O desafio da Água
A água vai se tornar um bem precioso neste século em que o aumento populacional agravará as dificuldades para obtê-la. Um relatório produzido pelo Programa de Avaliação Mundial da Água (WWAP), da ONU, traça uma radiografia grave da situação nas diferentes regiões do mundo
Extraído do relatório Managing water under uncer uncertainty and risk, da WWAP
Ásia e Pacífico
A região está passando por rápida urbanização, crescimento econômico, industrialização e desenvolvimento agrícola extensivo. Dois terços dos famintos do planeta vivem na Ásia.
A região está passando por rápida urbanização, crescimento econômico, industrialização e desenvolvimento agrícola extensivo. Dois terços dos famintos do planeta vivem na Ásia.
Entre 1990 e 2008, 1,2 bilhão de pessoas ganharam acesso à água potável, elevando a proporção de 73% para 88%. da população. Juntas, China e Índia respondem por três quartos desse total. No entanto, a Ásia é também o lar de 72% dos 2,6 bilhões de pessoas no mundo que não utilizam instalações sanitárias adequadas.
A região é muito vulnerável a desastres naturais, com grande parte da população vivendo em áreas costeiras e sujeitas a inundações. Pequenas nações insulares do Pacífico são particularmente vulneráveis a furacões, ciclones tropicais e terremotos e estão expostas à elevação do nível do mar decorrente do aquecimento global.
Alguns países da região estão mudando de uma ênfase no desenvolvimento de curto prazo da infraestrutura de água para uma abordagem mais estratégica, que reconhece o impacto ecológico do desenvolvimento econômico.
No alto, represa nos Estados Unidos, maior usuário per capita de água do mundo. Acima, indianos enchendo vasilhames. À esquerda, campo de soja no Brasil, país exportador de "água virtual" em commodities agrícolas. |
Europa e América do Norte
Os norte-americanos são os maiores usuários per capita de água do mundo, consumindo 2,5 vezes mais do que os europeus. Cerca de 3,5 planetas Terra seriam necessários para sustentar uma população global que imitasse o atual estilo de vida do europeu ou norteamericano. No entanto, bolsões de carência de água existem, particularmente entre os povos indígenas: mais de 10 mil residências em reservas do Canadá não têm água encanada e os sistemas de água ou esgoto são precários em uma de cada quatro reservas. Na Europa, cerca de 120 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, muito menos a saneamento.
Os norte-americanos são os maiores usuários per capita de água do mundo, consumindo 2,5 vezes mais do que os europeus. Cerca de 3,5 planetas Terra seriam necessários para sustentar uma população global que imitasse o atual estilo de vida do europeu ou norteamericano. No entanto, bolsões de carência de água existem, particularmente entre os povos indígenas: mais de 10 mil residências em reservas do Canadá não têm água encanada e os sistemas de água ou esgoto são precários em uma de cada quatro reservas. Na Europa, cerca de 120 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, muito menos a saneamento.
Um problema importante na Europa e na América do Norte é a poluição dos cursos-d'água por agrotóxicos, ou seja, nitrogênio, fósforo e pesticidas. Embora haja arcabouços legais para regular esse problema, nas bacias de drenagem do Mar Mediterrâneo, do leste do Oceano Atlântico e do Mar Negro a aplicação das medidas antipoluição está atrasada.
Em termos de gestão de águas transfronteiriças, a Diretiva-Quadro da Água da União Europeia (2000) e iniciativas mais recentes sobre as normas e as águas subterrâneas representam os únicos acordos de água supranacionais do mundo.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê que o volume de água no verão irá diminuir em até 80% no sul da Europa e em algumas partes da Europa Central e Oriental nos anos 2070. O potencial de energia hídrica deverá cair em média 6% durante esse período. Na América do Norte, a mudança climática causará aumento da competição entre os usuários para recursos de água.
FONTE: Revista Planeta
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