MEIO AMBIENTE
20/08/2012
Seca reduz 80% da produção de grãos no Semiárido nordestino
O prejuízo foi amenizado pela cultura de soja e ficou em torno de 22%
por Carolina Gonçalves, da Agência Brasil
Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ONLINE
Divulgação
A produção de milho no Nordeste caiu 30%
A seca histórica que afeta o Semiárido nordestino
provocou impactos diretos na produção agrícola da região. De acordo com
dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a quebra na produção de grãos
no Semiárido foi superior a 80%. Considerando toda a Região Nordeste,
os prejuízos ficaram em torno de 22%, mas que foram amenizados pelos
bons resultados das culturas de soja.
Com os impactos climáticos, a participação do Nordeste na produção
nacional de grãos caiu, registrando 7,5%. “Seria bom que não tivesse
perda no Nordeste. Em safras normais, como a do ano passado, a
participação da região foi em torno de 10%”, disse Eledon Oliveira,
técnico de avaliação de safra da Conab.
Segundo ele, a produção nacional só alcançou os patamares recentemente
divulgados pelo governo com o recorde do milho safrinha – plantado entre
janeiro e março – que compensou as perdas, com aumento de 22,9% da área
e de 71,7% da produção, ganho de 16 milhões de toneladas em relação ao
resultado anterior.
“A situação no Nordeste ainda preocupa porque estão sem produto e sem
água. Estive no Ceará em maio e a situação é terrível. Os rios secaram,
os rebanhos morrem de sede e fome e os preços estão altos com a falta de
produtos”, declarou.
Apenas no Rio Grande do Norte, apesar da produção de feijão ser
pequena, a quebra foi 89,6%, passando dos 33,7 mil toneladas para 3,5
mil toneladas nesta safra. Os produtores da Paraíba também perderam 89%
do feijão e sentiram a diminuição da produção que, na última safra,
chegou a 44,7 mil toneladas, e, nesta foi 4,9 mil toneladas. No Ceará, a
queda do feijão chegou a 87,3% – de 259,6 mil toneladas para 32,9 mil
toneladas.
A quebra da produção de milho no Nordeste foi 30%. Enquanto no ano
passado, os produtores nordestinos contabilizaram uma produção de 6,1
milhões de toneladas, nesta safra, o volume atingiu 4,3 milhões de
toneladas. No Rio Grande do Norte, Ceará e na Paraíba a queda na
produção foi superior a 91%.
Além dos impactos sobre o solo e a produção, as temperaturas elevadas e
a baixa umidade contribuíram para o registro de quase 50 mil focos de
incêndio, ou seja, 65% mais ocorrências do que as acumuladas neste
período, no ano passado. Apenas nos últimos quatro dias, foram
registrados mais de 5 mil focos de incêndio no território nacional.
As imagens captadas pelo satélite usado pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Maranhão concentra o maior
volume de queimadas, com 9,6 mil mil ocorrências. Em menos de uma
semana, os registros de incêndio quase dobraram em Mato Grosso e no
Pará, onde foram identificados mais de 2,2 mil casos só no mês de
agosto.
FONTE: Revista National Geographic/Brasil
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