28/12/2011
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11h06
Japoneses pesquisam micro-organismo que age melhor que computador
DA FRANCE PRESSE
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O micetozoário detém a capacidade de raciocínio melhor que a de um
computador, afirma um grupo de cientistas japoneses da Universidade
Hakodate que nos últimos anos se dedica a observar esse minúsculo ser
unicelular parente da ameba.
Shingo Ito-10.mar.11/France Presse | ||
Cientista observa micetozoário em microscópio; o ser unicelular escolhe as melhores rotas para obter comida |
Segundo eles, o ser primitivo, mesmo sem ter um centro de decisões
avançado como é o cérebro, pode colaborar com o desenvolvimento de
sistemas de transporte público mais eficientes.
De que forma isso seria feito? Pelo estudo do comportamento do
micetozoário que, entre tantas possibilidades, escolhe a melhor das
rotas para chegar até seu alimento, ao mesmo tempo que evita situações
de estresse --no caso dele, isso equivale a fugir da luz.
A pesquisa, coordenada por Toshiyuki Nakagaki e equipe da Universidade
Hakodate, não é recente. Ela já lhes garantiu dois Ig Nobel, o "prêmio"
que elege bizarrices científicas, em 2008 e 2010.
O cientista Atsushi Tero, da Universidade Kyushu, que desenvolve
pesquisa semelhante comenta que os micetozoários podem criar redes muito
mais avançadas do que a própria mente humana.
"Os computadores não são bons para analisar as melhores rotas que se
conectam entre si porque a quantidade de cálculo pode se tornar maior do
que eles. Mas esses micro-organismos, sem qualquer cálculo de todas as
opções possíveis, podem se mover por áreas livremente e gradualmente
encontrar as melhores rotas", diz.
Tero afirma que teve êxito em simulações em laboratórios com
micetozoários: os micro-organismos desenvolveram um sistema de locomoção
muito semelhante ao das vias de trens e metrô que cobrem a área de
Kanto no Japão --uma rede emaranhada de transporte que cobre uma das
mais populosas áreas do Japão, que engloba Tóquio.
Vale lembrar que pode haver um possível ganhador do Nobel, o
reconhecimento máximo das pesquisas científicas, por trás de estudos
bizarros.
No ano passado, os físicos de origem russa Andre Geim e Konstantin
Novoselov levaram o Nobel de Física por seus trabalhos revolucionários
sobre o grafeno, mas foram indicados ao Ig Nobel dez anos antes ao
estudar um sistema de levitação de rãs com um ímã.
FONTE: Folha.com/Ciência
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