08/07/2011
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10h42
América Latina é 2º região que mais investe em energias renováveis
DA EFE, EM TORONTO
A América Latina foi em 2010 a segunda região do mundo que mais investiu
no setor das energias renováveis, com aumento de 39% com relação ao ano
anterior, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas
divulgado nesta quinta-feira (7).
O setor das energias renováveis recebeu em 2010 no mundo todo
investimentos no valor de US$ 211 bilhões, 32% a mais que em 2009 e 540 %
acima do valor de 2004.
O relatório do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)
assinala que o aumento do número de fazendas eólicas da China e de
pequenas plantas solares nos edifícios europeus foram os principais
responsáveis pelo aumento significativo dos investimentos em 2010.
Contudo, o documento também aponta que, pela primeira vez, as economias
em desenvolvimento superaram às dos países desenvolvidos em termos de
"novos investimentos financeiros", ou seja, o gasto em projetos de
energias renováveis de grande escala e o fornecimento de capital a
companhias deste setor.
No capítulo "Novos Investimentos Financeiros", os países em
desenvolvimento destinaram US$ 72 bilhões, US$ 2 bilhões a mais que os
países desenvolvidos.
Entre as nações em desenvolvimento, a China foi a que mais investiu em
energias renováveis em 2010, com US$ 48,9 bilhões, 28% a mais que em
2009.
A América Latina foi a segunda região do mundo, já que aplicou US$ 13,1 bilhões, um aumento de 39% comparado ao ano anterior.
O Oriente Médio e a África empregaram US$ 5 bilhões, um aumento de 104%,
a Índia US$ 3,8 bilhões - 25% de aumento, e os países em
desenvolvimento da Ásia (excluindo China e Índia), US$ 4 bilhões - 4% a
mais que 2009.
O diretor-executivo do PNUMA e o subsecretário-geral da ONU, Achim
Steiner, comunicou em nota oficial que "o crescimento sustentável deste
segmento central da economia verde não é uma casualidade".
"A combinação de objetivos estabelecidos pelos governos, políticas de
apoio e fundos de estímulo estão sustentando o crescimento do setor de
renováveis e aproximando a transformação que tanto é necessária no nosso
sistema de energia global", acrescentou Achim.
AMÉRICA LATINA
Na América Latina, o Brasil, o México, o Chile e a Argentina foram os líderes em investimentos de energias renováveis.
O Brasil foi o principal investidor da região, já que empregou US$ 7
bilhões. Porém, paradoxalmente o número foi 5% inferior ao de 2009.
O relatório assinala que a queda de 2010 - que apontou uma baixa
contínua em 2009 de 44% - foi consequência da "consolidação do setor de
biocombustíveis brasileiro que está em grande medida fragmentado".
"Não foi por falta de interesse, simplesmente ficou concentrado em
fusões e aquisições que não são contabilizadas como novos fundos para
esse setor", acrescentou o relatório.
E a consolidação do mercado brasileiro vai continuar nos próximos anos
porque ainda tem 220 empresas no mercado de etanol, embora apenas 10
tenham capacidade para gerar mais de 10 milhões de toneladas do
combustível.
No México, os investimentos aumentaram 348% em 2010, até chegar a US$
2,32 bilhões, principalmente em energia eólica, mas também em
geotérmica, devido à decisão das autoridades mexicanas de aumentar a
capacidade das energias renováveis do atual 3,3% ao 7,5% para 2012.
O grande filão desta política é a energia eólica porque os planos do
governo mexicano assinalam que 4,3% da energia total do país terão que
ser originadas em fazendas de vento. Em 2010, o México financiou 988
megawatts de potência de energia eólica.
No Chile, onde o objetivo é providenciar para que 10% da energia seja
renovável até 2025, os investimentos totalizaram US$ 960 milhões, um
aumento de 21% comparado a 2009.
Da mesma forma, a Argentina estabeleceu para 2016 que 8% do setor
energético proceda de fontes renováveis o que significou em 2010 a
multiplicação por sete até chegar a US$ 740 milhões.
Já no Peru, o governo fixou que 5% será proveniente de energias
renováveis até 2013. No ano passado, os investimentos chegaram a US$ 480
milhões - mais que o dobro em 2009 - destinados principalmente a
pequenas centrais hidroelétricas e a plantas de etanol e biomassa.
Na China, o aumento expressivo dos investimentos esteve dirigido pelo
crescimento das fazendas eólicas, que abocanharam 78% da soma durante o
ano e acrescentaram 17 GWh de potência ao país.
No final de 2010, a capacidade total das fazendas eólicas chinesas era
de 42,5 GWh, a maior do mundo e dez vezes mais que a Dinamarca.
FONTE: Folha.com/Ambiente
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