01/11/2012
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03h10
Caçadores e suas águias estrelam festival na Mongólia
DO ENVIADO A OLGII, MONGÓLIA
Todo mês de outubro, a cidade de Olgii sedia um dos eventos mais
celebrados da Mongólia, o Festival da Águia. Com dois dias de duração,
reúne dezenas de caçadores, que viajam até 180 km a cavalo com a enorme
ave equilibrada no braço para participar da competição.
O trio formado por águia, cavalo e homem disputa duas provas. Na
primeira, a ave é solta no alto de uma montanha e tem de pousar no braço
do seu dono.
O segundo desafio, mais difícil, simula uma caçada: novamente, a águia é
solta, mas dessa vez tem de agarrar uma pele de raposa arrastada pelo
cavalo do seu dono. Em ambas as provas, ganha quem for mais rápido.
Os caçadores chamam tanto ou mais atenção do que as águias. Neste ano,
havia 47 inscritos, com idades variando entre 20 e 80 anos. Imponentes,
cavalgam em marcha acelerada e trajam roupas ricamente adornadas.
Mongólia
Fabiano Maisonnave/Folhapress
Participante do festival anual de águias de Olgii, no noroeste da Mongólia
Vários usam vistosos casacos feitos com peles de raposa, principal
vítima das águias caçadoras. Para viajar com a ave, apoiam o braço num
pedaço de pau encaixado na sela do cavalo e cobrem os olhos dela com um
capuz.
O uso dessas aves para caça é uma tradição de séculos entre os cazaques e
está mais preservada na Mongólia do que no próprio Cazaquistão. A
espécie usada é a águia dourada, cuja envergadura da asa pode chegar a
2,2 m. Sua principal arma são as garras, que matam a presa
instantaneamente.
Há também outras competições envolvendo cavalos, de igual beleza
plástica. Numa delas, o cavaleiro tem de se inclinar e agarrar um pedaço
de pano vermelho no chão enquanto se equilibra no animal a galope.
Fabiano Maisonnave/Folhapress |
Homem durante competição de águias em Olgii |
Paralelamente às provas, também é possível alugar cavalos e camelos para passear e comprar o belo artesanato cazaque.
O festival, que tem data móvel entre as primeiras semanas de outubro, é
realizado a 8 km do centro, num descampado próximo a uma cordilheira. A
organização, amadora, se resume a um caminhão de som para juízes e
narradores e a pedras alinhadas no chão, demarcando o local das provas.
O prêmio ao vencedor, de apenas 200 mil tugriks (R$ 290), foi uma doação da embaixada turca.
Apesar de famoso, o festival, realizado neste ano sob um frio próximo de
0° C, atrai poucos turistas -havia apenas algumas dezenas,
principalmente europeus.
(FABIANO MAISONNAVE)
(FABIANO MAISONNAVE)
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