Novos
estudos científicos sobre o derretimento das geleiras do Himalaia
revelam o impacto das mudanças climáticas nesta região e a ameaça que
pesa sobre 1,3 bilhão de habitantes.
Segundo os estudos publicados
em três relatórios do Centro Internacional para o Desenvolvimento
Integrado das Montanhas (ICIMOD), com base em Katmandu, as geleiras
diminuíram 21% no Nepal e 22% no Butão nos últimos 30 anos.
Estas
descobertas, reveladas domingo na conferência sobre o clima em Durban,
são a primeira confirmação oficial sobre o derretimento das geleiras,
após várias declarações empíricas.
Elas corrigem também um anúncio
errado do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)
que afirmou em seu 4º relatório em 2007 que as geleiras do Himalaia
derretiam mais rápido do que as outras do mundo e "poderiam desaparecer
até 2035, ou antes".
O IPCC afirmou que foi "um lamentável erro" provocado por "procedimentos que não foram devidamente acompanhados".
Apoiados
pelo projeto de pesquisa financiado pela Suécia e realizado pela ICIMOD
durante três anos, os especialistas descobriram que as 10 geleiras
observadas estão em processo de derretimento em uma velocidade que
acelerou entre 2002 e 2005.
De acordo com os resultados de um
outro estudo, o volume de neve que cobre a região diminuiu de maneira
significativa nos últimos 10 anos.
"Estes relatórios fornecem um
novo ponto de comparação e informações sobre as zonas geográficas
específicas para compreender a mudança climática em um dos ecossistemas
mais vulneráveis do mundo", comentou o presidente do IPCC, o indiano
Rajendra Pachauri.
As 54.000 geleiras do Himalaia alimentam com
água os oito maiores rios da Ásia, entre eles - Indus, Ganges,
Brahmaputra, Yangtze e Rio Amarelo - suscetíveis de serem afetados pelo
stress hídrico nas próximas décadas, com potenciais consequências para
os 1,3 bilhão de pessoas.
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