terça-feira, 4 de dezembro de 2012

APÓS SUSPENSE, NASA FAZ UM ANÚNCIO MORNO SOBRE MOLÉCULAS DE MARTE ( Astronomia )

Foco
Após suspense, Nasa faz um anúncio morno sobre moléculas de Marte

Nasa/JPL/Divulgação
Trincheiras feitas no solo de Marte pelo jipe-robô Curiosity; sonda tem aparato sofisticado para analisar tais amostras
Trincheiras feitas no solo de Marte pelo jipe-robô Curiosity; sonda tem aparato sofisticado para analisar tais amostras
RAFAEL GARCIA EM WASHINGTON
O mistério sobre a descoberta mais recente do jipe-robô Curiosity acaba de ser revelado. O solo da cratera de Marte onde a missão está sendo conduzida é complexo e possui compostos de cloro que podem (ou não) ter também carbono, elemento que é um dos ingredientes básicos dos seres vivos.
Se isso for confirmado, será preciso avaliar ainda se esse carbono tem sua origem em seres vivos. O carbono estava presente em compostos clorados de metano, a mais simples molécula orgânica, que pode ser produzida de modos mais triviais.
Diante do grande entusiasmo com que o anúncio de ontem no congresso da União Geofísica Americana vinha sendo antecipado, a notícia com tantos poréns pareceu um pouco decepcionante.
Na semana retrasada, o cientista-chefe do projeto da Nasa, John Grotzinger, dissera que os resultados a serem apresentados iriam "entrar para a história", e desencadeou especulações de que moléculas complexas de carbono existiriam em Marte.
O anúncio de ontem não é um desmentido total, mas os cientistas não sabem ainda se o carbono encontrado nas amostras do jipe é mesmo marciano -ele pode ter sido levado da Terra até Marte pelo próprio Curiosity.
Se o jipe seguir achando mais e mais carbono, a probabilidade de que seja um problema de contaminação diminui. E, se ele obtiver uma amostrar maior, será possível conduzir uma análise isotópica, "pesando" os átomos de carbono, que ajudará a saber se eles têm origem biológica.
Obrigado a desmentir os boatos, Grotzinger diz que seu entusiasmo foi mal compreendido. "Trabalhamos na velocidade da ciência, mas hoje as coisas se espalham na velocidade do Instagram." 

FONTE: Folha.com/Ciência e Saúde

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