu computador para ajudar as máquinas do Seti a fazer esses
cálculos.
Auxílio digital Ondas captadas do espaço são analisadas em computador antes de serem estudadas pelos cientistas
Os sinais recebidos pelos radiotelescópios aparecem da forma ao lado nas telas dos computadores. O sistema utiliza um software que também pega carona em radiotelescópios dedicados a outros projetos científicos.
Os três picos (no centro e nas extremidades) representam interferências conhecidas pelos astrônomos do Seti. O software utilizado infere que essas ondas não vieram de ETs
O mesmo gráfico reaparece aqui, só que com as interferências conhecidas já descartadas. As ondas restantes serão, então, estudadas mais a fundo pelos cientiestas.
Os sinais recebidos pelos radiotelescópios aparecem da forma ao lado nas telas dos computadores. O sistema utiliza um software que também pega carona em radiotelescópios dedicados a outros projetos científicos.
Os três picos (no centro e nas extremidades) representam interferências conhecidas pelos astrônomos do Seti. O software utilizado infere que essas ondas não vieram de ETs
O mesmo gráfico reaparece aqui, só que com as interferências conhecidas já descartadas. As ondas restantes serão, então, estudadas mais a fundo pelos cientiestas.
Gigantesco ouvido eletrônico Radiotelescópio é a ferramenta básica do Seti
Uma rede de cabos de aço sustenta a plataforma superior, que pesa 900 toneladas
O refletor de 305 metros de diâmetro capta ondas vindas do espaço. Ele é o mais sensível construído até hoje
Na plataforma, ficam antenas que orientam a direção para a qual a
máquina deve buscar sinais. Daqui os sinais recebidos pelo refletor são
enviados para os computadores
FONTE: Revista Mundo Estranho
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