quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ÁGUA DA CHUVA ARMAZENADA EM CISTERNA PARA PRODUÇÃO DE FRUTAS ( Alternativas/Sêca/Nordeste Brasileiro )

Água de chuva armazenada em cisterna para produção de frutas



Cisterna e área de captação

 Colheita de acerola

 Frutos colhidos nas fruteiras

 Manga com frutos

 Colheita de pinha
  
 Mamão com frutos



As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma cisterna e a área de captação e as fruteiras cultivadas com a água da chuva armazenada na cisterna. As fotografias foram obtidas no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE. 


Os fatos

Com a implantação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1 + 2) mais de 12 mil famílias, ou 60 mil pessoas, estão tendo acesso à água para produção de alimentos no Semiárido nordestino. A inclusão de frutas na alimentação incrementa a qualidade nutricional das dietas familiares visto que elas oferecem quantidades significativas de micronutrientes. A proposta da cisterna, além de garantir variedade na produção de frutas para suprir as deficiências nutricionais das famílias, contribui para melhoria na qualidade de vida, na prevenção de doenças e até mesmo na mudança dos hábitos alimentares dos agricultores da região semiárida do Nordeste. Em um trabalho de pesquisa realizado na Estação Experimental de Manejo da Caatinga, Embrapa Semiárido em Petrolina-PE no período de agosto de 2006 a dezembro de 2011, foi avaliado a aplicação de água de uma cisterna de 16 m3 na produção de 36 fruteiras.  No ano de 2007 foram aplicados 14.688 litros nas irrigações, sendo 2.304 litros nos meses de janeiro a abril. No mês de fevereiro em função das precipitações só foi realizada uma irrigação. Nos meses de maio a agosto foram aplicados 4.644 litros. De setembro a dezembro foram aplicados 7.740 litros. Como neste ano choveu um total de 378,0 mm na área do experimento foi possível captar 26.739 litros. Todavia, em função da capacidade da cisterna, só foram armazenados 16.000 litros. Assim, houve uma sobra de 1.312 litros de água na cisterna. No ano de 2008 foram aplicados 13.500 litros nas irrigações. No quadrimestre de janeiro a abril foram aplicados somente 720 litros. Isso se deu em função das chuvas que ocorreram nestes meses que foram de 419,3 mm. No segundo e terceiro quadrimestres foram aplicados 4.860 e 7.920 litros, respectivamente. Neste ano com as chuvas de 517,4 mm foram captados 36.600 litros de água no telhado. No ano de 2009 foram aplicados 12.060 litros nas irrigações. No quadrimestre de janeiro a abril foram aplicados 1.080 litros, sendo que nos meses de fevereiro e abril não houve irrigação. No segundo quadrimestre foram aplicados 3.780. No mês de maio não houve irrigação em função do volume de chuvas caídas na área do experimento. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.200 litros. Neste ano choveu um total 754,5 mm que contribuíram para captação de 53.373 litros de água no telhado. No ano de 2010 foram aplicados 13.932 litros nas irrigações das fruteiras. De janeiro a abril foram aplicados 2.160 litros. No segundo quadrimestre foram aplicados 4.752. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.020 litros. Neste ano choveu um total 413,1 mm na área do experimento que contribuíram para captação de 29.222 litros de água no telhado. No ano de 2011 foram aplicados 13.356 litros nas irrigações. De janeiro a abril foram aplicados 1.800 litros. Nos meses de maio a agosto foram aplicados 4.968. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.560 litros. Neste ano choveu um total 590 mm na área do experimento que contribuíram para captação de 41.736 litros de água no telhado. Em termos de crescimento das fruteiras no período de avaliação as plantas apresentaram bom desenvolvimento, considerando os valores de 2006 que correspondem às dimensões das plantas no dia do plantio. A maior altura foi obtida pelas mudas de caju com média de 2,51 m. O diâmetro médio das plantas de caju ao nível do solo foi de 6,89 cm com circunferência média de 20,11 cm. As plantas de caju apresentaram uma altura da copa com média de 1,70 m e maior diâmetro da copa com média de 2,50 m. Essa mesma tendência ocorreu para as demais fruteiras no primeiro ano de crescimento. Os primeiros frutos colhidos foram de acerola no mês de março de 2007. Essa espécie também foi a mais produtiva durante os anos avaliados com um total de 154.725 frutos que pesaram 1.029,35 kg. A manga produziu um total de 533 frutos no período com 165,19 kg. O limão produziu 3.929 frutos com peso total de 271,38 kg. As plantas de mamão produziram 735 frutos com peso de 306,42 kg. O caju produziu 370 frutos com peso total de 158,7 kg e a pinha produziu 778 frutos com peso total de 123,75 kg. Com esses resultados podemos concluir que: A água da chuva armazenada em cisternas pode contribuir significativamente para melhoria das condições de vida dos pequenos agricultores da região semiárida do Nordeste com a produção de frutas; As plantas apresentam um crescimento linear para todos os parâmetros avaliados; Em anos de muita chuva há uma redução significativa na aplicação de água; Em função do tamanho do telhado, a cisterna de 16 mil litros não é suficiente para armazenar a água das chuvas na região semiárida. 

FONTE: Blog Fatos e Fotos da Caatinga

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