19/12/2011
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13h48
Cobras ajudaram a moldar evolução do homem, diz estudo
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE "CIÊNCIA E SAÚDE"
EDITOR DE "CIÊNCIA E SAÚDE"
Dois cientistas americanos cotejaram uma massa impressionante de dados
para mostrar que o embate entre cobras e primatas ajudou a moldar a
evolução humana.
A situação é mais complicada do que o clichê "ofídios malvados, humanos picados".
O estudo, na revista "PNAS", sugere que as serpentes interagem de três
jeitos com primatas como nós: como predadoras, competidoras e presas.
A hipótese é de Thomas Headland, do Summer Institute of Linguistics, e
Harry Greene, da Universidade Cornell. Headland, antropólogo, reuniu
relatos do povo agta, caçadores-coletores das Filipinas que, nos anos
1970, ainda tinham estilo de vida parecido com o dos primeiros Homo sapiens.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Um dos vizinhos dos agtas é a píton-reticulada, cujas fêmeas ultrapassam
os sete metros e têm quase 100 kg. Mais de um quarto dos homens agtas
foi atacado pelos répteis ao longo da vida. As pítons se banqueteiam com
animais caçados pelos agtas, como porcos-selvagens. E, quando podem, os
caçadores-coletores devolvem a gentileza, comendo as serpentes.
A situação é a mesma com primatas não humanos. Dezenas de espécies do
nosso grupo de mamíferos são comidas por cobras e também devoram
serpentes quando têm chance, além de capturar animais que fazem parte do
menu dos ofídios.
Para os pesquisadores, isso indica que a interação com esses répteis foi importante na evolução humana.
"Não duvido que haja uma herança genética que explique a interação entre
primatas e serpentes, mas, no caso da nossa espécie, acredito que o
fator cultural prevaleça, em especial a ignorância sobre elas", diz
Henrique Caldeira Costa, da Universidade Federal de Viçosa.
O especialista em répteis lembra que não há comprovação de mortes
causadas por sucuris, maiores cobras brasileiras. "É possível que uma
sucuri devore um humano? Sim, mas o risco é pequeno."
FONTE: Folha.com/Ciência
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