03/07/2012
-
05h30
Pesquisadores da Alemanha acham dinossauro com penas
RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Levou praticamente um século e meio, mas um novo achado importante de um dinossauro com penas foi feito na Alemanha.
Em 1861 foi descrito o clássico Archaeopteryx, um dino "terópode" (com três dedos que tocam o chão, e outro suspenso), animal associado à origem remota das aves.
E agora surge o pequeno Sciurumimus albersdoerferi, também achado
no sul do país europeu. Jovem --os pesquisadores acreditam que morreu e
foi fossilizado pouco depois de nascer--e bem preservado, seu nome de
gênero deriva dos esquilos voadores, pois sua cauda lembra a desses
bichinhos.
O nome da espécie homenageia Raimund Albersdörfer, que financiou as escavações durante as quais o espécime foi encontrado.
Estava na hora de surgir algo assim. Nos últimos anos, dinos com penas
pareciam ser uma especialidade chinesa. Mas desta vez o achado foi na
Alemanha e serviu para preencher uma lacuna importante na evolução.
A descoberta foi relatada no periódico "PNAS" por Oliver Rauhut, da
Universidade Ludwig Maximilian, de Munique, e mais três colegas, um
deles do Museu Americano de História Natural.
Reprodução |
Fóssil do dinossauro alemão, com 72 centímetros de comprimento, estava em boas condições de preservação |
MAIS DISTANTE
Até agora os fósseis conhecidos de dinossauros predadores com penas
pertenciam ao grupo dos celurossauros, os mais aparentados às aves.
Já o novo fóssil foi considerado o mais completo existente de outro
grupo, os megalossauroides. Mais ainda, o espécime é um dos poucos
exemplos completos de terópodes juvenis.
Provavelmente só a mãe acharia o bichinho bonito, com um cabeção com "156% do comprimento do fêmur".
Mas, ossos à parte, os pesquisadores ficaram empolgados mesmo é com a preservação de "tecido mole".
MACIA
O melhor local onde houve preservação desse tipo de tecido foi a cauda, o
que inclui grandes pedaços da pele do bicho. E dá para ver que é uma
pele macia, sem escamas, como se nota em outros dinos da época.
As penas "parecem estar ancoradas na pele e formam uma cobertura espessa
no lado dorsal da cauda. Alcançam mais que duas vezes e meia a altura
das suas respectivas vértebras caudais", escrevem os autores na revista.
"O Sciurumimus representa o megalossauroide mais completo
conhecido e ajuda a esclarecer aspectos antes incertos da anatomia desse
grupo, tal como a ausência de um quarto dígito [dedo] no 'manus' ";
dizem os autores. "Manus", como o nome em latim deixa claro, é o
equivalente da "mão" nos dinos.
Que o espécime era juvenil ficou evidente por características como o
crânio grande comparado com ossos do quadril curtos ou a dentição muito
regular, indicando que os dentes com os quais o animal nasceu ainda não
teriam sido substituídos.
A dentição em fósseis é um dos detalhes mais importantes, às vezes
servindo para diferenciar uma espécie de outra. No caso, parece indicar
que os dinos jovens teriam uma dieta diferente daquela dos dinossauros
adultos, afirmam os cientistas.
FONTE: Folha.com/Ciência
Nenhum comentário:
Postar um comentário