05/07/2012
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10h17
Escritor quer provar que Cristóvão Colombo era português
DA EFE
O engenheiro Fernando Branco, autor do livro "Cristóvão Colombo, Nobre
Português", disse que pretende exumar o cadáver de um parente de
Cristóvão Colombo para provar que o descobridor da América era de
Portugal, e não de Gênova.
A afirmação foi feita durante uma entrevista à agência de notícias Efe.
Para a exumação ser possível, disse, ele precisa obter "apoio de um
grande número de cidadãos".
Cristóvão Colombo seria, na realidade, o fidalgo português Pedro Ataíde, que ocultou sua verdadeira identidade de todos.
O autor afirma que seu objetivo é "corrigir" a História, embora assegure
que começou a investigar o assunto apenas como hobby e para tentar
resolver mistérios que ainda cercam a história do navegador.
A suposta localização dos restos que comprovariam esta hipótese após
análise de DNA é mantida em segredo. Mas Branco assegura saber onde está
enterrado o corpo do tal familiar de Colombo.
"Precisamos de autorização para a análise de DNA, por isso não divulgo no livro onde o corpo está enterrado", explicou.
As amostras obtidas a partir desse parente de Colombo teriam de ser
comparadas com o DNA do irmão do navegante, Diego Colombo, já analisado
por peritos espanhóis em Sevilha.
Reprodução | ||
O navegador Cristóvão Colombo seria o fidalgo português Pedro Ataíde |
O escritor não é o primeiro a defender que o navegador que chegou ao
continente americano em 1492 tinha origem portuguesa. Mas é o único até o
momento a revelar a que supostamenté é a verdadeira identidade de
Colombo.
Uma comparação entre dados históricos do descobridor genovês e do
fidalgo português levou à listagem de 63 coincidências, citadas no livro
de Branco, entre os dois personagens. Segundo ele, Ataíde decidiu, em
1476, depois da batalha de San Vicente, trocar de nome por motivos de
segurança.
A corrente "genovista" quase não tem argumentos para defender que o
navegante era italiano, diz Branco. Ele atribui a origem a um mero erro
tipográfico em um documento.
Branco lembra que os diários de navegação de Colombo estão escritos em
castelhano, com o uso frequente de expressões portuguesas e de algumas
em catalão.
A coincidência que convenceu o escritor de que Pedro Ataíde, apelidado
"O Corsário", era na realidade Cristóvão Colombo, estava no diário de
bordo do almirante, citado pelo filho Fernando Colombo no livro que
escreveu sobre o pai.
"Após o descobrimento da América, Colombo para na ilha de Santa Maria,
no arquipélago português dos Açores, onde viviam menos de cem pessoas.
Lá se encontra com o braço direito João da Castanheira, a quem diz
conhecer bem, apesar de não ser um nobre nem nada parecido", assinala.
Branco acredita que o tal braço direito devia ser natural de Castanheira
do Ribatejo, uma terra sob controle da família Ataíde, o que explicaria
o fato de os dois já terem se encontrado anteriormente.
A investigação de Branco foi reconhecida pela Academia de História
portuguesa. Branco está convencido de que Pedro Ataíde decidiu mudar de
identidade por medo de perder a vida e seus privilégios de nobre.
Ataíde esteve envolvido em uma conjuração contra o rei português João
2º, a pedido da rainha Isabel, "A Católica", no final do século 15. Por
conta da participação, os seguidores do monarca assassinara um primo de
Ataíde.
De acordo com o escritor, os reis católicos desejavam retirar os poderes
de alguns nobres e a origem portuguesa de Colombo poderia dificultar a
manutenção de seus títulos e as riquezas acumuladas.
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FONTE: Folha.com/Ciência
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