O que aconteceria se a Terra tivesse mais luas?
por Fernando Tió Neto
Seria uma revolução natural. Pelo menos
quatro fenômenos sofreriam grandes alterações: o ciclo das marés, a
duração dos dias, a iluminação noturna e a quantidade de eclipses
lunares. Isso porque nosso satélite exerce grande influência no
sobe-e-desce dos oceanos, na velocidade de rotação da Terra (que
determina a duração dos dias) e na quantidade de luz refletida do Sol
para cá. No infográfico ao lado, a gente explica com detalhes todas
essas mudanças, supondo que nosso planeta azul tivesse mais duas luas,
do mesmo tamanho que a "original" e em distâncias equivalentes, a 384
mil quilômetros daqui. A gente está viajando nessa suposição, mas a
idéia não é tão absurda assim: alguns pesquisadores juram que a Terra já
tem mais de uma lua! Essa tese é superpolêmica, mas uma coisa é certa:
nunca chegaremos nem perto do número de luas dos planetas mais distantes
do Sol. Astros como Júpiter, Saturno, Netuno, Urano e Plutão estão
localizados numa região do sistema solar de baixa temperatura, mais
propícia à formação de luas. "O frio impediu que os blocos de gelo
resultantes do Big Bang - a megaexplosão que teria criado o universo -
se descongelassem. Ao longo de milhões de anos, eles se juntaram a
pedaços de pedra e metal, formando satélites atraídos pela gravidade de
planetas maiores", afirma a astrônoma Amelie Saintonge, da Universidade
de Cornell, nos Estados Unidos. Entre os planetas distantes do Sol,
Júpiter tem 16 luas conhecidas, Saturno tem 18, Netuno tem oito e Urano
bate o recorde, com 21. A única exceção é último planeta do sistema
solar, Plutão, que tem apenas uma lua solitária - o planeta é pequeno e
não conseguiu atrair outros astros. A comparação com os planetas
próximos ao Sol, onde havia menos matéria-prima para formar luas, revela
uma diferença astronômica no número de satélites. Mercúrio e Vênus não
têm luas, a Terra só tem uma e Marte, duas.
FONTE: Revista Mundo Estranho
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