sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

AGÊNCIA EXECUTIVA DE GESTÃO DAS ÁGUAS DO ESTADO DA PARAÍBA (AESA), DIVULGA PREVISÃO CLÍMÁTICA PARA O TRIMESTRE JANEIRO, FEVEREIRO E MARÇO DE 2013 ( Meteorologia )

Aesa divulga previsão climática para o primeiro trimestre
19-12-2012


A Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) divulgou, nesta quarta-feira (19), relatório da II Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Norte e Nordeste com vistas ao primeiro trimestre de 2013.
A divulgação foi feita na sede da Aesa, que funciona na Universidade Federal de Campina Grande, campus de Bodocongó.
Diz o documento que, de acordo “com as atuais condições oceânicas e atmosféricas e pelo consenso técnico, para o período de janeiro a março de 2013, a tendência é de que deverão ocorrer chuvas irregulares com padrões dentro da normalidade para cada região”, especialmente o Sertão, Cariri e Curimataú, na Paraíba. 
O relatório ainda salienta que “a evolução atual dos campos atmosféricos e oceânicos apresenta uma tendência favorável a melhoria da qualidade do período chuvoso a partir do mês de março”.  Todavia, ressalta que “essa tendência dependerá exclusivamente das condições térmicas dos oceanos Atlânticos Norte e Sul”.
O documento também destaca que o semiárido nordestino tem como característica a alta variabilidade espacial e temporal dos índices pluviométricos. “Isto significa que algumas localidades poderão receber uma quantidade de chuvas menores do que outras. Sendo assim, de fundamental importância, o monitoramento contínuo das condições atmosféricas sobre a Região e das condições oceânicas e atmosféricas globais. Como também um contínuo monitoramento das condições térmicas, nos próximos meses, do Atlântico Tropical, é fundamental para definir a qualidade do regime de chuvas do trimestre no setor norte do Nordeste do Brasil”, assinala o relatório.
Com base nos dados, a meteorologista Marle Bandeira, prevê que não haverá o prologamento, em 2013, da estiagem ocorrida este ano. “A evolução atual dos campos atmosféricos e oceânicos apresentam uma tendência favorável a melhoria da qualidade do período chuvoso a partir do final de fevereiro e início do mês de março. Mas é importante dizer que essa tendência dependerá exclusivamente das condições térmicas dos oceanos”, ressaltou Marle. 
PERSPECTIVAS HÍDRICAS - De acordo com a previsão de irregularidade das chuvas, assinala o documento, “tem-se que os eventos de precipitações no inicio do período chuvoso não serão suficientes para a recuperação satisfatória das reservas hídricas dos açudes do Estado”.
Diante disto, o gerente Executivo de Monitoramento e Hidrometria da Aesa, Lucílio José Vieira, aconselha a população a utilizar “a água de forma racional, justamente para não evitar o colapso no abastecimento, que pode acontecer em algumas cidades que passam por um período de seca mais forte”,  asseverou.
PERSPECTIVAS AGRÍCOLAS - Do ponto de vista agrícola, o inicio do período chuvoso no semiárido paraibano não garantirá a regularidade das chuvas, já que existe a possibilidade de ocorrência de veranicos (curtos períodos sem chuvas) e que poderá trazer déficits hídricos à manutenção e desenvolvimento de certas culturas sequeiro. Sendo recomendado o inicio das práticas agrícolas dentro do quadrimestre mais chuvoso de cada região (semiárido - fevereiro a maio).  É recomendado seguir o calendário e o zoneamento agrícola definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.
A REUNIÃO- No período de 17 a 18 de dezembro de 2012 realizou-se, nas dependências da Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Campina Grande, a II Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Norte do Nordeste do Brasil – Ano 2013. Foram analisadas as condições regionais da pluviometria e globais dos oceanos e da atmosfera, assim como os resultados de modelos numéricos de previsão sazonal, visando elaborar o prognóstico climático para o trimestre janeiro a março (JFM) de 2013, sobre o setor norte da região Nordeste do Brasil. A reunião contou com a participação de meteorologistas dos Centros Estaduais de Meteorologia e de diversos órgãos municipais, estaduais e federais com atividades inerentes e correlatas à meteorologia. O evento teve também a participação, via áudio-conferência, de meteorologistas do CPTEC/INPE em Cachoeira Paulista/SP, INMET, assim como de usuários em diversos pontos do Brasil.
Confira o relatório na íntegra:

Relatório da II Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Norte do Nordeste do Brasil – Ano 2013
Campina Grande, 19 de dezembro de 2012.

Sumário

No período de 17 a 18 de dezembro de 2012 realizou-se, nas dependências da Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Campina Grande, a II Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Norte do Nordeste do Brasil – Ano 2013. Foram analisadas as condições regionais da pluviometria e globais dos oceanos e da atmosfera, assim como os resultados de modelos numéricos de previsão sazonal, visando elaborar o prognóstico climático para o trimestre janeiro a março (JFM) de 2013, sobre o setor norte da região Nordeste do Brasil. A reunião contou com a participação de meteorologistas dos Centros Estaduais de Meteorologia e de diversos órgãos municipais, estaduais e federais com atividades inerentes e correlatas à meteorologia. O evento teve também a participação, via áudio-conferência, de meteorologistas do CPTEC/INPE em Cachoeira Paulista/SP, INMET, assim como de usuários em diversos pontos do Brasil.

ANÁLISE E PREVISÃO DAS CONDIÇÕES OCEÂNICAS E ATMOSFÉRICAS
Observa-se no Oceano Pacífico Equatorial, condições de neutralidade em termos de Temperatura da Superfície do Mar (TSM). De acordo com a maioria dos modelos de previsão, a indicação é de persistência do padrão de neutralidade nas águas do Oceano Pacífico para os próximos meses.
No Atlântico Tropical Norte e próximo à costa da África, ressalta-se a presença de anomalias positivas de TSM com valores superiores a 1°C. No setor sul da bacia, as anomalias de TSM ficaram com padrão entre normal e pouco abaixo da média. (Figura1).
Neste contexto, a maioria dos modelos oceânicos e atmosféricos do CPTEC/INPE, NCEP, NCAR, assim como os modelos acoplados oceano-atmosfera do CPTEC/INPE, ECMWF, UKMO, IRI indicam tendência de chuvas variando entre normais a ligeiramente abaixo da média sobre o setor norte do Nordeste Brasileiro.
Desta forma, de acordo com as atuais condições oceânicas e atmosféricas e pelo consenso técnico, para o período de janeiro a março de 2013, a tendência é de que deverão ocorrer chuvas irregulares com padrões dentro da normalidade para cada região.
Vale salientar que a evolução atual dos campos atmosféricos e oceânicos apresenta uma tendência favorável a melhoria da qualidade do período chuvoso a partir do mês de março. Ressalta-se que essa tendência dependerá exclusivamente das condições térmicas dos oceanos Atlântico Norte e Sul.
CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE O PROGNÓSTICO
É importante ressaltar que o semiárido nordestino tem como característica a alta variabilidade espacial e temporal dos índices pluviométricos. Isto significa que algumas localidades poderão receber uma quantidade de chuvas menores do que outras. Sendo assim, de fundamental importância, o monitoramento contínuo das condições atmosféricas sobre a Região e das condições oceânicas e atmosféricas globais.
Como também um contínuo monitoramento das condições térmicas, nos próximos meses, do Atlântico Tropical, é fundamental para definir a qualidade do regime de chuvas do trimestre no setor norte do Nordeste do Brasil.
PERSPECTIVAS HÍDRICAS
De acordo com a previsão de irregularidade das chuvas, tem-se que os eventos de precipitações no inicio do período chuvoso não serão suficientes para a recuperação satisfatória das reservas hídricas dos açudes do Estado.
PERSPECTIVAS AGRÍCOLAS
Do ponto de vista agrícola, o inicio do período chuvoso no semiárido paraibano não garantirá a regularidade das chuvas, já que existe a possibilidade de ocorrência de veranicos (curtos períodos sem chuvas) e que poderá trazer déficits hídricos à manutenção e desenvolvimento de certas culturas sequeiro. Sendo recomendado o inicio das práticas agrícolas dentro do quadrimestre mais chuvoso de cada região (semiárido - fevereiro a maio).
É recomendado seguir o calendário e o zoneamento agrícola definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.

PARTICIPANTES PRESENCIAIS
- Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba - AESA
- Agência Pernambucana de Água e Clima – APAC
- Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos -  CPTEC/INPE
- Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Piancó-Piranhas-Açu - CBH PPA
- Corpo de Bombeiros - Guarabira
- Defesa Civil do Estado da Paraíba
- Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte - EMPARN-RN
- Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME
- Fundação Universitária de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão - FURNE
- Instituto Nacional do Semiárido - INSA
- Ministério de Desenvolvimento Agrário - MDA
- Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia – SERHMACT
- Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas/Universidade Federal de Campina Grande – UACA/UFCG
- Universidade Federal da Paraíba – DSER/CCA/UFPB
- Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA
- Universidade Estadual da Paraíba – Departamento de Geografia - UEPB
- Miriri Alimentos e Bioenergia S/A

FONTE: AESA/PARAÍBA

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