Seca no Brasil
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Seca no Brasil refere-se aos fenômenos de estiagem que ocorrem esporádica ou sazonalmente, em suas várias regiões.
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No Brasil na região Nordeste existe a região semiárida que é delimitada pela região chamada de Polígono das Secas. Esta compreende todos estados do Nordeste: Piauí,Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais,Com exceção apenas do Maranhão por possuir boa regularidade de chuvas.Polígono das Secas
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Causas
O fenômeno das secas no Brasil se dá por causas naturais, uma região que apresenta alta variabilidade climática, ocorrendo quando a chamada zona de convergência intertropical(ZCIT) não consegue se deslocar até a região Nordeste no período verão-outono noHemisfério Sul, sobretudo nos períodos de El Niño. A ZCIT apresenta um movimento meridional sazonal, com uma posição média anual junto à latitude 5 graus Norte,em meados de Abril a ZCIT atinge 5 graus SUL responsável pelo período chuvoso no Centro-Norte do MA,PI todo o CE,norte do RN e áreas isoladas do sertão da PB E PE. Já na região leste do norte,onde não tem influencia da ZCIT(PE,AL,SE,BA) a destruição daZona da Mata tem contribuído para a elevação da temperatura regionaL,no leste da região.
Desde 1605, a região já enfrentou dezenas de períodos de seca. Alguns de gravidade tão elevada que geraram aceleração do êxodo rural para outras regiões.
A seca não é somente um fenómeno ambiental com consequências negativas, como a realização de uma alea (evento) natural sobre uma população vulnerável, mas um fenómeno de dimensões econômicas, sociais e políticas secularmente presente na vida da população do NE brasileiro. Trata-se de um problema de distribuição dos recursos naturais, sobretudo da água. A seca permite uma medida do quanto a água e a terra encontram-se pouco disponíveis para a porção mais pobre da população rural nordestina. A região não é desértica, como se poderia pensar numa primeira abordagem, mas apresenta um clima semiárido. A precipitação anual em Paris (França) é similar em sua quantidade à precipitação sobre partes do Nordeste. Mas é claro que a distribuição da precipitação e a quantidade de evapotranspiração são diferentes entre essas regiões. No NE a distribuição da precipitação apresenta-se altamente variável de um ano para outro (associada ao fenómeno de variabilidade climática). Por outro lado a evapotranspiração potencial no NE também é relativamente maior devido a maior incidência de radiação solar. Assim, a seca nordestina do Brasil é um problema bastante complexo. Ao longo da história brasileira a manutenção das regras sociais, do status quo da elite dominante (oligarquia nordestina) jogou contra uma democratização e distribuição dos recursos ambientais, assim estabelecendo os limites da ação das classes sociais, subordinando uma à outra diretamente.
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Problemas identificados
O governo do Brasil, muitas vezes tentou combater os efeitos das secas incentivando e construindo grandes açudes, (Exemplo típico o Açude de Orós), a perfuração de poços tubulares, a construção de cacimbas, e a criação das chamadas "frentes de trabalho".
Estas atitudes têm sido paliativas, pois movimentam capital, geram sub-empregos e evitam, de certa forma, a migração e o êxodo rural. Porém, a corrupção, o coronelismo e a chamada indústria da seca, têm impossibilitado a resolução definitiva do problema a ser dada não somente com sobreposição de rios e construção de canais para a perenização dos cursos de água, irrigação e fixação do nordestino em seu território, mas também incrementando a democracia, a participação política e a mobilidade social.
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Avaliação da tendência de secas e estiagens no NE brasileiro
- Variabilidade climática no NE brasileiro
- Tendência climática em áreas de seca
- Tendência sazonal e anual em áreas de alta variabilidade climática
- Efeitos do El Niño, La Niña e dos períodos neutros
- Métodos estatísticos e as suas limitações dos periodogramas
- Análise de quantis e sua aplicação à tendência climática
- Aplicação da climatologia física (efeitos das flutuações das circulações globais da atmosfera, da temperatura da superfície do mar, TSM, da posição da Zona de Convergência Inter-tropical, ZCIT, dos dipolos da TSM do Atlântico Norte e Sul, dos Bloqueios associados à posição do Jato de Altos Níveis, JAN, atmosféricos, da presença de Baixas Fechadas de Altitude sobre o Nordeste Brasileiro, etc)
- Limitações e perspectivas
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Histórico das secas no Brasil depois do ano 1500
- 1583/1585 - Primeiro relato da seca nordestina feita pelo padre Fernão Cardin: "…uma grande seca e esterilidade na província e que 5 mil índios foram obrigados a fugir do sertão pela fome, socorrendo-se aos brancos". Grandes perdas de cana e aipim.
- 1606 - Região NE
- 1615 - Região NE
- 1652 - Região NE
- 1692/1693 - A capitania de Pernambuco é atingida por "peste". Frei Vicente do Salvador relatou que indígenas, foragidos pelas serras, reuniram-se em numerosos grupos e avançaram sobre as fazendas das ribeiras.
- 1709/1711 - Grande seca que atinge a Capitania do Maranhão.
- 1720/1721 - Seca com gravíssimas consequências sobre as províncias do Ceará e do Rio Grande do Norte.
- 1723/1727 - Grande seca que matou quase a totalidade dos escravos da região. Segundo Irineu Pinto, fiscais da Câmara pediram ao rei o envio de escravos.
- 1736/1737 - Região NE
- 1744/1745 - Grande desnutrição infantil assola a região.
- 1748/1751 - Região NE
- 1776/1778 - Seca e surto de varíola na região NE, com alto índice de mortalidade humana e animal (gado bovino) na caatinga. A Corte Portuguesa determina reunião de flagelados nas margens dos rios para repartição de terras adjacentes.
- 1782 - Censo determina população de 137.688 habitantes atingida por seca.
- 1790/1793 (1791-1792 ?) - Chamada de "grande seca" pelos velhos sertanejos foi também a seca dos pedintes. Uma Pia Sociedade Agrícola foi criada como a primeira organização de caráter administrativo assistencialista. O governo da metrópole estabeleceu um único corretivo, uma severa proibição ao corte das florestas. Segundo Euclides da Cunha, cartas régias de 17 de março de 1796, nomeando um juiz conservador de matas, e a 11 de junho de 1799, decretava que "se coíba a indiscriminada e desordenada ambição dos habitantes (da Bahia e Pernambuco) que têm assolado a ferro e fogo preciosas matas… que tanto abundavam e já hoje ficam à distâncias consideráveis, etc".[1]
- 1808/1809 - Seca atinge Pernambuco na região do rio São Francisco. Quinhentas pessoas morreram de fome.
- 1824/1825 - Seca e varíola juntas definem essa grande seca. Campos esterilizados e fome atingem engenhos de cana-de-açúcar.
- 1831 - A Regência Trina autoriza a abertura de fontes artesianas profundas.
- 1833/1835 - Grande seca atinge Pernambuco.
- 1844/1846 - Grande fome. O saco de farinha de mandioca foi trocado por ouro ou prata.
- 1877/1879 - Uma das mais graves secas que atingiram todo o Nordeste.[2] O Ceará, na época, com uma população de 800 mil habitantes foi intensamente atingido. Desses, 120 mil (15%) migraram para a Amazônia[3] e 68 mil pessoas foram para outros Estados. A seca foi considerada devastadora: cerca de metade da população de Fortaleza pereceu, a economia foi arrasada, as doenças e a fome dizimaram até ao rebanho. Um registro pictórico existe, uma família de retirantes é fotografada em uma estação ferroviária do Nordeste brasileiro (Ceará).
- 1888/1889 - Lavouras destruídas e vilas abandonadas em Pernambuco e Paraíba. D. Pedro II criou a Comissão Seca(depois Comissão de Açudes e Irrigação), como resultado cria-se o projeto do Açude do Cedro[4] na cidade de Quixadá, no Ceará.
- 1898/1900 - Seca atinge Pernambuco.
- 1909 - O governo de Nilo Peçanha cria o Instituto de Obras Contra as Secas (IOCS).
- 1915 - O Presidente Venceslau Brás na seca de 1915 reestruturou o Instituto de Obras Contra as Secas (IOCS), que passou a construir açudes de grandes portes. Com temor de saques, Campos de Concentração no Ceará foram criados para isolar a população faminta e impedir-lhe o movimento em direção as cidades.
- 1919 - O governo Epitácio Pessoa transforma o IOCS em DNOCS que recebeu ainda em 1919 pelo Decreto 13.687, o nome de Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS) antes de assumir sua denominação atual, que lhe foi conferida em 1945 pelo Decreto-Lei 8.846 de 28 de dezembro de 1945, vindo a ser transformado em autarquia federal através da Lei n° 4229 de 1 de junho de 1963.
- 1930 - Região NE
- 1932 - Região NE. Reutilização dos Campos de Concentração no Ceará com plano de controle social.[5]
- 1953 - Região NE
- 1954 - Região NE
- 1958 - Região NE
- 1962 - Região NE
- 1963 - Grande parte do Brasil enfrenta uma forte e intensa estiagem, seguida de recordes de calor. Este foi o ano mais seco da história em várias cidades, como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.[6] No Paraná a seca durou até janeiro do ano seguinte.[7]
- 1966 - Região NE
- 1970 - Seguida pelo início da construção do rodovia Transamazônica durante o período do chamado Milagre Econômico. Ação do governo militar do Brasil visa entre outros objetivos transferência de parte da população mais pobre do NE para as margens extensas da rodovia Transamazônica. O projeto também contribuía para a ocupação territorial da Amazônia pelo Estado brasileiro. Hoje a Transamazônica encontra-se parcialmente transitável.
- Década de 1980 - A década é considerada chuvosa, sendo marcada por apenas dois períodos de estiagem, correspondentes aos anos de 1982 e 1983.
- Década de 1990 - Os anos de 1993, 1996, 1997, 1998 e 1999 foram anos sofríveis. A tendência de seca em 1998 antecedeu sua ocorrência graças a percepção do fenômeno El Niño pelos meteorologistas, mas as ações de precaução e prevenção continuaram a ser pouco efetivas na mitigação dos problemas.
- 2000 e 2001 - Anos de estiagem relativa.
- 2004-2006 - Estiagem na Região Sul do Brasil.
- 2005 - A região Amazônica enfrenta um período de estiagem intensa.
- 2007 - Transposição do Rio São Francisco iniciada.
FONTE: Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
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