Civilizações
Fim do império maia foi soma de mudanças climáticas, desmatamento e colapso do comércio
Segundo estudo, o colapso da civilização não foi “monolítico”, mas teve muitas fases que variaram
Ruínas de Chichén Itzá, no México. Novo estudo afirma que colapso do império foi causado por soma de fatores.
(Divulgação)
Há cerca de 1.300 anos, o império maia começou a entrar em colapso.
Três séculos depois, veio o fim. Sobraram apenas enormes pirâmides e
templos para atestar sua existência.
A decadência da civilização é um dos grandes mistérios da arqueologia.
As teorias mais divulgadas apontam que mudanças climáticas, que
provocaram secas devastadoras, foram responsáveis pelo desaparecimento
da civilização.
O império maia, localizado onde hoje ficam a Guatemala, Honduras e o México, chegou ao auge no século 6 d.C. Sua população construiu templos, cidades e enormes pirâmides. Por volta do ano 900 d.C., o império entrou em colapso, após enfrentar um período de declínio que durou quase dois séculos. Cidades e vastas áreas foram abandonadas pela população. Os arqueólogos especulam se o declínio da civilização foi provocado por secas, desmatamento, guerras, doenças, colapso do comércio ou uma soma de todos esses fatores. (Fonte: Nasa)
Agora, um novo estudo, publicado nesta terça-feira no periódico científico PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences),
afirma que não foi apenas a seca que desempenhou papel chave na
destruição. Alterações humanas no ecossistema, como o desmatamento, e a
decadência de rotas comerciais também foram fundamentais para o
colapso.
"Este estresse ambiental foi complementado por uma mudança no comércio
de toda a península, o que reduziu a economia e o poder da elite
dominante para manter a infraestrutura dos meios de subsistência", disse
B. L. Turner Turner, um cientista Sustentabilidade da Universidade do
Estado do Arizona, nos Estados Unidos (EUA) e um dos autores do estudo
ao lado de Jeremy A. Sabloff, presidente do Instituto Santa Fé, um
centro que estuda as relações do homem com a natureza. .
Segundo Turner, essa decadência, somada à decisão de abandonar as
terras baixas do império, em vez de manter o investimento, acelerou o
colapso.
Os autores dizem que essa teoria reconhece o papel das mudanças
climáticas e aquelas provocadas pelo homem, mas também reconhece o papel
do comércio e das decisões tomadas pelos maias.
Segundo o estudo, o colapso da civilização não foi "monolítico", mas
teve muitas fases que variaram. "A única maneira de explicar essa
variação é adotar uma visão complexa do sistema", diz o artigo.
Os cientistas afirma que o caso dos maias é um incentivo para o uso de
analogias paleo-históricas para entender as atuais mudanças ambientais.
FONTE: Revista Veja
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