29/12/2011
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16h55
Sondas gêmeas entram na órbita da Lua na virada do ano
DA EFE
As duas sondas de prospecção espacial Laboratório de Recuperação da
Gravidade e Interior (Grail, na sigla em inglês, ou Graal) interromperão
a viagem que fazem no espaço para atingir o seu ponto de destino: a
órbita da Lua.
Uma vez lá, as sondas vão explorar o interior do satélite natural da Terra. A chegada está prevista na virada do ano novo.
Efe/Nasa | ||
Ilustração artística mostra como as sondas gêmeas vão operar juntas para reunir dados sobre a Lua |
"Embora desde a década de 1970 tenhamos enviado mais de uma centena de
missões à Lua, incluindo seis nas quais os astronautas caminharam sobre
sua superfície, a verdade é que há muitas coisas que não sabemos sobre
ela", disse Maria Zuber, do MIT (Instituto de Tecnologia de
Massachusetts), pesquisadora-chefe do programa Grail.
As sondas gêmeas estão viajando rumo à Lua desde o lançamento no último
mês de setembro. No próximo sábado (31), uma das sondas gêmeas acionará
seus foguetes para diminuir a velocidade de modo que fique submetida à
gravidade da Lua a 56 quilômetros da superfície lunar.
No dia seguinte, a outra sonda fará uma manobra similar e ambas traçarão
um mapa da gravidade da Lua medindo os efeitos desta força sobre suas
trajetórias orbitais.
"Entre as muitas coisas que não sabemos sobre a Lua é por que o lado
oculto é tão diferente do lado visível", declarou Zuber, referindo-se ao
hemisfério lunar que não pode ser visto da Terra.
"A resposta deve estar no interior do satélite", especula a
pesquisadora. Ela acrescentou que a missão de estudo começará em março e
deve durar 82 dias, embora os cientistas tenham pedido à Nasa (agência
espacial americana) uma prorrogação até dezembro.
PARTICIPAÇÃO DE JOVENS
A missão não está restrita aos cientistas e acadêmicos: cada uma das
sondas Grail, impulsionadas por energia solar, está equipada com quatro
câmaras operadas por grupos de estudantes de nível médio.
"Mais de 2.100 escolas em todo o país se registraram para este programa", comentou Zuber.
A Nasa qualificou a missão Grail como "uma viagem ao centro da Lua" já
que a medição da força de gravidade permitirá a construção de mapas cem a
mil vezes mais precisos sobre o interior de satélite que os obtidos até
agora.
Durante a missão, as sondas orbitarão a uma distância, uma da outra, de
200 quilômetros. Segundo os cientistas, as mudanças regionais na
gravidade lunar farão com que diminuam ou aumentem levemente sua
velocidade.
Isto, por sua vez, modificará a distância que as separa e os sinais de
rádio transmitidos pelas sondas medirão as variações menores. Desta
forma, os pesquisadores poderão criar mapas do campo de gravidade.
Com esses dados, os cientistas serão capazes de deduzir o que há debaixo
da superfície lunar com suas montanhas e crateras e poderiam até
entender melhor por que o lado oculto da Lua é mais abrupto que o lado
visto desde a Terra.
Outro mistério que a missão Grail poderia revelar, segundo Zuber, é se a Terra teve em outro tempo uma segunda lua menor.
Há astrônomos que acreditam que algumas das marcas na superfície da Lua são resultado de uma colisão com um satélite menor.
FONTE: Folha.com/Ciência
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